Tesouros do Tempo

Tesouros do Tempo Mergulhe em Histórias ✨
Descubra as belezas e os mistérios do passado! Tesouros do tempo que encantam e fascinam: do Brasil e do mundo.
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Fazendas antigas, casarões, mansões, palácios, castelos, artes e objetos que o tempo não apagou.

Entre o vale e a estrada do café: a antiga Fazenda Recreio na antiga Estrada Rio-Bahia, em Bemposta, Três Rios (RJ).Situ...
15/11/2025

Entre o vale e a estrada do café: a antiga Fazenda Recreio na antiga Estrada Rio-Bahia, em Bemposta, Três Rios (RJ).

Situação e ambiência

A Fazenda Recreio está implantada em um vale do médio Vale do Paraíba fluminense, às margens da antiga Estrada Rio-Bahia, no trecho entre Areal e o distrito de Bemposta, no município de Três Rios. Cerca de 6 km da antiga rodovia cruzam o interior da propriedade, evidenciando o papel estratégico da fazenda como ponto de passagem e de escoamento da produção cafeeira em direção ao Rio de Janeiro.

A casa-sede, com dois pavimentos e 42 cômodos, organiza-se junto à curva da estrada, aproveitando o desnível natural do morro. Ao redor do terreiro de café, disposto em declive e no centro do conjunto, formou-se o chamado quadrilátero funcional, que articula casa-grande, senzalas, engenho e paiol. A entrada principal da sede se abre para um acesso em declive, protegido por portão de ferro, que desce até a estrada.

A face lateral esquerda da casa-sede se volta para o terreiro e para o conjunto de anexos: à direita do terreiro está a antiga senzala adaptada, à época do relatório, para indústria de andaimes; à esquerda, uma ala de senzala restaurada; e, no nível inferior, quase paralelos à estrada, o engenho e o paiol, fechando o quadrilátero. Na outra margem da antiga Rio-Bahia corre um curso d’água sinuoso acompanhando as encostas de um morro coberto por mata nativa, compondo uma ambiência em que a paisagem natural se integra ao desenho produtivo da antiga fazenda de café.

Descrição arquitetônica

A casa-sede é uma construção oitocentista de dois pavimentos que, em planta, define um bloco em forma de E, típico das grandes casas rurais de café. A arquitetura é marcadamente neoclássica, com fachada principal simétrica e bem ordenada por linhas de força: cunhais destacados, cimalha, frisos e cercaduras de vãos, sob um telhado de cumeeira elevada coberto por telhas capa e canal.

Os beirais possuem cimalha de madeira e, no anexo, cachorros aparentes. As senzalas também utilizam cachorros como arremate, enquanto engenho e paiol recebem acabamento mais elaborado, com forro e lambrequins de madeira, o que confere certa sofisticação a edif**ações produtivas normalmente mais rústicas. As esquadrias apresentam v***as e sobrev***as retas: portas externas almofadadas, portas internas de madeira com bandeiras, e janelas com almofadas internas protegidas externamente por guilhotinas envidraçadas.

Destacam-se elementos decorativos de exceção, como o desenho refinado do lambrequim restaurado do engenho/paiol, associado a mãos-francesas em forma de voluta, e uma barra pintada com motivo em “grega” ao longo da cimalha da sede. Há também um interessante recurso tecnológico de época: uma campainha no térreo acionada por sistema de ar comprimido que faz soar a sineta do relógio de madeira instalado na sala de jantar, evidenciando o caráter senhorial e o desejo de modernidade dos proprietários.

À época do relatório (2008), toda a casa-sede encontrava-se em processo de restauro orientado pelas cartas patrimoniais, com especial cuidado em preservar a volumetria, o telhado e o caráter neoclássico rural da edif**ação. Nas intervenções, utilizava-se madeira nas partes estruturais e de acabamento – sistema de pau-a-pique das paredes de vedação, estrutura do telhado, caixilharia de portas e janelas, lambrequins, ornatos de fachada, entablamentos dos forros “saia e blusa”, pisos de tábua corrida e entalhes da escada. O uso de materiais modernos era restrito à substituição de partes irrecuperáveis do pau-a-pique, recalçadas com tijolos e argamassa à base de cal, sempre que não houvesse pintura decorativa a preservar.

Detalhamento do estado de conservação da fazenda em 2008

Em 2008, a Fazenda Recreio passava por um processo de restauro que já se estendia por cerca de oito anos. No engenho, constatou-se um recalque de aproximadamente 38 cm na fundação, provocado pela biodeterioração de peças de madeira expostas à umidade ascendente e descendente em um dos pontos de apoio da cobertura, problema agravado por telhado com falhas e telhas faltantes. O recalque foi reduzido para 22 cm por meio de elevação com macaco hidráulico, estabilizando o edifício.

