20/11/2025
Esta semana vivi um dos momentos mais marcantes da minha trajetória. Estar no Banzeiro da Esperança, a jornada fluvial que saiu de Manaus rumo à COP30, foi entrar em contato direto com aquilo que o mundo ainda insiste em não compreender: a Amazônia não precisa apenas de apoio, financiamento ou estrutura. Ela precisa, antes de tudo, ser ouvida.
A bordo desse barco, que reuniu mais de 200 lideranças extrativistas, ribeirinhas, quilombolas e indígenas, além de cientistas, pesquisadores e representantes do mundo político e cultural, testemunhei uma diversidade de vozes que carregam soluções claras e urgentes.
Fui convidada pelo Virgílio Viana, fundador da , para facilitar um workshop com essas lideranças, ajudando a transformar causas em comunicações capazes de atravessar fronteiras. Ali haviam propostas concretas, profundamente fundamentadas na ciência e na sabedoria ancestral de quem vive, todos os dias, os impactos da crise climática.
E se existe um entendimento que levo comigo é que não há uma única Amazônia. Existem muitas. Territórios distintos, realidades e necessidades diferentes, nuances que frequentemente se perdem nas políticas públicas e nos investimentos sociais.
Também ficou evidente algo que escutamos repetidamente nas falas das lideranças: há recursos destinados à Amazônia, mas eles não chegam às comunidades. Ficam presos na burocracia e, muitas vezes, são desviados por redes criminosas.
Por isso, a Carta da Amazônia, escrita durante a jornada e entregue ao presidente da COP30, ecoa uma verdade incontornável: “Nós somos a resposta. A floresta em pé é resultado do trabalho, da sabedoria e da resistência dos povos que nela vivem.”
No meio desse encontro, também encontrei Sônia Guajajara (), símbolo de avanço histórico no reconhecimento dos povos originários.
Eu saio desse barco diferente. Convicta de que a Amazônia não precisa ser salva, ela merece ser ouvida, e vou fazer o que puder para colaborar com essa missão que é de todos nós.
E nós, aliados, temos o dever de amplificar essas vozes e garantir que suas soluções, recebam o apoio que merecem.
Esse movimento, eu sei, vai ecoar por gerações.