23/09/2025
Dia Mundial Sem Carro: Rio Bananal e mais cinco cidades do ES têm mais veículos que moradores
O Dia Mundial Sem Carro foi celebrado nesta segunda-feira, dia 22 de setembro. E para reforçar a importância da data, a Coordenação de Geoespacialização do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) elaborou um levantamento com dados sobre frota de veículos.
De acordo com o IJSN Especial - Dia Mundial, no Espírito Santo os números mostram o crescimento expressivo da frota de veículos nos últimos anos. Em 2015, eram 891.521 automóveis registrados e, em 2025, já são mais de 1,17 milhão, um aumento de 32,2%.
As motocicletas também tiveram uma alta de 42,7% no mesmo período, passando de 421.249 para 601.282 unidades. Atualmente, a taxa de motorização no Estado é de 68% e, em seis municípios, o número de veículos já supera a população: Bom Jesus do Norte, Dores do Rio Preto, Iconha, Santa Maria de Jetibá, Vila Valério e Rio Bananal.
O estudo mostra que, em 2024, 985 pessoas perderam a vida em acidentes nas ruas e rodovias do Espírito Santo. Já até agosto de 2025, 553 mortes haviam sido registradas, a maior parte envolvendo motociclistas jovens do s**o masculino.
O Dia Mundial Sem Carro surgiu na Europa na década de 1970 e chegou ao Brasil no começo dos anos 2000. A proposta do movimento é alertar sobre a dependência do transporte individual motorizado e estimular o uso de alternativas mais sustentáveis, como o transporte coletivo, a bicicleta e os deslocamentos a pé.
AFUÁ, NO PARÁ, É A ÚNICA CIDADE BRASILEIRA ONDE AUTOMÓVEIS SÃO PROIBIDOS
No município paraense de Afuá, as atividades propostas durante o Dia Mundial Sem Carro não representam qualquer perturbação no cotidiano: a cidade, com população estimada em 39,9 mil habitantes, proíbe, o ano inteiro, a circulação de carros, motocicletas e demais veículos motorizados de pequeno ou grande porte.
O modelo, pouquíssimo usual no Brasil, chama atenção de pesquisadores e cicloativistas. Entre os motivos para a regra, está o planejamento peculiar da cidade. Localizada em uma região alagadiça na Ilha de Marajó, Afuá possui a maioria das casas e ruas suspensas sobre palafitas de madeira -- que não permitem o peso e velocidade dos carros -- e realiza a maior parte do seu transporte de cargas por meio de embarcações.
Além disso, as distâncias curtas da área urbana, que não ultrapassam os 6 quilômetros de extensão, também contribuem para a popularidade dos pedais.
Para conduzir a vida sem carro, as adaptações exigem criatividade: as bikes auxiliam rondas policiais, serviço de táxi, passeios turísticos e até o resgate em ambulâncias, esse último contando com uma maca acoplada à estrutura de duas rodas. Além disso, não existem carros oficiais. Empresas, profissionais de todas as áreas e até mesmo o prefeito da cidade cumprem suas obrigações em bicicletas ou triciclos.