Tesouros do Tempo

Tesouros do Tempo Mergulhe em Histórias ✨
Descubra as belezas e os mistérios do passado! Tesouros do tempo que encantam e fascinam: do Brasil e do mundo.

Fazendas antigas, casarões, mansões, palácios, castelos, artes e objetos que o tempo não apagou.

𝗖𝗮𝘀𝗮-𝘀𝗲𝗱𝗲 𝗲 𝗲𝗻𝗴𝗲𝗻𝗵𝗼 𝗱𝗮 𝗔𝗻𝘁𝗶𝗴𝗮 𝗙𝗮𝘇𝗲𝗻𝗱𝗮 𝗣𝗿𝗼𝘃𝗶𝗱ê𝗻𝗰𝗶𝗮, 𝗰𝗲𝗿𝗰𝗮 𝗱𝗲 𝟵 𝗸𝗺 𝗱𝗲 𝗕𝗮𝗿𝗿𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀, 𝗧𝗿𝗮𝗷𝗮𝗻𝗼 𝗱𝗲 𝗠𝗼𝗿𝗮𝗲𝘀 (𝗥𝗝), 𝗲𝗿𝗴𝘂𝗶𝗱𝗮 𝗻𝗼...
27/09/2025

𝗖𝗮𝘀𝗮-𝘀𝗲𝗱𝗲 𝗲 𝗲𝗻𝗴𝗲𝗻𝗵𝗼 𝗱𝗮 𝗔𝗻𝘁𝗶𝗴𝗮 𝗙𝗮𝘇𝗲𝗻𝗱𝗮 𝗣𝗿𝗼𝘃𝗶𝗱ê𝗻𝗰𝗶𝗮, 𝗰𝗲𝗿𝗰𝗮 𝗱𝗲 𝟵 𝗸𝗺 𝗱𝗲 𝗕𝗮𝗿𝗿𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀, 𝗧𝗿𝗮𝗷𝗮𝗻𝗼 𝗱𝗲 𝗠𝗼𝗿𝗮𝗲𝘀 (𝗥𝗝), 𝗲𝗿𝗴𝘂𝗶𝗱𝗮 𝗻𝗼 𝘀𝗲́𝗰𝘂𝗹𝗼 𝗫𝗜𝗫 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗻𝘂́𝗰𝗹𝗲𝗼 𝗰𝗮𝗳𝗲𝗲𝗶𝗿𝗼 𝗲 𝗵𝗼𝗷𝗲 𝗿𝗲𝗳𝗲𝗿𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗱𝗮 𝗽𝗮𝗶𝘀𝗮𝗴𝗲𝗺 𝗿𝘂𝗿𝗮𝗹 𝘀𝗲𝗿𝗿𝗮𝗻𝗮.

Situação e Ambiência

A fazenda f**a na Região Serrana do Rio de Janeiro, acessível pela RJ-116 (Friburgo–Bom Jardim) e RJ-146; a partir do km 40 desta rodovia, segue-se por Barra dos Passos e por estradas de terra, com bifurcações descritas até alcançar a sede. O conjunto ocupa platôs escalonados, com a casa principal no patamar mais alto, dominando currais, depósitos e uma serraria instalada nas ruínas do antigo engenho, que ainda preserva roda d’água metálica. Em frente à sede estendem-se os antigos terreiros de secagem de café; o entorno alterna morros com mata fechada e pastagens onde, provavelmente, se situaram os cafezais.

Descrição Arquitetônica

A sede adota solução típica das fazendas de café fluminenses: fachada frontal com dois pavimentos e posterior com um, aproveitando a declividade, além de planta articulada em torno de pátio interno. A linguagem é simples, sobre estrutura colonial (madeira, embasamento em pedra, pau-a-pique, cobertura em telhas capa e canal), com composição simétrica marcada por pilastras pintadas em ocre, embasamento e cimalha “imitando” aplacamento em pedra. Portada de v***a reta com aldrava em ferro; janelas retangulares com cercaduras azuis e esquadrias triplas no térreo (venezianas, caixilhos envidraçados e folhas internas) e, no pavimento nobre, sobrev***as em madeira. Arremates incluem barra decorativa de madeira com volutas e losangos, cimalha escalonada e beiral cerâmico. O interior destaca uma escada helicoidal de madeira de execução refinada (considerada extemporânea pelos proprietários), ambientes sociais e íntimos com pisos em tábuas e forros “saia e blusa”, pátio gramado com fosso de ventilação do porão e repuxo sob caramanchão, cozinha com fogão a lenha e defumador, além de dependências de serviço e circulação externa.

