Ecclesia semper reformanda est

Ecclesia semper reformanda est “Ecclesia Reformanda”, o Espírito de Deus promove o crescimento e a compreensão das Escrituras nas gerações, sem com isso mudar a verdade .

O ANTÍDOTO PARA A DECADÊNCIA: UMA GERAÇÃO FORJADA PELA PALAVRA QUE ERGUE A SANTIDADE - Salmo 119:9-16       O Salmo 119:...
27/10/2025

O ANTÍDOTO PARA A DECADÊNCIA: UMA GERAÇÃO FORJADA PELA PALAVRA QUE ERGUE A SANTIDADE - Salmo 119:9-16

O Salmo 119:9 nos convoca, especialmente os jovens, a assumir um compromisso e uma identidade. Uma sociedade será tão forte quanto os seus homens. Homens fracos resultarão em casamentos, famílias, igrejas e uma sociedade fracos. Os jovens precisam se preparar para assumir papéis de liderança.

Que qualidade o jovem deve ter? A qualidade da pureza. Em Salmo 119:9-16, temos um chamado direto para que assumam a responsabilidade pela pureza de vida e pela futura liderança na igreja, na família e na sociedade. A mensagem é estruturada em três partes: a necessidade, o caminho e a promessa da pureza.

1. A Necessidade da Pureza

Vivemos em uma sociedade impura, onde a licenciosidade não só é tolerada, mas promovida, como exemplificado pela redefinição do casamento e pela imoralidade na mídia. Infelizmente, a impureza é uma condição humana universal, que habita em todos por natureza. Somente pela fé em Cristo, por meio de Seu sangue e Espírito, podemos ser perdoados e travar a batalha contra nossos desejos impuros. O chamado à pureza é para todos, mas é dirigido com urgência aos jovens, que enfrentam tentações frequentes e específicas em festas, relacionamentos e na cultura predominante. Uma vez que as Escrituras afirmam que nenhum imoral ou impuro herdará o Reino de Deus, a busca pela santidade torna-se uma questão de desfrutar a alegria da salvação e a esperança de ver a Cristo.

2. O Caminho para a Pureza

A resposta para a questão crucial "Como pode um jovem manter puro o seu caminho?" é viver de acordo com a Palavra de Deus. Isto envolve:

• Buscar o Senhor de todo o coração: Ter um desejo sincero de conhecer a Deus e harmonizar a vida com a Sua vontade.
• Guardar a Palavra no coração: Internalizar os ensinamentos de Deus, meditando neles para que se tornem parte do seu ser e atuem como um freio contra o pecado.
• Falar a Palavra: A Palavra guardada no coração deve transbordar em louvor e na recitação das leis de Deus, demonstrando com as palavras o que se valoriza internamente.
• Alegrar-se nos estatutos do Senhor: Ver o privilégio de ser um filho da aliança de Deus como a maior das riquezas, encontrando alegria em obedecer aos Seus decretos.

3. A Promessa da Pureza

O salmista conclui com a promessa de não negligenciar a Palavra de Deus. Este deve ser também o compromisso dos jovens: valorizar, amar e obedecer à Palavra. É hora de se apresentarem e darem um passo à frente, vivendo vidas puras e preparando-se para serem os líderes de amanhã. Eles são convocados a se ajudarem mutuamente, sendo responsáveis uns pelos outros e rompendo a "conspiração de silêncio" que tolera o pecado. Ao fazer essa promessa e buscar a pureza por amor a Jesus Cristo, que os purificou, manterão seus caminhos puros e aguardarão a esperança de vê-Lo.

DE CULPADOS A JUSTIFICADOS: COMO PECADORES SÃO DECLARADOS JUSTOS DIANTE DO TRIBUNAL DE DEUS - Zacarias 3:1-5 e Gálatas 3...
25/10/2025

DE CULPADOS A JUSTIFICADOS: COMO PECADORES SÃO DECLARADOS JUSTOS DIANTE DO TRIBUNAL DE DEUS - Zacarias 3:1-5 e Gálatas 3:1-14

Imaginem por um momento que vocês estão diante de um tribunal. Não um tribunal qualquer, mas o Tribunal Supremo do universo. O Juiz é o próprio Deus, santo e justo. O livro da Lei aberto diante d'Ele não é um código humano, mas os Dez Mandamentos. E nós? Nós somos os réus. As acusações contra nós são esmagadoras e verdadeiras: temos quebrado a Lei de Deus em pensamento, palavra e obra. O acusador, Satanás, aponta para nossos pecados e exige nossa condenação. Diante dessa cena, uma pergunta ecoa em nossos corações: Como poderíamos ser absolvidos? Haveria alguma esperança?

