
23/09/2025
Este artigo, escrito por Eduardo Breno Nascimento Bezerra (UFPB), Jorge Tarcísio Da Rocha Falcão (UFRN), Edil Ferreira Da Silva (UFPB) e Joeder da Silva Messias (UESB), traz que “os sepultadores, historicamente conhecidos como coveiros, são os trabalhadores responsáveis pela condução dos momentos finais dos rituais fúnebres” e, partindo dessa ideia, teve por objetivo “analisar a atividade de sepultadores tendo esses trabalhadores como sujeitos ativos no processo de análise de seu trabalho”. Para isso, “foi desenvolvida uma pesquisa de cunho clínico-qualitativo pautada nas contribuições teórico-metodológicas da Clínica da Atividade”, da qual participaram “nove sepultadores de um cemitério ajardinado privado localizado no interior do nordeste brasileiro”. Os resultados mostraram que “para além dos sepultamentos, são as exumações as atividades que demandam mais investimento físico e psíquico dos sepultadores”, tendo destaque para a “necessidade de ter coragem para encarar um trabalho altamente rechaçado pela sociedade”. Ao fim, entende-se que “é por meio das relações interpessoais marcadas pelo uso do humor, da cooperação entre eles e do acesso à memória coletiva e transpessoal deste ofício, que eles conseguem ressignificar os preconceitos vivenciados cotidianamente e dar conta do desenvolvimento de suas atribuições profissionais.”