Estado de conservação da sede em 2010

O relatório registrou rachaduras e esforços estruturais em alguns cômodos; infiltrações ascendentes (associadas à umidade do fosso do pátio interno) e descendentes (embasamento e cobertura); pintura externamente desgastada e substituição parcial de telhas com diferenças cromáticas; sujidade intensa por ação de morcegos nas fachadas laterais; riscos pela fixação de pontos de eletricidade em peças de madeira e fiação aparente. Internamente, havia forros removidos no térreo com evidências de ataque de térmitas; perda de elemento torneado do guarda-corpo da escada; desgaste de pintura em paredes e forros no pavimento nobre; e barra decorativa em papel de parede com faltas e descolamentos na sala de jantar.

Histórico

A origem documentada vincula a propriedade à família Lopes Martins. O capitão João Lopes Martins (n. 1794), proprietário de sesmaria no Ribeirão Dourado (Cordeiro) já em 1821, adquiriu a fazenda. Por herança, passou ao filho, Francisco Lopes Martins (n. 1822). Viúvo, Francisco casou-se em 1852 com Felizarda da Silva Moraes, filha do tenente-coronel João Antônio de Moraes e de Basília Rosa Franco de Moraes, barões de Duas Barras, grandes cafeicultores com dezenas de fazendas na região.

O casal residiu inicialmente na Fazenda Olaria (do barão) e, com apoio de canteiros e carpinteiros portugueses, edificou a nova sede da vizinha Providência, concluída em 1858, quando a família se transferiu definitivamente. No auge, a fazenda contava com cerca de 150 mil pés de café e expressivo número de escravizados; Francisco exerceu funções públicas (juiz de paz, vereador e delegado em Santa Maria Madalena em 1864), mas, enfermo, teve a administração assumida por Felizarda, conhecida pela firmeza de caráter e habilidade equestre.

Com o agravamento da saúde do marido, associou-se ao filho, coronel Alfredo Lopes Martins, político influente que ocupou a vice-presidência da Província do Rio de Janeiro em 1910 e administrou, ao longo da vida, várias fazendas — mantendo, porém, a Providência como sede até sua morte, em 1948. A propriedade passou ao neto, Alfredo Lopes Martins (1922–1990), líder cooperativista e presidente da CCPL por 23 anos. À época do relatório, a fazenda pertencia aos herdeiros Aroldo e Marcos Tavares Martins, produtores de leite na região, que preservavam a sede.

Crédito
Relatório INEPAC (Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense) entre 2007 e 2010.

27/09/2025

Entre paredes centenárias, a memória do Brasil ecoa em cada detalhe da arquitetura colonial. 🏡🌿✨

🏚️ Antes: Uma fazenda colonial brasileira do século XIX marcada pelo tempo, com paredes desgastadas, janelas quebradas, ...
26/09/2025

🏚️ Antes: Uma fazenda colonial brasileira do século XIX marcada pelo tempo, com paredes desgastadas, janelas quebradas, ruínas e a natureza tomando conta do espaço.

🏡 Depois: A mesma fazenda totalmente restaurada, revelando sua beleza original, com jardins cuidados, pintura renovada, muro de pedras e a imponência arquitetônica de volta à vida.

✨ As imagens foram tratadas digitalmente.

Entre o abandono e o renascimento, a antiga fazenda entre as montanhas mineiras volta a respirar sua história. Um resgat...
15/09/2025

Entre o abandono e o renascimento, a antiga fazenda entre as montanhas mineiras volta a respirar sua história. Um resgate que preserva não apenas paredes e telhados, mas também a memória da vida simples e forte da roça. Em cidades pequenas e quase esquecidas como São Sebastião do Rio Verde, Minas Gerais guarda tesouros que contam quem somos e de onde viemos. 🌄🐄

(usado tecnologia para melhoramento de imagem)

Antiga Fazenda Prosperidade (1875), Paraíso do Tobias – Miracema (RJ): herança cafeeira e memórias da família Barros.Sit...
14/09/2025

Antiga Fazenda Prosperidade (1875), Paraíso do Tobias – Miracema (RJ): herança cafeeira e memórias da família Barros.