As paredes de vedação de todo o conjunto – casa-sede, senzalas, engenho e demais anexos – haviam passado por tratamento de descupinização, seguido de reintegração das partes faltantes de emboço e reboco, com cal virgem como componente principal da argamassa. Nas áreas em que o pau-a-pique estava destruído ou já havia sido substituído por material convencional, a recomposição empregou tijolos, mantendo a leitura volumétrica e os acabamentos originais sempre que possível.

O restauro seguiu uma sequência: inicialmente a cobertura do engenho, que apresentava o recalque; em seguida a área de serviço da casa-sede, convertida em espaços contemporâneos de estar, dormir, serviços e lazer, mas com manutenção da cobertura original; depois a reconstrução de uma ala da senzala, destinada a abrigar uma fábrica de andaimes; e, posteriormente, a recuperação da ala maior da senzala. A madeira estrutural – cunhais, frechais, madres, esquadrias e engradamentos – encontrava-se em bom estado após descupinização e substituição pontual de peças deterioradas, ora com enxertos (“bacalhaus”), ora com peças novas de mesma dimensão.

Para evitar novos problemas de umidade, utilizou-se impermeabilização com durafoil na interface entre alvenarias e elementos de madeira, reduzindo a possibilidade de umidade descendente. Naquele momento, o relatório registrava que não havia sinais signif**ativos de danos estruturais, justamente porque o restauro estava em curso, com atenção tanto à estabilidade do conjunto quanto à preservação de sua autenticidade formal.

Histórico – síntese ampliada

A Fazenda Recreio é uma propriedade rural oitocentista instalada no contexto da expansão da cafeicultura no Vale do Paraíba fluminense, região que se consolidou, entre meados do século XIX e o início do XX, como um dos principais polos produtores de café do Império e da Primeira República. A construção da casa-sede data do século XIX, momento em que o traçado da antiga Estrada Rio-Bahia reforçava as conexões entre o interior produtor e o porto do Rio de Janeiro, facilitando o escoamento da produção e a circulação de pessoas e mercadorias.

O conjunto arquitetônico da Recreio, com casa-grande de dois pavimentos sobre quadrilátero funcional composto por terreiro de café, senzalas, engenho e paiol, exprime a organização espacial típica das grandes fazendas de café escravistas do Vale do Paraíba: a residência senhorial em posição de comando, articulada diretamente às estruturas de beneficiamento e aos alojamentos da mão de obra cativa, concentrando vida doméstica, administração, produção e controle. Essa configuração pode ser observada tanto na descrição técnica do relatório quanto em estudos de geografia histórica e de história da arte, que ressaltam a implantação da casa-grande no topo de uma pequena colina, a salvo das inundações, tal como aparece em uma pintura a óleo realizada em 1886 pelo pintor alemão Johann Georg Grimm, hoje amplamente reproduzida em trabalhos acadêmicos sobre o ciclo do café.

No início do século XX, a fazenda acompanhou as transformações econômicas e sociais da região. Em 1938, a casa-sede foi reformada por seu então proprietário, o empresário Arnaldo Guinle, figura central da elite econômica carioca ligada a empreendimentos de infraestrutura e energia. A intervenção de Guinle atualizou o conforto e o padrão de acabamento da residência, sem descaracterizar o conjunto rural, o que explica a presença de soluções técnicas relativamente sofisticadas, como o sistema de campainha por ar comprimido integrando a circulação de serviço e a sala de jantar.

Com a derrocada do café na primeira metade do século XX, a Fazenda Recreio, como tantas outras propriedades do Vale do Paraíba, reorientou sua base produtiva para a pecuária leiteira. De acordo com a fonte histórica utilizada pelo relatório, na década de 2000 a fazenda mantinha cerca de 1.500 cabeças de gado distribuídas em aproximadamente 400 alqueires de terras, contando ainda com uma pequena “vila rural” interna composta por 65 casas de empregados e oito estábulos, o que demonstra a continuidade da propriedade como unidade produtiva relevante no município de Três Rios.

No início do século XXI, quando o inventário do INEPAC foi realizado, a Fazenda Recreio permanecia sob propriedade particular, com uso residencial na sede e uso industrial (fábrica de andaimes) adaptado em parte das antigas senzalas, mantendo viva a vocação produtiva do lugar, embora com novos signif**ados. Apesar de não possuir proteção legal efetiva, o relatório indicava a proposta de tombamento, reconhecendo a fazenda como testemunho material da economia cafeeira, das transformações pós-café e da permanência de paisagens rurais históricas no Vale do Paraíba fluminense.

