24/11/2024
Uma Noite no Museu
O museu estava em silêncio, a única companhia a luz fraca que se refletia nas vitrines antigas. João, um guarda noturno solitário, fazia sua ronda habitual. A cada passo, a imensa coleção de arte parecia observá-lo com olhos ocultos.
Naquela noite, algo diferente pairou no ar. Um arrepio percorreu sua espinha, e o silêncio, antes confortante, tornou-se opressivo. Ao passar pela sala de arte egípcia, uma múmia, que sempre lhe parecera inofensiva, emanava uma aura sinistra. Seus olhos, encaixados nas órbitas escuras, pareciam brilhar fracamente.
Intrigado, João se aproximou. A múmia, que antes parecia estática, agora parecia se mover, as bandagens se contorcendo levemente. Um arrepio gelado subiu por sua coluna. A múmia abriu os olhos, revelando um brilho intenso e verde. Com um grito gutural, ela se levantou, as bandagens se desfazendo como poeira.
O pânico se instalou. João correu, mas a múmia o perseguia, deslizando silenciosamente pelo chão de mármore. As portas se fechavam sozinhas, e as sombras se alongavam, tomando formas grotescas.
A perseguição o levou até a sala dos espelhos, um labirinto infinito de reflexos distorcidos. A múmia, agora mais rápida e ágil, o cercava por todos os lados. João se viu perdido em um mar de imagens, incapaz de distinguir o real do ilusório.
Um grito final ecoou pelo museu, seguido de um silêncio absoluto. Quando a polícia chegou pela manhã, encontraram João caído no chão, os olhos arregalados de terror, e a múmia, novamente imóvel, de volta ao seu caixão. A única evidência do ocorrido foi uma mancha úmida no chão, que parecia ter sido causada por um líquido viscoso e verde.
A partir daquele dia, o museu permaneceu fechado, e a lenda da múmia assassina se espalhou pela cidade. Alguns diziam que a maldição de faraó havia sido despertada, enquanto outros acreditavam que forças sobrenaturais assombravam aquele lugar.
E você, acredita em fantasmas?