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Revista focada no mercado do luxo, com circulação trimestral em todo o Brasil e pontos da Europa e Estados Unidos.

DENÚNCIA DE FELCA SE TORNA UMA BOMBA NA INTERNET Vinte e três anos depois o ato de Felca honra a memória de Tim Lopes Po...
16/08/2025

DENÚNCIA DE FELCA SE TORNA UMA BOMBA NA INTERNET

Vinte e três anos depois o ato de Felca honra a memória de Tim Lopes

Por Themis Pereira de Souza Vianna

Poucos dias atrás, estive em um shopping e precisei ir ao banheiro. Ao entrar fui surpreendida por uma cena. Uma menina com físico de pré-adolescente estava diante do espelho. Com o celular na mão apontado para si, gravando um vídeo requebrando o corpo e fazendo gracejos. Contorcia-se, retorcia-se, fazia caretas, movia os lábios para a direita e para a esquerda. Em seguida puxava lentamente a blusa para cima. E de forma progressiva à medida que a peça subia sua feminilidade f**ava mais visível. Fazia aquilo de forma muito natural, sem se constranger com a minha presença. Impressionada, assisti um reality show sensual de alguém que ainda era criança e ainda não era adolescente, mas que tinha um corpo provocativo e me pareceu que ela tinha consciência disso.
Por que e para quem ela gravou o vídeo? Quais seriam os resultados se a gravação caísse em alguma rede social? Talvez explodiria com milhares de seguidores lascivos por seu alto teor de voluptuosidade atendendo anseios pedófilos. Isso me lembrou de um fotógrafo na Inglaterra que usou uma igreja do século 13 como cenário para um ensaio erótico, provocando polêmicas, inclusive ações judiciais sobre si.
Aí quero chegar ao fenômeno Felca, que num curto espaço de tempo chegou a 30 milhões de seguidores. Ele não publicou imagens de requebros, mas se valeu de palavras e de conceitos sobre crianças. Ele ousou entrar num tema garantido de pancadaria nas redes sociais entre a cultura ‘woke’ e conservadores.
Felca opinou e criticou. Fez denúncias. E o mundo desabou sobre ele para crítica e para apoios, já oportunistas de plantão ávidos pela censura na internet imediatamente se lançaram em cima do rebuliço nas redes sociais.
Mas quem é Felca? O nome verdadeiro é Felipe Bressanim Pereira, um youtuber, influenciador digital e humorista brasileiro. Começou sua carreira em 2012. O rapaz tem traços parecidos com Kafka, autodepreciação, autocrítica e autoanálise. Saltou para a notoriedade com um vídeo publicado há poucos dias com o tema ‘adultização’ e a erotização de crianças. O vídeo viralizou. Felca denuncia Hytalo Santos por festas impróprias com adolescente, álcool e topless, cenas sensuais, que envolvem crianças num condomínio onde o acusado reside. Os efeitos foram imediatos, ainda mais que no Brasil atual algumas autoridades precisam de grandes escândalos que servem como cortina de fumaça para encobrir os seus desmandos. Dia 12 terça-feira a Justiça suspendeu os perfis de Hytalo nas redes sociais relacionando-o à pedofilia. “Hytalo Santos foi preso nesta sexta-feira, 15, em São Paulo, junto com o marido, Israel Nata Vicente, após o mandado da 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba. O casal é investigado por tráfico humano e exploração sexual infantil”, segundo a revista VEJA.
