
16/09/2025
Quem paga a conta?
Como empresário do comércio, ao transitar pela capital gaúcha, Porto Alegre, observo com preocupação o grande número de pontos comerciais fechados e cobertos por placas de locação. O mesmo cenário se repete em ruas antes pujantes da região metropolitana.
Indústrias denunciam os efeitos da sobretaxação americana, dos juros elevados e da inflação que corrói o consumo. Multiplicam-se demissões, pedidos de recuperação judicial e, infelizmente, o fechamento de empresas.
Em contrapartida, parte da imprensa divulga números exuberantes de crescimento do emprego e redução do desemprego, como se vivêssemos um momento de prosperidade sem precedentes. Estaria a minha percepção, moldada por 62 anos de experiência, equivocada? Ou estaríamos diante de mais uma narrativa que distorce a realidade?
Quando enfrentamos uma doença, o médico de família nos orienta a buscar um especialista. Porém antes, verificamos sua competência, formação e capacidade de resolver o problema. Assim também deveria ser na gestão pública: escolhas pautadas por capacidade real, e não por discursos vazios.
Vivemos tempos de instabilidade em diversas frentes: econômica, jurídica, política e até mesmo nos valores fundamentais da liberdade, da equanimidade e da fraternidade. A vingança transformou-se em ferramenta de destruição, minando a coesão nacional e colocando em risco o futuro de um país rico e gigante como o Brasil.
Pequenos grupos ideológicos se sobrepõem às necessidades concretas da população, gerando insegurança e instabilidade política. Muitos que detêm poder revelam despreparo, imaturidade, desequilíbrio e, sobretudo, irresponsabilidade.
É chegada a hora de reagir. Precisamos preparar desde já o caminho para 2026, reunindo competências verdadeiras: pessoas capazes de integrar habilidades, conhecimento e atitudes, aplicando-os na prática para resolver problemas complexos. Competência não é apenas acumular saber, entretanto mobilizá-lo de forma coordenada, com experiência, aprendizado e melhoria contínua.
O Brasil não pode mais ser refém de bravateiros, que se alimentam do confronto e do caos. Porque, no fim, a conta sempre sobra para nós: cidadãos que, com trabalho e impostos, sustentam o país e esperam em troca uma sociedade mais justa, humana e próspera.
Vitor Augusto Koch
Comerciante
Administrador
CRA/RS 042810