14/05/2025
🗣 ENTREVISTA | Wilson Moraes
📸 Fotos e 📝texto: Cléo Furquim - Revista Etapa
𝐖𝐈𝐋𝐒𝐎𝐍 𝐌𝐎𝐑𝐀𝐄𝐒 𝗹𝗮𝗻ç𝗮 “𝗘𝘂 𝗹á 𝗳𝗼𝗿𝗮, 𝗔𝗾𝘂𝗶 𝗗𝗲𝗻𝘁𝗿𝗼 – 𝗖𝗿ô𝗻𝗶𝗰𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝘂𝗺 𝗢𝗻𝗰𝗼𝗽𝗮𝗰𝗶𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗻𝗮 𝗣𝗮𝗻𝗱𝗲𝗺𝗶𝗮” 𝘂𝗺𝗮 𝗼𝗯𝗿𝗮 𝗰𝗼𝗺 𝗿𝗲𝗹𝗮𝘁𝗼𝘀 𝗲 𝗿𝗲𝗳𝗹𝗲𝘅õ𝗲𝘀 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗼 𝗲𝗻𝗳𝗿𝗲𝗻𝘁𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗲 𝗹𝘂𝘁𝗮 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮 𝗼 𝗰â𝗻𝗰𝗲𝗿 𝗱𝗲𝘀𝗱𝗲 𝗾𝘂𝗲 𝗼 𝗮𝘂𝘁𝗼𝗿 𝗶𝗻𝗶𝗰𝗶𝗼𝘂 𝗼 𝘁𝗿𝗮𝘁𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼.
“𝙈𝙤𝙧𝙖𝙚𝙯𝙞𝙣𝙝𝙤” 𝙣𝙖𝙨𝙘𝙞𝙙𝙤 𝙚𝙢 1976, é 𝙪𝙢 𝙣𝙤𝙢𝙚 𝙘𝙤𝙣𝙝𝙚𝙘𝙞𝙙𝙤 𝙣𝙖 𝙘𝙚𝙣𝙖 𝙘𝙪𝙡𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡 𝙙𝙚 𝙅𝙖ú, 𝙘𝙤𝙢 𝙪𝙢𝙖 𝙩𝙧𝙖𝙟𝙚𝙩ó𝙧𝙞𝙖 𝙧𝙞𝙘𝙖 𝙚𝙢 𝙚𝙫𝙚𝙣𝙩𝙤𝙨 𝙚 𝙥𝙧𝙤𝙙𝙪çõ𝙚𝙨. 𝙀𝙡𝙚 𝙩𝙧𝙖𝙯 𝙥𝙖𝙧𝙖 𝙚𝙨𝙩𝙚 𝙡𝙞𝙫𝙧𝙤 𝙣ã𝙤 𝙖𝙥𝙚𝙣𝙖𝙨 𝙨𝙪𝙖𝙨 𝙚𝙭𝙥𝙚𝙧𝙞ê𝙣𝙘𝙞𝙖𝙨, 𝙢𝙖𝙨 𝙩𝙖𝙢𝙗é𝙢 𝙪𝙢𝙖 𝙢𝙚𝙣𝙨𝙖𝙜𝙚𝙢 𝙙𝙚 𝙚𝙨𝙥𝙚𝙧𝙖𝙣ç𝙖 𝙚 𝙘𝙤𝙣𝙚𝙭ã𝙤. 𝘼𝙤 𝙚𝙣𝙛𝙧𝙚𝙣𝙩𝙖𝙧 𝙤 𝙘â𝙣𝙘𝙚𝙧 𝙚 𝙖 𝙥𝙖𝙣𝙙𝙚𝙢𝙞𝙖 𝙘𝙤𝙢 𝙘𝙤𝙧𝙖𝙜𝙚𝙢 𝙚 𝙪𝙢𝙖 𝙖𝙡𝙢𝙖 𝙜𝙚𝙣𝙚𝙧𝙤𝙨𝙖, 𝙩𝙧𝙖𝙣𝙨𝙛𝙤𝙧𝙢𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙨𝙪𝙖𝙨 𝙙𝙤𝙧𝙚𝙨 𝙚𝙢 𝙥𝙖𝙡𝙖𝙫𝙧𝙖𝙨 𝙦𝙪𝙚 𝙩𝙤𝙘𝙖𝙢 𝙤 𝙘𝙤𝙧𝙖çã𝙤 𝙙𝙚 𝙩𝙤𝙙𝙤𝙨 𝙣ó𝙨, 𝙚𝙡𝙚 𝙣𝙤𝙨 𝙡𝙚𝙢𝙗𝙧𝙖 𝙦𝙪𝙚, 𝙢𝙚𝙨𝙢𝙤 𝙣𝙤𝙨 𝙢𝙤𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤𝙨 