Jornal de Artes

Jornal de Artes Veículo de mídia impressa que busca destacar a análise da produção artística e cultural. ISSN: 2358-9019 Jornal de Artes | Uma públicação da Muruci Editor.

Veículo de mídia impressa, com periodicidade trimestral. Circulação em Porto Alegre e Osório nos principais pontos culturais da cidade.

09/09/2025

Pedalar não é a única forma de resistir mas, com uma bandeira tremulando, é o melhor jeito.

05/09/2025
17/08/2025

Antes de Macondo, houve uma mulher que ensinou a névoa a falar. Em 1934, em Buenos Aires, ela apareceu com um livro curto e um acento do Pacífico; publicou-o pela Francisco A. Colombo e, logo depois, entrou no circuito de “Sur”, revista fundada e dirigida por Victoria Ocampo, intelectual que fez da cidade uma encruzilhada de vozes. Silvina Ocampo, irmã de Victoria, casou-se com Adolfo Bioy Casares, parceiro de Jorge Luis Borges; era esse o círculo alerta que lia originais como quem encosta o ouvido numa co**ha. Chamava-se María Luisa Bombal, de Viña del Mar, 1910; criada entre Chile e França, formada em Paris; discreta e incendiária, à mesa e na página.

Em “La Última Niebla” e depois, já em “Sur”, em “La Amortajada”, a intimidade ganha voz assombrada; os quartos respiram; o cotidiano inclina a cabeça para um brilho oblíquo. A imagem não enfeita, opera; troca a pressão do ar. O insólito entra pela porta da frente e ninguém se espanta. No Brasil, esses livros chegaram primeiro pela Difel: “A Última Névoa” (1985, tradução de Neide T. Maia González) e “A Amortalhada” (1986, tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Alicia Ferrari del Pardo); depois, ganharam edição conjunta pela Cosac Naify, “A Última Névoa e A Amortalhada” (2013, tradução de Laura Janina Hosiasson). Por essa fenda passariam Juan Rulfo e, adiante, Gabriel García Márquez, até “Cem Anos de Solidão”. Bombal escreveu pouco e moveu a rosa-dos-ventos; deixou na literatura uma gravidade nova, subterrânea, que puxa tudo para a penumbra luminosa onde o silêncio, enfim, fala.

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17/08/2025

Ana, sem título
Gabriely Santos
Jornalista/ Colunista de Cinema do Jornal de Artes
Escritora/ Poeta