Situação e Ambiência

A fazenda localiza-se a 6 km da sede distrital de Paraíso do Tobias (2º distrito de Miracema), com acesso pela RJ-200 e, em seguida, pela RJ-186 (estrada de terra) rumo a São José de Ubá. O percurso passa por atrativos naturais que valorizam a paisagem local, como a pedra “Olho da Baleia” (na Fazenda Pirineus) e uma cachoeira no Sítio Santa Verônica. Na RJ-186 há um conjunto de antigas propriedades rurais (Santa Inês, Mantinéa, Maravilha, Pirineus e União), configurando um corredor histórico-paisagístico de forte apelo turístico.

Descrição Arquitetônica

A casa-sede segue tipologia difundida na região mineira de São José das Três Ilhas (Belmiro Braga/MG), origem familiar dos proprietários. Reformas na década de 1960 alteraram elementos originais: perderam-se sobrev***as de estuque, cunhais, cores tradicionais (alvenaria branca e esquadrias verde-colonial), e o telhado de quatro águas foi modif**ado; também surgiram basculantes metálicos em banheiros, típicos da região pós-1950. Hoje, as fachadas têm vãos em v***a reta com esquadrias de folhas cegas e ombreiras aparentes; cobertura em capa-e-canal, com beiral “saia e camisa” e peanhas de cerâmica vitrif**ada. Internamente, há paredes em pau-a-pique, outras em tijolo maciço e piso de madeira recuperado; um cômodo preserva forro de taquara.

A planta é retangular, com frente térrea e fundos sobre porão alto e habitável; a lateral direita ostenta a data 25/03/1875 em relevo. Os fundos integram porão com forno a lenha e novo acesso em execução; todo o madeirame vem sendo tratado/substituído quando irrecuperável. Há muro de arrimo de pedra que protege o tardoz e um túnel subterrâneo conduz água à cachoeira e ao lago da propriedade. No entorno imediato f**am a escada de pedra-seca, o terreiro de café, tanques de lavagem e outra cachoeira. Parte dos materiais de obra (madeiras, tijolos, telhas) foi obtida em demolições.

No platô diante da sede concentram-se o antigo terreiro, um moinho de fubá, equipamentos de beneficiamento (secadeira e despolpador) e um paiol de madeira com beiral forrado e mãos francesas simples, além de galpão, caixas d’água e edícula-depósito. Em cota mais baixa, o armazém/casa de colono, com salão, três quartos, cozinha e banheiros (com forro de taquara), serve de residência temporária durante as obras. Uma tulha isolada, com telhado em quatro águas e beiral de taquara, hoje guarda materiais. À chegada do platô, surgem ruínas em pedra, com arcos plenos e óculos de tijolo maciço — provável alicerce de uma nova sede, inacabada após a abolição — hoje o maior atrativo arquitetônico do conjunto.

Estado de Conservação (situação em 2009)

Em 2009 a sede passava por grande reforma com reconstituição parcial dos aspectos de época: novas escadarias em todas as fachadas, remanejamento de divisórias, recuperação/substituição de ombreiras, peitoris e portais, confecção de novas esquadrias onde havia ataque de cupins, recomposição de assoalho “paralelo” e revisão geral das redes elétrica e hidráulica. O terreiro havia virado depósito de materiais e necessitava reparos.

O moinho demandava pequenos consertos; o paiol exigia atenção preventiva por ser de madeira (risco de xilófagos). O armazém/casa de colono fora recuperado (forros e assoalho nos padrões originais; elétrica/hidráulica refeitas) para uso provisório como moradia; a tulha também havia sido reformada (alvenaria branca; madeira e ombreiras/peitoris/portais em azul; portas/janelas ocres; piso em terra batida). As ruínas careciam de consolidação (partes de alvenaria desfeitas e árvores internas comprometendo a estabilidade); havia preenchimentos antigos em tijolo maciço. O mestre de obras responsável era José Geraldo de Souza Ribeiro (“Zé do Rádio”), de Paraíso do Tobias.

