
28/07/2025
A decisão dos Estados Unidos de elevar para 50% as tarifas sobre produtos importados do Brasil, a partir de 1º de agosto, acendeu um alerta vermelho em setores estratégicos da economia de Pernambuco. Embora o Estado não esteja entre os maiores exportadores para o mercado americano em volume total, os impactos da medida, chamada de tarifaço, devem atingir diretamente cadeias produtivas importantes — como a fruticultura do Vale do São Francisco, a indústria do açúcar e as operações portuárias.
O tema foi discutido por especialistas no debate desta segunda-feira (28), na Super Manhã da Rádio Jornal, sob o comando da comunicadora Natalia Ribeiro e com participação do presidente do Porto de Suape, Armando Monteiro Bisneto, do presidente do Porto do Recife, Paulo Nery, e do gerente de Política Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Maurício Laranjeiras.
O clima foi de preocupação, mas com apelos por diálogo e busca de alternativas diplomáticas. “A situação é preocupante. A gente sabe da instabilidade do presidente Trump, mas também sabe que ele é um homem de negócios antes de ser político”, disse o gerente da Fiepe, Maurício Laranjeiras. “Tanto a Federação quanto a CNI acreditam que a diplomacia e a negociação são o melhor caminho”, defende.
O açúcar é hoje o principal produto pernambucano exportado para os Estados Unidos, com cerca de US$ 64 milhões movimentados apenas em 2024. Cerca de 20% de todo o açúcar que sai do Porto do Recife tem como destino o mercado americano. "Há um estudo de que Norte e Nordeste sofrerão algo em torno de US$ 200 milhões na próxima safra. E Pernambuco representa em torno de 30% disso”, alertou Laranjeiras.
No setor de frutas, a preocupação maior vem de Petrolina, onde a safra da manga está prestes a ser colhida. “O pessoal já está com insumos comprados, a cera especial para lavar a manga, as caixas... Imagine se essa exportação não acontecer. Isso mexe em tudo”, disse o debatedor. A janela de exportação de frutas frescas é curta e os prejuízos podem ser imediatos.
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Foto: Divulgação