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙙𝙚𝙨𝙖𝙛𝙞𝙖𝙙𝙤𝙧𝙚𝙨, é 𝙥𝙤𝙨𝙨í𝙫𝙚𝙡 𝙚𝙣𝙘𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙧 𝙥𝙧𝙤𝙥ó𝙨𝙞𝙩𝙤 𝙚 𝙡𝙪𝙯. 𝙋𝙧ó𝙭𝙞𝙢𝙤 𝙙𝙚 𝙧𝙚𝙖𝙡𝙞𝙯𝙖𝙧 𝙨𝙪𝙖 100ª 𝙨𝙚𝙨𝙨ã𝙤 𝙙𝙚 𝙦𝙪𝙞𝙢𝙞𝙤, 𝙚𝙡𝙚 𝙜𝙚𝙣𝙩𝙞𝙡𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙘𝙚𝙙𝙚𝙪 𝙚𝙨𝙨𝙖 𝙚𝙣𝙩𝙧𝙚𝙫𝙞𝙨𝙩𝙖 𝙦𝙪𝙚 𝙫𝙖𝙞 𝙞𝙣𝙨𝙥𝙞𝙧𝙖𝙧, 𝙚𝙢𝙤𝙘𝙞𝙤𝙣𝙖𝙧 𝙚 𝙧𝙚𝙣𝙤𝙫𝙖𝙧 𝙖 𝙣𝙤𝙨𝙨𝙖 𝙛é 𝙣𝙖 𝙛𝙤𝙧ç𝙖 𝙙𝙤 𝙚𝙨𝙥í𝙧𝙞𝙩𝙤 𝙝𝙪𝙢𝙖𝙣𝙤! “𝙉𝙖 𝙢𝙞𝙣𝙝𝙖 𝙘𝙖𝙗𝙚ç𝙖 𝙚 𝙣𝙤 𝙢𝙚𝙪 𝙘𝙤𝙧𝙖çã𝙤, 𝙤 𝙩𝙧𝙖𝙩𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙣𝙪𝙣𝙘𝙖 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖𝙧á. 𝙎𝙚𝙢𝙥𝙧𝙚 𝙩𝙚𝙧á 𝙢𝙚𝙢ó𝙧𝙞𝙖𝙨 𝙚 𝙖𝙜𝙤𝙧𝙖 𝙧𝙚𝙜𝙞𝙨𝙩𝙧𝙖𝙙𝙖𝙨 𝙣𝙚𝙨𝙩𝙚 𝙡𝙞𝙫𝙧𝙤 𝙖𝙩é 𝙦𝙪𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙚𝙪 𝙥𝙖𝙧𝙩𝙞𝙧”, 𝙙𝙞𝙨𝙨𝙚 𝙈𝙤𝙧𝙖𝙚𝙨.
𝐖𝐢𝐥𝐬𝐨𝐧, 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐦𝐨𝐭𝐢𝐯𝐨𝐮 𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐞𝐫 “𝐄𝐮 𝐋á 𝐟𝐨𝐫𝐚 𝐚𝐪𝐮𝐢 𝐃𝐞𝐧𝐭𝐫𝐨...” 𝐝𝐮𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐮𝐦 𝐩𝐞𝐫í𝐨𝐝𝐨 𝐭ã𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐟𝐢𝐚𝐝𝐨𝐫 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐨 𝐭𝐫𝐚𝐭𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐜â𝐧𝐜𝐞𝐫 𝐞 𝐚 𝐩𝐚𝐧𝐝𝐞𝐦𝐢𝐚?
