28/08/2025
A Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Oeste de São Paulo, um dos principais centros financeiros do país, reúne 42 dos 350 alvos da megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), realizada nesta quinta-feira (28) em oito estados.
De acordo com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP), a facção criminosa se infiltrava em instituições financeiras e adquiria postos de combustíveis para lavar dinheiro, como o obtido com o tráfico de dr**as. Foram cometidos crimes contra a ordem econômica, fraude fiscal e estelionato a partir da adulteração de combustíveis.
Só em um dos prédios da Faria Lima, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão. Policiais apreenderam documentos, computadores em empresas, corretoras e fundos de investimentos, as chamadas fintechs.
A Justiça também determinou o cumprimento de mandados de prisões. A operação corre em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Segundo a investigação, com esse esquema, o PCC adquiriu mais de R$ 30 bilhões em bens patrimoniais no Brasil, como ações em fintechs, propriedades em fazendas de cana-de-açúcar e postos de combustíveis.
Por causa disso, R$ 7,6 bilhões deixaram de ser declarados em São Paulo, segundo a Receita Federal. A sonegação fiscal também foi verif**ada em outros estados.
Além da Receita Federal, também participam da megaoperação a PF e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP de São Paulo, entre outros Ministérios Públicos dos demais estados. Esses órgãos contam com o apoio da Polícia Militar (PM) e da Polícia Civil locais.
A megaoperação é a junção de três operações: Carbono Oculto, do MP, e Quasar e Tank, da PF. Promotores e policiais integram uma força-tarefa que visa desarticular o envolvimento do PCC no esquema criminoso.
Segundo as autoridades, a facção controlava a cadeira produtiva de combustíveis, desde a sua produção em fazendas de cana, até o momento que "batizava" gasolina com metanol. Depois aplicava o dinheiro do esquema criminoso em investimentos financeiros.