Créditos

Conteúdo histórico e técnico baseado no Relatório INEPAC (Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense) entre 2007 e 2010, ficha da Fazenda Recreio, Antiga Estrada Rio-Bahia – Bemposta, Três Rios, Rio de Janeiro.

Informações atualizadas sobre a situação atual da Fazenda Recreio em Três Rios (Bemposta, RJ)

Após 2008, a Fazenda Recreio continua sendo objeto de interesse acadêmico e iconográfico, sobretudo por causa da tela “Fazenda do Recreio em Bemposta”, pintada em 1886 por Johann Georg Grimm, que é reproduzida e comentada em estudos recentes sobre geografia histórica do café e sobre o movimento abolicionista no Brasil. Esses trabalhos destacam a implantação da casa-grande no alto de uma elevação e confirmam a localização da fazenda na freguesia de Bemposta, reforçando sua importância como exemplo de fazenda cafeeira do Vale do Paraíba.

Em redes sociais, a Fazenda Recreio aparece em grupos e páginas dedicados a fazendas históricas e ao patrimônio do Vale do Paraíba, com fotografias atuais identif**adas como “Fazenda Recreio, Bemposta, RJ, Brasil”, o que indica que o conjunto permanece de pé e visualmente preservado, ao menos em sua volumetria principal. Esses registros mostram a propriedade inserida no mesmo contexto paisagístico de vale, próximo à antiga estrada e às encostas verdes que caracterizam a região.

Nos últimos anos, a fazenda também passou a ser usada como espaço para eventos técnicos ligados ao campo. Publicações de perfis vinculados ao Sindicato Rural de Paraíba do Sul e a programas de assistência técnica e gerencial ao produtor rural (ATEG) registram a realização de diversas edições do “Dia de Campo ATEG – Café na Fazenda Recreio”, em Bemposta, Três Rios. As postagens mencionam a presença de dezenas de produtores e atividades ligadas à cafeicultura e ao turismo rural, sugerindo que a fazenda, além de unidade produtiva, atua como vitrine de boas práticas no meio rural e como cenário para ações de capacitação e valorização do patrimônio.

Em síntese, as informações mais recentes sugerem que a Fazenda Recreio continua em uso privado, mantendo sua função agropecuária e servindo como palco para ações de extensão rural e cursos na área de café e turismo rural. O conjunto permanece reconhecido em estudos históricos e em comunidades virtuais dedicadas às fazendas de café, reforçando sua relevância como patrimônio rural do Vale do Paraíba fluminense.

Antes x Depois – O retorno da grandeza esquecida.Antes:Grande fazendão antigo, símbolo da era dos senhores do café, do c...
04/11/2025

Antes x Depois – O retorno da grandeza esquecida.

Antes:
Grande fazendão antigo, símbolo da era dos senhores do café, do cacau, da borracha e dos engenhos. Outrora cheio de vida e poder, hoje muitos como ele estão abandonados, entregues ao tempo e ao mato que aos poucos consome sua história.

Depois:
Uma proposta simples de restauração via IA mostra que a beleza pode renascer. Com cuidado, preservação e respeito ao passado, esses patrimônios podem voltar a respirar elegância e contar sua história com orgulho novamente.

Entre o vale e o tempo: a antiga Fazenda Recreio de Manuel Duarte, casa-sede oitocentista sobre porão alto no eixo cafee...
02/11/2025

Entre o vale e o tempo: a antiga Fazenda Recreio de Manuel Duarte, casa-sede oitocentista sobre porão alto no eixo cafeeiro de Rio das Flores, RJ.

NO FINAL, LINKS DA FAZENDA HOJE RESTAURADA...

Situação e Ambiência

A sede da Fazenda Recreio ergue-se em cota alta, após longa subida pela estrada que parte diante da vizinha Santa Vitória; do topo, o caminho desce até um vale onde a casa se impõe quase ao centro da paisagem. No entorno imediato, um córrego corta o vale; abrem-se campos à direita e matas nos morros circundantes, pontuadas por duas árvores antigas, “testemunhas da história”. Em 2008, a aparência externa sugeria ruína, com pintura muito desbotada, o que ressaltava ainda mais o contraste com a ambiência rural bem preservada. Localização: Estrada Coronel Mariano Paiva / RF-13, 2º distrito (Manuel Duarte), Rio das Flores.