Houve alguns gatilhos para escrever. Quando ia para sessões de quimioterapia me sentia deprimido. Comecei a escrever textos no meu instagram e facebook toda sessão de quimio, e isso criou uma rede de apoio que futuramente virou coisa maior. Descobrimentos de propósitos uma vez que o modo que escancarei a doença gerou alguns efeitos positivos em famílias que estavam passando pelo tratamento oncológico. Achado o propósito, minha terapeuta colocou pilha para registrar e deu no que deu (risos).
𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐯𝐨𝐜ê 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐚 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐚𝐫 𝐩𝐨𝐫 𝐬𝐞𝐬𝐬õ𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐢𝐦𝐢𝐨𝐭𝐞𝐫𝐚𝐩𝐢𝐚 𝐧𝐨 𝐇𝐨𝐬𝐩𝐢𝐭𝐚𝐥 𝐀𝐦𝐚𝐫𝐚𝐥 𝐂𝐚𝐫𝐯𝐚𝐥𝐡𝐨, 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜𝐢𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐞𝐦 𝐮𝐦 𝐦𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐦𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐯𝐚 𝐥𝐢𝐝𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐢𝐧𝐜𝐞𝐫𝐭𝐞𝐳𝐚 𝐝𝐚 𝐂𝐎𝐕𝐈𝐃-𝟏𝟗?
Foi pesado. O meu diagnóstico foi no dia 13 de junho de 2.020, três meses do começo da pandemia. O momento era de total apreensão. Mas não senti medo porque o meu diagnóstico e procedimentos no começo não deu muito tempo de pensar em nada. Cirurgia em junho, quimios em agosto. O sentimento era de atenção total principalmente em um paciente oncológico com imunidades baixas. E claro que o baixo astral de só agenda negativa por todo o canto em decorrência das noticias da pandemia.
𝗗𝗲 𝗾𝘂𝗲 𝗺𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗮 𝗽𝗮𝗻𝗱𝗲𝗺𝗶𝗮 𝗮𝗳𝗲𝘁𝗼𝘂 𝗻ã𝗼 𝗮𝗽𝗲𝗻𝗮𝘀 𝘀𝗲𝘂 𝘁𝗿𝗮𝘁𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼, 𝗺𝗮𝘀 𝘁𝗮𝗺𝗯é𝗺 𝗮 𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝘃𝗼𝗰ê 𝘀𝗲 𝗰𝗼𝗻𝗲𝗰𝘁𝗼𝘂 𝗰𝗼𝗺 𝗮𝗺𝗶𝗴𝗼𝘀, 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝗶𝗮𝗿𝗲𝘀 𝗲 𝗮 𝗰𝗼𝗺𝘂𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗱𝘂𝗿𝗮𝗻𝘁𝗲 𝗲𝘀𝘀𝗲 𝗽𝗲𝗿í𝗼𝗱𝗼?
No meu caso, como produtor cultural e de eventos, ela me afetou diretamente. E conexão restritíssima. Sem visitas. Papos foram todos online. A família foi muito presente. Minha mãe teve papel essencial. 2.020 e 2.021 foi muito pesado em Jaú. E só agenda negativa nos meios de informação. Além das mortes, a polarização politica que deixava o ambiente mais pesado. Mas como dito acima, criamos uma rede de apoio muito forte. Por isso, no livro, falo muito de gratidão e desprendimento.
𝐐𝐮𝐚𝐢𝐬 𝐟𝐨𝐫𝐚𝐦 𝐨𝐬 𝐩𝐫𝐢𝐧𝐜𝐢𝐩𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐟𝐢𝐨𝐬 𝐞𝐦𝐨𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜ê 𝐞𝐧𝐟𝐫𝐞𝐧𝐭𝐨𝐮 𝐝𝐮𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐨 𝐭𝐫𝐚𝐭𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐞𝐥𝐞𝐬 𝐢𝐧𝐟𝐥𝐮𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐚 𝐧𝐚𝐫𝐫𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚 𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨?
Acho que o primeiro desafio mesmo foi quando eu percebi que a vida não para durante o tratamento. Em julho perdi um primo muito querido o que fez me constatar que a vida não congela para você cuidar de um câncer. Percalços e conquistas da vida fora do tratamento faziam parte do processo. Foi aí que constatei que precisaria ocupar a cabeça para aguentar o tranco e não ficar pensando em bobagem. As memórias começaram a ser registradas e começou a ser delineado todo o processo da escrita do livro.
