Anderson França

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GOSTARIA QUE FOSSE PIADA,mas é o Rio de Janeiro.E não é caso isolado.Um camarada de bermuda, mochila e chinelo, foi foto...
15/10/2025

GOSTARIA QUE FOSSE PIADA,
mas é o Rio de Janeiro.

E não é caso isolado.

Um camarada de bermuda, mochila e chinelo, foi fotografado segurando fuzil no ônibus da Linha 104-C; Parque Lafaiete (Caxias) x Candelária (Centro do Rio).

O homem estava no ponto de ônibus, entrou no ônibus, na altura da conhecida Favela do Lixão em Duque de Caxias, PAGOU A PASSAGEM normalmente, sentou, viajou por 13 kilômetros e desceu no Complexo da Maré, onde, segundo passageiros, se localiza seu posto de trabalho.

Traf**antes armados já foram vistos diversas vezes nessa linha e no trem da Supervia, no Ramal Saracuruna.

Alguns moradores dizem que eles saem da Favela do Lixão e do Complexo do Laureano. A Linha 104 - C é gerida pela Viação Jurema, que não se manifestou sobre o episódio.

Se for ao Rio e ver o passageiro do lado de trabuco e bico pro alto, não é assalto, é o trabalhador da área logística, indo pra firma.

Ontem eu assisti ao último episódio de Pablo e Luisão. Eu tô há meses assistindo. Vejo o mesmo episódio, umas sete, oito...
15/10/2025

Ontem eu assisti ao último episódio de Pablo e Luisão. Eu tô há meses assistindo. Vejo o mesmo episódio, umas sete, oito vezes. Ouço as falas, repito, vejo detalhes do cenário, pesquiso as músicas da trilha.

Eu faço isso, porque eu me vejo muito ali. Minha infância, embora na Zona Norte do Rio, é muito atravessada pelo que vejo ali.

A série tem uma coisa que me atrai: é uma série que ama o Brasil. Não tem vergonha do Brasil, ama, assume. Pablo e Luisão é uma jornada sobre amar. Amar a terra de onde viemos, antes de usar as máscaras sociais QUE COLOCARAM EM NÓS. Porque por dentro, ainda somos aquelas crianças.

E emissora do Jardim Botânico eventualmente acerta.

Aí né, ontem cheguei ao episódio final. Paulo entra como adulto. Ele mesmo. E a história chega dizendo tudo que eu precisava ver ontem.

Eu não sei em que momento, mas tem uma hora que me entra Lima Duarte. todos os atores já tinham colocado a história num pico de intensidade, porque era um velório. Quando Duarte entra, eu ouvi umas 4 frases, e fiquei chorando. Na verdade, de lembrar, tô começando a chorar agora. Não preciso fazer média com ninguém nessa vida. Chorei. Me veio tanta gente que eu lembrava, me veio tanto Brasil, me veio Duarte, e tudo que ele fez na dramaturgia. Eu me perdi chorando, e acho que não peguei muitas cenas. Madureira, minha cachorra, se soubesse onde eu guardo o Alprazolam, pegava pra mim. Ela ficou me olhando, nitidamente preocupada.

É um episódio sobre o fim de todos nós.

E no trajeto desse caminho, sobre amor, amizade, os muitos de nós que somos pra cada um, pra cada tempo, as fés que lutam dentro e fora de nós, as cachaças que tomamos. A terra que vai nos acolher.
As pessoas que vão f**ar. Aquilo que fomos na vida do outro.

Sei que Paulo anda por aqui.
Obrigado, Paulo.

Eu tô mesmo num meio de mato, e ontem, eu me senti dentro do Brasil de novo.

Ver uma série que começou com tweets de Paulo, e mexeu tanto comigo e tanta gente.

Vejam Pablo e Luisão.
Na parte 2 desse texto, falo mais do episódio.

Viva o Tocantins.
Viva o povo brasileiro.

13/10/2025

Esse negócio de MERGULHAR num livro que tu escreve, é bagulho sério que bate neurose pra caramba. Ainda mais quando tu cavuca o passado.

