05/09/2025
Exemplo de talento e ambição ❤️🩹😢
Na manhã de hoje (5), o cineasta Silvio Tendler, um dos maiores nomes do documentário brasileiro, morreu aos 75 anos. Há 10 anos, ele enfrentava uma neuropatia diabética, doença degenerativa que compromete o sistema nervoso, além de ter sido vítima de uma infecção generalizada. A morte foi confirmada pela família.
Diretor de filmes que marcaram a memória política e cultural do país, Tendler ficou conhecido como o “cineasta dos sonhos interrompidos” pela dedicação a biografar líderes e movimentos que projetaram transformações no Brasil e na América Latina, marcada pelo compromisso com a história, a memória e a justiça social. O documentarista deixa a esposa, Fabiana Versasi, e a filha, Ana Rosa.
Nascido no Rio de Janeiro em 1950, Tendler mergulhou no universo do cinema no final da década de 1960. Durante a ditadura militar, buscou refúgio no Chile e, posteriormente, na França, onde estudou história e cinema. Foi em Paris que se formou como cineasta e desenvolveu uma visão crítica e comprometida com as lutas populares.
Ao retornar ao Brasil, fundou a produtora Caliban, em 1976. O selo se tornou referência no cinema documental, com mais de 80 filmes, entre curtas e longas-metragens. Também foi professor da PUC-Rio e um dos fundadores, em 1985, da Fundação do Novo Cinema Latino-Americano, que reuniu grandes nomes como Gabriel García Márquez e Fernando Birri.
Entre os trabalhos mais emblemáticos, está a chamada “Trilogia Presidencial”, composta por “Jango” (1980), “Os Anos JK — Uma Trajetória Política” (1980) e “Tancredo, a Travessia” (2011). O 1º se tornou um marco do cinema nacional, com mais de 1 milhão de espectadores, número impressionante para um documentário.
A obra mais ambiciosa foi “Utopia e Barbárie”, filme que levou cerca de 20 anos para ser finalizado e traça um panorama da 2ª metade do século 20 por meio de imagens de arquivo e depoimentos de grandes figuras como Augusto Boal, Eduardo Galeano e Susan Sontag.
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