É precisamente a essa pergunta que a gloriosa doutrina bíblica da justificação responde. E ela o faz não com uma teoria abstrata, mas com uma cena da graça de Deus. Através dos profetas e apóstolos, Deus nos revela que, nesse tribunal, um Defensor sublime se levanta: Jesus Cristo. Ele apresenta um caso tão incontestável que a justiça divina é plenamente satisfeita e, ao mesmo tempo, a misericórdia triunfa.

Responderei a três perguntas fundamentais:

1. O que significa ser justificado?

A cena de Zacarias 3 fornece a imagem central. Josué, o Sumo Sacerdote, representa todo pecador: ele está diante de Deus, acusado por Satanás, e vestindo roupas imundas (simbólicas do pecado). Deus não apenas rejeita as acusações, mas também remove as vestes sujas e veste Josué com roupas puras. Este ato vai além do simples perdão (declarar "inocente") ou de uma "lousa limpa". A justificação é uma declaração positiva de que o pecador é justo. É como se Deus não apenas limpasse a lousa, mas a preenchesse com toda a justiça e obediência perfeita de Jesus Cristo. Portanto, ser justificado é ser declarado legalmente justo perante Deus, com base na vida e obra de Cristo creditadas (imputadas) ao crente. O oposto de ser pecador não é ser inocente, mas ser perfeitamente justo, e é esse status que a justificação confere.

2. Como a fé nos conecta a essa realidade?

A justificação só é possível pela fé em Jesus Cristo, como ensinado em Gálatas 3 e Romanos. A fé, no entanto, não é a base da justificação, como se fosse uma obra meritória ou uma qualidade digna em si mesma. Pelo contrário, a fé é o instrumento que nos conecta a Cristo. Ela é descrita como "abraçar" Jesus Cristo com todos os seus méritos, tornando-o nosso e não buscando nada além dele. É uma atividade de "descansar e confiar" exclusivamente na obediência e sacrifício de Cristo crucificado, renunciando a qualquer confiança nas próprias obras. As boas obras humanas, consideradas "trapos imundos", não têm qualquer papel na justificação; o único lugar para obras é nas obras perfeitas de Cristo, que formam a base do veredito. A fé é um dom de Deus que nos leva a depositar toda a nossa confiança para a vida eterna somente em Cristo.

3. Como essa verdade eterna molda a nossa vida aqui e agora?

A justificação, embora seja um ato legal e completo de Deus, produz frutos práticos e transformadores na vida diária:

a. Humildade: Reconhecer que não contribuímos com nada para nossa salvação, exceto o pecado que a tornou necessária, deve nos humilhar profundamente. Essa humildade, fruto da graça, deve se refletir no trato com outros pecadores, embora não signifique tolerar abusos ou injustiças.

b. Identidade: A justificação define quem somos: somos "pecadores justificados". Em nós mesmos, ainda lutamos contra o pecado, o que nos leva à confissão diária. Mas, em Cristo, somos novas criaturas, declaradas justas. Essa nova identidade deve gerar o desejo de viver de acordo com quem somos, buscando a santificação por meio da Palavra, da comunhão e da oração.

c. Gratidão: Seguindo a estrutura de Romanos, a doutrina da salvação (capítulos 1-11) leva naturalmente a uma vida de gratidão (capítulos 12-16). Essa gratidão se expressa de maneiras concretas: no amor e consideração pelos irmãos na igreja, na submissão às autoridades, na prática do bem e na busca da paz. É também uma atitude interior de profundo agradecimento a Deus pelo veredito de justiça recebido.

A HERANÇA DA REFORMA: UM CHAMADO CONTÍNUO À RENOVAÇÃO – Miqueias 6:8       Mais um aniversário da Reforma Protestante, 5...
24/10/2025

A HERANÇA DA REFORMA: UM CHAMADO CONTÍNUO À RENOVAÇÃO – Miqueias 6:8

Mais um aniversário da Reforma Protestante, 508 anos. Quero compartilhar hoje o texto de Miqueias 6:8. Aprendemos dele que temos um chamado permanente para nos aperfeiçoarmos, tanto em nossas vidas quanto na igreja. O profeta Miqueias exerceu seu ministério em uma época de corrupção generalizada em Israel, onde a religião era apenas exterior, mas o povo estava distante de Deus. Diante disso, Deus enviou seu profeta para trazer uma mensagem ao povo.

