
24/08/2025
Chaves Eterno
Ontem vivi um daqueles instantes que o coração guarda em silêncio, mas que merecem ser compartilhados. Tenho um filho de quatro anos e meio. Desde que ele começou a assistir aos primeiros desenhos, eu tentava apresentar a ele o universo mágico de Chaves. Mas a disputa era desigual: o YouTube, os celulares, os tablets e todo o conteúdo raso da internet sempre venciam.
Ainda assim, insisti. Ontem, coloquei um episódio sem pedir que ele assistisse. Apenas sentei-me e disse: “Agora é a minha vez de ver algo que eu gosto”. Ele, contrariado, olhou. E então, pela primeira vez, se deixou levar pela simplicidade genial de Roberto Gómez Bolaños.
Foi mágico. Aos poucos, ele começou a rir das piadas, a notar os jeitos dos personagens, a entender o clima daquela vila que, de tão pequena, cabe dentro do coração de tantas gerações. Vimos o episódio do ladrão da vila e ele quase chorou. Em seguida, acompanhamos Seu Madruga vendendo churros com Dona Florinda e, ao final, ele não queria dormir. Pediu mais.
Ignorei a classificação indicativa de 10 anos. Para mim, é injusta. Porque Chaves não é apenas humor: é ternura, é inocência, é crítica social disfarçada de riso. É poesia em forma de televisão.
Ontem, percebi que não estava apenas assistindo a uma série antiga. Estava vendo meu filho descobrir um pedaço da minha infância, e, juntos, construímos uma memória que ele levará adiante.
🌻 Viva Chesperito. Viva Chaves e Chapolin. Viva as gerações dos anos 70, 80 e 90.
Porque, na verdade, Chaves é eterno.
— Por Gabriel Sutil, Editor do Jornal Ribamar Peruíbe