16/07/2025
Maka grande
“COMÉRCIO DE PRESOS EM ANGOLA?” JORNALISTA CARLOS ALBERTO DENUNCIA SUPERLOTAÇÃO, CORRUPÇÃO E VIOLAÇÕES GRAVES DE DIREITOS HUMANOS
O jornalista Carlos Alberto, director do portal A Denúncia, veio a público com acusações sérias sobre o actual estado do sistema prisional angolano.
Numa publicação amplamente partilhada nas redes sociais, o jornalista traça um cenário alarmante de superlotação, corrupção, negligência médica e graves violações dos direitos fundamentais dos reclusos.
De acordo com os dados apresentados, Angola alberga 24.068 reclusos em cadeias com capacidade para apenas 22.554, e cerca de 48,5% destes detidos continuam em prisão preventiva, sem julgamento.
O jornalista sublinha ainda que muitos presos desconhecem as razões da sua detenção, vivem sem acompanhamento jurídico e alguns permanecem encarcerados há mais de sete anos sem qualquer sentença.
Carlos Alberto denuncia igualmente o desvio de fundos públicos, revelando que cada recluso custa ao Estado cerca de 50 dólares por dia, o que perfaz mais de 1,2 milhão de dólares diários. Esta verba, segundo ele, estaria a ser mal gerida por altos quadros do Ministério do Interior.
No Estabelecimento Penitenciário de Viana (EPV), as condições seriam especialmente críticas, com falta de água, alimentação deficiente, ausência de cuidados médicos e mortes evitáveis. Paralelamente, existem denúncias sobre cantinas privadas dentro das prisões, que exploram presos e familiares, transformando-se num negócio milionário à margem da legalidade.
O jornalista vai mais longe e questiona:
"Será que o Presidente João Lourenço está ciente desta realidade? E se está, porque não actua?"
Até ao momento, nenhuma entidade oficial reagiu às denúncias, mas o silêncio, segundo muitos analistas, pode ser tão preocupante quanto os factos expostos.