29/09/2025
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniram nesta segunda-feira, 29, na Casa Branca, onde foi aprovado um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, elaborado pela equipe americana. Netanyahu confirmou a aceitação da proposta por parte de Israel. Trump declarou que, caso o Hamas rejeite o plano, os EUA apoiarão totalmente Israel em ações para eliminar a ameaça terrorista, enquanto o país segue com operações militares em Gaza.
O acordo prevê a libertação de reféns em até 72 horas após sua efetivação, um cessar-fogo duradouro e a criação de uma nova administração em Gaza que retire o controle do Hamas. A nova gestão será supervisionada por um órgão internacional transitório, o “Conselho da Paz”, presidido por Trump e com outros líderes, como o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Um comitê técnico e apolítico, formado por palestinos qualificados e especialistas internacionais, será responsável pela administração cotidiana do território.
Durante as negociações, Netanyahu insistiu em manter a soberania israelense sobre a Cisjordânia e rejeitou a criação de um Estado palestino, pontos que não foram completamente resolvidos no acordo. Ainda assim, o plano abre espaço para a população de Gaza retornar à região e participar de sua reconstrução. O Catar, interlocutor com o Hamas, teria garantido que o grupo se desarmaria com o início da trégua, após uma conversa entre Netanyahu e o emir qatari, em que o premiê israelense se desculpou por um ataque anterior a Doha.
Apesar da aceitação do plano por parte de Israel, Netanyahu enfrentou forte pressão interna, especialmente de partidos religiosos como o Shas e o Judaísmo Unido da Torá, que ameaçaram seu apoio político. Embora esses partidos tenham se afastado da distribuição de cargos no governo, continuaram votando com a coalizão, evitando sua ruptura. O primeiro-ministro, no entanto, arriscou sua estabilidade no cargo diante da pressão internacional liderada pelos EUA e de países que já reconheceram o Estado palestino, na esperança de alcançar um período de paz na região.