10/03/2022
RÚSSIA ATACA MATERNIDADE E MATA MULHERES E CRIANÇAS NESTA QUINTA-FEIRA (10) NA UCRÂNIA
Um ataque russo atingiu um hospital infantil e maternidade em Mariupol, cidade portuária no sudeste da Ucrânia, na quarta-feira (9/3), segundo autoridades ucranianas.
Não há relatos de mortes, mas pelo menos 17 pessoas f**aram feridas, incluindo funcionários e mulheres em trabalho de parto.
O presidente da Ucrânia acusou os russos de crimes de guerra.
"Alguém na maternidade abusou de falantes de russo? O que foi isso? Foi a 'desnazif**ação' do hospital?", diz Zelensky em vídeo gravado após o ataque. Ele fez referência às justif**ativas dadas por Putin para a invasão da Ucrânia: de que haveria abuso de russófonos no leste da Ucrânia e de que seria preciso "desnazif**ar" a Ucrânia.
"Já está além das atrocidades. Tudo o que os invasores estão fazendo com Mariupol já está além das atrocidades", diz Zelensky. "Hoje, devemos estar unidos na condenação deste crime de guerra da Rússia, que reflete todo o mal que os invasores trouxeram à nossa terra."
Ele diz que o ataque à maternidade é "prova final... de que o genocídio dos ucranianos está ocorrendo".
"Que tipo de país é a Rússia, que tem medo de hospitais e maternidades e os destrói?"
Zelensky publicou imagens aparentemente de dentro do hospital, que parecia bastante danif**ado.
Pavlo Kyrylenko, chefe da administração regional de Donetsk, que inclui a cidade portuária de Mariupol, disse que nenhuma morte foi confirmada e não houve feridos entre crianças. Ele disse que o ataque aconteceu durante um cessar-fogo acordado com o lado russo, segundo a Interfax Ucrânia.
Em um post no Facebook, a Câmara Municipal de Mariupol disse que "as forças de ocupação russas jogaram várias bombas no hospital infantil. A destruição é colossal".
A Rússia havia concordado com um cessar-fogo de 12 horas de duração para a retirada de civis das seis localidades ucranianas mais atingidas pelos bombardeios, que é o caso de Mariupol.
A BBC conversou com o vice-prefeito da cidade, Serhiy Orlov, que disse: "Nós não entendemos como é possível na vida moderna bombardearem um hospital infantil".
Ele declarou que as pessoas que conseguiram escapar do local estão com "raiva total" e "não acreditam que isso seja verdade".
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que cessem quaisquer ataques a unidades de saúde, hospitais, trabalhadores da saúde e ambulâncias. "Nada disso deveria ter sido alvo, nunca", afirmou Stéphane Dujarric, porta-voz da entidade.
A Casa Branca condenou o uso "bárbaro" da força contra civis inocentes, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, tuitou que "há poucas coisas mais doentias do que atacar os vulneráveis e indefesos".
Foram contabilizados desde o início da guerra 18 ataques contra unidades de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mariupol tem 450 mil habitantes e é uma cidade importante na rota entre a Rússia e a Crimeia, região que pertencia ao território ucraniano e foi anexada em 2014.
Ao menos 1.170 civis morreram na cidade desde o começo da invasão, segundo o vice-prefeito. Orlov afirma que estão sendo abertas valas coletivas porque não há condição de enterrar os mortos da maneira adequada.
Pedido por zona de exclusão aérea
O presidente Zelensky, ao falar sobre o ataque ao hospital infantil, voltou a pedir que seja imposta uma zona de exclusão aérea para impedir mais bombardeios russos.
A Otan e potências ocidentais resistem a adotar a medida porque representaria um passo em direção a um engajamento direto no conflito.
Em um contexto militar, uma zona de exclusão aérea é decretada para impedir que aeronaves entrem no espaço aéreo proibido, geralmente para evitar ataques ou vigilância de uma região.
Isso pode signif**ar ataques preventivos contra sistemas defensivos ou até mesmo derrubando aeronaves que entram na área restrita.
Uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia signif**aria que as forças militares — especif**amente as forças da Otan — se envolveriam diretamente com qualquer avião russo avistado nos céus e o atacariam, caso fosse necessário.