Como devemos responder à graça salvadora de Deus, que é totalmente imerecida, tal como demonstrada na libertação do Egito, quando os israelitas nem sequer O adoravam com fidelidade? A resposta, segundo o texto, não está em simples rituais religiosos ou atividades externas, mas em priorizar o que Deus verdadeiramente requer, conforme resumido por Jesus nos dois grandes mandamentos: amar a Deus e ao próximo.

Há dois elementos centrais no texto de Miqueias: praticar a justiça e amar a misericórdia.

Praticar a justiça: Significa tomar ações para defender os oprimidos, corrigir injustiças e colocar o amor ao próximo em ação. O texto condena veementemente a prática do abuso dentro das igrejas, onde vítimas são ignoradas e abusadores não enfrentam consequências.

Amar a misericórdia: É uma atitude do coração que significa valorizar a bondade, a lealdade e o amor constante. É o oposto da traição e da infidelidade. Deus é o exemplo perfeito de misericórdia, e os crentes, unidos a Cristo, são chamados a refletir essa mesma lealdade e amor inabalável em seus relacionamentos.

Uma vida renovada ao lado de Deus é definida por "andar humildemente com o seu Deus". O que significa, na prática, "andar humildemente com Deus"? Significa viver todos os dias de forma consciente da Sua presença, em um caminho que também podemos chamar de prudente e sábio. Para isso, precisamos de:

a. Uma visão realista sobre nós mesmos: Admitir nossa tolice e pecaminosidade, entendendo que a ira de Deus é a consequência justa.

b. Uma visão clara sobre Deus: Compreender que Ele é absolutamente bom, santo e sábio.

Caminhar com humildade, então, é uma decisão diária: deixar de lado nossas opiniões pecaminosas para seguir a direção de Deus e da Sua Palavra.

A Reforma do século XVI nos ensina que a redescoberta da graça é o ponto de partida para uma mudança profunda e prática. Esse mesmo espírito de Reforma precisa continuar em nós. Motivados pelo evangelho da graça, somos chamados a dar frutos: praticar a justiça, amar a misericórdia e caminhar humildemente ao lado de Deus.

BUSCAR E ENCONTRAR: A URGÊNCIA DO ENCONTRO COM DEUS NO TEMPO DA GRAÇA - Isaías 55:6  "Buscai ao SENHOR enquanto se pode ...
23/10/2025

BUSCAR E ENCONTRAR: A URGÊNCIA DO ENCONTRO COM DEUS NO TEMPO DA GRAÇA - Isaías 55:6

"Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto"

Com base no texto de Isaías 55, convido você para uma reflexão sobre o chamado central de Deus ao seu povo: "voltem para mim". Esta mensagem, presente em todos os profetas, reflete o coração de Deus, que deseja comunhão com seu povo, mesmo quando este se desvia. Apesar das profecias muitas vezes enfatizarem julgamento, Deus sempre repreende com amor, visando restaurar a confiança e a obediência.

O capítulo 55 de Isaías é marcado por um tom de urgência, com múltiplos imperativos que chamam a buscar o Senhor. Esta insistência divina está fundamentada na obra do Servo Sofredor (Isaías 53), onde a vinda, morte e ressurreição de Cristo asseguraram o perdão e a reconciliação. Como tudo já foi preparado por Deus, o chamado para se achegar a Ele é urgente e gracioso.

Buscar a Deus, não é procurar por alguém que está perdido, mas sim um movimento intencional e após análise cuidadosa em direção a um Deus que já está presente. Essa busca exige dedicação de todo o coração, arrependimento genuíno (abandonando os caminhos ímpios) e uma vida de oração, onde Deus é o objetivo central, e não apenas os benefícios que Ele pode conceder. A busca por Deus deve moldar toda a vida do crente.

A parábola de Jesus em Lucas 14 ilustra a gravidade de ignorar o chamado divino. Deus preparou uma grande salvação, mas muitos a desprezaram com desculpas, enquanto outros, inicialmente considerados indignos, aceitam. Há um tempo de oportunidade ("o dia da salvação") que não permanecerá para sempre, destacando a necessidade de resposta imediata.

Embora a capacidade de buscar e encontrar Deus seja um ato de sua graça – pois Ele é quem primeiro busca o pecador e opera a resposta naqueles que se voltam para Ele, a responsabilidade humana permanece. Deus, em sua misericórdia, revela-se e torna-se encontrável em sua Palavra, na oração e na adoração, estendendo seu chamado a todos os povos. A promessa é que aqueles que o buscarem de todo o coração, enquanto é tempo, certamente o encontrarão e desfrutarão de sua comunhão.