Tava escrevendo hoje e lembrei de TODAS as ruas em que morei.
Olha que trajetória maluca.
Nasci em Madureira, em 1974. Primeira casa que morei foi na Rua Padre Manoel da Nóbrega, na esquina com a Barão do Bananal. A casa foi demolida pra hoje ser uma oficina de táxi.

Dali, morei geral.
Morei na Graça Melo, Antonio de Sá, Augusto Franco, Quintão lado A, Quintão lado B, Padre Nóbrega de novo, Barão de novo, e nessa brincadeira foi toda minha infância. Morei na Suburbana, na Teixeira de Carvalho na Abolição, morei em Campinho, esqueci o nome da rua, mas era do lado da igreja do Miguel Ângelo, aquele maluco, aí na juventude bati no Méier.

Morei, no Méier, na Castro Alves, Marília de Dirceu, Aristides Caire, Maria Calmon, depois Paranapiacaba em Piedade, daí fui pra Vila Aliança, em Bangu, e lá morei na Travessa Nove e na Estrada do Taquaral. Voltei pra Abolição, morei na Belmira, depois Ilha do Governador, voltei pra Piedade, atrás da Gama Filho, a Travessa Martins Costa, depois fui pro Morro do 18, na Rua 101. Fui pro Encantado, na Rua Bernardo, 244. Aí morei na Sidônio Paes, em Cascadura, dali pro Cachambi, na Cirne Maia. E de lá, pra fora do Brasil. Morei em Ramada, que f**ava pra lá de Odivelas, depois em Lisboa, Telheiras, Bairro Azul e Campolide. Aí fui pra Paris, morei em Clichy, Galieni e Argenteuil. E depois, mais um outro lugar, e hoje, no campo, no interior da França. Um lugar que só tem uma rua principal. E mato.

Fora isso, passei um tempo em casa de pessoas, quando precisei, e passei poucos dias por aí. Morei andando, como se diz. Poucos dias, Viaduto de Cascadura. Uns 6 meses na Nova Holanda, dividindo uma casa, na 29 de Janeiro. Uns meses no Capão, e outros 3 meses na República, em São Paulo. Passei uns dias em Nova Iguaçu, uma experiência meio ruim.

E sempre resolvia tudo em Madureira. Madureira sempre foi pra mim um lugar central.

E cada um desses lugares entraram no livro, e cara, é uma viagem passar por todos eles de novo, porque eu acho que conheci o Rio, morando de casa em casa.

Por isso que hoje tenho pouco apego. Posso estar aqui, amanhã, não sei.
O mundo é grande, e nunca para de girar.

Hoje eu fiz um texto sobre a minha vó, que vai pro livro que eu tô escrevendo, e o texto mexeu tanto comigo, que eu fiqu...
07/10/2025

Hoje eu fiz um texto sobre a minha vó, que vai pro livro que eu tô escrevendo, e o texto mexeu tanto comigo, que eu fiquei triste.

Mas tudo bem.
Porque às vezes a gente só entende o agora, olhando pra trás, praquilo que aconteceu no passado, quando a gente era criança.

Minha vó, semi analfabeta, aprendeu a ler na igreja batista, no interior de Pernambuco, em 1917. Veio pro Rio cuidar das filhas e de mim, ela já tinha 72 anos.

Ela foi a pessoa que não abandonou na vida. Ela quem me ensinou a ler. Queria que eu fosse pastor. Morreu em 1985.

Quem comprou o livro e apoiou, vai receber.
Obrigado por essa oportunidade que vocês me deram

07/10/2025

A Sabesp, agora privatizada, cogita tratar ÁGUA DE ESGOTO pra população, em 2026.

Sabesp foi privatizada num projeto com apoio de Tarcísio, o mesmo que, no campo dos líquidos, disse que só se preocupa se envenenarem a Coca Cola dele.

Pra ele, Coca. Geladinha.
Pra quem bebe, metanol.
Pra vocês, água de esgoto.

