29/10/2025
Sabesp retira mais água de represas do que antes da crise hídrica de 2014, diz estudo
Dez anos depois, Sabesp registra recorde de captação em meio à estiagem. Empresa afirma que 'volume médio de retirada de água dos mananciais apresenta variações compatíveis com o crescimento vegetativo da população atendida e com ajustes operacionais implementados ao longo dos últimos anos.'
C.H.P Portal de noticias
29/10/2025
Reservatórios do Sistema Cantareira estão com 24% da capacidade em outubro de 2025, segundo a Sabesp.
Mesmo com a queda no nível das represas da Região Metropolitana de São Paulo devido à estiagem, a Sabesp aumentou a captação de água em 2025. O volume retirado para abastecimento bateu recorde e já supera o registrado antes da crise hídrica de 2014, segundo estudo.
De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Água e Saneamento (IAS);
Entre janeiro e setembro deste ano, a vazão média de retirada de água dos mananciais foi de 71,9 metros cúbicos por segundo (m³/s) — a maior já registrada pela companhia
O volume supera o patamar do período pré-crise hídrica (2010-2013), quando a média era de 69 m³/s. Durante a crise de 2014 a 2016, a retirada chegou a cair para 58 m³/s, voltando a subir para 62,3 m³/s no pós-crise (2017-2022).
"Em fevereiro de 2025, houve um recorde de captação, com 73 metros cúbicos por segundo. Esse aumento aconteceu justamente em um período em que as chuvas começaram a ficar abaixo da média e os níveis dos reservatórios passaram a cair de forma mais rápida", afirma Eduardo Caetano, coordenador de conhecimento e difusão do IAS.
Segundo Eduardo, o aumento na retirada de água indica uma maior demanda, ou seja, mais usuários sendo atendidos. No entanto, ele ressalta que o crescimento também pode estar relacionado às perdas de água ao longo do sistema.
"A demanda é uma combinação entre consumo e perdas de água. Então é preciso analisar esses dois aspectos. O aumento do consumo - crescimento da população; expansão da rede e do atendimento; ligações irregulares que passaram a ser contabilizadas e cobradas. E o aumento de perdas - podem ser perdas 'físicas', que significa perda por vazamentos nas adutoras, redes e reservatórios; e as perdas aparentes, que são os gatos e outras situações irregulares de consumo que não é contabilizado", afirma.
A Sabesp informou, em nota, que "o volume médio de retirada de água dos mananciais apresenta variações compatíveis com o crescimento vegetativo da população atendida e com ajustes operacionais implementados ao longo dos últimos anos" (leia nota completa abaixo).
Reservatórios baixos
Em 1º de setembro de 2025, o sistema de reservatórios de São Paulo entrou na Faixa 3 – Alerta, com cerca de 35% de armazenamento de água.