𝐕𝐨𝐜ê 𝐦𝐞𝐧𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚 𝐦𝐞𝐦ó𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐞 𝐫𝐞𝐥𝐚𝐭𝐨𝐬 𝐞𝐦 𝐬𝐞𝐮 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨. 𝐇á 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐦𝐚 𝐡𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐚 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜í𝐟𝐢𝐜𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜ê 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐢𝐝𝐞𝐫𝐚 𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐢𝐦𝐩𝐚𝐜𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐨𝐮 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐝𝐨𝐫𝐚?
Todas as memórias registradas no livro são importantes. Difícil escolher uma. Algumas perdas foram muito tristes e marcantes. Eu tive que ter um equilíbrio emocional muito grande para poder tocar o processo. Mas em se tratando para o livro podemos citar o capítulo “O propósito do propósito” em que relato o recebimento de uma mensagem de um amigo que tem um distúrbio bipolar e que acordou com vontade de tirar própria vida. Foi quando ele abriu e viu uma mensagem minha de alguma sessão de quimio e que o texto foi um alento para que ele tirasse aquela ideia de se matar naquele momento. Acho que foi aí que percebi um propósito maior para se registrar de vez a trajetória.
𝐕𝐨𝐜ê 𝐭𝐞𝐯𝐞 𝐚𝐩𝐨𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐝𝐢𝐟𝐞𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐬𝐞𝐠𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐬𝐨𝐜𝐢𝐞𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐮𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐬𝐮𝐚 𝐣𝐨𝐫𝐧𝐚𝐝𝐚. 𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐞𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐞𝐱õ𝐞𝐬 𝐢𝐦𝐩𝐚𝐜𝐭𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐬𝐮𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐮𝐩𝐞𝐫𝐚çã𝐨 𝐞 𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨?
Preponderante! Essencial! A tônica de tudo! As relações humanas tocaram todo o processo. Fui muito respaldado pela família, pelos amigos da vida inteira. Amigos novos. Por todos os profissionais de saúde. Todos os meus médicos foram muito corajosos. Os enfermeiros e enfermeiras foram e são essenciais em toda a luta. Minha terapeuta teve papel preponderante para escrever. Colocou pilha forte. As pessoas que me deram trabalho. Nunca esqueceram de mim. Sempre me proporcionando o que foi essencial para não ficarmos pensando só na doença. Eu posso ficar horas falando sobre essas pessoas. Bom, está tudo registrado no livro.
𝐎 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜ê 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐨𝐬 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐚𝐩𝐫𝐞𝐧𝐝𝐚𝐦 𝐨𝐮 𝐬𝐢𝐧𝐭𝐚𝐦 𝐚𝐨 𝐥𝐞𝐫 𝐬𝐮𝐚𝐬 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚𝐬 𝐞 𝐫𝐞𝐟𝐥𝐞𝐱õ𝐞𝐬 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐚 𝐥𝐮𝐭𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚 𝐨 𝐜â𝐧𝐜𝐞𝐫?
A luta pelo câncer ela é doída e pesada. Mas ela não é um bicho de sete cabeças. Eu acho que na verdade, no final das contas, a principal mensagem que acabou se delineando como um modo de fazer, estar atento, forte e ocupando a cabeça para o tratamento e suas nuances negativas não tomar conta de você.
E se deixar permitir. Não só ser agenda positiva. Somos humanos. Se permitir em sofrer, reclamar, ficar chateado com a doença. Chorar. A dor te deixa calejado, forte.
Não é fácil! Mas dá!
𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐚 𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐞 𝐚 𝐜𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚, 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐧𝐨 𝐥𝐚𝐧ç𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐧𝐚 𝐂𝐚ç𝐚𝐦𝐛𝐚𝐫𝐢𝐚 𝐄𝐬𝐩𝐚ç𝐨 𝐀𝐫𝐭𝐞, 𝐚𝐣𝐮𝐝𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐚 𝐦𝐨𝐥𝐝𝐚𝐫 𝐬𝐮𝐚 𝐣𝐨𝐫𝐧𝐚𝐝𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐮𝐫𝐚 𝐞 𝐫𝐞𝐬𝐢𝐥𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚?
O livro trata muito de relações humanas. Desde o começo da trajetória, eu tive muito respaldo de amigos e famílias. Desde o começo. Todo o tipo de ajuda. Desde emocional a financeiro.