07/10/2025

Eu não bebo.
Quando bebo, é pouco, meio copo de cerveja, e só. Meia taça de vinho, pra não fazer feio.

Mas não por uma questão moral.
No fim das contas, com diabetes, não posso me dar ao luxo, se quero trabalhar e pagar minhas contas.

Se

eu fosse governador de São Paulo, ou prefeito de Magé, e as pessoas na minha cidade morressem por causa se metanol na bebida, isso seria basicamente o que eu diria:

Embora eu não beba, me solidarizo com as famílias das vítimas desse episódio que se espalha pelo mundo.

Na verdade, o que eu bebo ou deixo de beber, não tem a menor importância pra sociedade, porque não é sobre mim. Tampouco quero sugerir que sou melhor que alguém porque não bebo.

O fato de beber Coca Cola não me isenta de prejuízos contra a saúde. Uma lata de Coca Cola é metade composta por açúcar. A Coca Cola é processada no México, França e Alemanha, pelos danos causados à crianças, relacionados à obesidade e agravamento do diabetes tipo 2.

Além disso, as substâncias presentes na Coca Cola causam vício, num mecanismo idêntico ao vício em álcool.

Mas como eu dizia, não é sobre mim.

Eu gostaria de disponibilizar leitos em hospitais de referência no Estado, públicos ou privados, para que possamos investigar com os melhores profissionais o que está acontecendo, evitando, assim, que isso alcance mais cidadãos.

As famílias contam com o meu gabinete 24 horas. Os estabelecimentos serão notif**ados para a suspensão imediata da venda de destilados. A minha prioridade é evitar mortes e vítimas.

Então.
Isso seria o que eu diria.

Isso aí não pode ser algo tão difícil. Não se trata nem de humanidade. Se trata de ser profissional no cargo que ocupa.

Tarcísio é um canalha. P**a de Zé Maranhão.
Que a Coca cumpra seu papel.

06/10/2025

Imprensa: Lula e Trump se falam por vídeo.
Bolsonarista: Mentira. Quero ver o vídeo.

Nota de Lula: deu bom.
Bolsonarista: Mentira. Quero ver Trump falar.

Trump diz: deu bom, pô.
Bolsonarista: É estratégia. Aguarde.

Trump e Lula reune. Trump e Lula janta junto. Trump e Lula liga pra Macron.
Trump, Lula e Macron faz swing e suruba. Fim da tarifa. Amor. Paz na Terra.

Bolsonarista, sozinho, chorando na chuva: Aguardem. Deus vai agir.

06/10/2025

Segunda feira eu tiro uma pausa de tudo.
Rede social, trabalho. Eu trabalho sábado e parte do domingo. Na segunda, termino faxina, carpino mato, conserto coisas.

Hoje, andei até o campo, na estrada de terra. Vi o céu com nuvens e o sol lá no alto.

E percebi que dentro de mim ainda existe um sujeito que espera que o céu se abra, e eu veja o Último Dia. E que eu possa atravessar o rio. E que veja toda luz que aquele Dia pode trazer. Eu ainda espero por aquela manhã em que poderei ver a chegada do Rei. Talvez isso não seja algo que vocês gostariam que eu compartilhasse. Mas é muito céu. E ao olhar pra cima, eu pedi a Deus que toda essa dor do mundo termine.

Vi no Globo Rural, e achei a melhor notícia do meu dia.
06/10/2025

Vi no Globo Rural, e achei a melhor notícia do meu dia.

06/10/2025

Acabei de ver mais um caça Rafale cruzando o céu, aqui onde eu moro.

E onde eu moro, é interior da França. Uma cidade de 900 habitantes. Não tem predio, só casa pequena, um tipo de aldeia. Então tem muito céu aqui.

Pra quem é carioca, da Zona Norte, Oeste e Baixada, vai entender: aquele helicóptero da CORE que dá rasante na favela, aquilo é realmente assustador e desumano. Traumatiza. Todo mundo que morou em favela e presencia isso, f**a bolado quando vê um helicóptero, onde quer que vá.

