
31/07/2025
O presente artigo, redigido por Thayz Conceição Cunha Athayde (UERJ), tem como objetivo “investigar o pensamento elaborado por Lélia Gonzalez, que discute o racismo como sintoma na Neurose Cultural Brasileira através do que se oculta, para além do que se mostra”. Neste texto, utiliza-se “o mito da democracia racial, analisado por Lélia Gonzalez na maior parte dos seus textos” enquanto “conceito-ferramenta que possibilita a leitura do racismo na cultura brasileira”. Para isso, o trabalho analisa a “fala de Sergio Camargo, ex-presidente da Fundação Cultural Palmares durante o governo de Jair Bolsonaro, como uma das repetições do sintoma na Neurose Cultural Brasileira”. Tendo como ponto de partida as “imagens da Mãe Preta e de Zumbi dos Palmares”, a pesquisa analisa o “medo da branquitude em relação às pessoas negras, sobretudo aquelas que não são dóceis e são vistas como ‘tiranas’”. Dessa forma, o artigo “utiliza a teoria psicanalítica para pensar a cultura brasileira”, como feito por Lélia Gonzalez, além de examinar “articulações entre sintoma e Simbólico” em diálogo com conceitos de Jacques Lacan. Além da teoria lacaniana, o artigo “dialoga com os estudos raciais, feministas e pós-estruturalistas, com o intuito de localizar o racismo como sintoma e analisar sua repetição na Neurose Cultural Brasileira.”