Descrição Arquitetônica

A casa-sede oitocentista organiza-se em U, fechando um pátio interno com jardim e área de serviço. Enquadra-se no tipo “casa sobre porão alto” com hierarquia clara entre térreo e piano nobile, destacando a escadaria paralela de três lances que conduz ao acesso principal. A fachada principal segue a gramática da arquitetura rural brasileira: simetria, marcação de cunhais, cimalha e frisos, vãos com cercaduras, e telhado de quatro águas com telhas capa e canal. Elementos distintivos incluem cimalhas em madeira (côncava/convexa), porta principal em arco abatido com bandeira veneziana, janelas de guilhotina com pequenas bandeiras coloridas, vitrais em várias cores e gradis de ferro na escada; há ainda alpendre com lambrequins de flandres. A implantação compacta em torno do pátio e o muro de fechamento reforçam o caráter introspectivo do conjunto.

Sistemas e materiais

Porão com paredes de pedra (emboço/reboco) e portais em cantaria; no andar nobre, paredes envoltórias em pau-a-pique (com exceção da divisória para o pátio, em pedra), piso de tábuas sobre estrutura e baldrames em dormentes, forros de madeira e rodapés corridos. Portas internas em geral com bandeiras em arco abatido; no térreo, portais retos em cantaria. Elementos atípicos registrados: vestígios de sistema de esgoto (furo de madeira na área de serviço e fossa no porão) e restos de fogão de pedra sob a área de serviço, junto da pequena senzala então usada como galinheiro.

Estado de conservação em 2008

O relatório apontou um conjunto estruturalmente íntegro, porém com degradações generalizadas de acabamento. A falta de manutenção das fachadas permitiu a penetração de água de chuva, gerando fissuras e trincas no embasamento perimetral. No porão (especialmente sob a antiga latrina e na senzala) havia perda de emboço/reboco por exposição ao tempo. Na área de serviço, registrou-se o problema mais grave de então: descolamento de revestimentos que expunha a trama de pau-a-pique, inserções pontuais de argamassa de cimento e marcas de andaimes que favoreciam a umidade. A cobertura de telhas capa e canal conservava aspecto muito antigo; reforma ocorrida mais de dez anos antes de 2008 havia contido infiltrações descendentes que danif**avam cimalhas e forros. Estruturas de madeira (pilares e madres) não demonstravam patologias estruturais evidentes; contudo, havia perdas e substituições pontuais em cunhais, caixilhos e venezianas, com degradação de caixonetes.

Histórico

A Fazenda do Recreio esteve historicamente vinculada à vizinha Santa Justa ao longo do século XIX e início do XX. Seu núcleo originou-se do desmembramento de 158 alqueires geométricos da sesmaria de Santa Justa, sendo denominada à época “Fazenda Recreio de Santa Justa”. A tradição local e a pesquisa do relatório atribuem sua fundação provável a Francisco Alves Barbosa, o segundo Barão de Santa Justa, em meados da década de 1870, na fase tardia do ciclo cafeeiro imperial, quando muitas casas-sede do Vale do Paraíba adotaram o modelo de residência térrea sobre porão alto, hierarquizada e cenográf**a.

Com a morte do barão em 1883, a propriedade passou à Baronesa — que se tornou Viscondessa de Santa Justa — e permaneceu sob sua guarda até 1915, mantendo o vínculo com a estirpe proprietária do complexo Santa Justa. Em 1924, a Fazenda do Recreio foi alienada para Domiciano Pereira Machado; desde então, segundo o relatório, permaneceu na família dos descendentes de José Raymundo Machado. Essa trajetória ilustra a transição do grande domínio cafeeiro oitocentista para o regime de propriedades familiares no século XX, com adaptações de uso e manutenção que explicam tanto a preservação volumétrica e tipológica da sede quanto as perdas materiais observadas em 2008.

Créditos
Relatório INEPAC (Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense) entre 2007 e 2010.

Informações atualizadas sobre a situação da fazenda hoje:

• Conta no Instagram “” apresenta a sede como patrimônio histórico do século XIX, destaca “restauração cuidadosa”, natureza preservada e produção artesanal de café (variedades como Acauã e Arara), o que converge com a retomada agrícola e ações de conservação. (É a mesma?)

https://www.instagram.com/recreiofazenda/

• Publicação no grupo do Facebook de nosso amigo Fausto, trazem séries fotográf**as “antes e depois” e registros de 2025 com a sede restaurada e ativa, reforçando a recuperação visual e funcional do bem.

https://www.facebook.com/groups/203886564259168/posts/fazenda-recreio-constru%C3%ADda-no-s%C3%A9culo-xix-no-munic%C3%ADpio-de-rio-das-flores-rj-as-fo/1263332434981237/

• A marca Brahman Assu e a Assu Agro informam que a Fazenda Recreio, em Rio das Flores, mantém criação e melhoramento genético da raça bovina Brahman; perfis e site confirmam a localização em Rio das Flores e o uso do nome “Fazenda Recreio” como sede operacional.

