
01/07/2025
Morre a cantora e acordeonista Mari Terezinha que fez dupla com Teixeirinha
Faleceu hoje (30 de junho de 2025), aos 79 anos, Mari Terezinha Cabral Brum, renomada cantora, compositora e virtuosa acordeonista, imortalizada na música gaúcha como “ A mais bela acordeonista do Brasil”. A notícia foi confirmada por sua assessoria em publicação no Facebook .
História de Vida e Carreira
Nascida em Tupanciretã (RS), Mari foi descoberta por Teixeirinha ainda adolescente — contava apenas 13 anos quando, em 1961, passou a acompanhá-lo nos palcos como acordeonista e voz complementar. A parceria — e envolvimento amoroso — com Vítor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, perdurou por mais de duas décadas, resultando em shows, discos e filmes ao longo dos anos 1960, 70 e início dos 80.
A dupla gravou sucessos como “Gauchinha Fronteirista”, “Sou Levada”, e trovas emblemáticas como “Desafio P’ra Valer” e “Desafio do Martelo”. Além disso, estrelou dez longa‑metragens, entre eles *Coração de Luto* (1967) e *Motorista sem Limites* (1969)
Ruptura e Vida Pessoal
O término da dupla, em 1983/84, foi marcado por tensão emocional. Mari deixou um bilhete que dizia: “Não me farei mais presente ao seu lado”, provocando um episódio de pré‑infarto em Teixeirinha. A relação durou cerca de 22 anos, e da união nasceram dois filhos: Alexandre e Liane .
Trajetória Solo e Legado Gospel
Após a separação, Mari lançou-se em carreira solo. Em 1992, publicou sua autobiografia *A Gaita Nua*, expondo detalhes da relação com Teixeirinha. Converteu‑se à Igreja do Evangelho Quadrangular em 1997 e passou a se dedicar à música gospel, gravando álbuns como *Mari Terezinha* e *A Serviço do Rei*, mantendo-se ativa nos palcos religiosos até os primeiros anos de 2000
Reconhecimento Jurídico
Em 2016, o TRT‑RS reconheceu seu direito a indenização de R$ 30 mil pelo uso não autorizado de sua imagem em DVDs lançados em 2012 — uma vitória que reforça seu papel artístico pós-parceria.
Legado e Despedida
Mari Terezinha deixa uma trajetória marcada pela mistura de talento musical, força pessoal e fé. Considerada uma referência da música gaúcha — tanto na alegria dos desafios quanto na espiritualidade de seus últimos anos —, seu legado atravessa gerações.
O velório e funerais ainda não foram divulgados. Ainda assim, a expectativa é que esses detalhes sejam compartilhados em breve com os fãs e familiares.
Repercussão
A morte de Mari remete também à memória de Teixeirinha, que faleceu em 4 de dezembro de 1985, vítima de linfoma, mas cuja história está indissociavelmente ligada à dela.
Sua obra coopera para a preservação da sanfona — instrumento essencial na identidade regional — e para o resgate do gênero trovador gaúcho.
Espiritual
Em sua fase gospel, Mari ofereceu aos ouvintes mensagens de fé, perdão e superação, mostrando outra faceta de sua arte.