07/10/2025
ANNA CYNTHYA DA SILVA nasceu em Goiânia (GO) e, ainda criança e adolescente, já tinha dois sonhos: cursar uma faculdade e aprender inglês. O nome do meio até parece “inglesado”, o que pode parecer obra do destino.
Mudou-se aos dois anos de idade, com a mãe e os irmãos, para a cidade de Minaçu, no interior do estado, e foi lá que o sonho de aprender inglês aflorou. A cidade tinha uma mineradora e muitos estrangeiros passavam por lá, o que a deixava encantada ao ouvir a língua estrangeira.
O tempo passou, ela realizou vários sonhos . Está com 48 anos, é filha da Sra. Célia — que foi mãe e pai — e irmã de José Divino, Jucélia, Gil, Valquíria e Janaína. Os irmãos moram em cidades diferentes, como Goiânia, Belo Horizonte e até na Itália.
De origem humilde, começou a trabalhar aos 12 anos em uma loja de roupas infantis da irmã. Depois, trabalhou como embaladora em supermercados e como atendente em locadora de filmes. Era necessário trabalhar para conquistar suas coisas e ajudar a mãe — e também colaborava nos afazeres domésticos.
Por ter irmãos mais velhos e outros mais novos, foi educada por uns e ajudou a educar outros, o que lhe trouxe senso de responsabilidade ainda muito jovem.
Da infância, lembra com carinho das férias na casa da avó, em Goiânia, onde podia ser totalmente criança e brincar com os primos.
Na pequena cidade onde morava, fez amizade com a saudosa Adriana, filha de uma família de Lagoa que havia se mudado para lá a trabalho. Os pais da amiga eram o saudoso Sr. Tunico e a Sra. Zezé — para situar melhor, eles também eram pais do saudoso Aislan, da Academia. A amizade entre as mães, Sra. Zezé e Sra. Célia, também floresceu.
Anna se formou no atual chamado Ensino Médio, mas, pelas dificuldades financeiras e pela distância, não pôde ingressar na faculdade naquela época.
Foi então que o casal amigo, já de volta a Lagoa da Prata, foi visitar sua família em Minaçu. Durante a conversa, Dona Zezé perguntou quais eram seus planos e, ao ouvir sobre seus sonhos, num gesto de carinho e amizade, a convidou para vir morar em Lagoa da Prata. O convite foi aceito — por ela e por sua mãe — e, quatro meses depois, ela veio “de mala e cuia”.
Foi recebida pela família com muito carinho e total acolhida, pela qual é grata até hoje e para sempre. Morou com eles por alguns anos até seguir seus próprios caminhos.
Ao chegar, começou a trabalhar em uma empresa que revende pneus, onde conheceu Aline Rodrigues, Maria Elisa e a saudosa Vanessa Miranda, entre outras pessoas que se tornaram grandes amigas.
Pouco tempo depois, ao saber que havia uma unidade do CCAA (curso de idiomas) na cidade, foi logo se informar e, no segundo semestre daquele ano, matriculou-se — começando, assim, a realizar seu sonho. Aprendeu inglês e, com o tempo, surgiu uma oportunidade: tornou-se dona da escola, que pertencia a Kita Dorjó, sua mentora e incentivadora.
O negócio foi e é comandado em sociedade com Wandinha e Fabiana, e hoje elas comemoram 20 anos à frente da instituição.
Quem a vê enturmada, comunicativa e independente pode imaginar que a adaptação foi rápida — mas não foi. Houve um tempo de ajuste até tudo se encaixar. Hoje, sim, é bem integrada, adora festas, estar com os amigos, tomar uma boa caipirinha e frequentar os bares da cidade.
Uma lembrança marcante da chegada foi o trajeto de ônibus até Luz onde casal amigo foi buscá-la de carro, e quando o veículo reduziu a velocidade ao passar por Moema, ela se assustou, achando que já havia chegado a Lagoa:
“Vish, saí de uma cidade pequena e vim pra uma menor ainda!”, pensou.
O susto passou logo, e ao chegar a Lagoa da Prata, ficou encantada com a cidade — tanto que já se passaram 31 anos e ela está completamente enraizada aqui. Sua mãe veio há 25 anos e também se apaixonou pelo lugar.
Religiosa, sabe preparar risoto e feijoada, mas admite: a culinária não é o seu forte. Gosta de esportes, pratica corrida e musculação, torce para o Atlético e curte a cidade ao máximo, sempre achando Lagoa vibrante, alegre, com um clima que parece de verão o ano inteiro.
Não se envolve em política, se considera bastante vaidosa e confessa ter uma irritação: desordem — como, por exemplo, quando pessoas na academia não colocam os pesos de volta nos lugares certos após o uso.
É atuante como voluntaria da Fundação Chiquita Perillo há 25 anos, onde participa do planejamento e execução de eventos, de ações de divulgações e também visitando os pacientes.
Com essa trajetória e amor pela cidade, nada mais justo do que reconhecê-la como uma verdadeira lagopratense de coração.
E tem mais: ela é sócia do Oeste Estrela Clube e, de vez em quando, toma rum com coca-cola (já tomou mais!). Situações simples e genuínas que a tornam ainda mais merecedora do título.