
09/07/2025
Relato de uma Católica
Próximo à minha casa havia uma loja de umbanda.
Eu, católica desde o berço, mas dona de um coração aberto, sempre que passava por ali saudava a imensa imagem de Zé Pilintra que guardava a entrada.
Quando o portão estava fechado, murmurava baixinho, quase como uma prece:
“Boa noite, Seu Zé.”
Numa noite fria, voltando da faculdade quase à meia-noite, ouvi passos ligeiros atrás de mim.
Virei o rosto e vi — um homem, canivete em punho, olhar faminto de maldade.
Meu corpo inteiro estremeceu. Corri. E ele veio atrás, gritando horrores, promessas sórdidas do que faria se me alcançasse.
O desespero apertava meu peito.
Foi então que, ao passar em frente à loja de umbanda, gritei do fundo da alma:
“BOA NOITE, ZÉ PILINTRA!”
Naquele instante, algo mudou.
Ouvi uma gargalhada forte, que não era minha nem dele.
O homem empalideceu, arregalou os olhos e saiu disparado numa corrida tresloucada, rezando alto, cruzando o peito com pressa, como se fugisse do próprio inferno.
Eu, sem fôlego, parei e olhei para trás.
E lá estava ele: Zé Pilintra, de terno branco impecável e sorriso de malandro, parado à porta da loja.
Levantou o chapéu num aceno silencioso… e sumiu.
Desde aquele dia, sei que não ando só.
Seu Zé tornou-se meu amigo, meu guardião, meu protetor invisível.
Esse é Zé Pilintra… o malandro elegante, de sorriso largo e olhar protetor, que se faz presente quando a fé o chama. Ele não abandona quem confia na sua malandragem de luz — e mostra, na calada da noite, que está sempre pronto para proteger quem o saúda com respeito e coração aberto.
Salve Zé Pilintra!
Salve a malandragem que guarda quem tem fé!