A CURA PELA RENDIÇÃO: TROCAR O FARDO DO AUTOCONTROLE PELO DESCANSO NA SOBERANIA DE DEUSMateus 6:25-34Desastres naturais,...
22/10/2025

A CURA PELA RENDIÇÃO: TROCAR O FARDO DO AUTOCONTROLE PELO DESCANSO NA SOBERANIA DE DEUS
Mateus 6:25-34

Desastres naturais, decepções, perdas, mortes e mudanças forçadas. Essas circunstâncias extremas revelam uma verdade que preferimos ignorar: não estamos no controle. A mensagem central é que perceber isso não é uma tragédia, mas um presente de Deus, pois nos leva a depositar nossa confiança no único que está verdadeiramente no controle.

1. O Diagnóstico da Ansiedade (Mateus 6:25-27)

"Portanto, eu lhes digo: não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais do que a comida, e o corpo mais do que a roupa?... Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?"
Jesus não dá uma sugestão, mas uma ordem: "Não se preocupem". A preocupação aqui é uma ansiedade que consome, que toma o lugar de Deus em nosso coração.

Nosso Senhor aponta para o que é verdadeiramente importante: "Não é a vida mais do que...?" Nossa obsessão por comida, roupa e segurança revela que reduzimos a vida a preocupações terrenas, perdendo de vista seu propósito eterno. A preocupação é inútil. Ela não resolve problemas, não prolonga a vida e, na verdade, a diminui, roubando nossa paz e energia.

2. O Antídoto da Confiança (Mateus 6:26-30)

"Observem as aves do céu... o Pai de vocês as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?... Vejam como crescem os lírios do campo... Nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo... não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?"
Jesus não nos aponta para um Deus distante, mas para "o Pai de vocês". A base para não nos preocuparmos é o relacionamento. Ele é um Pai que cuida. O argumento é do menor para o maior. Se Deus cuida das aves e dos lírios, que são transitórios, quanto mais Ele cuidará de nós, que somos feitos à Sua imagem e redimidos por Seu Filho?

A expressão "homens de pequena fé" revela que a ansiedade é, em sua essência, uma deficiência em reconhecer a bondade, o cuidado e o poder de Deus. O que a observação da natureza (pássaros, flores) revela sobre o caráter de Deus?

3. A Mudança Radical de Foco (Mateus 6:31-33)

"Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que vamos beber?’ ou ‘Que vamos vestir?’... pois o Pai celestial sabe que vocês precisam deles. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas."

Deus não é um espectador. Ele "sabe" do que precisamos. A mesma soberania que controla o universo está atenta às nossas necessidades mais básicas. A solução de Jesus não é uma técnica de autoajuda, mas uma reorientação radical da vida: "Buscar em primeiro lugar o Reino de Deus". É curvar-se a Jesus como Rei. É dizer "seja feita a tua vontade" em todas as áreas da vida. Confiar que o governo dEle sobre nossa vida é melhor do que o nosso próprio.

Quando Deus está no lugar certo (o primeiro), tudo o mais encontra o seu lugar certo. Não é uma promessa de riqueza, mas de provisão para que possamos viver para Ele.

4. O Fundamento da Nossa Paz (A Soberania e o Evangelho)

Se Deus não fosse soberano sobre tudo, nossa confiança seria inútil (Efésios 1:11). O fato de Ele governar todas as coisas é a base estável para nossa paz. Por que nos submeteríamos a este Rei? Porque Ele não é um tirano. Ele é o Rei que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Marcos 10:45). A cruz é a prova definitiva do seu amor e cuidado.
• Ele se entregou por nós quando éramos Seus inimigos (Romanos 5:8).
• Ele pagou a dívida dos nossos pecados.
• Ele conquistou o nosso coração não pela força, mas pelo amor.

O Catecismo de Heidelberg, no Dia do Senhor 1, diz: “Nosso único co***lo é que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço ao meu fiel Salvador Jesus Cristo, na vida e na morte.” Se o maior problema (o pecado e a morte) já foi resolvido, podemos confiar nEle.

A ansiedade encontra seu caminho de cura quando trocamos a ilusão do nosso controle pela realidade do controle soberano e amoroso de Deus, submetendo-nos ao Seu Reino.