Sou jornalista e mãe de duas filhas. Em 2018 publiquei o livro “CRISE EDUCACIONAL: resgate de fundamentos éticos”, prefaciado por José Fogaça e Adriana Duval. Saliento a educação como a necessidade além de ensinar o conhecimento cognitivo é preciso enfatizar os valores éticos básicos para construir uma sociedade sadia. As crianças precisam aprender a se dar respeito a si e respeito aos outros. O respeito é um valor universal em todas as culturas civilizadas. Dizer não na hora adequada pode ser sinônimo de bons modos e de boa interação. Mas passamos para a permissividade do “tudo pode” e do “sem limites”. Resultou numa geração, que com a omissão de alguns dos pais, a criança ou adolescente é vítima da condescendência com a desordem, com a procrastinação das tarefas e ao próprio respeito. Infelizmente, muitos pais educam os filhos mais para seus direitos do que para os deveres. O dever exige ação. Requer cumprimento de tarefas. Requer certas sujeições. Mas vivemos uma geração apegada ao celular. E aqui quero traçar uma linha para conceituar o prodígio da internet. Aí entra a proliferação de canais. Entram os youtubers, os influenciadores. A internet, para mim, é uma das maiores revoluções inventadas pelo homem. Ela é um grande universo de informação sobre qualquer assunto. É a maior enciclopédia na história da humanidade. No entanto, os adeptos do crime e da perversão civilizatória conhecem o seu potencial e também estão presentes nela como cupins numa casa de madeira. Mas isso depende de quem a usa e como a usa. Tratando-se de crianças, os pais têm o direito e o dever de precaver e de ensinar seus filhos a distinguir entre o nocivo e o útil bem como sobre tudo o que circula nesse meio de informação, comunicação e entretimento. A presença de pedófilos é um alto risco às crianças e um ato de irresponsabilidade paterna ao entregar precocemente um celular e não controlar o uso dele.
Felca ao criticar a exposição precoce de crianças nas redes com o título ‘adultização’. Estendeu o sentido da palavra também às cenas sensuais, uso de álcool, festas impróprias ao denunciar Hytalo Santos. Não podemos esquecer que já houve dezenas ou centenas de denúncias anteriores feitas no próprio Congresso Nacional.
Ganhou o apoio de muitos pais, educadores e até políticos. Eu também gostei do Felca. Não é um galã, mas me pareceu sincero. É alguém muito introspectivo. Parece que olha para dentro do fundo de si. Há distâncias nos seus olhos e um pouco de tristeza no seu olhar. Tem ligeiros traços de filósofo.
Deste episódio tiro algumas conclusões. Acho que cabe ao Ministério dos Direitos Humanos e os seus braços, Conselhos nacional, estaduais e municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente bem como os Conselhos Tutelares devem ser mais ativos. Há leis suficientes. Já existe a Lei n° 8 069 conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). E o que faz a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA)? São essas instituições que devem remover pedófilos das redes sociais e de qualquer lugar baseado nas leis existentes. Leis não faltam no Brasil. Remova a causa e cessarão os efeitos, diz um princípio lógico.
Felca, pelo que parece, decidiu usar seu canal para combater o mal-intencionado nas redes sociais. Teve sucesso. O que, infelizmente Tim Lopes, repórter investigador da Globo não teve. “Na noite de 2 jun. 2002, foi deixado na comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro pelo motorista da Globo. O jornalista estava produzindo mais uma de suas reportagens investigativas, a pauta era a ‘exploração sexual de menores nos bailes funk’ da Vila Cruzeiro. Naquela mesma noite, ele foi descoberto, sequestrado pelos traf**antes do local e levado para a Favela da Grota, no Complexo do Alemão, onde foi torturado e queimado”.
Vinte e três anos depois, o youtuber Felca, de certa forma honra a memória de Tim Lopez, ao denunciar e levar à prisão um aliciador de crianças.
Convido meus leitores a conhecer meu livro “CRISE EDUCACIONAL: resgate de fundamentos éticos”, farto de histórias reais sobre crianças e a educação brasileira.
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Joias de viverO fascínio de conhecer lugares exóticosPor Themis Pereira de Souza ViannaProvavelmente estou vivendo uma f...
09/08/2025