Um caça Rafale, é algo dezenas de vezes mais assustador. Porque os motores das turbinas do Rafale são como roncos de um poder muito grande, o caça, quando passa por cima da sua cabeça, ali tu percebe o quão impotente você é diante do poder da guerra.

Desde que vim morar na Europa, eu vejo os céus cruzados pela manhã e a tarde, por caças da OTAN que fazem treinamento todos os dias. Não há um único dia que não façam. Mas ele fazem no alto, longe.

Aqui no interior, ele voam baixo.
Baixo o suficiente pros cachorros correrem pra dentro de casa, e eu sentir o coração explodir de medo.

Eu já vi quatro Rafales. Só quatro.
A França tem 150.

O Dassault Rafale pode carregar 9 toneladas de bombas, incluindo a Exocet e bomba nuclear. É o aparelho mais avançado do mundo.

Então eu posso dizer que vi, não um helicóptero da CORE que carrega uns cu de cachorro que gosta de assustar morador, mas eu vi um pássaro da morte.

O corpo inteiro gela.

A França leva política muito à serio.
Às vezes, acho que leva até demais.
Ninguém ri na política. Todos aqui são um pouco tristes e aborrecidos. Mesmo a extrema direita, se comparada com a nossa, é menos dada a vulgaridades.

Pedro Cardoso, o ator, disse que a extrema direita de Portugal, e eu estendo, pra França, luta por interesses do próprio país, mesmo que esses interesses sejam bastante contraditórios. Mas sim, mesmo sendo, muitos deles, racistas e xenófobos, eles levantam a bandeira deles,

não a dos Estados Unidos.

A extrema direita brasileira não luta pelo próprio povo, luta CONTRA, e a favor dos Estados Unidos. E isso impressiona até políticos de extrema direita europeus.

Não, isso não signif**a que os fascistas europeus sejam gente boa. Mas é verdade: eles não levantam bandeira dos Estados Unidos.

A nossa classe política de direita luta contra nós. Isso talvez se explique na formação do Brasil, um país criado pra ser quintal de recursos e de pessoas.

Hoje, mais um primeiro-ministro francês pediu demissão. Parei de contar, mas ninguém f**a no cargo. A impressão que eu tenho é que é muito pesado. A disputa política é real, e ninguém f**a fazendo selfie dentro da Câmara. Eu acho que ser político aqui é ruim demais. Ganham no máximo 7 mil euros por mês, não tem mais que dois assessores, andam de trem e metrô. O orçamento tem que ser respeitado, faltou um centavo, o país vira um inferno.

No Fantástico de ontem, aliás, tenho gostado muito das reportagens do Fantástico, vi que um governador do Tocantins roubava dinheiro fingindo dar cesta básica. Tinha gente com ele: a mulher, uma pastora chamada Bispa Socorro, e outros. Ele pegava dinheiro destinado a alimentar pessoas pobres, e botava na conta dele. Pra dizer que estava dando as cestas, PEGAVA EMPRESTADO cesta básica de mercado pra fazer foto.

Hoje, vi um vídeo de vereadores em São Caetano do Sul, dançando sobre a mesa do plenário, cantando e rindo, enquanto um sósia de Elvis Presley cantava. Porque o PL votou um Dia Internacional de Elvis Presley.

Essas pessoas, aqui, seriam estripadas.
Sabe o que é estripar?

É, com um punhal fino e comprido, abrir o ventre de uma pessoa, e retirar os órgãos abdominais: intestino, estômago, fígado e rins, picotar esses órgãos e deixar a pessoa morrer a pior morte.

Aqui, se um político pegar cesta básica emprestada de um mercado e fingir que deu pras pessoas pobres daqui, esse homem vai ser morto. E vai ser uma morte legítima. O povo não sentiria culpa de fazer isso.

Se políticos dançassem Elvis em cima de uma mesa dentro da Câmara, eles seriam presos, e com certeza, em algum momento isso ia envolver uma surra daquelas que se dava em ladrão na Pavuna, em 1982.

A política no Brasil não é seria, nem triste.
Ela é, ou odiosa, ou meme.
Ou a gente tá rindo muito, ou tá passando raiva.