Mateus 6:25-34 nos chama a uma troca:

• Troque a ilusão do seu controle pela realidade do controle de Deus.
• Troque a ansiedade paralisante pela confiança ativa em um Pai que cuida.
• Troque a busca pelo seu reino pela busca pelo Reino de Deus.

SANTIDADE COMO IDENTIDADE: O CHAMADO PARA SER DIFERENTE EM UM MUNDO QUE PEDE IGUALDADE - Levítico 11:1-47, Atos 10:9-16 ...
21/10/2025

SANTIDADE COMO IDENTIDADE: O CHAMADO PARA SER DIFERENTE EM UM MUNDO QUE PEDE IGUALDADE - Levítico 11:1-47, Atos 10:9-16

Em uma sociedade que prioriza o bem-estar acima de tudo, o cristão é pressionado a assimilar-se de tal forma que seu estilo de vida, linguajar e postura se tornam um espelho do ambiente ao redor, revelando a tensão central entre o conforto moderno e uma fé cristã autêntica. Muitos crentes hoje se tornam tão assimilados à cultura que não se distinguem dos não-crentes em seu dia a dia.

Pelas lentes de Levítico 11, o "Manual da Pureza", que estabelecia para Israel uma distinção constante entre o comum e o santo, o limpo e o impuro. A santidade, portanto, não era um conceito reservado para ocasiões especiais, mas um estilo de vida integral que se manifestava nas escolhas mais ordinárias, como a alimentação.

A razão divina para essas distinções dietéticas funcionava como um teste de obediência pura, uma proteção contra a idolatria ou uma questão de higiene. No entanto, a razão fundamental está na própria natureza de Deus, expressa no mandamento "Sede santos, porque eu sou santo" (Lv 11:45). A santidade é apresentada como uma cerca que, de forma negativa, separa o povo do pecado e da morte (simbólica e literal), e, de forma positiva, o capacita a aproximar-se e adorar a Deus. O sistema de pureza de Levítico revelava que o povo estava constantemente se tornando impuro, seja por transgressão ou simplesmente por viver em um mundo caído, mas Deus, em sua graça, proveu meios de purificação que culminavam simbolicamente no Dia da Expiação.

Há uma conexão entre as sombras do Antigo Testamento à sua realidade no Novo Testamento, onde o sacrifício definitivo de Cristo cumpriu e transcendeu as leis dietéticas. A visão de Pedro em Atos 10, onde Deus declara puros todos os animais, simboliza que a salvação em Jesus está disponível para judeus e gentios, purificando-os e santificando-os pela fé. Embora as leis alimentares específicas tenham sido revogadas, o princípio da santidade permanece, e até se intensifica. Jesus ensinou que a verdadeira contaminação vem do coração, de maus pensamentos e desejos, e não do que entra no corpo.

Portanto, a aplicação para o crente hoje não está em evitar certos alimentos, mas em viver uma santidade prática e cotidiana. Assim como para os israelitas, a santidade deve ser percebida nas inúmeras escolhas diárias: finanças, relacionamentos, entretenimento, metas e palavras. O sangue de Cristo nos santificou, nos tornando povo de Deus, e a resposta adequada é viver de maneira santa em todas as áreas da vida comum, separados do pecado e dedicados à adoração e obediência a Deus, demonstrando, assim, que somos verdadeiramente seu povo.

QUEM PODERÁ RESISTIR À IRA DO CORDEIRO? Apocalipse 6:17Num mundo marcado por incertezas, onde nações se levantam contra ...
20/10/2025

QUEM PODERÁ RESISTIR À IRA DO CORDEIRO? Apocalipse 6:17

Num mundo marcado por incertezas, onde nações se levantam contra nações, onde a moralidade esfria, onde a própria criação parece gemer sob o peso do caos, há uma pergunta que ecoa através dos séculos: "Até quando?" É o clamor dos mártires sob o altar, é o sussurro da alma aflita, é o grito silencioso de uma humanidade que sente, mesmo que vagamente, que o fim de todas as coisas se aproxima.

O capítulo 6 do Apocalipse nos coloca diante de uma cena assombrosa. Selos são abertos, cavaleiros avançam e, então, o sexto selo é rompido. O que se segue não é apenas uma descrição de terror cósmico, mas a revelação solene de um encontro inevitável. A terra treme, o sol escurece, a lua se torna em sangue, e as estrelas caem. No auge do caos, no entanto, não são as rochas ou montanhas que aterrorizam o coração humano. Não! O verdadeiro terror, a fonte de um medo indizível, é o que as pessoas veem diante de si: “A face daquele que está assentado no trono e a ira do Cordeiro.”