• Registros empresariais e de endereços indicam atividades agropecuárias ativas no logradouro Estrada Coronel Mariano Paiva RF-13, Km 5/6, com empresas sediadas na “Fazenda Recreio”, em Manuel Duarte.

• Um site imobiliário local reproduz dados do inventário e esclarece que a propriedade “não está à venda”, sinalizando controle ativo dos proprietários.

Observação importante
Existem outras contas de Instagram com nomes semelhantes que parecem se referir a fazendas homônimas em outros estados; as citadas acima foram incluídas por apresentarem vínculo explícito com Rio das Flores e/ou menções diretas à Fazenda Recreio local.

01/11/2025

Na plataforma ensolarada, o ônibus azul aproxima-se como um mensageiro do tempo. Chapéus alinhados, vestidos de flores e ternos bem passados escondem sonhos que cabem em malas pequenas. É década de 50 — quando partir era promessa, chegar era esperança, e cada embarque levava consigo um pedaço da história que o asfalto ainda aprendia a escrever.

29/10/2025

Um olhar para o horizonte...

🏛️ Armazém Salim – Patrimônio da Imigração Libanesa em Rolante (RS)Construído em 1935, o Armazém Salim foi um dos mais i...
28/10/2025

🏛️ Armazém Salim – Patrimônio da Imigração Libanesa em Rolante (RS)

Construído em 1935, o Armazém Salim foi um dos mais importantes pontos de comércio e convivência da localidade de Areia, interior de Rolante. Fundado por Salim Lahude, imigrante libanês que chegou à região nas primeiras décadas do século XX, o prédio funcionou como armazém de “secos e molhados” e residência da família até o fim dos anos 1990.
A imagem mostra uma projeção restaurada, feita com apoio de inteligência artificial, que reimagina o prédio com suas linhas originais e cores vivas, destacando o valor arquitetônico e cultural do imóvel.

✨ A possível restauração do Armazém Salim representa não apenas a preservação de um edifício histórico, mas também a memória da imigração libanesa e do desenvolvimento rural no Vale do Paranhana — um passo importante para integrar o patrimônio local à rota turística e cultural de Rolante.

🚂 Estação Ferroviária de Passos – Um marco do tempo e dos trilhos 🕰️Inaugurada em 1921, a Estação Ferroviária de Passos ...
16/10/2025

🚂 Estação Ferroviária de Passos – Um marco do tempo e dos trilhos 🕰️

Inaugurada em 1921, a Estação Ferroviária de Passos foi um dos grandes símbolos do progresso trazido pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro ao Sudoeste de Minas Gerais.

Por décadas, o apito dos trens marcou o ritmo da cidade — transportando pessoas, café e sonhos que impulsionaram a economia e a integração regional.

Construída no estilo típico das estações da Mogiana, o prédio exibe linhas simples, janelas simétricas e telhado cerâmico, refletindo o charme da arquitetura ferroviária paulista da época.

Durante a primeira metade do século XX, a estação foi ponto de encontro, despedidas e reencontros — cenário vivo da história de Passos.

Com o fim das operações da Mogiana e a desativação dos trens de passageiros, o prédio passou por um período de abandono.

Hoje, restaurado e conhecido como Estação Cultura, ele abriga eventos, exposições e memórias — mantendo viva a lembrança dos tempos em que o trem era o coração pulsante da cidade. 🚆💛

(imagens antigas restauradas com ajuda de IA)

Antiga Fazenda do Recreio, Estrada do Recreio, Paty do Alferes: casa-sede oitocentista em área cafeeira, reformada no sé...
11/10/2025

Antiga Fazenda do Recreio, Estrada do Recreio, Paty do Alferes: casa-sede oitocentista em área cafeeira, reformada no século XX e hoje de uso residencial.

Situação e Ambiência

A Fazenda do Recreio f**a na Estrada do Recreio, em Paty do Alferes, assentada no sopé de um morro, junto à via. O acesso ocorre por uma área de uso rural com curral, estábulo e depósito; a porção plana e densamente arborizada, com muitas frutíferas, se estende até um açude. O proprietário informou que a estrada antiga corria ao lado da casa e foi desviada; havia também um engenho de três pavimentos, demolido e reaproveitado em reformas. Próximo ao limite com a Estrada do Calunga há um pequeno córrego. A área diante da casa, hoje pomar, aparenta ter sido o antigo terreiro de café.