Mas isso diz muito sobre a gente, que f**a entre esses dois sentimentos. O Brasil, país jovem, ainda não admite que política é lugar pra gente séria ou triste, ou ambos. Porque pra lidar com dinheiro público, hospital, educação, não dá pra ter palhaço com a chave do cofre.

Os políticos brasileiros deveriam ter medo do povo. Mas o povo ainda não aprendeu a meter medo. E me refiro especialmente aos políticos de direita. Eles fazem o que querem, dançam, roubam, mentem.

Essa classe política deveria estar no IML.
Mas isso deve ser uma reflexão pra nós.

Que maturidade nós, como povo, temos.

A França matou reis.
O México fez revolução armada. A China e a Rússia também.

A gente faz meme.

Precisamos amadurecer.

É sobre estratégia.Será que os cara não consegue enxergar?
05/10/2025

É sobre estratégia.
Será que os cara não consegue enxergar?

03/10/2025

Olha, eu né brincadeira não.
Mais cedo, eu falei que um médico francês comentou que os homens franceses trocam de cueca uma vez por semana.

Foi o seguinte: num canal do Youtube, num podcast francês, um médico que trabalha na emergência há mais de 20 anos, em plantão, aquela coisa toda tensa, o entrevistador pergunta pra ele como chegam os acidentados e pessoas na emergência.

Aí né, ele fala que as pessoas chegam fragilizada, aqueles papo que quem já bateu numa UPA sabe. A gente todo cagado.

SÓ QUE NO CASO DELE, É CAGADO REAL.

Ele disse, com uma certa tristeza tomando o olhar, que especialmente os HOMENS franceses chegavam no hospital numa situação, ele disse, delicada. Os caras com cueca AMARELA de tanto xixi acumulado na ponta do piru, cueca DURA, porque aparentemente NÃO SERIA SÓ XIXI que acumulou ali (Deus te dê discernimento pra entender), e cueca com FREIO DE ÔNIBUS na parte de trás.

Ou seja, os cara mija, goza e caga, e praticamente segue a vida.
Banho, não sabemos se tomam, ou, pra não ser uma pessoa maledicente, vai que tomam, e reusam o pano que tá só um s**o de lixo, o que faz com que o banho, ao fim das contas, não tenha servido para absolutamente nada.

Ele disse que atende muitos homens assim. Que pede a Deus que o problema do camarada seja no braço, e ele nem precise pôr uma roupa de hospital nele. Braço, mão, de repente o pé mesmo. Cabeça, um machucado. Porque se é qualquer coisa que precise colocar uma túnica daquelas de hospital, o médico chega vai no banheiro chorar porque perdeu ali mais uns minuto de vida.

Isso não signif**a que todos os homens franceses sejam assim, mas vamos respeitar o passado do amigo. Mais de 20 anos, num hospital público na França. E hospital público, na França, dá de tudo. Não é só gente pobre. Porque, né, vai que isso justif**asse.

Mas não.
Os cara chega, abaixa a calça, e vem o V***R. A INHANHA. A carnissa. O chero da xereca de trás.

Uma vez, ele disse, quase deixou o hospital se vomitando todo e ia procurar um emprego vendendo cigarro, ou mecânico, pintor. Ele já saberia identif**ar cheiro de piru sujo até por região. Esse piru tem tons de Lyon, esse tem acidez amadeirada de piru sujo de Versalhes. É f**a, e é real, amigo.

Eu não sei como são os hábitos dos franceses, não posso aqui dizer nada. Mas o médico disse que a higiene desses homens deveria ser questão de saúde pública.

Porque se for isso mesmo, sofre todo mundo. O médico, a enfermeira. Ninguém consegue se concentrar pra salvar a vida do próprio mulambo, em francês, moulembeur.

Eu precisei me internar começo do ano.
Tive uma infecção braba, fui bater num hospital grande em Paris.
Mas cheguei como: todo banhado, de perfume e raspadinho. Raspadinho nos braço, por que eu sei que vou precisar levar agulha na veia, e isso facilita a vida da equipe, vou ter que tirar sangue, e braço peludo é uma m***a. E raspadinho sabe onde mais?