Histórico (síntese ampliada)

O avanço cafeeiro fluminense do século XIX ocupou terras de mata e serras do Vale do Paraíba, estimulando a formação de grandes fazendas e o rápido enriquecimento de agricultores — contexto no qual Miracema (antiga Santo Antônio dos Brotos) foi fundada entre 1840–1842. A Fazenda Prosperidade nasceu em 1875 com o coronel Apolinário de Barros, por doação de seu pai, Francisco Bernardino de Barros, desmembrada da Fazenda Santa Inês. Segundo Heitor de Bustamante (Sertões dos Puris), o tronco fundiário local remonta à compra, por José Ferreira Brandão, de vasta sorte de terras que, ao longo de sucessões e doações, originou as fazendas São Luís, Paraíso, Santa Inês e outras, ligadas a ramos da família Barros e genros, como Boa Vista/Califórnia (Pirineus), Mantinéa, Mata, São Thiago, União, Santa Ana e São Felipe.

No fim do século XIX, a Prosperidade passou ao coronel Joaquim Bernardino de Barros (“Quinca Josino”), filho de Josino Antônio de Barros (fundador da Fazenda Liberdade). A genealogia Barros conecta Minas (Três Ilhas) ao Noroeste Fluminense: Antônio Bernardino de Barros e seu irmão Gabriel estruturaram grandes fazendas cafeeiras em Minas; três filhos de Antônio migraram para o atual Paraíso do Tobias (Santa Inês, São Luís e Paraíso), consolidando o povoamento local; outros ramos permaneceram em Três Ilhas, onde dois receberam títulos (barões das Três Ilhas e de São José del Rey).

A Prosperidade produziu café com inovação técnica: despolpava os grãos na própria fazenda com acompanhamento do IBC (engenheiros agrônomos chegaram a residir no local). Com o declínio do café, diversificou para arroz, milho, feijão, leite e gado de corte — notadamente sob Plínio Bastos de Barros (prefeito de Miracema, 1951–1955), cuja gestão marcou obras como o Estádio Municipal. Depoimentos orais registram a vitalidade do núcleo rural até a década de 1960: cerca de 82 casas, campo de futebol, venda, escola sob telhas junto à casa-sede e Folia de Reis. Em 2009, o relatório aponta continuidade produtiva (gado Gir Leiteiro PO, Girolando, leite e cana para ração) e a permanência da quinta geração da família Barros (Plínio Bastos de Barros Neto).

Créditos
Relatório INEPAC (Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense), trabalho de campo e sistematização entre 2007 e 2010.

Informações recentes e observações de atualização

• O portal institucional de Cultura e Turismo de Miracema mantém registro da Fazenda Prosperidade como ponto de interesse em Paraíso do Tobias, com descrição de acesso e valorização do entorno histórico-paisagístico. (Obs.: o conteúdo municipal confirma localização e relevância turística, mas a página pode oscilar em disponibilidade.)

• Há menções públicas recentes à atividade agropecuária contínua na Fazenda Prosperidade em Miracema (relatos em rede social de profissional veterinário que atuou no local, indicando retorno à propriedade). Esses registros reforçam a permanência do uso rural após 2009, mas não substituem fonte oficial.

• Atenção à homonímia: perfis e site intitulados “Fazenda (São João da) Prosperidade” referem-se a uma fazenda turística no Vale do Café, em Ipiabas/Barra do Piraí (RJ), não à propriedade de Miracema. São lugares distintos; convém não confundir.

Entre as montanhas de Minas, o tempo repousa silencioso sobre cada telha e cada fresta. O casarão colonial, ora abandona...
11/09/2025

Entre as montanhas de Minas, o tempo repousa silencioso sobre cada telha e cada fresta. O casarão colonial, ora abandonado, ora restaurado, guarda em suas paredes a memória de gerações que viveram em harmonia com a terra. No balanço do vento e no perfume das flores do campo, pulsa o chamado da preservação: cuidar do que é nosso, para que a vida simples e a beleza eterna das montanhas continuem a inspirar. 🏡🌿✨

✨🏛️ As misteriosas Cavernas de Longyou 🏛️✨Descobertas em 1992, na província de Zhejiang, China, as Cavernas de Longyou i...
10/09/2025

✨🏛️ As misteriosas Cavernas de Longyou 🏛️✨

Descobertas em 1992, na província de Zhejiang, China, as Cavernas de Longyou intrigam arqueólogos e engenheiros até hoje. Escavadas inteiramente em arenito, essas 24 cavernas subterrâneas gigantes apresentam paredes perfeitamente lisas e colunas simétricas, fruto de um trabalho colossal há mais de 2.000 anos.

