15/12/2023
Essa foto foi tirada em 21 de abril de 2001.
Foi um dia tão memorável que até hoje lembro a data e guardo com carinho os registros feitos em um máquina com filme de 36 poses.
Hoje, ter a chance de tirar apenas 36 fotos, sem saber qual será o resultado delas, em um momento tão especial, é algo inconcebível.
Mas mesmo que não houvesse registro fotográfico algum desse dia, na minha memória essa data e esses encontros jamais se apagariam.
Ontem o lendário baixista Earl “Bagga” Walker (ao centro na foto), que tocou com inúmeros dos principais artistas jamaicanos e foi responsável por grandes clássicos do Studio One, partiu para Zion.
Até ler o relato do pesquisador , que divulgou seu falecimento em primeira mão ontem, não fazia ideia que apenas alguns anos após essa foto “Bagga” sofrera um AVC que o deixou paralisado e sem fala.
Desde então, ao longo dos últimos 17 anos, ele vinha sendo cuidado por sua irmã Orleen Campbell.
Há algumas semanas “Bagga” teve sua perna amputada e ontem, após esse longo sofrimento, ele pôde finalmente descansar.
Sua imagem nesse plano, antes colorida, foi aos poucos desbotando, até f**ar em preto e branco e definitivamente se apagar.
Mas no coração dos amantes do Reggae, sua imagem ganhou ainda mais cor, e seu legado f**ará mais vivo do que nunca.
Pois não importa quantas fotos você tire, não importa se você usa uma máquina antiga ou um celular de ultima geração pra registrar um momento.
O que f**a pra eternidade não é aquilo que é impresso em papel ou guardado na memória de um aparelho eletrônico.
O que f**a pra eternidade é aquilo que você vive tão intensamente que não só f**a guardado na sua memória, mas também impresso no seu coração.
Obrigado “Bagga” por encher meu HD de boas memórias e imprimir tanto amor e sentimentos bons no meu coração através da sua música.
Voe pra casa, Earl “Bagga” Walker 🙏🏽🕊️