
16/09/2025
POSSE DA NOVA DIRETORIA DO SASERJ REFORÇA LUTA E RENOVAÇÃO PARA ASSISTENTES SOCIAIS DO RIO DE JANEIRO
Em cerimônia realizada em 13 de setembro de 2025, o Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado do Rio de Janeiro (SASERJ) empossou sua nova diretoria para o mandato 2025-2028, em um evento marcado por discursos que celebraram a resistência, a luta e a renovação da categoria. A posse ocorreu na sede do sindicato, no Centro do Rio de Janeiro, com a presença de autoridades, representantes de movimentos sociais, familiares e assistentes sociais.
A cerimônia teve início com a execução do Hino Nacional Brasileiro, seguida por falas de representantes da Comissão Eleitoral e convidados.
A força da base e a luta contra o fascismo
Maria Aparecida Guerra Vicente, a presidente que encerrou seu mandato, destacou a importância da base para o sindicato. Ela relembrou sua trajetória, desde sua aposentadoria para se dedicar integralmente à luta sindical, e reforçou que o sindicato não pertence a um grupo ou ideologia específica, mas sim a toda a categoria.
Aparecida ressaltou que a nova diretoria precisa estar na base, dialogando diretamente com os profissionais, pois o sindicato não pode ser feito apenas em uma sala. Ela fez um apelo para que a categoria se una na luta por um piso salarial digno, enfatizando que não haverá avanço sem financiamento, e mencionou a necessidade de debater questões como a PEC 383, que afeta os salários, e o plano de reforma administrativa, que ameaça as carreiras. A ex-presidente também destacou as condições de trabalho "tristes e vergonhosas" enfrentadas pela categoria e a importância de atrair mais profissionais para a luta sindical.
A condenação da extrema direita e a renovação sindical
Alessandro Trindade, secretário de Organização Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT), trouxe um tom político ao evento, celebrando a condenação de "um fascista, machista, misógino, ra***ta que atacou trabalhadores". Trindade, que se apresentou como um dirigente sindical dos petroleiros, demitido durante o governo Bolsonaro, enfatizou que a vitória eleitoral no sindicato não foi apenas uma conquista, mas uma "libertação".
Ele lembrou que o sindicalismo se tornou mais difícil após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, e reforçou a necessidade de união para a "guerra nas urnas" em 2026, com o objetivo de reeleger Luiz Inácio Lula da Silva e evitar o retorno da direita. Trindade elogiou a nova diretoria, composta em sua maioria por mulheres, e destacou a importância do sindicato em resgatar os valores e defender os trabalhadores contra patrões que "assediam e maltratam". Ele finalizou reforçando a necessidade de uma renovação total, que se estenda para a federação da categoria, e declarou o apoio da CUT à nova gestão.
A importância da continuidade e renovação na luta
Neidimar Miranda, que fez parte das duas gestões anteriores, ressaltou a importância do processo de renovação que se concretizou com a nova diretoria. Ela destacou que as gestões passadas foram fundamentais para que a mudança atual acontecesse, mostrando a necessidade de um trabalho contínuo e com força. Neide mencionou que a diretoria é composta 100% por profissionais da base, o que considera essencial para entender a realidade do trabalho e defender os direitos da categoria. Ela também lembrou que o sindicato é um espaço para lutar contra as dificuldades enfrentadas nos setores público, privado e filantrópico e que o movimento sindical tem se mantido forte mesmo em tempos sombrios.
Kézia Betânia, subsecretária da Proteção Básica do Rio de Janeiro, representou a Secretaria Municipal de Assistência Social. Ela expressou sua alegria e honra em estar presente na posse de um grupo tão importante para a categoria. Kézia, que se considera uma "eterna assistente social", acredita que a nova gestão representa a continuidade e, ao mesmo tempo, a renovação necessárias para o avanço da categoria. Ela reforçou a confiança no grupo, que considera competente e comprometido, e desejou sucesso aos novos diretores. Além disso, Kézia afirmou que a secretária municipal, Marta Rocha, está com as "portas abertas e a escuta apurada" para compor com o sindicato e com a categoria.
União, resistência e o futuro do SASERJ
Em seu discurso de posse, a nova presidente Verônica Cristina de Barros Ferreira reafirmou o compromisso com a categoria, destacando que o sindicato não é da diretoria, mas sim de todos os assistentes sociais. Ela expressou a imensa responsabilidade de assumir o cargo, mas garantiu que não está sozinha, contando com o apoio de uma diretoria unida e dedicada.
Verônica ressaltou a importância do autocuidado e da colaboração mútua na luta sindical, citando a pesquisa de um doutor que mostra como a militância pode ser curativa. De acordo com ela, a questão social não é de causa individual e, “quando estamos em coletivo, o pensamento crítico é posto em prática na busca por melhores condições de vida, o que suscita a esperança em um mundo melhor”. A presidente destacou a natureza classista do sindicato e a celebração da condenação de um "grupo ra***ta e misógino" que não representa os interesses da classe trabalhadora, referindo-se à semana de julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela também informou que um relatório dos 100 primeiros dias de gestão já está disponível para consulta, demonstrando a transparência e a proatividade da nova diretoria.
Entre as prioridades de sua gestão, Verônica mencionou a reaproximação com outras entidades representativas da categoria, como a ABEPSS, a ENESSO e o conjunto CFESS/CRESS, e a luta pela liberação para o mandato classista, que é um direito previsto em lei, mas que tem sido perdido. A presidente concluiu seu discurso reiterando o lema de sua gestão: "resistência, luta e transformação", e enfatizando que a força do sindicato reside na participação de sua base.
A nova diretoria terá um mandato de 3 anos.
A cerimônia foi transmitida ao vivo e poderá ser vista na integra em https://www.facebook.com/share/v/1E9zSFd3TT/.