Aruandê produtora cultural

Aruandê produtora cultural Produtor de Eventos Culturais. Preservação e manutenção das manifestações populares de matriz

Atenção pessoal: Nesta sexta-feira, dia 22, a Usina Cultural Nova Friburgo recebe no palco o artista pernambucano Zé Bar...
19/03/2024

Atenção pessoal: Nesta sexta-feira, dia 22, a Usina Cultural Nova Friburgo recebe no palco o artista pernambucano Zé Barreto de Assis, que apresenta seu disco “Os passarinho”, às 19h30. O show terá a participação especial de Nathália Tenório.🐦

Zé Barreto é integrante do coletivo musical Veredas, vindo da cidade de Bezerros, no agreste pernambucano, e estará pela primeira vez em Nova Friburgo. Dono de um violão bem trabalhado e uma voz de timbre singular, o cantor fará seu show autoral, repleto de canções do disco e outras inéditas, sem perder o aspecto visceral e as pitadas de improviso que só o ao vivo traz.🎼🎶

Ainda, serão oferecidas diversas formas de adquirir o ingresso para que o público consiga estar presente no evento.🎟️

O show será imperdível. Venha com a família e os amigos. Aguardamos vocês!✨💫

📆 22 de março – Sexta-feira.
⏰ 19h30.
🎫 Entrada gratuita, contribuição espontânea para quem quiser ajudar de forma solidária.
📍 Usina Cultural Nova Friburgo – Praça Getúlio Vargas, 55, Centro – Nova Friburgo.

03/11/2023

Capoeira Angola 🤸🏽‍♂️
Para você que busca uma atividade de integra corpo, música, melhora sua percepção, seus reflexos e reaçoes

📌 Todas Quartas e Sextas das 18:00 às 20:00 - Usina Cultural Energisa, Praça Getulio Vargas 55 - Centro.






12/09/2023




MESTRE NORONHA O VELHO ESTIVADOR

Na terra de São Salvador
A sua cidade natal
O cais de Santa Barbára
Foi o cenario ideal
Para escrever a historia
Desse velho ancestral

Em mil novecentos e nove
A Bahia lhe recebeu
Na Baixa dos sapateiros
Mestre Noronha nasceu
Foi no Beco dos girassois
Que esse fato se deu

Foi no dia três de agosto
Esse fato em questão
Que a rua Joaquim Seabra
Celebrou com emoção
O nascimento de Noronha
Pra capoeira nação

Daniel coutinho
De Noronha apelidado
Mestre da velha guarda
Dos bambas do passado
Escreveu a sua história
Na estiva do cais dourado

Aos oito anos de idade
Noronha se iniciou
Na arte da capoeira
Que pela vida levou
Foi no ano de dezessete
Que esse fato se contou

No Beco do xaréu
Noronha aprendia
Cândido pequeno
Com muita mestria
Ensinou ao menino
Coisas de muita valía

Candido da Costa
Capoeirista afamado
Candido pequeno
Como era apelidado
Foi o mestre de Noronha
Em certo tempo passado

O mestre do mestre Noronha
Também foi estivador
Foi carroceiro das ruas
Da cidade de Salvador
Descendente de angolanos
Capoeirista de valor

No ano de dezenove
Ainda com pouca idade
Com apenas dez anos
Um menino na verdade
Seu mestre lhe mandou
Correr as rodas da cidade

Filho de José Coutinho
E Maria da Conceição
Teve as ruas como escola
E a vida como lição
Ao se tornar capoeira
Em tempos de perseguição

Em mil novecentos e vinte
Onze anos completou
E junto a Livino Diogo
Mestre Noronha fundou
Um centro de capoeira
Que pouco tempo durou

O grupo em questão
Assim foi batizado
Conjunto de capoeira Angola
Que ficou eternizado
Da conceição da praia
Em certo tempo passado

Noronha e Livino
Com o conjunto da conceição
Na capoeira de Angola
Levando em consideração
Foi a primeira tentativa
De uma organizacão

No ano de vinte e dois
Treze anos completados
Ao lado de Livino
Mais uma vez empenhados
Recriaram o centro
Com outros mestres renomados

Centro nacional de capoeira
De origem de Angola
Assim foi batizado
Na Bahia de outrora
O novo movimento
Que virou uma grande escola

Vinte e quatro mestres
Por ali se juntaram
Na ladeira da pedra
Essa escola criaram
E de gengibirra
Assim apelidaram

Vinte e quatro homens
Todos mestres do lugar
Com a ajuda de Noronha
Que tinha o habito de anotar
O nome cada um
Eu agora vou citar

Mestre Livino Diogo
Um dos mestre fundadores
Irmão do mestre Noronha
Agregador de valores
Foi bamba de capoeira
Entre os estivadores

Amorzinho o gurda civil
Grande mestre respeitado
Aberrê e mestre Maré
Dois mestres renomados
Os lideres da gengibirra
Que ficaram eternizados

Victor H.U e Percilío
Dois bambas mandingueiros
Zehi, Cimento e Bom nome
Três mestres verdadeiros
Em tempos outroras
Foram grandes pioneiros

Tibiricí focinho de porco
Outro mestre popular
Onça preta e olho de pombo
Dois bambas do lugar
Fizeram a gengibirra
Na historia se eternizar