“Ana, Sem título” me pegou demais. O filme começa com uma atriz/cineasta que resolve investigar através de carta trocadas por artistas latinas – que estão sendo esquecidas e precisam ser resgatadas. Porque Ana não só tinha talento e era maravilhosa e politizada e revolucionária e original e audaciosa, ela se expressava, agia no mundo, individual e coletivamente, fazendo apresentações, vídeos e fotos e protestos e aulas e oficinas e viveu entre diversos países da América Latina, fugindo de uma ditadura e uma sabotagem para a próxima, sempre renegada e exilada – como mulher, como mulher preta, como mulher preta lé***ca latina e artista. Me incomoda o quão fácil somos esquecidos e como a cineasta/narradora do filme mesmo dizia, ela se sente um pouco desconfortável e invasiva por ler aquelas cartas em que falam de Ana porque se sente invadindo a intimidade de outra pessoa e pior, de uma pessoa morta – como se fosse uma afronta, eu estou viva, ainda posso ser, me tornar – você, como morta, já não pode nada e pior (ainda) eu posso fazer o que eu quiser com a sua memória. Não é horrível que a posteridade possa fazer coisas horríveis com a gente – inclusive nenhuma, simplesmente, nos esquecer.
Saber de tantas artistas latinas incríveis e da resistência me deixa feliz/triste. Feliz, óbvio, por que sempre houveram mulheres fazendo a arte que seus corações pediam, independente do quanto o sistema alienou e oprimiu e sabotou a vida delas e ainda que Frida Kahlo seja a maior representante dessas mulheres e a única que se tornou um ícone – e tudo isso, claro, depois de morta, em vida, mesmo quando expôs em Paris, a chamavam de Ms. Rivera, como se fosse ap***s esposa de Diego e não pintora por si mesma. O fato de só ela ter tido esse reconhecimento, é claro – não diminui trabalhos muito significativos de outras dessas mulheres, pelo contrário, engrandece. Mas faz penar como fazer “sucesso” tem menos a ver puramente com talento, ainda mais em tempos como hoje em que a ditadura é outra, é a do algoritmo e esse além de ser contra qualquer resistência, premia a futilidade e o entretenimento fácil, a ostentação de coisas como se elas pudessem preencher todos os espaços onde não se consegue ser criativo, mas se tem um time inteiro criando pra si. Sei lá, nesse século a gente tem a ilusão de se comunicar com o mundo quando nosso conteúdo, muitas vezes, mau circula o quarteirão.
Mas aí, quando o filme está quase acabando – e depois de ter desconfiado que várias daquelas imagens das performances de Ana eram boas demais para terem sobrevivido num mundo onde nem seu sobrenome tinha – descobrimos que Ana é um personagem, ela é a personificação de centenas, milhares de mulheres latinas sabotadas por ditaduras e machismos, antes e ainda. As partes sobre as carnificinas feitas pelos militares no Brasil, na Argentina e no Chile existiram, pessoas se exilando no Chile de Allende pra escapar de um golpe de estado e que chegaram lá, onde mataram Allende e se exilaram, de novo, talvez pra Cuba ou México, também, existiram. Os depoimentos dos sobreviventes são reais. O trauma coletivo foi real. A luta linda das Mães da Praça de Maio.
Mas o filme não é só triste, didático – ele tem uma fotografia linda de todas as cidades latinas, principalmente a cidade do México que, por algum motivo, eu não tinha ideia que era tão bonita. Buenos Aires, Havana e Santiago, sim, a trilha-sonora também é uma ode a nossas canções e emoções. Em Havana ela vai ao Museu Nacional de Belas Artes encontrar obras de Antonia Eiriz, uma das poucas mulheres representadas lá. Em Buenos Aires ela cita a performance de Lea Lublin, argentina, em Paris, onde cuidou de seu filho um dia inteiro numa galeria (algo impossível a Ana como artista negra, mas que até hoje, dá o recado: não existem berçários em museus e galerias, não tem no Louvre, não tem no MASP, não é um lugar para mulheres, é o recado – onde é o lugar das mulheres, em casa?) e María Luisa Bemberg que começou a gravar filmes aos 59 anos. Nunca é tarde, se estamos vivos ainda. Depois revisitamos o atentado a Soledad Barras que foi assassinada no Recife e que tinha sido marcada com suásticas a navalha nas pernas. Ela foi homenageada com um poema de Mário Benedetti, porque ser artista costumava significar isso, resistência. Lembrei do poema do meu amigo Cloveci sobre Marielle. Ainda significa, mas continua não tendo o alcance que merece. Parece que arte hoje é dancinha do Tiktok, nada contra, porém, será que a arte não deveria também ser ferramenta de conscientização social?
No México além de Frida, temos o depoimento e o trabalho de Lourdes Grobet com suas fotografias de mulheres mascaradas sobre as que se mascararam para ir a luta ou mesmo como precisam usar máscaras para seus muitos papeis. E também o Massacre de Tlatecolco na Praça das Três Culturas, onde centenas de jovens protestavam contra a realização das Olimpíadas por lá e foram dizimados a tiros. E do Chile a videoarte de Pola Weiss e os murais de Ramona Parra e as intervenções do CADA, como o No +. E depois o Estádio Nacional que serviu de campo de detenção para mais de 20 mil pessoas que sofreram tortura, uma galeria de lá permanece vazia para nunca se esquecer o que houve por lá com uma placa com o nome de todos os presos. E então, voltamos para o interior do Brasil, onde a história acaba.
Sabia que precisaria escrever sobre Ana sem título quando chorei ao ver as supostas obras queimadas que ela teria deixado pra traz ao, finalmente, morrer, depois de muito ter feito arte com recicláveis do lixo porque sem material e, anônima, mas iluminada por um sonho, a louca da cidade – de Dom Pedrito ou de qualquer cidadezinha muito pequenininha desse país continental e esse continente que foi constante campo de batalha de interesses estrangeiros, ditaduras e elites locais e corporações globais e ela morreu, como disse, morreu mesmo que nunca tenha existido porque foram tantas artistas como ela que morreram como se nunca tivessem existido e eu como sou uma delas, preciso escrever pra dizer a todas as Anas, a todas as mulheres que não puderam viver a sua arte em comunhão com o mundo. continuaremos existindo, mesmo que ap***s no coração das coisas e nas resistências que sempre existirão.

12/08/2025

“Aqui, compartilho artigos que criei e conduzi com muito cuidado, com ajuda do ChatGPT, meu assistente virtual, para dar forma às palavras que falam do luto e da cura.”

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Eu não tive a experiência de festa, beleza, bebida ou comemoração.
Tive a experiência da velhice amarga, da doença que corrói, da feiura moral que machuca, da dor que não se mede e da discriminação que fere o coração.
E tudo isso aos meus 27 anos.