E a maioria das pessoas que conviveram comigo nestes últimos 4 anos e meio foram no lançamento. Passaram por lá de algum modo. Eu fiquei muito feliz, muito realizado, muito respaldado e até protegido. E, claro que recarrega bateria para a continuação.
No sábado dia 8 de março eu lancei o livro e na segunda, dia 10, estava em mais uma sessão de quimio. E emblemático lançar na Caçambaria, lugar que me acolheu desde o começo da luta.
𝐐𝐮𝐚𝐢𝐬 𝐬ã𝐨 𝐚𝐬 𝐦𝐞𝐧𝐬𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬 𝐩𝐫𝐢𝐧𝐜𝐢𝐩𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜ê 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐚𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐦𝐢𝐭𝐢𝐫 𝐚𝐨𝐬 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐭ã𝐨 𝐞𝐧𝐟𝐫𝐞𝐧𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐟𝐢𝐨𝐬 𝐬𝐞𝐦𝐞𝐥𝐡𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬, 𝐬𝐞𝐣𝐚 𝐞𝐦 𝐫𝐞𝐥𝐚çã𝐨 à 𝐬𝐚ú𝐝𝐞 𝐨𝐮 à 𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐞𝐦 𝐠𝐞𝐫𝐚𝐥?
Ocupem a cabeça. Parece repetitivo mas para mim foi essencial. E lute por você e pelo seu entorno. Pelo seu filho, filha, neto, neta, mãe, pai, marido, esposa.
Muitos falam pra mim “eu não aguentaria o que você aguenta”. Todo mundo aguenta, todo mundo dá um jeito, porque nós lutamos por nós e para as pessoas queridas que nos rodeiam.
𝐀𝐩ó𝐬 𝐨 𝐥𝐚𝐧ç𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨, 𝐪𝐮𝐚𝐢𝐬 𝐬ã𝐨 𝐬𝐞𝐮𝐬 𝐩𝐫ó𝐱𝐢𝐦𝐨𝐬 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐨𝐬? 𝐕𝐨𝐜ê 𝐭𝐞𝐦 𝐩𝐥𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐫 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐨𝐮 𝐝𝐞 𝐬𝐞 𝐞𝐧𝐯𝐨𝐥𝐯𝐞𝐫 𝐞𝐦 𝐩𝐫𝐨𝐣𝐞𝐭𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐣𝐮𝐝𝐞𝐦 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐧𝐟𝐫𝐞𝐧𝐭𝐚𝐦 𝐝𝐨𝐞𝐧ç𝐚𝐬?
Eu sempre tive na minha pauta registrar uma memória dos últimos trinta anos em que convivi com os artistas, eventos culturais e na balada da cidade. E claro que lançar um livro dá mais coragem para escrever o segundo. Está na minha pauta.
Eu agora faço parte do voluntariado do Amaral Carvalho em um projeto musical chamado Relicário de Canções. Quero continuar envolvido nele. Sou muito grato ao Hospital Amaral Carvalho e principalmente nas pessoas que estão junto conosco no dia a dia. Os enfermeiros, enfermeiras, técnicos de enfermagem, porteiro, recepcionistas. Meus médicos. Esse pessoal que não tem o cargo maior da entidade mas são essenciais para o processo. Quero continuar ajudando a entidade mesmo que pare de fazer o tratamento.
📖O livro está disponível nos pontos de venda:
✅ Biblioteca Eu Passarinho na Caçambaria
Rua Tenente Lopes, nº 1569;
✅ Empório Gastronômico Monet
Rua Jordano Sanzovo, nº 530 – Quinta a sábado – a partir das 18h - Domingo – 12h
✅ Livraria Vamos Ler
Rua 13 de maio, nº 64 e Loja Jaú Shopping;
✅ Padaria Santo Antonio da Visconde
Rua Visconde do Rio Branco, nº 816;
✅ Papelaria e Livraria – Sebo da Alfa
Rua Lourenço Prado, nº 1.066
✅ Posto Alvorada - Praça José Lourenço, nº 10
(Ao lado do Hospital Amaral Carvalho)
✅ Shock Video Café
Rua Dr João Leite nº 475 – 12h as 18:30h