Descrição Arquitetônica

O conjunto atual integra casa-sede, anexo-depósito, estábulo, curral, galinheiro e pomar com mureta e drenagem que deságuam em fosso; a água segue canalizada até o açude. A sede tem planta em L com pátio e um anexo, também em L, que fecha o pátio e abriga garagem e lavanderia. A casa é térrea sobre desnível, com trecho em porão alto e cobertura de telhas capa e canal; predominam panos cheios, sobretudo no trecho sobre o porão. A entrada principal possui escadaria semicircular, repetida no acesso de serviço, motivo recorrente em fazendas do Vale do Paraíba; a varanda é em concreto. As fachadas mantêm sequência regular de janelas de v***a reta, com caixilhos envidraçados e folhas internas almofadadas; portas externas têm bandeiras delicadas, folhas duplas e envidraçadas por fora, com pranchas verticais internas. Forros originais em saia e blusa, na maior parte, e pisos de largas tábuas persistem, com substituições pontuais; beirais forrados e frisos ornamentam as fachadas principal e laterais.

Detalhamento do estado de conservação da fazenda na época do relatório (2008)

A fazenda foi adquirida pela família do atual proprietário em 1946. Entre cerca de 1956 e meados da década de 1970, promoveu-se ampla reforma: substituíram-se as paredes por alvenaria de tijolo furado e argamassa comercial, retirando os esteios de madeira originais. O embasamento de pedra é contínuo e está em bom estado; barrotes foram tratados e não se observaram xilófagos. As fachadas apresentam umidade junto ao embasamento e infiltrações pontuais de cobertura, com perdas localizadas de revestimento; paredes internas, em geral, estão boas, com trincas pouco frequentes. A cobertura capa e canal foi reparada com telhas e madeiramento novos, preservando, em grande parte, a estrutura original; ainda há infiltrações pontuais e danos em forros por umidade e desgaste.

Histórico (não há registro do histórico)

Com base no inventário do projeto Vale do Paraíba Fluminense, a Fazenda do Recreio é oitocentista, de origem cafeeira, com reformas signif**ativas no século XX e uso residencial à época do levantamento. O registro de inventário sintetiza: município de Paty do Alferes; construção do século XIX, parcialmente reconstruída no século XX; uso original fazenda de café, uso atual residencial; sem proteção formal, com proposta de tombamento.

Créditos
Relatório INEPAC (Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense) entre 2007 e 2010.

📍 Fazenda da Cachoeira – Vassouras, Rio de Janeiro (final do século XIX)Registro do terreiro de secagem de café em uma d...
07/10/2025

📍 Fazenda da Cachoeira – Vassouras, Rio de Janeiro (final do século XIX)

Registro do terreiro de secagem de café em uma das mais importantes fazendas do Vale do Paraíba fluminense. Trabalhadores negros espalham os grãos sob o sol, em uma cena que reflete o auge e o declínio do ciclo do café no período de transição entre a escravidão e o trabalho livre. Ao fundo, o casarão e as tulhas da fazenda simbolizam a riqueza e a hierarquia social do Brasil imperial.

A imagem em preto e branco é o registro original; a versão colorizada foi restaurada digitalmente para fins ilustrativos, preservando os detalhes arquitetônicos e o cotidiano do trabalho cafeeiro no século XIX.

📸 Convite Especial aos Apaixonados por Passos e sua História!Se você gosta de ver fotos antigas, histórias, curiosidades...
04/10/2025

📸 Convite Especial aos Apaixonados por Passos e sua História!

Se você gosta de ver fotos antigas, histórias, curiosidades e lugares que marcaram gerações em Passos-MG, convido você a conhecer o novo grupo 🕰️ Memórias de Passos-MG.
👉 https://www.facebook.com/groups/passosantiga

Lá, estou reunindo imagens raras, restauradas digitalmente, mostrando como era a cidade décadas atrás, suas ruas, casarões, igrejas e pessoas que fizeram parte da nossa história.

👉 Entre e participe: compartilhe lembranças, fotos antigas da família e ajude a preservar a memória da nossa cidade!

🕰️ Grupo Memórias de Passos-MG
https://www.facebook.com/groups/passosantiga

✨ Resgate da Memória de Passos-MG ✨📍 Igreja de Santo AntônioPouca gente sabe, mas Passos já teve uma bela Igreja de Sant...
03/10/2025

✨ Resgate da Memória de Passos-MG ✨

📍 Igreja de Santo Antônio

Pouca gente sabe, mas Passos já teve uma bela Igreja de Santo Antônio, erguida ainda no século XIX, com registros da obra maior datados de 1855.

⏳ Quando caiu: relatos apontam que a demolição aconteceu nos anos 1970, sendo *1975* a data mais citada. Na época, o prefeito era Elzo Calixto Mattar (1973–1977).

🛠️ Por que foi derrubada?

