06/09/2025
De dia estudante, concursado à noite: jovem concilia faculdade de medicina com trabalho como coletor de lixo
Guilherme da Silva Mazini, de 24 anos, trabalha como coletor de lixo há três anos e começou a estudar medicina no início de 2025, por meio de bolsa pelo FIES.
De dia, foco nas matérias como estudante de medicina em tempo integral. À noite, trabalha como coletor de lixo para manter a limpeza urbana. Essa é a rotina de Guilherme da Silva Mazini, de 24 anos, morador de Presidente Prudente (SP) que faz os “corres” para seguir o sonho na área da saúde.
A reportagem, Guilherme compartilha como consegue equilibrar a rotina trabalhando na escala 6x1 enquanto estuda, a partir do Financiamento Estudantil (FIES), um dos cursos mais elitizados do país, em que a mensalidade pode chegar a quase R$ 16 mil no Brasil, conforme um levantamento feito em 2024.
“O curso de medicina é integral. Após o curso, imediatamente tenho que voar para o trabalho. Tenho um pouco de dificuldade pra levar por conta de horário, já que acabo por volta de 0h”, destaca.
Durante a semana, as aulas acontecem das 7h30 às 17h10, já o trabalho de limpeza urbana começa às 17h, de segunda-feira a sábado. Para conseguir dar conta, o jovem pede para sair 10 minutos mais cedo da faculdade e chega 10 minutos atrasado no trabalho.
“A interação com as pessoas, servir a comunidade com esse tipo de serviço (coleta de lixo), sempre gostei disso, não é à toa que acabei optando pela área da saúde”, afirma.
A escolha de ser coletor de lixo surgiu há três anos, quando Guilherme estudava a graduação em enfermagem com bolsa 100% pelo Programa Universidade para Todos (Poruni).
“Realizei o concurso para coletor de lixo e fiquei em 2º lugar. No começo foi bastante desafiador. Dores no joelho, no ombro, nas mãos. Meu tio me deu a ideia sobre a oportunidade”, continua.
Um dos motivos para ele optar em seguir como coletor ao invés de já atuar na área da saúde como enfermeiro se dá pela questão de disponibilidade de horário. “A rotina é puxada, a ansiedade devido à pressão pelo resultado, seja no trabalho, seja nas provas. O dia a dia é pesado, o que me motiva é o sonho e a vontade das coisas melhorarem”, diz Guilherme.
Fonte: G1