
29/08/2025
“Ela era minha única filha, eu quero que a Justiça seja feita”, diz pai da menina morta por casal lésbico em Manaus
Manaus – A dor da perda e a indignação pela forma cruel como tudo aconteceu marcaram o depoimento de Oziel Pereira, pai da menina de apenas 5 anos brutalmente assassinada em Manaus. O caso chocou a capital amazonense nesta semana e gerou forte comoção popular.
Em entrevista ao Portal e TV CM7 Brasil, Oziel relatou que já tinha conhecimento das agressões sofridas pela filha, praticadas pela mãe da criança e pela companheira dela. Segundo ele, a própria menina relatava os abusos. “Sim, porque quando ela estava comigo, ela me falava: ‘Papai, a Rafaela me bate e a Vitória também me bate’. Ela dizia que eu não gostava delas duas.
Depois disso, ela foi embora para Manaus e eu nunca mais tive contato”, contou emocionado. Oziel morava em Fonte Boa (a 678 km de Manaus) e só veio à capital para reconhecer o corpo da filha no IML. Ele revelou que a menina era sua única filha e desabafou: “A dor no coração agora é grande… muito grande.
Quero que a Justiça seja feita. Aqui na Terra e no Céu também.” Negligência do Estado e omissão do Conselho Tutelar A advogada Adriane Magalhães, que representa a família ao lado do Ministério Público, afirmou que houve omissão do Estado em não retirar a criança da guarda das agressoras, mesmo após denúncias. “Em março, o Ministério Público denunciou a genitora e a companheira dela, mas nada foi feito. Se tivessem dado atenção, essa criança estaria viva hoje. O pai e até um advogado — pai de uma amiga da vítima — denunciaram as agressões. O Conselho Tutelar foi omisso e, se for provado, responderá criminalmente”, disse.
De acordo com ela, a mãe e a companheira levavam a criança para o hospital apenas horas depois das agressões, sem acionar o SAMU. Relatos apontam ainda que a menina era castigada com golpes de ripa. Laudo devastador O exame do IML confirmou a brutalidade das agressões.
A menina apresentava: Crânio amassado com afundamento; Marcas de enforcamento no pescoço; Trauma abdominal fechado, possivelmente causado por socos; Hematomas nas costas, braços e orelhas; Boca e orelhas completamente roxas; Lesões contínuas de maus-tratos. A versão apresentada pelas acusadas — de que a criança teria caído no banheiro ou de bicicleta — foi descartada pela polícia. A bicicleta, pequena e compatível com a idade da vítima, jamais poderia causar ferimentos tão graves.
A advogada classificou o crime como tortura seguida de homicídio qualificado: “Essas assassinas mataram a criança a sangue frio. Espero sinceramente que passem muito tempo na cadeia. Quem ama, cuida. Não tira a vida.” Prisão das acusadas As duas mulheres foram presas em flagrante e conduzidas à delegacia.
A polícia segue reunindo provas e a investigação busca responsabilizar também os órgãos públicos que ignoraram as denúncias anteriores. Enquanto isso, o pai, abalado, pede apenas justiça. “Era minha única filha… Eu quero que a Justiça seja feita”, disse Oziel, em lágrimas.
Reportagem: Portal TV CM7 BRASIL