As justif**ativas oficiais giravam em torno da forte deterioração do prédio: m**o, morcegos e más condições gerais. Mas havia também o chamado “espírito de renovação urbana” da época, que levou embora outros templos históricos de Passos.

📚 Fontes: Prefeitura de Passos, Folha da Manhã e Instituto Motirõ.

🔔 Hoje, relembrar essa história é também refletir sobre o quanto a preservação do nosso patrimônio importa para manter viva a identidade da cidade.

(Fotos dos anos 50, 60 e 70 restauradas)

🏡⏳ Rancharia do Norte: fazenda cafeeira oitocentista dos Monnerat às margens da RJ-144, com sede, senzala, moinho e aque...
01/10/2025

🏡⏳ Rancharia do Norte: fazenda cafeeira oitocentista dos Monnerat às margens da RJ-144, com sede, senzala, moinho e aqueduto preservados, no vale do Rio Macuquinho, Duas Barras, RJ.

1. Situação e ambiência

A fazenda está à beira da RJ-144, a 2,2 km do trevo de Duas Barras na RJ-116, entre Bom Jardim e Cordeiro. Da estrada avista-se o aqueduto atravessando o pasto frontal; o acesso se dá por portão de ferro com quatro pilastras e aléia calçada em lajotas de pedra. Um caminho cruza o Rio Macuquinho por pequena ponte e passa por um segundo pórtico em pedra, transferido da Fazenda Santana (Cantagalo), em montagem à época do levantamento. O caminho bifurca para o estacionamento sob a antiga senzala (porão alto) ou para o largo do pátio, onde existia o terreiro de café; no entorno, materiais de demolição de outras fazendas foram incorporados com intenção de “melhorias” sem descaracterização estilística, como uma fonte em ferro fundido. Junto aos percursos há escada de ligação e um curioso “escadote” de montar cavalos. O núcleo histórico é alinhado ao sopé de um morro ao fundo, reunindo sede, senzala, moinho e casa do administrador; a demolição de uma edícula não original foi substituída por carrilhão, e ergueu-se um curral de pisos em lajes de pedra, não integrante do conjunto original. Visto do alto da colina, compreende-se a implantação em fundo de vale, cercada por vegetação, e percebe-se a linha do aqueduto interrompida pela abertura da RJ-144, que suprimiu parte de sua extensão e a nascente de alimentação do lado oposto da estrada.

2. Descrição arquitetônica

O conjunto original se representa por sede, senzala e aqueduto; o moinho foi refeito com adaptações, mantendo engrenagens em uso. A sede é de dois pavimentos, sendo o inferior um porão alto habitável, com várias aberturas; algumas servem a acessos e outras possuem gradis de madeira, características de áreas de serviço. Telhado em quatro águas com telha colonial foi renovado por telhas novas do mesmo tipo para estanqueidade. A escadaria axial leva à varanda apoiada em pilares de pedra, com gradis de ferro batido e arremates pétreos; a iconografia mostra que, em 1892, o alpendre possuía três pequenos telhados contíguos com frontões triangulares e óculos, lambrequins e solução “romântica” do ecletismo tardio. Na posterior, a ausência, hoje, do corpo de serviços deixa marcas de uma antiga passarela coberta ligando-o ao primeiro pavimento da sede; remanescem pedras e tanque. Internamente, o porão reúne depósitos, quarto, área de serviço e cozinha; uma escada íngreme de serviço conecta ao pavimento nobre.

Acabamentos: alvenaria pintada, pisos em tábua corrida (cozinha e ambientes superiores) e cimentado; forros em reguado com roda-tetos e rosáceas nos salões. No piso nobre, salas centrais articulam fluxos para quartos, banheiros e copa; há capela com oratório de marchetaria; esquadrias azuis, com guilhotinas de vidro externas e folhas internas em veneziana. A senzala replica lógica da sede: porão alto parcialmente enterrado, cobertura semelhante e, atrás, porção do porão sem reboco, exibindo belos tijolos maciços e usos tradicionais como tijolos de aperto. Esquadrias enrelhadas na principal indicam função original; guilhotinas de vidro parecem posteriores. O porão mostra grandes vãos e ventilação pelos desencontros de tijolos (losangos/cobogós); o pavimento superior tem três acessos com pequenas escadas de pedra para capela, serraria e ala de cômodos interligados por corredor central; aparecem marcas de escravos nos esteios, parafuso de madeira de engenho e sulcos nas tesouras para antigas empenas em pau-a-pique. O aqueduto, em pedras semi-aparelhadas e de mão, apresenta sulcos de controle por comportas, sangradouro/desvio intermediário e peça anexa em rampa para manejo e inspeção.