Joias de viver
O fascínio de conhecer lugares exóticos
Por Themis Pereira de Souza Vianna

Provavelmente estou vivendo uma fase em busca de sentidos mais profundos para minha vida. Victor Frankl, sobrevivente dos campos de concentração, desenvolveu uma teoria que a busca do sentido da vida é o caminho para chegar àquilo que realmente mais importa para nós e para nosso convívio com os demais. A pessoa quando tem a liberdade de escolher algo que para ela representa um valor, ou seja, é importante e faz bem, ela alcançou uma motivação para si. A motivação é um motor que conduz a vida a resultados de realização pessoal a partir do momento em que uma meta foi alcançada.
Segundo Frankl, o oposto da busca de sentido é o vazio existencial, que é uma forma de paralização emocional e física. Ficar preso a um sentimento de falta de propósito pode levar à angústia e à depressão. Ele afirma que é pela ação, ao realizar algo ou dedicando-se a uma causa maior que si mesmo. Ficou famoso ao publicar o livro O Sentido da Vida. Um livro que levanta perguntas essenciais sobre a existência humana.
Com o título joias de viver, o meu texto tem vários direcionamentos. Lembro que a motivação para algo sempre começa quando gostamos de algo e criamos vínculos com este algo. Cabe dizer que o pronome indefinido “algo” pode ser um lugar, um objeto material, uma pessoa entre dezenas e centenas e milhares.
Quando buscamos um sentido mais profundo para a vida precisamos saber o que realmente queremos. Didi Wagner ao ser indagada sobre o que girava a sua vida, ela respondeu: “Meu mundo gira em torno de buscar lugares escondidos nas grandes cidades, explorar o exótico nas pequenas aldeias ignoradas, conhecer pessoas diferentes, percorrer trilhas em lugares desertos, caminhar sob a luz da Lua longe das luzes artificiais das cidades, enfim, minha vida gira em torno de viagens para descobrir o “diferente”. Tudo para viver pequenos momentos que se vestem de beleza, que evocam fantasia. Por exemplo, descobri a Itália e a China dentro de Nova York de tanto bisbilhotar a cidade. Isso me dá prazer de viver. Acho que em outras palavras é isso que quero expressar com o título “Joias de Viver”. Claro, o valor emocional das coisas varia muito entre pessoa e pessoa. E, aqui, quero especif**ar minha intenção de vida e minhas propostas de opções práticas. Volto a falar sobre a bicicleta, sobre lugares e sobre a Europa, sem esquecer dos livros.
Durante minha estadia em Saint-Lô na França, muitas pessoas me perguntaram como eu estava me mantendo na Europa e de quanto tempo seria a permanência. Respondi que não estou sendo paga por alguma agência nem mesmo para escrever meus artigos. Escrevo porque faço da palavra escrita um ato de diálogo com o leitor e os meus amigos. Porque dá um sentido à minha vida. E uso a bicicleta como uma extensão do meu corpo para pedalar sozinha ou em grupo e descortinar panoramas além do prazer do exercício físico pela Escócia, Provença, Espanha, País Basco, Islândia, Irlanda, Toscana? Sim, sim! E, quem sabe, no futuro, espero viajar para a Noruega, Suíça e Maiorca.
Minha joia de viver é conquistar uma clientela (formar grupos) para viajar e vasculhar lugares. Minha empresa EXCLUSIVIVE BRASIL MUNDO criou destinos de viagens para todos os lugares em todos os continentes, claro, menos para a Antártica. O catálogo inclui ciclismo, caminhadas e outras atividades específ**as nas regiões visitadas (caiaque, bicicleta, caminhadas e até aulas de culinária).
As viagens geralmente duram uma semana, mas podem se estender por 15 dias. Descobrir novos países, viajar para os hotéis e restaurantes mais bonitos, construir uma rede de amigos ao redor do mundo (e às vezes até encontrar seu futuro parceiro) e construir um belo capital para iniciar outros projetos de médio e longo prazo! Muitos de vocês que estão lendo isto têm entre 20 e 35-40 anos ou mais, 60, 70 com boas condições físicas ou desde que asseguradas com atestado médico. Repito, estão aptas todas que apresentam um credenciamento médico. Há hoje muitos tipos de bicicletas, inclusive elétricas. O importante é a locomoção para outros lugares, desfrutar o que a natureza oferece.
Seja para iniciar sua vida profissional ou para mudar de horizonte depois de anos em um escritório que se tornou muito monótono. É um trabalho ideal quando você tem poucas ou nenhumas obrigações pessoais, familiares ou profissionais que seriam difíceis de manter ao viajar para o exterior por vários meses.
Também é perfeitamente possível pedir para continuar trabalhando na França, e como italiana desbravando "meu pequeno mundo italiano" que também pode ser seu. Pedalando nas regiões mais bonitas e se recuperando nos melhores hotéis e restaurantes. Ainda, recrutando continuamente pessoas extraordinárias.
O terceiro motivo é para incentivá-lo a se candidatar a ler e a pedalar numa grande experiência sensorial. Há também uma alta rotatividade (taxa de rotatividade de pessoal) devido ao estilo de vida nômade, que é difícil de manter a longo prazo. Depois de alguns anos no mercado, os líderes geralmente buscam se estabelecer para (re)começar uma carreira/estudos, constituir família, construir uma casa ou, inversamente, viajar em seu próprio ritmo! Preparamos o equipamento e a comida necessários para a sua viagem. Verif**amos as bicicletas para manter a frota em perfeitas condições durante toda a temporada.
Mas o meu próximo plano é fazer de bicicleta o percurso de Paris ao Mont Saint-Michel. Além deste propósito quero passar por Bayeux para disponibilizar outra vez a aquisição do meu livro sobre o Dia D.
Entrem em contato comigo e a Exclusive trip bicycle. Vamos conversar sobre bicicletas, viagens, lugares, aventuras e desafios. Conhecer gente, costumes, outras línguas e paisagens diferentes com comidas exóticas são possíveis de realizar.
Enfim, entendo que a joia de viver é quando a vida nos proporciona bem-estar e realizações físicas e psicológicas.
Contato pelo telefone 51992710356 ou pelo e-mail [email protected]