Sem registros históricos sobre sua construção ou finalidade, elas permanecem um enigma da antiguidade chinesa, comparadas em mistério às pirâmides do Egito.

🔍 Até hoje, não se sabe ao certo: templos? armazéns? ou algo ainda mais grandioso?

Antes, esquecida pelo tempo, coberta pelo mato e pelo abandono. Depois, renascida com dignidade, paredes brancas refleti...
09/09/2025

Antes, esquecida pelo tempo, coberta pelo mato e pelo abandono. Depois, renascida com dignidade, paredes brancas refletindo o sol e um gramado verde a emoldurar o sonho.🏡🌿 Uma lembrança viva de que a casa na roça pode voltar a sorrir para quem sonha com um refúgio simples, bonito e cheio de história.

Antiga Fazenda Ponte Alta (1830), Estrada do Barreiro s/nº, Natividade, RJ — casa-grande oitocentista à beira do rio Car...
08/09/2025

Antiga Fazenda Ponte Alta (1830), Estrada do Barreiro s/nº, Natividade, RJ — casa-grande oitocentista à beira do rio Carangola, núcleo cafeeiro com porão de trabalho escravizado e força motriz hidráulica preservada.

Situação e ambiência

Implantada em platô amplo, com suaves elevações e mata nativa intercalada por pastagens, a fazenda f**a a partir da BR-356 (trevo de Natividade), seguindo pela estrada do Avahy e depois pela do Barreiro, mal conservada e com ponte rústica. O conjunto se distribui de forma “aberta”, dominado pela casa-sede; à frente há área plana que sugere antigo jardim, próxima à estrada e à casa do caseiro. A capela de Nossa Senhora Aparecida situa-se afastada e encoberta por vegetação. À margem do córrego e do rio existem estruturas produtivas: três chiqueiros que usam água por comporta, a antiga casa do moinho de fubá (com mó de cantaria e maquinário), base da roda d’água e passarela de acesso de pedra. Currais f**am próximos, porém ocultos por mangueiras.

Descrição arquitetônica

A casa-sede, em “L”, tem corpo principal paralelo à estrada e ala paralela ao curso d’água. Fachada frontal com três portas e quatro janelas no térreo e dez janelas no pavimento superior; pilares de madeira aparentes sobre embasamento de cantaria caiada, com frechal visível e encaixes originais; cobertura em seis águas com telha capa-canal e beiral com cimalha torneada. Uma das portas elevadas servia ao carregamento por tropeiros. No térreo, acessos independentes para porão habitável (estoque, depósitos e senzala) e para a parte residencial no piso superior, alcançada por rampa e escada original em ensambladuras. No pavimento nobre, salas com forros saia-e-camisa, quartos voltados às fachadas, sala de almoço com mesa centenária, oratório, área íntima com closet e ferragens antigas; cozinha com dois fogões a lenha (um para doces) e armário também centenário. Esquadrias robustas, parte com adaptações posteriores.

Detalhamento do estado de conservação (2008)

O relatório registra intervenção inadequada em trecho de fachada (emboço cimentício sobre adobe, com janela fora do padrão), pisos cimentados mal executados sobre base de adobe nos cômodos do porão, lacunas de revestimento e umidade localizada. Aparecem paredes em taipa de mão expostas e deterioradas por incompatibilidade de materiais (argamassa de cimento e azulejos em parede geminada a banheiro). Estrutura de cobertura estava em bom estado, com engradamento íntegro; danos pontuais em beirais por umidade e manchas biológicas. A capela apresentava pintura queimada, sujidades e degradação biológica.

Histórico (síntese ampliada)

Formada às margens do rio Carangola na década de 1830, a Ponte Alta antecede o “desbravamento” pleno da região (1831). A primeira sede, de pilares de braúna sobre porão aberto, abrigava estoque de café e senzala; depois tornou-se “casa das máquinas”. A segunda e atual sede, ainda nos anos 1830, aproveitou parte da estrutura anterior, vedou o primeiro pavimento em adobe e manteve acesso lateral. A economia articulava café, arroz, milho, cana e feijão, com trabalho escravizado concentrado no porão, onde ainda subsiste o tronco. A logística se fazia por tropas rumo ao Rio de Janeiro e Campos; portas elevadas permitiam a carga direta sobre animais. A propriedade esteve com os Tinoco (primeiro, Antônio Porphirio Tinoco; depois, José Egídio “Juca” Tinoco e sua esposa “sinhazinha”), passando por partilhas no século XX; em 2005 somava cerca de 60 alqueires e atravessava a divisa municipal Natividade/Itaperuna. Registros e objetos históricos mencionados no relatório (mapa de 1887, livro de compra e venda de escravizados e café, palmatória, quepe do major) já não estavam localizados à época. O conjunto é apontado como raro exemplar do século XIX que integra técnicas e materiais regionais (adobe, sistema de “gaiola” no segundo pavimento, telhas cerâmicas artesanais), conforto térmico e autossuficiência hídrica/energética a partir do engenho hidráulico.