3. Estado de conservação em 2010

Em 2010, os remanescentes do conjunto original (sede, senzala e moinho) haviam recebido obras de conservação e melhorias e estavam em muito bom estado; exceção feita ao aqueduto, sem intervenção. Ressalva do inventário: a troca das telhas coloniais originais por novas, embora sanitarista e ef**az contra infiltrações, alterou a leitura estética típica de fazendas dessa idade.

4. Histórico

A proprietária relatou a data de 1818 gravada na fachada principal (retirada quando se alterou a cobertura do alpendre); já a foto histórica da própria família registra 1892 como ano de grande reforma, quando o alpendre recebeu o desenho “romântico” com três telhados e frontões. A origem fundiária remonta à sesmaria “Rancharia mística dita do Norte” (ou Rancharia de Dentro), adquirida em 23 de novembro de 1837 pelos irmãos suíços João José e Sebastião Monnerat, de Manoel José Pereira e Vitória Maria do Amor Divino, por três contos de réis (metade em dinheiro e o restante em duas letras a 12 e 24 meses); a escritura definitiva foi lavrada em 1º de dezembro de 1838. Os Monnerat eram filhos do alfaiate François Xavier Monnerat e de Elisabeth Koller, imigrantes do Jura (Cornol) que chegaram ao Brasil no navio Cammilus com sete filhos.

Antes disso, em 1807, a sesmaria fora concedida ao padre Francisco Ferreira de Azevedo, com obrigação de conservar as madeiras (Tapinhoan e Peroba) para a marinha real. As terras eram de mata bruta, com onças e porcos-do-mato; a colonização exigiu pesado trabalho agrícola. A Rancharia do Norte foi sendo ampliada com Rancharia do Sul e Monte Verde ainda antes da morte de Sebastião (14/11/1845). Um episódio marcante: ao transitar entre as duas fazendas durante tempestade, Sebastião despencou de um antigo caminho no alto do morro; uma cruz de braúna com as iniciais S.M. e a data marcou o local, depois substituída por cruz de concreto que ainda assinala o precipício. Em 1848, os pais partilharam os bens do filho entre os demais herdeiros; naquele decênio inicial, a família possuía apenas três escravos (Paulo, Joaquim e José Congo).

Após a morte de João José (1877), a viúva Anna Maria Heggendorf e os filhos formaram a sociedade “Viúva Monnerat e Filhos”, com grande expansão patrimonial: à Rancharia do Norte se agregaram São Vicente, Nossa Senhora da Guia, São João, Conceição dos Pinheiros, Riachuelo, Santo Antônio do Monte, Penedo e Jacaré, além de sítios, formando um complexo agropecuário expressivo. Em 1922, a fazenda pertencia ao coronel José Constâncio Monnerat e já era elogiada por “magníf**a instalação elétrica”, bons acessos, cerca de 80 cabeças de gado, engenhos de cana e farinha e colonos portugueses e italianos; nesse momento, São Vicente e Nossa Senhora da Guia ainda estavam sob o mesmo comando, e o coronel mantinha propriedades também em outros municípios fluminenses e em Minas (ex.: Santo Antônio do Rio Negro, Cantagalo). Em 2010, a Rancharia do Norte permanecia com uma herdeira Monnerat, neta do coronel José Constâncio, preservando a tradição familiar.

Créditos
Relatório INEPAC (Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense), levantamentos entre 2007 e 2010; equipe: coordenação e textos técnicos conforme ficha AVI – F07 – DB; revisão final novembro de 2010.

Informações recentes encontradas na internet

O Instituto Cidade Viva mantém a ficha da fazenda com os mesmos dados gerais do inventário (localização no km 52 da RJ-144, época de construção na 2ª metade do século XIX e propriedade particular), sem notícia de tombamento, reforçando a condição de imóvel privado e não aberto a visitação regular.

Um site de classif**ados imobiliários rurais esclarece de forma explícita que a Fazenda Rancharia do Norte “não está à venda”, sem fornecer mais detalhes ou contato oficial; não é um site institucional da propriedade, mas indica que a área segue privada.

Uma coluna histórica local, publicada em 2025, menciona memórias sobre estadas de estudantes e a presença de “Tio Pedro”, homem negro associado ao período da escravidão, contextualizando a Rancharia do Norte no distrito de Monnerat; trata-se de narrativa jornalística e memorialística, não um comunicado oficial dos proprietários.

Como referência comparativa do circuito de fazendas históricas de Duas Barras, a vizinha Fazenda Penedo opera com turismo rural com forte presença online, ilustrando que, até onde as fontes abertas indicam, a Rancharia do Norte não segue modelo similar de visitação pública.

Endereço

Passos, MG

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