Preta Gil Como a conheci e o que lembro dela Por Themis Pereira de Souza Vianna Há uma beleza presente em toda a alma hu...
24/07/2025

Preta Gil

Como a conheci e o que lembro dela

Por Themis Pereira de Souza Vianna

Há uma beleza presente em toda a alma humana. É aquela beleza que transcende a amabilidade formal, que vem lá do fundo do coração, que faz com que os minutos se escoam leves e rápidos, quase não percebidos.
Essa experiência eu tive há mais de 20 anos, quando conheci pessoalmente a Preta Gil em uma apresentação no Rio de Janeiro. Ela me pegou pelo braço e me fez dançar no palco (para quem não sabe, eu danço bem). Um momento mágico, uma vez que foi uma atitude espontânea dela, sorrindo-me docemente simpática, despertando uma sensação compensadora de estar ali num ambiente de show e ter sido focada por aquela que protagonizava o espetáculo. Enfim, pequenos vislumbres na vida — como essa experiência com Preta Gil — são raros, mas suavizam as arestas da nossa existência com boas recordações.
Ela e a sua morte é meu tema de hoje. Apenas viveu a metade da vida, deixando seus queridos aos 50 anos no domingo (20/07). Uma idade que nos dias de hoje as pessoas ainda são relativamente jovens. Fez cursos de teatro e dança. Tinha facilidade de se comunicar com o público e com as pessoas individualmente. Tinha ainda muita estrada diante de si. Morreu com muito capital artístico, era cantora, atriz, dançarina, produtora e publicitária.
Sempre estava de bem com a vida. Dizia, “tenho mil privilégios, não tenho como reclamar”. E ela respirava liberdade. No seu ver, as coisas tinham que ser belas e impressionantes. Entregava-se à vida para sorver dela o que há de melhor. Enfim, ela era alguém que pertencia à arte musical, à qual decidiu entregar-se como sua opção de carreira.
Filha de Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso, afilhada de Gal Costa, fez carreira na música dentro de um rico contexto de cantores que a influenciaram. Começou com o lançamento do primeiro álbum destacando o hit “Sinais de Fogo”. Seguiram mais dois álbuns, um em 2005 e outro em 2010. Com este álbum percorreu o Brasil durante sete anos. Daí para frente diversificou e adotou de forma eclética vários gêneros musicais, escolhidos entre os quais a inspiravam. Com este repertório criou o show “Baile da Preta”. Teve também uma vida influente nos carnavais. Tornou-se visível como figura pública e recebeu o convite para um programa de televisão onde deveria conversar com convidados falando sobre s**o. Em 2021 gravou com seu filho, Fran, “Meu Xodó”. E como atriz participou em novelas. Passou por três casamentos, o primeiro com o ator Otávio Müller, tiveram juntos o filho Francisco Gil. Segundo casamento foi com o mergulhador Carlos Henrique Lima e o terceiro com Rodrigo Godoy, casamento que terminou em 2023.
Nesse ano grandes sombras começaram a se projetar sobre Preta Gil. Foram dois componentes: o fim do casamento e o diagnóstico de câncer. Estava no topo da vida, mas aquelas forças sobre as quais ninguém tem o domínio, a levaram lentamente ao declínio. Um tempo quando as pessoas vivem um tipo de vida de profunda interiorização. As reflexões f**am mais frequentes e abrem portas para lugares nunca imaginados. O corpo é varrido por uma sensação que muda de intensidade, alternando-se entre a nostalgia, dor e a esperança. Mas a sensação é mutável e caprichosamente se aproxima com o rosto sorridente e alentador. Porém, sem aviso prévio, o corpo dá a si o direito de mostrar a cara amarga de maus presságios.
O escritor Irwin D. Yalom contextualiza esses momentos, afirmando: “Cada vez que respiramos, afastamos a morte que nos ameaça (...). No final, ela vence.
Preta Gil a partir de 2023 viveu dois impactos: o diagnóstico de um melanoma que se infiltrou silenciosamente e o consequente fim do casamento, moendo seu alicerce emocional. A vida se mostrava diante dela com seus pequenos detalhes químicos potencialmente ameaçadores. Detalhes que não poupam reis com suas coroas e cetros, nem os heróis com suas armas, e apavoram os tiranos com seus arcanos cheios de fantasmas ameaçadores de suas vítimas devido a crueldade que sofreram.
A cortina do palco desce para dar lugar ao médico de jaleco branco e a parafernália de instrumentos da tecnologia avançada de ondas eletromagnéticas que penetram indolores no corpo. Mas depende do tipo de câncer, ele requer inconfortáveis sessões de quimioterapia, o que ocorreu com a Preta Gil. Depois foi a Nova York para tratar-se com recursos mais avançados. À medida que a doença evoluía, amigos e familiares não a abandonaram. Foram visitá-la nos Estados Unidos também suas irmãs, seu pai, Gilberto Gil e a madrasta Flora Gil. Além das visitas, a troca de mensagens pela internet era permanente.
O calor humano de seus amigos e familiares amenizava seu estado de fraqueza e dor de um câncer teimoso que não se rendia. Chega o momento que a batalha entre a enfermidade e o corpo, a doença acomoda o corpo e proclama sua vitória. Uma metamorfose que esmaga a lógica e o bom-senso.
Preta Gil adormeceu ao lado de seu filho, que lhe prestou assídua presença. Nessa passagem, nos restos de sua lucidez, talvez, como passe de mágica, — peço licença para usar minha imaginação, emergiam do fundo memória dela, fragmentos de lembranças da música “Drão” — cantada pela última vez ao lado de seu pai. Cuja letra é considerada “um hino ao fim dos relacionamentos”. ... “Não pense na separação. Não despedace o coração. O verdadeiro amor... estende-se infinito...”. enquanto isso a morte a recolhia suave, com mãos afetuosas cheias de ternura para estendê-la ao infinito.

