Ecocariri, Juazeiro do Norte (2025)

15/09/2025

SUPERANDO A AMAZÔNIA 🌵 | Um estudo publicado na revista Science of the Total Environment revelou que a Caatinga é responsável por quase 50% de toda a captura de carbono no país entre 2015 e 2022 — mesmo ocupando apenas 10% do território nacional.

A pesquisa, conduzida por cientistas da UNESP, analisou dados do SEEG e do Climate Trace para medir emissões e remoções de gases de efeito estufa.

O destaque ficou para a vegetação da Caatinga, que reage de forma intensa às chuvas: quando o volume supera a média do bioma, a fotossíntese aumenta significativamente, ampliando o sequestro de carbono.

Segundo o pesquisador Luís Miguel da Costa, enquanto a Amazônia atinge um “platô” de absorção, a Caatinga mostra um salto expressivo nos anos mais chuvosos.

De acordo com os autores do artigo, as emissões brasileiras estão totalmente associadas às mudanças no uso e na ocupação da terra, sendo a agricultura o segundo setor que mais emite, seguida pelo setor de Energia.

Segundo os dados oficiais do SEEG, as emissões brutas brasileiras de GEE no ano de 2023 totalizaram aproximadamente 2,3 bilhões de toneladas de CO₂.

17/07/2025

🚨 Projeto ignora crise climática, enfraquece órgãos ambientais e facilita autolicenciamento para atividades de risco.

02/07/2025

EM 2024 📈| A Área de Proteção Ambiental (APA) Chapada do Araripe apareceu no ranking como a 3ª Unidade de Conservação com maior área desmatada do país, em 2024. Durante o período, a região perdeu 5.965 hectares de vegetação. Os dados são do relatório anual de desmatamento do MapBiomas.

Em comparação ao ano de 2023, o desmatamento na Chapada do Araripe teve um aumento de 28,66%. Subindo de 5º para 3º no ranking nacional. O índice está em disparidade com as unidades de conservação do país como um todo, que em 2024, apresentaram redução de 42,5% no desmatamento em relação a 2023.

De acordo com o relatório, a maior parte do desmatamento em UCs continua ocorrendo em Unidades de Conservação Estaduais de Uso Sustentável. Nos últimos seis anos, 57,8% de toda a perda de vegetação nativa em UCs ocorreu dentro deste grupo.

Já em relação ao Ceará como um todo, em 2024, o desmatamento atingiu mais de 109 hectares por dia, sendo o 9º estado com maior índice de desmatamento do país. O número de alertas para a região teve aumento de 23,5% em comparação ao ano anterior.

O documento também aponta a atuação dos Ministérios Públicos Estaduais no combate ao desmatamento. No caso do Ceará, apesar de não existir uma ação articulada específica para o combate ao desmatamento, o relatório aponta que o MPCE possui uma ampla atuação nos casos concretos, através de atuação dos órgãos de execução e parcerias realizadas com os órgãos de fiscalização ambiental, tais como IBAMA, ICMBio e SEMACE e integração ao Projeto Mata Atlântica em Pé e o APA REGULAR.

22/05/2025

Na noite desta quarta-feira (21), o País sede da COP30 foi protagonista do maior desmonte ambiental dos últimos 40 anos, o PL da devastação foi aprovado com medidas inconstitucionais para flexibilizar o licenciamento ambiental, instrumento que garante a proteção ambiental do Brasil.

22/05/2025

País sede da COP30 acaba de aprovar o maior retrocesso dos últimos 40 anos. O projeto confronta a própria Constituição e os Direitos Humanos e tem a reprovação do Ministério do Meio Ambiente, além de órgãos e institutos de pesquisa em saúde.

30/04/2025

MANDÍBULAS DE FOICE 🐜 | Cientistas identificaram os restos fossilizados da formiga mais antiga que se tem notícia, a Vulcanidris cratensis. O inseto com asas e mandíbulas em forma de foice viveu há cerca de 113 milhões de anos, na era dos dinossauros. O fóssil foi preservado em calcário descoberto no município de Crato, região do Cariri cearense.

A espécie faz parte de uma linhagem chamada “formigas do inferno” – nomeada em homenagem às suas mandíbulas de aparência demoníaca – que se desenvolveu em uma ampla área geográfica no Período Cretáceo, mas não possui descendentes vivos atualmente.

A formiga de médio porte, com cerca de 1,35 cm de comprimento, possuía mandíbulas altamente especializadas que lhe permitiam imobilizar ou empalar presas. Como algumas formigas vivas hoje, ela tinha asas e parece ter sido capaz de voar. Também possuía um ferrão bem desenvolvido, como o de uma vespa.

"Provavelmente seria confundida com uma vespa por um olhar destreinado", afirmou o entomologista Anderson Lepeco, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, principal autor do estudo publicado esta semana na revista Current Biology.