Por isso, o luto não é só um tema para mim — é parte da minha identidade.
Aqui, eu compartilho essa verdade nua e crua, para que quem carrega uma dor semelhante possa se sentir menos sozinho.”
Para quem pensa que aqui é lugar de vitimismo, a porta da rua é a serventia.
Este é um espaço de sobreviventes, não de vítimas coitadas.
Mas sobreviventes que merecem compaixão, respeito e acolhimento — e disso eu me responsabilizo.
Os artigos não são sobre a morte, luto não é morte.
Eu quero falar de todos as modalidades de luto que existem.
Eu falarei sobre as modalidades, sobre os personagens da literatura, sobre personagens da Bíblia, personagens reais.
Não quero falar de miséria, de dor, isso não é um espaço para falar sobre essas coisas ao estilo, eles gostam de sofrer, não aqui eu espero que seja um espaço para a exposição, para a cura, até.
Eu comecei esse grupo para falar sobre tudo o que estava aqui, comigo e com o meu peito.
O Luto dos Jovens Adultos Marcados pela Perda Múltipla e pelo Silêncio Opressivo

Entre os muitos rostos do luto, há um que permanece pouco nomeado: o luto silencioso e multifacetado dos jovens adultos que, em plena casa dos 20 anos, acumulam perdas e cicatrizes emocionais que normalmente associaríamos a uma vida inteira. São jovens que, em sequência ou simultaneamente, perderam pais de forma precoce, ajudaram a cuidar de avós doentes, viram tios partirem antes da velhice, enfrentaram o bullying e a discriminação no ambiente escolar e, por fim, atravessaram a pandemia global como se ela fosse o capítulo mais cruel de uma história que já parecia pesada demais.

Uma Juventude Queimando Etapas do Luto

Para esses jovens, o luto não é uma experiência isolada. Ele se alastra em várias direções, acumulando-se em camadas. A morte dos pais na juventude adulta interrompe o senso de proteção e de amparo, deixando-os subitamente expostos a uma realidade em que precisam cuidar dos outros — sejam avós fragilizados ou familiares que também estão de luto. Eles se tornam adultos antes do tempo, sem o respaldo emocional de quem deveria guiá-los.

Além disso, muitos já carregavam feridas invisíveis: o bullying na escola, a discriminação por sua aparência, classe social, crenças ou identidade. Essas violências sociais criaram uma predisposição à exclusão e ao silêncio, moldando jovens que aprenderam a associar a ausência de palavras ao abandono ou à opressão.

A Pandemia Como Amplificadora da Dor

A pandemia de COVID-19 foi para esses jovens uma amplificação brutal de todas as dores. O isolamento social, a ansiedade coletiva, as perdas em série e a suspensão abrupta dos planos futuros criaram uma espécie de “tempo paralisado”. Para quem já vinha lidando com a perda, a pandemia trouxe um efeito de distorção: o tempo deixou de ser um rio fluído e tornou-se um pântano, onde tudo parece estagnado, mas a sensação de afundar não cessa.

Essa percepção distorcida do tempo, para esses jovens, não é ap***s uma metáfora. Eles sentem que a vida deixou de ter um ritmo natural. As horas são longas e opressoras, os dias se embaralham, e a visão do futuro é um terreno nebuloso onde a esperança parece uma ilusão frágil. O passar do tempo, que antes era sinônimo de crescimento e amadurecimento, agora é percebido como algo sinistro, que arrasta consigo as pessoas que amam, e esmaga seus sonhos com uma lentidão cruel.

05/08/2025

A Mulher Cinzenta
Por Milena Jurado

Ela caminhava pela cidade com passos silenciosos, uma presença que ninguém via direito — um vulto feito de sombras e névoa. Chamavam-na A Mulher Cinzenta, não por sua roupa ou aparência, mas pelo poder que carregava e pela aura que exalava. Ela podia se desfazer em cinzas e espalhar-se no ar, em qualquer tipo de pó — areia, fumaça, poeira — transformando-se em tudo que fosse leve, fugaz, invisível aos olhos comuns.

Era uma poetisa, e suas palavras tinham o sabor do inevitável. Versos escritos no âmago da dor, na pele da morte, nas entranhas do luto. Suas poesias ecoavam o medo da loucura que sussurra no silêncio da noite e o peso da doença que rouba a alma aos poucos.

Na solidão do seu quarto abafado, entre pilhas de cadernos amarelecidos e p***s manchadas de tinta preta, ela se entregava ao ritual da escrita. Cada poema era uma confissão da sua própria existência fragmentada — um reflexo da mulher que podia se desmanchar em pó, mas cuja dor era concreta, pesada demais para ser levada pelo vento.

Naquele dia, A Mulher Cinzenta sentiu a ansiedade escalar como uma serpente fria pelo seu peito. A doença tinha vindo, lenta e invisível, corroendo o seu corpo, um lembrete cruel da fragilidade humana.

Ela escreveu:
“Eu sou o pó que não encontra descanso,
a cinza que dança na ventania da desesperança,
um sopro que se esconde na escuridão,
presa entre o medo e a loucura que me espreita.”

