17/07/2025
Gestão de resíduos em Ibirubá: avanços, desafios e conscientização ambiental em pauta
-Um dos principais desafios, segundo a coordenadora, é promover uma mudança cultural que entenda que os resíduos são responsabilidade de todos
Sônia Lima, bóloga e coordenadora de Meio Ambiente do Município, detalha como está sendo estruturada a gestão do lixo na cidade
Com 17 anos de formação e ampla experiência em órgãos públicos como licenciadora e analista ambiental, a bóloga Sônia Lima assumiu recentemente a coordenação do Meio Ambiente da Prefeitura de Ibirubá. Natural de Fortaleza dos Valos, Sônia traz no currículo passagens pelas prefeituras de Boa Vista do Incra e do próprio município de Ibirubá em gestões anteriores, além de experiência no setor privado, onde prestou serviços para empresas como a RGE. "Sempre atuei como técnica, fazendo análises dos processos de licenciamento ambiental. Meu trabalho sempre foi a campo, na parte técnica mesmo", destaca.
Convidada pela atual administração de Jaqueline Brignoni Winsch e Tuta Rebelato para assumir a coordenação da pasta ambiental, Sônia diz que aceitou o desafio como forma de contribuir com sua experiência. "Eles entendiam que um técnico deveria estar à frente do departamento. Estou aprendendo na gestão administrativa, mas com vontade de fazer a diferença com um trabalho transparente e técnico", afirma.
Coleta e destino dos resíduos
Sônia detalha como funciona hoje o sistema de coleta no município. A cidade conta com dois caminhões distintos: um para o resíduo orgânico e outro para o reciclável. Após a coleta, o material é levado à Associação de Catadores, onde é feita a triagem.
"Tudo que é rejeito vai para o aterro sanitário. O reciclável, quando bem separado pela população, vira fonte de renda para cinco famílias que atuam hoje na associação", explica.
Para os resíduos perigosos (classe I), como pilhas, baterias, óleo vegetal, vidros e eletrônicos, o município conta com um ecoponto fixo ao lado da prefeitura. "É importante que a população saiba onde descartar corretamente esse tipo de material, que não pode ser enviado ao aterro comum", reforça.
Conscientização e educação ambiental
Um dos principais desafios, segundo a coordenadora, é promover uma mudança cultural. "Ainda falta muito em termos de educação ambiental. A administração tem trabalhado fortemente nessa frente. Fizemos palestras em escolas, com agentes de saúde, e temos dialogado com o comércio para que os resíduos sejam descartados nos horários corretos, sem gerar acúmulos nas calçadas", relata.
Segundo dados parciais levantados pelo setor, cada habitante de Ibirubá produz, em média, 0,98 kg de lixo por dia. Com uma população de 21.583 habitantes (IBGE), isso representa cerca de 630 toneladas/mês. "Mas o contrato vigente com a empresa prevê 420 toneladas mensais. Estamos revisando isso através de um controle mais preciso de pesagem", explica.
Hoje, cerca de 2,8% dos resíduos são reciclados no município, mas a meta é elevar esse percentual.
"Com o projeto Reciclubá, queremos conscientizar mais e ampliar esse número. Já implantamos hortas e composteiras em escolas, e estamos distribuindo folders sobre como fazer compostagem em casa", informa Sônia.
Aterro sanitário e investimentos
Em relação ao aterro, a coordenadora enfatiza que Ibirubá é uma exceção na região por gerenciar o próprio resíduo. "Muitos municípios mandam para fora. Aqui, temos nosso aterro, que precisa de ajustes, mas não pode ser chamado de lixão", afirma. A primeira célula já foi encerrada e passará por cobertura e revegetação, conforme exigência da FEPAM. Atualmente, a segunda célula está em uso, com fiscalização constante da compactação e entrada de materiais.
"Precisamos impedir a entrada de resíduos como sofás, galhos e entulhos que deveriam ter outro destino. Isso está no nosso plano de reestruturação do local", diz Sônia. O custo mensal atual com a coleta é de R$ 120 mil. "Antes se pagava R$ 107 mil, mas com a nova empresa foi reestruturada toda a rota, ampliada a área atendida e melhorou a qualidade."
Para finalizar, a coordenadora destaca que a população também tem papel fundamental.
"Se cada um separar seu lixo corretamente, a associação tem mais renda, o município reduz os custos com aterro e o meio ambiente agradece. Estamos à disposição da comunidade pelo WhatsApp 54 3324-8570.
Por: Rádio Cidade 104.9 e Jornal O Alto Jacuí
Foto: Cristiano Lopes