29/01/2025
Paranaguá perde o embarque de cruzeiros mesmo com a próxima temporada confirmada
A cidade do “já teve”ganha uma nova página de lamentações e prejuízos.
Paranaguá viveu um sonho. Por duas temporadas, navios de cruzeiro trouxeram vida, renda e movimentação para o litoral paranaense. O comércio local floresceu, a hotelaria atingiu sua capacidade máxima por várias vezes e milhares de empregos diretos e indiretos foram gerados, pelo menos dois mil por temporada. O parnanguara ganhou autoestima. No entanto, esse capítulo de progresso foi interrompido de forma brutal e pegou todos de surpresa.
A decisão da MSC Cruzeiros de excluir Paranaguá das próximas temporadas se baseou na falta de compromisso da gestão Adriano Ramos em manter a infraestrutura e organização necessárias para o receptivo de cruzeiros. A empresa optou por redirecionar seus navios para outros portos mais preparados. foi um golpe duro para a cidade.
O impacto econômico é devastador. Ainda mais se calcularmos a longo prazo. Estima-se que R$ 25 milhões deixem de circular na cidade a cada temporada, afetando diretamente comerciantes, prestadores de serviço e a rede hoteleira.
Temos relatos de comerciantes e operadores que já tinham feito investimentos com a confirmação da temporada 2025/2026, e o prejuízo chegou sem avisar.
A cidade, que vivenciava uma crescente relevância no turismo internacional, já poderia considerar a operação navios de cruzeiros uma política pública, já que poderia se perpetuar por vários anos independente de quem fossem os gestores. Agora Paranaguá amarga um retrocesso que poderia ter sido evitado.
Houve falhas críticas na continuidade do planejamento. Durante a gestão anterior, do prefeito Marcelo Roque, Paranaguá estava estruturada para receber os turistas com suporte da segurança pública, controle de trânsito e assistência aos passageiros. Contudo, sob a nova administração, relatos de desorganização, trânsito caótico e falta de apoio aos visitantes se tornaram frequentes. Isso sem falar na falta de relacionamento adequado com a empresa MSC, tivemos a informação de que representantes da empresa preocupados com o futuro da operação, antes do ano terminar e por não terem sido procurados, foram recebidos na cozinha de uma residência de quem teria o poder de reverter a situação. A conversa foi rasa e preocupante.
Durante essa temporada não tivemos registros positivos, relatos jornalísticos institucionais ou até mesmo da imprensa local. Tudo que se viu foi uma grande confusão: turistas perdidos e embarques problemáticos mancharam a imagem da cidade.
O sentimento entre os parnanguaras é de frustração. Muitos viram seus negócios prosperarem com a chegada dos cruzeiros e agora precisam lidar com a incerteza. Operadores de turismo, taxistas, comerciantes e donos de hoteis lamentam a perda de uma fonte de renda que estava se consolidando como essencial para a economia local.
O que resta agora é a esperança de que Paranaguá encontre um caminho para recuperar essa oportunidade. Mas, até lá, o porto que já foi um ponto de partida para aventuras inesquecíveis agora observa os navios partirem para nunca mais voltar