09/07/2025
O estilista belga não tinha uma tarefa fácil ao assumir a direção criativa da . Ele sucede nomes de peso, como John Galliano, Matthieu Blazy (que agora comanda a Chanel) e o próprio Martin Margiela, mestre da desconstrução, da artesania e da subversão silenciosa. Em sua estreia, apresentada no mesmo espaço em que Martin desfilou sua última coleção, em 2008, Glenn mostra um desejo de retomar a essência da casa. “A linha Artisanal sempre foi uma expressão essencial da Margiela, e esta primeira coleção é o momento de estabelecer um tom de voz e me reconectar com os valores fundamentais da marca a partir da minha própria leitura”, declarou o designer.
Na passarela, silhuetas esculpidas, muitas vezes inquietantes, em peças compostas por tecidos reaproveitados, como forros de casacos antigos, jaquetas de couro vintage e acessórios encontrados no arquivo da grife.
As criações remetem a dualidades que já são íntimas à identidade da maison, passando pela delicadeza do trabalho artesanal e chegando à rigidez imposta pelas máscaras, que cobriam por completo o rosto das modelos. A máscara, não por coincidência, também estava presente na coleção de estreia de Martin, em 1989. Inspirado pela arquitetura medieval e pela atmosfera dos Países Baixos, Glenn Martens costurou também referências à tapeçaria flamenga e às naturezas-mortas holandesas do século XVII.
Mais do que uma volta às raízes, o estilista marca um retorno para o código de anonimato de Margiela, que direciona todo o foco para suas criações, e não para quem está por trás delas. Acompanhe a cobertura da semana de moda em .