Reestruturar a vida aos valores permanentes A morte de pessoas queridas nos faz refletir sobre o sentido da vida Por The...
18/07/2025

Reestruturar a vida aos valores permanentes

A morte de pessoas queridas nos faz refletir sobre o sentido da vida

Por Themis Pereira de Souza

Estou de volta ao Brasil ao lado das minhas pessoas queridas. Embora partida da minha querida tia-avó Yara Diniz, deixou uma grande ferida na família, que ainda não sarou. Há uma sensação de incompletude. A dura realidade é que ela não está mais aqui.
Dia 13 fez um mês de sua partida. Por coincidência, foi também num dia 13 que minha avó Célia faleceu.
Neste domingo (13/07), fomos à igreja para rezar pela tia-avó. Ouvi atentamente o que o sacerdote falou, destacando que os que partem apenas rompem seu corpo conosco, mas não o seu coração, pois o vínculo do amor tem laços imateriais. Emocionada e comovida com o sermão — ao sair igreja— ficou dentro de mim o sentimento de tristeza, enquanto na mente circulavam as palavras do religioso, que enfatizavam, “todos têm uma missão na vida, a missão de amar. Mas não é um amor de palavras vazias. É um amor de atitude, que se chama sacrifício. O sacrifício requer renúncia. Requer de nós o amparo a quem está caído”, disse.
No meu entender, não precisamos ir aos confins da África para a prática do amor. Devemos começar em casa com os familiares. Eles são nossos imediatos.
Segundo Paul Tillich, “a primeira obrigação de quem ama é ouvir”. Ouvir signif**a disponibilizar uma atenção de entrega, “sou toda ouvidos”! Mas o ouvir não é apenas um ato de acuidade auditiva. O ouvir é disponibilizar afeto, o que requer de nós, muitas vezes, um sacrifício de desligar completamente o que estávamos fazendo.
Para uma mãe, amar é ter consciência que a criança anseia por afeição e por qualquer outro sinal de importância. Na velhice, esse anseio infantil quer retornar. Mas no lugar da mãe estão os filhos, os netos ou bisnetos. No mundo de hoje a prática de amor aos idosos é difícil. Filhos e netos estão apegados ao celular e mergulhados em um lugar mental muito distinto. Largar do celular requer renúncia e deixa os jovens aturdidos por estarem aprisionados, cativos, encarcerados na sua redoma. Um lar não pode ser um reduto de bolhas de aço isoladas nas quais cada membro de família se fecha e f**a incomunicável. A crise de falta de atenção e de afeto destrói os vínculos que dão firmeza à vida.
Portanto, atesta-se mais uma vez que não há amor sem sacrifício, como disse o sacerdote. Um sacrifício que não depende de uma oferenda de sangue a um deus, mas, que é muito simples, basta desligar o celular para que cada um fale de seus problemas e os dividam no grupo em busca de uma solução. Repito o refrão. O amor requer sacrifício. O problema, porém, não se resolve ao descobrirmos as causas e apontar culpados. A solução precisa que todos se libertem de suas bolhas para pactuar um acordo de paz. O fruto do amor é paz, que por sua vez, gera a segurança. Mas não há amor, nem paz sem que cada um procrastine o seu próprio “ego”.