Suas mandíbulas se moviam para cima e para baixo, e não para os lados, como acontece nas formigas atuais. "Elas provavelmente usavam suas mandíbulas (peças bucais) para manusear suas presas de uma maneira específica. Atualmente, muitas mandíbulas com formatos estranhos podem ser encontradas em formigas, mas elas geralmente se articulam horizontalmente", disse Lepeco.

A anatomia da Vulcanidris está bem preservada no calcário, que foi escavado há décadas na formação geológica do Crato, provavelmente nas décadas de 1980 ou 1990, segundo Lepeco. Ela pertencia a uma coleção particular antes de ser doada ao museu de São Paulo há cerca de cinco anos.

"Eu estava procurando vespas entre os fósseis da coleção e fiquei chocado quando reconheci esta como parente próxima de uma formiga-do-inferno descrita anteriormente em âmbar birmanês", disse Lepeco, referindo-se ao fóssil de Mianmar.

04/04/2025

MATERIAL ESTAVA NO REINO UNIDO 🐜 | 25 fósseis de insetos levados ilegalmente da região da Chapada do Araripe para o Reino Unido foram repatriados e transferidos para o Brasil, no mês de março. O material, datado em cerca de 100 milhões de anos, encontra-se resguardado na sede da Procuradoria Geral da República, e deve ser direcionado ao Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri.

Com o retorno das peças, o Ministério Público Federal vai dar prosseguimento às apurações para identificar os responsáveis pela extração ilegal do patrimônio. A repatriação do material foi possível a partir de uma ação do MPF, com início em 2023. Na ocasião, pesquisadores denunciaram a venda das peças em um site especializado na comercialização de rochas e fósseis.

Por meio de laudos técnicos foi identificada a presença de Pedra Cariri nos fósseis, que é típica da Formação Crato, presente nos municípios de Santana do Cariri e Nova Olinda. O documento afirma ainda que o material passou por processo de preparação, que torna os fósseis mais valorizados no mercado de colecionadores.

De 2022 para cá, o MPF já conseguiu repatriar mais de mil fósseis de animais e plantas, extraídos da região e levados de forma irregular à Europa. As peças encontradas na região foram retiradas clandestinamente e enviadas para museus de outros países e coleções particulares.

Outros casos ainda tramitam na Justiça da França, como um esqueleto quase completo de pterossauro da espécie Anhanguera. Mais 45 fósseis de tartarugas marinhas, peixes, répteis, insetos e plantas estão nesta mesma situação. De acordo com o Ministério Público, o material está avaliado em quase 600 mil euros.

28/03/2025

CRITÉRIO DE RISCO CLIMÁTICO ⛈️| Nesta quinta-feira (27), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) anunciou 50 municípios que vão participar da 1ª fase do programa Cidades Modelos Verdes Resilientes. Entre eles estão: Fortaleza, Maranguape, Crato, Itapipoca e Sobral. O objetivo é que os municípios desenvolvam, até a COP30, propostas de obras ou políticas públicas de curto prazo para combater eventos como secas, tempestades ou deslizamentos.

Cada cidade deve desenvolver duas ações locais, uma para mitigar a emissão de gases de efeito estufa e outra para adaptar a sua infraestrutura. Os municípios receberão ajuda de uma plataforma de inteligência artificial do C40 Cities Climate Leadership Group.

A inteligência artificial se baseia em ações climáticas já realizadas em todo o mundo, e também no Brasil, além de combinar potenciais projetos com as necessidades do município. As ações podem ser desde a construção de um centro de monitoramento climático até um projeto de lei para incentivo de energia renovável.

As 50 cidades foram escolhidas por critérios de diversidade regional, tamanho, e pelo ranqueamento do índice de risco climático do AdaptaCidades, outro programa que fornece dados da vulnerabilidade social e ambiental dos municípios.

Cidades escolhidas:

Norte: Rio Branco, Abaetetuba (PA), Altamira (PA), Boa Vista, Cameta (PA), Caracai (RR), Ji-Paraná (RO), Manaus, Parintins (AM) e Tarauaca (AC).

Nordeste: Maranguape (CE), Arapiraca (AL), Cajazeiras (PB), Camaragibe (PE), Crato (CE), Fortaleza (CE), Ilhéus (BA), Itapipoca (CE), Juazeiro (BA), Mossoró (RN), Palmeira dos Índios (AL), São Cristóvão (SE), Sobral (CE) e Vitória de Santo Antão (PE).

Centro-Oeste: Corumbá (MS), Cáceres (MT), Campo Grande, Coxim (MS), Cuiabá, Formosa (GO), Goiânia, Miranda (MS), Sinop (MT) e Tangará da Serra (MT).

Sudeste: Serra (ES), Aracruz (ES), Cariacica (ES), Contagem (MG), Montes Claros (MG), Petrópolis (RJ), Ribeirão das Neves (MG), Rio de Janeiro, São João de Meriti (RJ) e Sorocaba (SP).