Créditos
Relatório INEPAC (Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense) entre 2007 e 2010.

Há material audiovisual recente no YouTube apresentando a Fazenda Ponte Alta em Natividade/RJ e seu contexto no Vale do Carangola, útil para reconhecimento visual do sítio e sensibilização patrimonial.

Circulam postagens comunitárias em redes sociais com fotos e menções à Fazenda Ponte Alta “década de 1830” em Natividade/RJ, mas sem caráter oficial (bom como indício de visibilidade local, não como fonte institucional).

Observação importante para evitar confusões:
Existem outras propriedades homônimas “Fazenda Ponte Alta” no estado do Rio e em São Paulo que mantêm forte presença digital e turismo histórico, mas não se referem ao imóvel de Natividade/RJ:
• Barra do Piraí (Vale do Café): hotel fazenda com visitas encenadas e “Museu do Escravizado”.

Fazenda Ponte Alta (1815–1820), Parque Santana – Barra do Piraí: quadrilátero funcional do café, aqueduto de pedra e pal...
30/08/2025

Fazenda Ponte Alta (1815–1820), Parque Santana – Barra do Piraí: quadrilátero funcional do café, aqueduto de pedra e palco de memórias do Brasil Imperial. (Ontem e Hoje)

Situação e Ambiência
A fazenda situa-se no km 19 da RJ-145 (Avenida Silas Pereira da Mota), entre Barra do Piraí e Piraí, com acesso próximo à estação ferroviária de Santana da Barra. Da porteira até o conjunto percorre-se cerca de 2 km por pastagens e vegetação rasteira; a alameda de palmeiras imperiais, paralela a uma das fachadas da casa-sede, sinaliza o núcleo histórico. As edif**ações formam um quadrilátero funcional implantado em desnível para otimizar as atividades cafeeiras.

Descrição Arquitetônica
Edif**ada entre 1815 e 1820, a Ponte Alta reúne casa-sede, capela e terreiro central, ladeados por senzalas em duas alas (com enfermaria em um canto) e, nas extremidades, engenho de café e casa do feitor. A atual casa-sede é uma reconstrução de 1936 e hoje funciona como hospedagem, em platô acima das demais edif**ações. O processo produtivo original era movido por roda d’água. O conjunto acompanha a topografia, resultando em variações de altura: antigo engenho e tulha com dois pavimentos; senzalas com um e dois pavimentos (porão habitável). Fachadas com predomínio da horizontalidade; portas e janelas de v***a reta em madeira (guilhotinas no engenho). Telhados de duas águas (e quatro águas no engenho e na casa grande), beirais tipo “cachorro”, estrutura horizontal e vertical em madeira, embasamento de pedra, vedações originais em pau-a-pique e canaletas de cantaria escorrendo o pátio. Pisos originais de tábuas e pedra sobrevivem em varandas, senzalas e antiga enfermaria; no engenho houve substituições por madeira e cerâmica; forros “saia e blusa” remanescentes em poucos pontos.

Estado de conservação em 2008
Fundações em condição regular, com umidade ascendente, manchas, fungos e remendos com saibro/cimento. Nas vedações: trocas de argamassa por materiais incompatíveis, perda e apodrecimento de varas/esteios, umidade difusa e fissuras sobre v***as e encontros de paredes. Na cobertura: arqueamento de peças, umidade, ressecamento e apodrecimento pontual; algumas madres “seladas”. A estrutura de madeira, de modo geral, estava boa, mas foram observados trechos com inserções em concreto (no antigo engenho), cortes de barrotes e deterioração localizada de esteios e madres.

