25/06/2025
De 5 a 12 de julho de 2025, São Tomé e Príncipe será o cenário do Festival das Ilhas do Mundo – Fim do Mundo, organizado pela ONG Roça Mundo. Um espaço de encontros, escuta e reflexão sobre o mundo que somos e o mundo que queremos construir. A Travessia das Letras também estará lá, somando vozes nas atividades sobre mudanças climáticas, sustentabilidade e os caminhos para adiar o fim do mundo.
Vamos, então, conhecer melhor São Tomé e Príncipe:
No meio do mundo, entre o Equador e o Meridiano de Greenwich, estão as ilhas de São Tomé e Príncipe — dois pequenos territórios cercados de céu, mar e memória.
Com pouco mais de 200 mil habitantes, o arquipélago tem uma história de encontros, deslocamentos e reconstruções. Antes desabitadas, as ilhas começaram a ser ocupadas pelos portugueses em 1470. Vieram os colonizadores e, com eles, milhares de africanos trazidos à força para trabalhar nas plantações de açúcar, cacau e café. Depois, chegaram trabalhadores de Angola, Cabo Verde e Moçambique.
Cada grupo trouxe suas línguas, crenças e costumes. Nas roças, vilas e comunidades de pescadores, esses povos aprenderam a dividir a terra, o trabalho, a comida e os cantos. Inventaram, juntos, novas formas de viver.
Dessa mistura nasceu uma cultura rica, marcada pela oralidade, pela música, pela dança e por uma culinária que é memória e celebração — tudo ao som do português, idioma que hoje une diferentes histórias e vozes.
Em 2024, a ONU reconheceu os esforços do país para melhorar a qualidade de vida e fortalecer a economia. São Tomé e Príncipe deixou a lista dos países menos desenvolvidos.
Mas os desafios continuam. As mudanças climáticas, as novas demandas sociais e as urgências ambientais batem à porta.
Inspirados por Ailton Krenak, seguimos provocando:
“Quando foi que começamos a nos afastar da natureza? Como podemos tecer um caminho de volta?”
Talvez a resposta pulse no espírito das ilhas: um futuro só é possível quando construído junto.