No meu filosofar cheguei à conclusão de que a vida precisa ser reestruturada periodicamente. Cada dia precisa ter um sentido voltado aos valores mais importantes. Devemos lutar para reestruturar o diálogo na família. Quando o dia de trabalho termina e todos se encontram em casa deveria ser o momento de avaliar o dia de cada um (mas isso é praticamente impossível na vida urbana das grandes cidades).
Nossos familiares, de todas as idades, principalmente os idosos, precisam de espaço e tempo de nossa parte. Dar espaço psicológico a um ente querido é dizer: “Eu estou aqui para ouvi-lo. Para apoiá-lo”, escreve Robert Veninga, pois toda pessoa sente-se protegida num espaço acolhedor. Assim, vou acrescentar mais um atributo à palavra amor: acolhimento. Há também amor na verdadeira amizade. E ilustro a afirmação com esta frase: “O verdadeiro amigo é aquele que se aproxima quando o resto do mundo se afasta”. Estes, porém, são tão raros. Ou quase inexistentes por pertencerem a um mundo ideal.
Há, porém, algo quase universal, algo que une as pessoas. É o momento de dor. Uma doença grave. A morte de um ente querido. Falo por mim, o falecimento da minha querida tia-avó Yara, pelo fato de ser muito estimada por todos, ela com a sua partida nos aproximou. Ela me fez refletir sobre a vida. Descobri que a minha mente está invadida por excesso de emoções, pensamentos e perguntas que me impedem a raciocinar. Mas se eu sou aquilo o que penso, mudando meu modo de pensar posso mudar meu modo de vida. Posso controlar meus pensamentos e direcioná-los. Talvez, a maior parte do meu destino está sob meu controle. Posso mudar minhas prioridades. Não sou obrigada a alcançar metas impossíveis e me frustrar por incompetência. O que estava errado foi a escolha. Isso vale também na escolha de amizades. Entre as pessoas os interesses variam. Os valores não são iguais. Há maneiras de pensar diferente.
Comecei a constatar que posso direcionar meus pensamentos a uma autoapreciação e valorizar minhas habilidades e conquistas, mas também reconhecer as limitações. Com essa maneira de pensar posso pactuar uma paz comigo mesmo. E me aceitar assim como sou. E partir daí construir uma nova vida diante dos outros. Aceitando a mim terei mais facilidade de aceitar os outros. Sendo honesta comigo tenho grande chance ser honesta com os demais. Me sentirei bem quando tenho certeza de que posso dizer o que penso ao confidenciar com amigos também honestos consigo. Por compartilharmos a mesma certeza mutuamente. Isso é o amor em sua plenitude. Mas jamais chegaria lá sem o sacrifício de dobrar-me a mim mesma. A honestidade tem um lado doloroso. É o lado que sempre nos pede a verdade e somente a verdade, mesmo que ela doa. Aceitar a crítica dos outros nos pode magoar. Mas sendo procedente, nos cabe fazer o sacrifício da admissão. No entanto, se eu chegar a sentir que tenho a capacidade de despertar confiança nas pessoas, porque elas sentem que sou honesta comigo mesma e com os outros, posso ter a certeza que reestruturei a minha vida e tenho a aptidão para amar e ser amada.
A vida é sagrada e nos foi dada como uma dádiva. Podemos vivenciá-la mais intensamente quando a reestruturamos aos dos valores permanentes.