Tinha Lucio pequeno
E Geraldo chapeleiro
Juvenal engraxate
Outro bamba verdadeiro
As rodas da gengibirra
Era um pólo de mandingueiro

Bigode de seda
Temido e respeitado
Antonio boca de porco
Outro valente afamado
Junto ao mestre Noronha
História de um passado

Antônio Galindeu
Percorreu muita estrada
Candido pequeno
E Henrique cara queimada
Na ladeira da pedra
Três historias registradas

Geraldo pé de abelha
Bilusca e Benedito cão
Lá da gengibirra
Deram muita lição
Ancestralidade
Memoria e tradição

Citarei mais três
Pra lista se fechar
Noronha e Argemiro grande
Muita história pra contar
E Paquete do cabula
Outro mestre do lugar

Uma forte resistencia
Os bambas travaram
Após dezenove anos
Serias lutas enfrentaram
E as rodas da gengibirra
Quase se acabaram

A capoeira regional
Era a grande novidade
As lutas estrangeiras
Povoavam a cidade
E os angoleiros perseguidos
Pela alta sociedade

Os mestres da gengibirra
Começaram a procurar
Uma forte liderança
Entre os bambas do lugar
E acharam em seu Pastinha
Esse mestre popular

No ano de quarenta e um
Noronha nos informou
Que através de Aberrê
Mestre Pastinha chegou
E o centro de capoeira
Amorzinho lhe entregou

Após vinte e nove anos
Seu Pastinha voltava
Para o meio da capoeira
Que ele tanto amava
E mais uma vez
A gengibirra se organizava

O nome do grupo
Mestre Pastinha mudou
CECA foi a sigla
Que ele idealizou
E um arduo trabalho
O mestre iniciou

O que significa seca?
Eu vou dizer agora
"Centro esportivo
De capoeira angola"
Lutas e resistência
Na Bahia de outrora

Porém morraram aberrê
Livino e Amorzinho
Pastinha perdeu apoio
E partiu sozinho
Para tocar o CECA
No treze do Pelourinho

As rodas da gengibirra
Agora se acabaram
E os antigos mestres
Pela Bahia se espalharam
Cada qual no seu canto
Um novo caminho trilharam

Essas informações
Não vem de qualquer lugar
Graças a Noronha
Hoje podemos contar
Pois o mesmo nos deixou
Materiais para estudar

A leitura e a escrita
Ele pouco dominava
Mas desde criança
Ele sempre anotava
Tudo o que acontecia
Nas rodas que frequentava

Nas antigas rodas
De tudo acontecia
Tinha jogo de camarada
E também de covardia
Noronha sempre atento
Anotava tudo o que via

O tempo foi passando
E a velhice chegou
Um arsenal de informações
O mestre acumulou
Virou estudo de pesquisas
Tudo o que ele anotou

No ano de sessenta e oito
Ficou eternizado
Através de Jair Moura
O mestre foi filmado
E nas telas do cinema
Ficou imortalizado

No ano setenta e seis
Mestre Decânio ajuntou
Todas as informações
Que Noronha anotou
E entregou a Fred Abreu
Que em livro transformou

Em noventa e três
O livro foi lançado
O Abc da capoeira Angola
Assim foi entitulado
Os manuscritos do mestre
O resgate de um passado

Essa é a história
De quem muito se dedicou
Preservador das raizes
Que o seu povo lhe deixou
A história de um passado
Que o tempo não apagou

Amante das tradições
Defensor da capoeiragem
O mestre não aceitava
A antiga maladragem
Que dava ao capoeira
Uma certa rotulagem

Ao longo da sua vida
Um honrado trabalhador
O mestre foi petroleiro
E marinheiro de valor
No cais de Santa Barbára
Afamado estivador

Engraxate das ruas
Doqueiro de profissão
Em certo tempo também
Foi ajudante de caminhão
Noronha sempre lutou
Para ganhar o seu pão

Elegância estampada
Termo branco engomado
Nas antigas rodas
Sempre bem trajado
Defendendo que o capoeira
Tinha que ser educado

Mas como diz o ditado
Essa vida é passageira
E a morte como sempre
Misteriosa e traiçoira
Levou o velho mestre
Para a tristesa da capoeira

No ano de setenta e sete
A Bahia chorava
Dezessete de novembro
Era a data que se contava
Pra tristeza da capoeira
Mestre Noronha nos deixava

O cais de Santa Barbára
Nesse dia se calou
A capoeira de angola
Por um filho chorou
O berimbau que tocava
Nesse dia não tocou

Mestre Noronha partiu
Lá no céu foi habitar
Ao lado de Livino
Para sempre foi morar
As rodas da terra
Ficaram a se lamentar

O seu corpo carnal
Nesse mundo se acabou
Mas o espirito é eterno
E aqui na terra ficou
E as suas anotações
Também se eternizou

E assim se encerra
Esse meu improvisar
Peço a Deus que ta no céu
Mesmo sem saber rezar
Que de ao mestre Noronha
Um eterno e bom lugar

Fim...

Autor: Antônio Luiz Campos(boa alma)
Cordel em sextilha.

Endereço

Praça Getulo Vargas 55/centro
Nova Friburgo, RJ
28000-000

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