E então, um clamor de desespero irrompe dos lábios de grandes e pequenos, reis e servos: “Caiam sobre nós e nos escondam! Escondam-nos da face daquele que está assentado no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles; e quem poderá subsistir?”

Esta pergunta: “Quem poderá resistir à ira do Cordeiro?”, é a pergunta mais importante que qualquer ser humano poderá fazer. Ela define o destino eterno. Ela separa a esperança do desespero, a salvação da perdição.

Pela graça de Deus, descobrimos que essa pergunta contém não apenas um aviso, mas uma promessa. Aquele que vem como Juiz é o mesmo que o Evangelho nos apresenta como Redentor. Ele é aquele que pode aterrorizar os inimigos de Deus e é o único que pode salvar e abrigar o seu povo.

Precisamos falar sobre uma verdade bíblica crucial, que muitas vezes é suavizada: o mesmo Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, conhecido por Sua mansidão, humildade e amor que O levaram a dar a vida para tirar os pecados do mundo, é também o Juiz temível que retornará para derramar Sua ira. A ira divina não é uma fúria descontrolada, mas o julgamento justo e santo contra o pecado. Esta realidade não é nova; o Antigo Testamento já anunciava esse dia com imagens assustadoramente similares (como em Isaías e Joel), onde o sol escurece e a terra treme diante do Senhor. O que era um julgamento para nações específicas no passado tornar-se-á o julgamento final e universal para toda a humanidade. Todos os que não estão cobertos pelo sangue do Cordeiro e vestidos com Sua justiça enfrentarão essa ira, pois permanecem em inimizade com Deus.

No entanto, a mensagem é de esperança. O Cordeiro que vem como Juiz é também o Redentor. Para aqueles que n'Ele creem, o Dia do Senhor, ainda que iminente e solene, é a consumação da salvação, o instante do reencontro definitivo com o seu Redentor.

O clamor de Apocalipse 6:17, "Quem poderá subsistir?", parece ecoar desespero, como se não houvesse escapatória da ira do Cordeiro. No entanto, há uma resposta esperançosa para esse grito: a salvação não está em fugir de Deus, mas em correr para Ele. Quem pode subsistir no dia do juízo? Aquele que se abriga no Cordeiro, Jesus Cristo, que nos amou e nos lavou de nossos pecados em Seu próprio sangue. Ele é o único que suportou a ira de Deus na cruz, bebendo o cálice do julgamento para que, por meio d'Ele, fôssemos reconciliados com Deus.

Portanto, a mensagem é urgente: não há pecado grande demais que impeça alguém de buscar refúgio no Cordeiro. Agora é o tempo de voltar-se para Ele, invocar Seu nome e receber a certeza de que nada, nem mesmo a ira futura, poderá separar os que são d'Ele do amor de Deus. Corram para o Cordeiro, pois n'Ele está a segurança eterna.

TENHA UMA ATITUDE CRISTÃ EM RELAÇÃO AO FUTURO - Tiago 4:13-17       Como fazemos nossos planos? Você os faz pensando que...
20/10/2025

TENHA UMA ATITUDE CRISTÃ EM RELAÇÃO AO FUTURO - Tiago 4:13-17

Como fazemos nossos planos? Você os faz pensando que Deus está no controle? Ou você faz seus planos sem sequer pensar em Deus e em Seu governo sobre a sua vida, o universo e tudo mais? Essas são perguntas extraídas da carta de Tiago. Na igreja primitiva, havia pessoas que se diziam cristãs, mas viviam como se não se importassem com Deus.

Qual é a nossa atitude em relação ao futuro? Tiago viu a arrogância das pessoas e lhes dirigiu esta carta para sacudi-las, para dizer-lhes que, se realmente são cristãs, se foram compradas pelo sangue do Senhor Jesus, então precisam viver de acordo com essa verdade. E isso inclui a perspectiva que têm sobre o futuro.

Planejamos com a consciência do governo de Deus ou vivendo como se Ele fosse irrelevante? Tiago aborda essa tentação, comum desde os primórdios da igreja, com muita clareza.

Crentes da época de Tiago, incluindo comerciantes, viviam com uma autonomia prática que negava a soberania divina. A atitude condenada é fazer planos detalhados (onde, quando, o que fazer) sem qualquer consideração à vontade de Deus. É viver como se Deus "não tivesse peso", tratando-O como coadjuvante e não como Senhor.