Sul: Caxias do Sul (RS), Campo Largo (PR), Cruzeiro do Sul (RS), Gravataí (RS), Porto Alegre (RS) e São Leopoldo (Sul).

07/03/2025

MONITOR DAS SECAS 🔎 | Em dezembro do ano passado, o estado do Ceará atingiu o índice de 42,67% do território com presença de “seca moderada”. Com o registro do grande volume de precipitações no mês de janeiro, o cenário de seca moderada foi eliminado em todo o estado.

Em contrapartida, 63,18% da extensão do Ceará está em situação de “seca fraca”, de acordo com os dados do Monitor das Secas, elaborado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

O volume médio de chuvas registrado em janeiro ultrapassou em 91,4% a média para o período, tendo a macrorregião do Cariri o maior volume de chuvas recebido, com 252mm, 71,5% acima da média, apontam os dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

De acordo com o presidente da instituição, Eduardo Sávio Martins, o cenário previsto para os próximos meses indica uma probabilidade de 45% para chuvas em torno da média, 30% para precipitações abaixo da média e 25% para chuvas acima da normal climatológica.O prognóstico segue um padrão semelhante ao apresentado em fevereiro para o trimestre de fevereiro a abril.

Para os próximos meses, o padrão de distribuição das chuvas no território cearense deve se manter, com maiores volumes na porção norte e condições menos favoráveis para o centro-sul do estado.

02/01/2025

2025 começou e nosso propósito continua o mesmo na pauta ambiental através do jornalismo ✊🏼🌱🗞️

20/12/2024

ALTERAÇÃO DE LEI HISTÓRICA ☢️ | Nesta quinta-feira (19), o Governo do Ceará sancionou o projeto de lei que autoriza o uso de drones para a pulverização de agrotóxicos no estado, a sanção foi publicada no Diário Oficial do Estado desta quinta, após aprovação do projeto na Assembleia Legislativa. O projeto é de autoria do deputado Felipe Mota (União Brasil).

A aprovação altera a Lei Zé Maria do Tomé, aprovada em 2018, que proibia a pulverização aérea de agrotóxicos em todo território cearense, no qual se tornou o primeiro estado do Brasil a proibir a prática. A lei foi sugestão do deputado Renato Roseno (Psol) e teve co-autoria do atual governador do Ceará, Elmano de Freitas, deputado à época.

Na assembleia, o projeto teve 22 votos favoráveis, nove contrários e uma abstenção.

Uma nota conjunta assinada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) aponta falta de estudos sobre o impacto da pulverização por drones e que as centenas de casos de contaminação “deliberada ou acidental” no país colocam em xeque a segurança proposta pelo equipamento.

Lei Zé Maria do Tomé

A lei homenageia o líder comunitário assassinado em 2010 por denunciar os impactos da pulverização aérea na saúde e no meio ambiente na Chapada do Apodi, no leste do Ceará.

16/12/2024

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE 🌵 | Na última quarta-feira (11), a Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei 1990/2024, que institui a Política Nacional para a Recuperação da Vegetação da Caatinga. O bioma, exclusivamente brasileiro, terá uma estratégia para recuperação imediata e produtiva de sua vegetação nativa.

De autoria da senadora Janaína Farias (PT-CE), o projeto de lei foi elaborado com apoio técnico do Instituto Escolhas. A aprovação seguiu os termos do relatório apresentado pela senadora Teresa Leitão (PT-PE). O texto agora segue para a Câmara dos Deputados.

O Programa Nacional de Recuperação da Vegetação da Caatinga inclui a participação de comunidades locais em atividades de restauração, capacitação de trabalhadores e geração de renda e emprego no âmbito da agricultura familiar, entre outros incentivos.

Entre os objetivos da proposta estão a garantia de segurança hídrica, com foco na quantidade e qualidade da água na região, que sofre com longos períodos de estiagem; a ampliação da produção de alimentos de forma sustentável, protegendo o bioma enquanto contribui para a soberania e segurança alimentar; o estímulo ao manejo florestal sustentável e à bioeconomia, contribuindo com a renda na região; além de medidas para a recuperação da vegetação caatingueira.

Para Rafael Giovanelli, gerente de Pesquisa do Instituto Escolhas, a decisão do Senado vem em boa hora. "A Caatinga é um dos biomas mais vulneráveis do Brasil e um dos que mais sofre os efeitos negativos das mudanças climáticas. A política nacional cria condições para adaptar o bioma a essa dura realidade, buscando garantir segurança hídrica e alimentar, emprego e renda para a população”, explicou.

Um estudo do Escolhas identificou uma área de 1 milhão de hectares desmatados na Caatinga que precisam ser urgentemente recuperados. A ação de recuperação do bioma pode gerar mais de R$ 29 bilhões em receitas líquidas, além de produzir 7 milhões de toneladas de alimentos e capturar mais de 702 milhões de toneladas de carbono da atmosfera, mitigando os efeitos adversos das mudanças climáticas.

Ecocariri

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