Quando a noite caiu, ela desapareceu entre as sombras da cidade. Transformou-se em uma nuvem de cinzas que se infiltrava pelas frestas, invisível, inalcançável. Ninguém jamais a tocava — talvez por medo, talvez por reverência.

Mas, ao mesmo tempo, seu espírito poético se espalhava em palavras, atravessando as mentes dos que choravam, que sofriam, que temiam a morte e o vazio. Em cada verso, um pedaço dela permanecia, um pedaço daquela mulher que dominava o pó e a dor, que conhecia a loucura de perto e a morte como antiga amiga.

A Mulher Cinzenta não era ap***s uma sombra passageira. Ela era o eco dos que ficaram, a voz dos esquecidos, o suspiro das cinzas levadas pelo vento — eternamente presa no limiar entre a vida e o silêncio amargo que ela passou a odiar.

30/07/2025

A escola de dança dela foi fechada durante a pandemia, e ela se viu sem nenhuma fonte de renda. Mergulhou no universo dos editais e, após aprovar projetos por meio da Lei Aldir Blanc, da Lei Paulo Gustavo e de outros mecanismos de fomento, não ap***s retomou as atividades da escola, como também ...

O que eu mais gostei de Homem com H – além da atuação do Jesuíta Barbosa e a  própria vida do Ney Matogrosso, claro – é ...
08/07/2025

O que eu mais gostei de Homem com H – além da atuação do Jesuíta Barbosa e a própria
vida do Ney Matogrosso, claro – é o fato dessa vida ainda não ter acabado e ele ter 83
anos e cantar e dançar ainda, como se fosse o natural do bicho, con&nuar sendo através
das décadas pela simples energia de ser. E não &nha como ser diferente se o homem tem
sol e plutão em leão na casa um, se alguém nasceu pra exalar cria&vidade, originalidade,
autoexpressão foi ele, ele se olha no espelho e se beija, é suco puro de leão – e eu não
poderia dizer isso de outro jeito porque eu sou assim, eu gosto de ver como estava o céu
quando as pessoas nasceram – eu poderia con&nuar fazendo de conta ser igual todo
mundo, mas todo mundo já existe, se eu não ser eu, eu não. Então parece uma escolha
clara, né.
Sem falar como é bom ouvir tanta coisa boa – além do próprio Ney, tem Cartola, tem
Cazuza, tem tanta coisa boa da nossa música nacional de Sangue La&no, O mundo é um
moinho - a música que ele canta em homenagem ao pai, herói e algoz – que tanto foi
autoritário e abusivo que moldou o que ele não queria ser – mesmo quando tentou se
adequar depois – quando abraçou completamente a sua arte, depois que deu certo, o
pai teve que aceitar e aí percebemos que só no leito de morte, ao se reconciliarem, que,
no fundo, quando cada um de nós consegue encontrar um propósito na vida e encontrar
realização e signi2cado nele, honramos todos os nossos ancestrais, mesmo os que nos
hos&lizavam ou principalmente os que nos hos&lizavam: não sabemos que sonhos
morreram dentro deles e ao invés de se tornarem adubos pra novos sonhos, 2caram lá,
atravancando qualquer alegria possível porque é mais fácil se moldar e morrer do que
lutar ou, pelo menos, é o que costumamos ouvir de todos os que se adequaram antes de
nós, mas sempre que alguém não consegue se conter e acontece e dá certo, é uma
pequena luz que ilumina como um relâmpago o mundo inteiro, Ney é uma dessas luzes,
é leão em conjunção com ascendente e plutão, mas quantos renascimentos, quantas
mortes, quantos amigos pela AIDS e outros pelo tempo? Quantos ele foi pra con&nuar
sendo?
Aí toca O tempo não para, Ney dirigiu aquele maravilhoso e derradeiro show de Cazuza,
outro gigante e então cortou pra aquele take lindo da conversa entre ele e seu
companheiro, que testou posi&vo: esse vírus veio pra matar a gente, mas Ney diz que
não, ele veio pra mostrar que a gente existe, que a gente é humano e que a gente ama. E
a trajetória da doença e a música Pedra do Rio e a performance. É tão lindo. Fez um rio
em mim também.
Depois daquela primeira parte em que tem todo aquele s**o, todo aquele tesão – desde
o quartel, os primeiros casos, os primeiros trabalhos com arte até descobrir que talvez
seu caminho não fosse o teatro, mas que, decididamente eram os palcos – todas aquelas
cenas de s**o com homens, com mulheres, todas tão sensuais quanto as performances
diante do público, Ney se apresenta e fode como bicho e isso é tão natural que nem se
torna desconforto, é só a vida sendo ela, se é com s**o que nasce a vida, por que tanto
es&gma quanto a ele, não é?

Israel amplia sua vocação.
14/06/2025

Israel amplia sua vocação.

Israel amplia sua maior vocação.
14/06/2025

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