13/12/2025
“UM PEDIDO DE APELO
Ontem quinta-feira (11), ao fazer uma matéria na central de Policia, vivi uma das situações mais difíceis da minha carreira como repórter policial.
Um homem de 42 anos foi detido em um supermercado da Av. Jorge Teixeira, acusado de furtar 1 kg de carne e uma sandália infantil. Ele foi abordado pelos seguranças na saída, contido até a chegada da polícia e depois levado para a Central de flagrantes, na delegacia descobri que ele não tinha nenhuma ficha criminal.
Estava com todos os documentos e descobri também que é pai de família.
Eu fiz um questionamento aos agentes, segundo a própria polícia ele não tinha nada para comer em casa. Talvez a filha estivesse sem sandália. Talvez com fome.
Eu questionei se poderia pagar pelas mercadorias. Mas já não havia mais como: ocorrência pronta, procedimento feito, delegado já tinha estipulado a fiança um salário mínimo, talvez possa sair hoje cedo, sexta-feira (12), na audiência de custódia.
E aí, meus amigos… aí dói.
Dói como jornalista.
Dói como cidadão.
Dói como ser humano.
Porque o sistema não perdoa o pobre com fome.
Mas abraça com carinho o engravatado que rouba milhões,
esse, sim, responde em liberdade, com sorriso no rosto e tapinha nas costas.
Não estou passando pano para o erro.
Mas estou pedindo humanidade para a causa.
Um homem de 42 anos não consegue mais emprego, está estagnado, as empresas preferem jovens.
E quando a fome aperta, quando a filha precisa de uma sandália, quando se chega ao limite… quem é que nunca errou tentando sobreviver?
Esse pai de família, em um ato isolado e desesperado, agora carrega uma restrição criminal que vai destruir ainda mais suas chances.
Por isso venho aqui, publicamente, pedir algo simples:
Se algum empresário puder dar uma oportunidade de trabalho para esse homem, por favor, me procure no privado.
Eu não quero like, não quero holofote, não quero palmas.
Quero apenas ajudar um pai que caiu, mas que pode se levantar se alguém der a mão.
Aos que quiserem me criticar por isso, fiquem à vontade, comentem na publicação.
Eu aguento.
Mas não vou deixar de lutar pelo que acredito.”
Por: Alex Fontes
Repórter Policial
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