Lições que a vida dá Sete lições básicas que culminam com a prudência Por Themis Pereira de Souza Vianna Cada vez eu me ...
03/07/2025

Lições que a vida dá

Sete lições básicas que culminam com a prudência

Por Themis Pereira de Souza Vianna

Cada vez eu me convenço mais de que o decurso da vida é uma espécie de universidade com aulas presenciais de 24 horas diárias. A matrícula é gratuita e a frequência é opcional. É apenas um exemplo que o ser humano tem um potencial de aprendizado sem fim ao começar a pensar e aproveitar as experiências da vida como lições para sua caminhada neste mundo.
Para frequentar essa escola, o primeiro passo é refletir sobre o erro cometido —mesmo que o ato revolte o “ego” (esse agente que nos infla de orgulho pessoal e rebate impulsivamente toda crítica e que induz a um apego excessivo aos próprios interesses).
É preciso procurar um lugar bem ermo, sentar, relaxar e começar a pensar seriamente sobre o que queremos neste mundo. Qual o caminho que queremos seguir? O mesmo? Ou procurar um novo destino. Nossas avós chamavam esse momento de matutar. Pois matutando nos leva a desconfiar, retrair e acanhar diante de promessas milagrosas e sem esforço para vencer na vida. Ou matutar sobre a consequência amarga dos erros cometidos, que nos deixaram em enrascadas. Mas também refletir positivamente, injetando na alma o ânimo por aqueles pequenos triunfos diários, quase imperceptíveis, como elogios recebidos, abraços, um sorriso sincero e gentilezas de quem nem nos conhece.
No meu caso recente, sobre o qual já escrevi, o simples fato de concluir o circuito de bicicleta entre Bayeux e Vire, me injetou muito alento. Pois tracei uma meta e me preparei para ela. Fiz isso em cima da certeza que a determinação e o esforço nunca nos deixam estacionados.
Em minhas horas vagas, por vezes, cedo o meu corpo e os meus pensamentos a um julgamento de mim mesma. Sobre tudo o que fiz, o que sou no presente, e o que desejo ser no futuro. Assim entro pela porta da frente na universidade da vida para ouvir a lição de grandes mestres.
Dia desses, um pouco aborrecida comigo mesma, com as notícias de guerra, a instabilidade mundial, a bagunça do meu país, deparei-me diante de um vídeo com o título “Sete lições que podem transformar nossa forma de ver a caminhada pela vida”. Eu sei que há muito disso nas redes sociais, sobre pensamento positivo, autoajuda, e por aí vai. Mas ao clicar o start, o tema chamou atenção.
A voz grave do narrador, suas palavras pausadas, intervalos com breve silêncio, tudo dito com calma e convicção. Baseou a mensagem sobre a tragédia da jovem brasileira que em uma aventura esportiva se transformou em tragédia. E deste drama ele tirou lições para compartilhar. Disse: “As tragédias precisam ser levadas a sério, porque revelam causas e consequências”. “Em uma jornada perigosa não fique sozinho ou sozinha”. “A vida é uma caminhada que precisa de companhia”. “Sozinhos somos vulneráveis, a força de um grupo está nos cuidados mútuos”. E daí ele acrescenta: “Talvez a solidão seja a fraqueza da alma humana”.
A segunda lição é: “Se você é o guia nunca deixe alguém para trás. Liderança não é sobre estar à frente, mas de cuidar de quem está atrás”. Este item se direcionou a um dos meus maiores medos durante o circuito que fiz. O medo de me perder na longa trajetória. O medo de f**ar para trás e f**ar sozinha.
A terceira lição. “O tempo pode ser fatal”. Em caso de um acidente, quando o socorro demora, a morte vence. “Em momentos críticos cada segundo importa”. Referiu-se ao caso da jovem brasileira Juliana Marins, de Niterói (RJ), que faleceu em um grave acidente durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, na sexta-feira (20 de junho).