O autor expõe a tolice disso: "Vocês nem sabem o que acontecerá amanhã!". O homem é criatura, não Criador. A vida é um "v***r" – efêmera, frágil e fora do nosso controle. Fingir o contrário é viver uma mentira. Essa autossuficiência é uma profunda ingratidão e uma presunção que provoca a oposição ativa de Deus, que "resiste aos soberbos".

Mas qual é a atitude correta? Não é o desânimo, mas uma sabedoria vinda de Deus, nascida da fé. Ela nos ensina a qualificar todos os nossos planos com um "Se o Senhor quiser". Isso não é um ritual vazio, mas uma atitude mental e espiritual que internaliza o controle absoluto de Deus.

Essa sabedoria é o nosso alicerce tanto para o planejamento quanto para enfrentarmos as crises. Quando a tristeza ou o fracasso chegam, o orgulho tolo não oferece co***lo, mas a fé ancora a nossa vida naquele que é soberano sobre toda circunstância.

A motivação para a obediência é a gratidão pela salvação conquistada por Jesus Cristo. Aquele que foi comprado por alto preço não pode tratar Deus com leviandade. A promessa que sustenta este apelo é a graça de Deus, dada aos humildes (Tg 4:6).

O diagnóstico de Tiago é o pecado da autossuficiência (Orgulho Tolo). A prescrição é o remédio da dependência (Sabedoria da Fé). O resultado deve ser uma obediência prática, fundamentada na graça salvadora de Cristo.

A FÉ DIANTE DE UM FUTURO INCERTO - Habacuque 3:17-19A vida do homem é cheia de incertezas, onde coisas boas ou ruins pod...
18/10/2025

A FÉ DIANTE DE UM FUTURO INCERTO - Habacuque 3:17-19

A vida do homem é cheia de incertezas, onde coisas boas ou ruins podem acontecer. Assim como o profeta Habacuque enfrentou tempos de instabilidade, quero chamar sua atenção para aprender com a atitude de fé do profeta diante do futuro desconhecido.

Habacuque viveu em um período de crise iminente, onde Deus revelou que usaria os babilônios para julgar Judá. Esses invasores eram conhecidos por sua brutalidade:

• Praticavam a "tática da terra arrasada", destruindo tudo em seu caminho: figueiras, videiras, oliveiras e campos.

• Figueiras e oliveiras simbolizavam prosperidade e segurança, e sua destruição representava a perda completa de sustento e esperança.

• A invasão traria fome, caos e desespero, um verdadeiro "holocausto" econômico e social.

Apesar da devastação, Habacuque expressa uma fé inabalável:

• Alegria no Senhor (v. 18): Ele se alegra não nas circunstâncias, mas em Deus, seu Salvador. Essa alegria é genuína e entusiástica, baseada no caráter de Deus e em Sua histórica fidelidade, como no Êxodo.

• Deus como Fortaleza (v. 19): Habacuque declara que Deus é sua força, fazendo seus pés ágeis como os de uma corça e permitindo que ele "ande nas alturas" (lugares seguros). Essa confiança vem de sua relação com Deus e do uso dos Salmos como fonte de encorajamento.

Aplicação para nossas vidas hoje:

• Alegria em Cristo: Como crentes do Novo Testamento, temos ainda mais razão para nos alegrarmos, pois conhecemos a obra completa de Cristo, que nos garante salvação e o amor incondicional de Deus.

• Força na Fraqueza: Assim como Paulo ensinou (2 Coríntios 12:9), o poder de Deus se aperfeiçoa em nossa fraqueza. Em Cristo, temos a certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus (Romanos 8:35-39).

• Uso dos Salmos: Os Salmos são apresentados como um guia para oração e louvor em todas as circunstâncias, especialmente quando não encontramos palavras.


Conclusão

O futuro é incerto, mas Deus não é. Ele é nosso Salvador, nossa força e nosso refúgio. Mesmo que tudo ao nosso redor desabe, em Cristo temos a garantia do cuidado e do amor eterno de Deus. Portanto, podemos enfrentar os desafios deste mundo com fé, alegria e gratidão, confiando nAquele que controla todas as coisas.

O EVANGELHO QUE TRANSFORMA: MAIS QUE DOUTRINA, UMA NOVA VIDA - Atos 9:1-31Estamos no mês da Reforma protestante, celebra...
17/10/2025

O EVANGELHO QUE TRANSFORMA: MAIS QUE DOUTRINA, UMA NOVA VIDA - Atos 9:1-31

Estamos no mês da Reforma protestante, celebramos a redescoberta do evangelho. Os reformadores não apenas abraçaram a Bíblia, mas foram transformados em suas afeições, comportamentos e desejos, arriscando suas vidas pelo evangelho. Convido você a uma reflexão: Será que nós, que amamos as doutrinas da graça, fomos igualmente transformados?