No BILUZINHO.
No CULSINHO.
Na ECOBAGZINHA.

Tudo lisinho, perfumado, dizendo: MEDICINA, VEM. ME FAZ TUA PIRANHA.

O médico, no fim da minha primeira noite, veio falar comigo, e eu percebi, na modéstia, que ele não tava mais conseguindo controlar o profissional, e tava se tremendo de tesão e paixão por mim, que tava ali com as coxona grossa de fora, e um tipo de duto de borracha no bilu, porque enfim, foi isso que aconteceu. Tive que usar um trem no bilu, pra fazer xixi. Dos males o menor, é que tô vivo, embora quase morri 3 dias depois porque a infecção virou sepse, mas, 45 dias depois eu já ANDAVA do quarto pra sala. Detalhes.

Entretanto, sempre limpinho.
Amor, eu tinha lenço umedecido e passava a cada 6 horas nas partizinha. Eu era uma flor do campo, doentinha. Ficava na maca do hospital, cheio de agulha e soro, mas um tempinho que eu tava acordado: bora limpar essa dobrinha. Passava desodorante. A enfermeira inclusive ficou minha amiga e me dava dois pães no café.

O médico, prostrado diante do asseio brasileiro, precisou pedir uma semana de licença, senão ia cometer uma loucura. Ia me beijar ali mesmo, e me pedir pra viver com ele, pra sempre, num chalé em Marselha. Ele não se segurou, foi até onde deu, eu abalei a vida dele, eu sei.

No quarto da enfermaria, fiquei com um coroa francês, gente boa pra ca***ho. Um Zeca Pagodinho de Paris. Maluco gente fina. Amava o Brasil. Amava Vera Fischer. Doido pela Vera Fischer. Ele e eu usávamos essa roupa de hospital, aberta atrás. Então, o maluco maior gente boa, sabe. Mas quando ele levantava pra ir no banheiro, MEU CAMARADINHA

era o miasma púdrido aberto da boca miserável do Leviatã e a Serpente, Satanás, que emergia do enxofre, cujo número é 666.

P***a, amigo. Que odoeur se espalhava naquele quarto, matando toda minha esperança, me fazendo querer sair dali pra MORGUE e não pra casa. Eu, que poderia ter sentido os perfumes de Paris em seus dias de glória, a mim foi reservado o tempo da guerra, a carestia, o exílio, e a intimidade com o cu francês, não o cu saudável, pelo contrário, o cu já em estado de decomposição.

Eu posso te dizer que sim, amigo. Conheci a França PROFUNDAMENTE.

Acho que banho os cara toma quando lembra. E eles não tem, eu suponho, uma memória boa.

Aí tem a questão prática né.
Como que mama?
Eu conheço pessoas que casaram com eles, e enfim. Tem gente que faz tudo por um passaporte. Não me meto, mas olha.

Mas não vou entrar nesse mérito, vou deixar que elas falem. Porque eu não namorei francês.

O que eu sei é que eu troco de cueca todo dia. E lavo bem o lulu, a BILOCA todo dia, bem esfregadinha. Porque como eu tomo remédio pro diabetes, o açúcar sai no xixi, e se não lavar bem, dá bactéria. Lavem o piru, pelo amor de Deus.

Lavem o piru, o cu, tudo. É gostoso.
Passem um paninho umedecido depois. Ispreia um EAU D'COLOGNE, passa um creme de aveia da véia, qualquer coisa sabe.

Porque vai que tu toma um metanol aí sem saber, e vai parar na UPA, entende. Pessoal ali já ganha uma miséria. Chega no perfume. Equipe médica se apaixona.
Tá aqui uma dica que Tinder nenhum dá. Chegar fresquinho e cheiroso no hospital, pra alguém te adotar gostoso. Que delícia.

Endereço

Rua Da Gamboa, 246/Saúde
Rio De Janeiro, RJ
20220

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