04/11/2025
Após pressão, Prefeitura lança edital de última hora para artistas locais mas apresentações serão sem cachê
Enquanto grandes nomes recebem cachês milionários, músicos de Pato Branco são convidados a se apresentar sem pagamento e a pergunta permanece: onde foi parar o dinheiro prometido?
Depois das cobranças públicas feitas por artistas locais e da repercussão do vídeo do Portal Verdades que destacou o descumprimento da promessa do prefeito de valorizar os talentos de Pato Branco, a Prefeitura publicou, nesta segunda-feira (03), uma “Chamada Pública Simplif**ada” para credenciar músicos e bandas da cidade interessados em se apresentar na ExpoPato 2025.
Mas o que deveria ser um gesto de valorização cultural acabou gerando ainda mais indignação.
Isso porque o documento, assinado pela Comissão Central Organizadora (CCO), estabelece que as apresentações serão feitas “sem cachê”, ou seja, sem qualquer pagamento aos artistas.
A promessa era valorização a entrega foi improviso
Durante uma coletiva no início do ano, o prefeito afirmou que havia R$ 1,5 milhão da Lei Rouanet destinado para valorizar os artistas locais.
Mas, agora, faltando poucos dias para o início da ExpoPato, o que se vê é uma ação desesperada e sem planejamento, feita apenas depois que o assunto veio à tona.
A prefeitura, que sempre reage em vez de agir, correu para publicar um edital às pressas, tentando apagar o incêndio que ela mesma provocou.
É sempre assim: espera alguém cobrar para tomar uma atitude.
O problema é que, dessa vez, o improviso ficou evidente demais.
Segundo informações obtidas pelo Portal Verdades, o diretor de comunicação da Prefeitura estaria à frente dessa tentativa de “salvar a imagem” da gestão.
Servidores ligados à administração afirmam que o servidor tem tentado controlar as crises políticas da atual gestão a qualquer custo, mas sem sucesso.
Ainda conforme relatos internos, nem mesmo o conselheiro político mais próximo do prefeito estaria satisfeito com sua atuação.
A avaliação é de que o diretor, acostumado a comandar a comunicação institucional apenas em tempos de calmaria, não sabe lidar com o cenário de crise que a gestão vive hoje.
As ações, tomadas às pressas e sem estratégia, têm se mostrado atrapalhadas e reativas, como foi o caso da publicação do edital para os artistas locais uma medida improvisada que, em vez de resolver, acabou ampliando a indignação da população e da classe cultural.
“Valorização” ou improviso?
A decisão gerou críticas entre artistas e internautas, que classif**aram a medida como “desrespeitosa” e “eleitoreira”, já que a gestão municipal havia prometido investir em cultura e fomentar o trabalho dos profissionais locais.
Além da ausência de cachê, o edital também não prevê critérios técnicos de seleção, não detalha quantos artistas serão contemplados e não menciona se haverá estrutura adequada para as apresentações o que reforça a percepção de que o processo foi feito apenas para conter a crise de imagem.
O que dizem os artistas
Artistas pato-branquenses lembram que a ExpoPato é o maior evento da cidade, custeado com dinheiro público, e que portanto não faz sentido excluir os músicos locais das oportunidades de forma remunerada, enquanto os grandes shows recebem altos cachês bancados pelos cofres do município.
“Não é sobre vaidade, é sobre reconhecimento. Os artistas da casa também merecem ser valorizados. Pato Branco tem talentos incríveis, mas parece que só lembram da gente quando dá problema”, disse um músico local em conversa com o Portal Verdades.
Reflexão final
A ExpoPato sempre foi motivo de orgulho para a cidade um símbolo da união entre o poder público, o empresariado e a comunidade.
Mas o episódio mostra que, em Pato Branco, a valorização cultural ainda é tratada como um favor, e não como uma política pública de verdade.
O prefeito prometeu investir R$ 1,5 milhão para apoiar os artistas locais.
Prometeu espaço, reconhecimento e valorização.
Mas, no lugar disso, o que se vê é um edital de última hora, feito às pressas, sem pagamento, sem critério e sem respeito com quem carrega o nome da cidade o ano inteiro.
E a pergunta que f**a é simples e que ecoa entre todos os artistas e cidadãos pato-branquenses:
onde foi parar o dinheiro prometido?