A quarta lição: “Não tenha vergonha para desistir, antes de prosseguir, avalie as condições”. “Saber recuar não é covardia, é cuidado. A coragem também é prudente ao conhecer o risco”.
A quinta lição: “Se ‘você é o guia’ e sentiu a falta de alguém, volte!”. “A jornada não tem sentido se chegarmos sozinhos. Somos responsáveis uns pelos outros”.
Sexta lição: “Respeite os seus limites”. “Não se arrisque sem preparo. Ignorar os riscos é ignorar a própria vida, reconhecer suas limitações é um ato de sabedoria”.
Sétima e última lição. “Nem toda a experiência vale o risco, a aventura não pode custar a vida, pense em quem te espera em casa”. “A vida é o bem mais precioso que eu, você e nós temos”.
O vídeo e o texto são de Josué Gonçalves, uma pessoa muito incomum na sua perícia de analisar a alma humana em suas sombras e luzes.
Eu destaco duas frases para quem empreende uma aventura de risco: “Pense em quem te espera em casa”. “A vida é o bem mais precioso que eu, você e nós temos”.
Eu recomendo que o olhem e ouçam o vídeo, uma, duas ou três vezes. Ele sacode o nosso íntimo. É muito importante para quem pratica esportes de risco. Uma aventura nos pode dar um troféu ou nos privar para sempre de nossos queridos. O que vale mais?
As lições ouvidas penetraram na minha alma. Lembram as experiências das muitas viagens que já fiz. Uma delas bastante memorável para um grupo que acompanhei e que se atreveu a percorrer pelo mundo do frio, do gelo e dos encantos naturais do sul da Patagônia, junto a El Calafate, pequenina cidade na província de Santa Cruz, da Argentina. Percorremos El Chaltén, Parque Nacional dos Glaciares no qual se encontra o exuberante Lago Argentino e vários glaciares, entre eles, o Glaciar Perito Moreno.
Fui para o circuito da França para sentir o efeito de um desafio. Estava diante de um mundo que decidi conhecer, pelo menos em parte, e também vivenciá-lo com todos os sentidos. Na Patagônia fui com o mesmo propósito: contemplar, admirar e fotografar o cenário montanhoso com gelo e sentir o frio. Para ouvir o vento que vem das montanhas e ouvir o canto dos pássaros desconhecidos entre as árvores desconhecidas; para tocar uma flor silvestre ou uma pedra ou um pedaço de gelo; para inalar a mescla de cheiros da resina vegetal, das folhas caídas e úmidas; e, para, experimentar os hábitos alimentares, os pratos locais, o vinho de seus solos, disponíveis nas pequenas cidades.
No entanto, quero destacar uma aventura em si. Em qualquer lugar do mundo que formos nos aventurar, o desconhecido pode esconder um risco.
O âmago das sete lições é esquecer por momentos o entusiasmo, a fantasia, e pisar sobre o solo com muita firmeza. O esporte e as aventuras de risco precisam começar com a racionalidade da prudência, que requer conhecimentos prévios e muito planejamento e muito treinamento. A prudência requer precaução, cautela, atenção e sensatez. Ela aconselha a ter cuidado com o otimismo superficial.
Não! Não estou fazendo aqui uma apologia ao pessimismo. Eu vou continuar viajando, escrevendo livros e fazendo crônicas sobre as viagens. Tudo para compartilhar com amigos. E quem sabe ser no futuro uma guia turística com mais livros escritos e experiências de andanças por lugares inóspitos.
Mas asseguro que internalizei a palavra prudência como norma do que farei daqui para frente. Talvez, é esta a palavra essencial das sete lições. Pois munidos de prudência qualquer pessoa está mais apta para qualquer trajetória na vida. Não vou desistir de viajar, pois sou apaixonada por gente, outras línguas e culturas. Vivo para olhar, traduzir, escrever e contar aos outros minha experiência.
Viajo para me distanciar, se possível, nos lugares mais longínquos e ao mesmo tempo me aproximar de mim mesma.

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