A verdadeira reforma provocada pelo evangelho não é apenas doutrinária, mas uma transformação profunda do coração e da vida, evidenciada pelo amor a Cristo, à Sua igreja e aos perdidos.

A transformação pelo evangelho é examinada em quatro proposições a partir da conversão de Saulo:

1. Os que Rejeitam o Evangelho se Oporão aos que o Amam
Saulo (Paulo) era um fariseu zeloso que considerava os cristãos uma ameaça à sua justiça própria. Ele respirava "ameaças e mortes" contra os discípulos, perseguindo-os com determinação pessoal e zelo, de Jerusalém a Damasco. Sua oposição ao evangelho era uma reação à ameaça que este representava para sua autossuficiência religiosa.

2. O Cristo do Evangelho confronta os Inimigos do Evangelho
Deus, em sua graça, não destruiu Saulo, mas o confrontou. Uma luz celestial o derrubou no chão, e Jesus se identificou: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues". Este encontro revelou que perseguir a igreja é perseguir o próprio Cristo. A abordagem de Jesus foi ao mesmo tempo poderosa e terna ("Saulo, Saulo"), mostrando que a oposição a Ele é inútil.

3. Os Tocados pelo Evangelho se Rendem ao Cristo do Evangelho
A resposta de Saulo foi de imediata submissão: "Senhor, que queres que eu faça?". Esta pergunta marca sua conversão. Ele, que antes liderava, agora era conduzido; cego e quebrantado, jejuou por três dias, lamentando seus pecados. Sua rendição foi comprovada quando, após ser curado e batizado por Ananias, ele imediatamente começou a pregar nas sinagogas que Jesus é o Filho de Deus. Sua transformação foi tão radical que confundia os judeus, que não conseguiam refutar suas provas bíblicas. A maior evidência de sua conversão foi sua disposição de sofrer e até morrer pelo evangelho que antes perseguia.

4. Os Unidos por Cristo Demonstram o Evangelho de Cristo
A transformação pelo evangelho se estende à comunidade da fé:

• Perdão Obediente (Ananias): Ananias, um discípulo comum, superou seu medo e ressentimento para obedecer a Deus e impor as mãos sobre Saulo, seu antigo perseguidor. Isso demonstra como o evangelho produz perdão e reconciliação.

• Amor que Arrisca (Discípulos de Damasco): Os mesmos discípulos que Saulo queria prender arriscaram suas vidas para baixá-lo num cesto e salvá-lo de uma emboscada.

• Dar uma Segunda Chance (Barnabé): Em Jerusalém, onde os apóstolos desconfiavam de Saulo, Barnabé interveio como mediador. Ele deu a Saulo uma chance, defendendo-o e facilitando sua aceitação pela comunidade.

Aplicações Práticas para Nossa Vida:

1. O Evangelho nos Transforma para Amar a Cristo: Assim como Saulo abandonou sua justiça própria e lamentou seus pecados, nós devemos examinar nosso coração. Concentramo-nos mais nos pecados dos outros com raiva do que nos nossos próprios com pesar? Precisamos abandonar um espírito farisaico ou mundano e amar a Cristo acima de tudo.

2. O Evangelho nos Transforma para Amar o Povo de Cristo: A igreja é imperfeita, mas amada por Cristo. Devemos imitar os discípulos que, apesar das imperfeições e do passado de Saulo, o acolheram, perdoaram e arriscaram-se por ele. Como demonstramos paciência e amor pelos irmãos que são diferentes, fracos ou difíceis?

3. O Evangelho nos Transforma para Amar os Perdidos: Saulo não esperou para começar a pregar. É incongruente valorizarmos a precisão doutrinária e, ao mesmo tempo, negligenciarmos a proclamação do evangelho aos perdidos. A transformação genuína nos impulsiona a compartilhar Cristo, mesmo que isso provoque oposição.

Que o Senhor nos golpeie e humilhe, removendo as escamas de nossos olhos, para que possamos ver o evangelho novamente. Que sejamos não apenas conhecedores da doutrina, mas transformados por ela, vivendo e ministrando com um coração reformado que ama a Cristo, ama Sua igreja e ama os perdidos.

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