Histórico (síntese ampliada)
c.1808 — José Luiz Gomes, futuro Barão de Mambucaba, ocupa sesmarias na região da antiga Fazenda de Santa Cruz. c.1830 — funda a Fazenda Ponte Alta (sem torná-la sua principal propriedade). 1855 — com sua morte, a fazenda passa a José Gonçalves de Oliveira Roxo, futuro Barão de Guanabara, que ergue casa no auge do café e implanta um grande aqueduto de pedra para mover moinhos e engenhos. 1875 — falecido o Barão da Guanabara, seu pai, o Barão de Vargem Alegre, compra a fazenda da nora, então com 306 escravizados. 1879 — herda o filho Raymundo Breves de Oliveira Roxo, que atravessa a crise do café até entregar o imóvel, em 1890, ao Banco do Brasil em pagamento de dívida hipotecária. 1890–1900 — após execuções, o Banco vende o conjunto ao Cel. Arthur Ferreira Torres; em 1900, a propriedade é adquirida, com outras 19, pelo Comendador e Conde Modesto Leal (João Leopoldo Modesto Leal), num contexto de transição do café para a pecuária leiteira no Vale do Paraíba; a área, antes em Vassouras, passa a Barra do Piraí com a criação do município em 1890. 1936 — a neta do conde, Isabel Modesto Leal (“Dona Isa”), ergue a atual casa de pedra no lugar da sede antiga; ela foi amiga de Getúlio Vargas, que celebrou ali seus últimos cinco aniversários. 1960 — a fazenda é adquirida por Nellie Pascoli (Grupo CAEMI); em 1972, ela recupera o antigo moinho de pilões com projeto de Jorge de Souza Hüe e ambienta com mobiliário dos séculos XVIII e XIX. 1982 — com seu falecimento, herdam os sobrinhos Evelyn e Ricardo Pascoli; Evelyn, figura-chave do turismo cultural regional, cria o Sarau Histórico e impulsiona a visitação. Em 2008, as atividades combinavam pecuária, criação de Mangalarga Marchador e turismo cultural/pedagógico na Pousada Fazenda Ponte Alta.

Créditos
Relatório INEPAC (Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense) entre 2007 e 2010.

Informações atualizadas e presença digital
Operação turística e de hospedagem ativa como Hotel/Pousada Fazenda Ponte Alta, com comunicação institucional destacando a preservação histórica e pacotes de hospedagem.
https://pousadapontealta.com.br/

Endereço utilizado em plataformas de viagem: Rua/Avenida Silas Pereira da Mota, 880, Parque Santana, Barra do Piraí, RJ, coerente com a localização indicada no inventário.

Programação cultural em continuidade: o Sarau Histórico e visitas guiadas seguem sendo divulgados e realizados em 2024–2025, com postagens recentes e convites a eventos.

Perfis oficiais e ativos em redes sociais mantêm atualizações frequentes sobre hospedagem, eventos e experiências históricas.
https://www.instagram.com/fazenda_pontealta/
https://www.facebook.com/profile.php?id=61562171274003 #

Reconhecimento e tombamento: a fazenda é apontada como bem tombado no âmbito estadual (INEPAC), conforme listagens e referências públicas.

✨ A vida na fazenda tem um encanto único! As antigas fazendas coloniais do Brasil guardam histórias, tradições e uma bel...
28/08/2025

✨ A vida na fazenda tem um encanto único! As antigas fazendas coloniais do Brasil guardam histórias, tradições e uma beleza que atravessa o tempo 🌿🏡.
Se você também se encanta com fazendões antigos, arquitetura colonial e o espírito do campo, venha comigo nessa jornada! 🤠🐎
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Urna do Santíssimo Sacramento – Ouro Preto, século XVIII.Esculpida em madeira dourada na segunda metade do século XVIII,...
25/08/2025

Urna do Santíssimo Sacramento – Ouro Preto, século XVIII.

Esculpida em madeira dourada na segunda metade do século XVIII, esta urna era utilizada para guardar e transportar o Santíssimo Sacramento durante procissões e cerimônias religiosas. O destaque da peça é o Cordeiro de Deus (Agnus Dei) colocado no topo, símbolo de Cristo sacrif**ado, reforçando a centralidade da Eucaristia na liturgia católica. Trabalhos como este revelam a riqueza da arte sacra barroca em Minas Gerais, onde a fé, o requinte artístico e a devoção popular se uniam na vida religiosa da antiga Vila Rica.

Endereço

Passos, MG

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