Semanário da Arquidiocese de São Paulo, que há mais de 60 anos divulga as informações da Igreja
16/07/2025
| A parábola de Lázaro (Lucas 16,19-31) nos convida a abrir os olhos, as mãos e o coração. O Evangelho apresenta um rico anônimo e um pobre chamado Lázaro. Um contraste que atravessa os séculos e nos questiona ainda hoje: estamos vendo e ouvindo os Lázaros à nossa porta?
A parábola contada por Jesus, no Evangelho segundo Lucas, nos provoca com uma cena forte e atual: um homem rico, sem nome, vestido de púrpura e linho fino, banqueteando-se todos os dias, enquanto à sua porta jaz um pobre chamado Lázaro, coberto de feridas, faminto, desejando apenas as migalhas que caíam da mesa.
Leia o artigo de Espiritualidade do Jornal O SÃO PAULO desta semana, escrito por Dom Carlos Silva, OFMCap, clicando aqui: https://osaopaulo.org.br/colunas/o-abismo-da-indiferenca-ou-a-ponte-da-caridade/
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Dom Carlos Silva, OFMCap é Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Vigário Episcopal para a Região Brasilândia
16/07/2025
| A Paróquia Sant’Ana, na zona Norte de São Paulo, celebrou seus 130 anos de criação no sábado, 12. A missa em ação de graças foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, na Basílica Menor de Sant’Ana, matriz paroquial, e concelebrada por Dom Luiz Antonio Guedes, Bispo Emérito de Campo Limpo (SP), o Padre José Roberto Abreu de Mattos, Pároco e Reitor, além de diversos presbíteros da Arquidiocese.
A celebração reuniu fiéis, religiosos, autoridades civis e membros de diferentes expressões e pastorais da Paróquia, que demonstraram, com emoção, o quanto a história da comunidade está profundamente entrelaçada à vida das famílias da região.
“As pessoas foram batizadas, se casaram e constituíram família aqui. Gente que veio de outras cidades para morar na zona Norte e tem uma história com Sant’Ana. Muitos dizem: ‘aqui é a casa da minha avó’”, comentou Padre José Roberto.
Criada em 12 de julho de 1895 por Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, à época Bispo Diocesano de São Paulo, a Paróquia Sant’Ana tem raízes que remontam ao século XVI, quando os jesuítas receberam porções de terra ao Norte da Vila de São Paulo de Piratininga. Na sede da fazenda, havia uma capela dedicada a Sant’Ana, mencionada por São José de Anchieta em cartas de 1560.
A atual matriz paroquial começou a ser construída em 1896, sendo concluída em 1936. Em 2020, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, concedido pela Santa Sé a pedido do Cardeal Scherer.
| Esta edição do Caderno Laudato si’ - Por uma Ecologia Integral mostra que cidades como Medellín (Colômbia), Guadalajara (México), Mumbai (Índia) e, mais recentemente, a capital paulista têm investido nesta alternativa para a manutenção e restauração da fauna e da flora, com benefícios à qualidade de vida de seus habitantes. Confira: https://osaopaulo.org.br/sao-paulo/cidades-tem-melhorias-ambientais-com-corredores-ecologicos-e-verdes/
16/07/2025
| Uma caminhada curta, mas profundamente simbólica, marcou a manhã do sábado, 12, na Praça da Sé. Joelhos frágeis, limitações físicas e os desafios da idade encontraram apoio nas mãos generosas de quem caminhava junto, oferecendo sustento em cada degrau que separava a praça do interior da Catedral, um gesto concreto de amor fraterno aos mais vulneráveis.
Assim teve início a peregrinação jubilar do Vicariato Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos, reunindo fiéis das seis regiões episcopais. Leigos e consagrados, jovens e idosos, enfermos, agentes e ministros extraordinários da Sagrada Comunhão seguiram juntos rumo à igreja-mãe da Arquidiocese.
Dentro da Catedral, um roteiro orante conduziu a assembleia a uma profunda meditação sobre a presença de Deus nas dores da humanidade. Em seguida, foi celebrada a missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, tendo entre os concelebrantes o Cônego João Inácio Mildner, Vigário Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos, sacerdotes que acompanham esta Pastoral nas regiões episcopais e capelães hospitalares.
Criado em dezembro de 2023, esse Vicariato promove a ação missionária e pastoral da Igreja em São Paulo nos âmbitos da saúde e do cuidado aos enfermos, considerando as dimensões religiosa e evangelizadora, comunitária e político-institucional no campo da saúde.
| Reunidos com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, os seminaristas da Arquidiocese participaram, na segunda-feira, 14, do encontro de avaliação da Missão de Férias 2025. Realizado no Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga, o momento contou também com a presença de formadores, padres e leigos representantes das paróquias que acolheram os estudantes das três casas de formação do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição — Propedêutico, Filosofia (etapa do Discipulado) e Teologia (etapa da Configuração).
Entre os dias 6 e 13, os futuros padres visitaram casas e famílias, confortaram doentes, abençoaram habitações, ofereceram momentos de formação para agentes de pastoral, conheceram trabalhos sociais e ações com os pobres, além de manterem contato direto com a realidade do povo.
Durante o encontro, Dom Odilo refletiu sobre o sentido pastoral e formativo das experiências missionárias. Inspirando-se na passagem do Evangelho em que os discípulos voltam da missão e partilham com Jesus o que viveram, o Arcebispo recordou que “as experiências mais bonitas são aquelas vividas no contato com as pessoas, com as diversas realidades, na vida concreta que elas vivem, quer os doentes, quer os pobres, quer os prisioneiros”.
| Com a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém (PA), em novembro, crescem as reflexões sobre como as atividades humanas têm degradado o meio ambiente. Um “termômetro” do desequilíbrio desta relação homem-natureza é o constante aumento da temperatura global, com impactos sobre a fauna e a flora de diferentes localidades, bem como na qualidade de vida das pessoas.
A defesa de um ambiente íntegro e saudável para todos é um apelo recorrente da Igreja. Na encíclica Laudato si’, em 2015, o Papa Francisco lembra que, pelo fato de todas as criaturas estarem interligadas, “deve ser reconhecido com carinho e admiração o valor de cada uma, e todos nós, seres criados, precisamos uns dos outros”. Também o Compêndio da Doutrina Social da Igreja indica que “uma correta concepção do ambiente, se, de um lado, não pode reduzir de forma utilitarista a natureza a mero objeto de manipulação e desfrute, por outro lado, não pode absolutizar a natureza e sobrepô-la em dignidade à própria pessoa humana” (CDSI 463), e aponta serem deploráveis as intervenções do homem que “danificam os seres viventes ou o ambiente natural, ao passo que são louváveis quando se traduzem no seu melhoramento” (CDSI 473).
| Algumas perguntas são fundamentais na vida de cada pessoa: que sentido tem minha vida? Como devo viver? O que devo fazer para alcançar as metas na vida? No Evangelho, um mestre da Lei pergunta a Jesus: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” (Lc 10,25). Esse escriba tinha como objetivo na vida alcançar a vida eterna e ele bem sabia o que devia fazer, mas quis saber a resposta de Jesus. O evangelista diz que se tratava de uma armadilha e que o escriba queria “pôr Jesus em dificuldade”.
Em todo o caso, a pergunta era importante e Jesus levou seu interlocutor a sério, indicando-lhe o caminho dos mandamentos – amar a Deus e amar o próximo: “Faze isso e viverás” (cf. v. 27-28). O caminho ordinário para alcançar a vida eterna é a observância dos mandamentos e isso vale para todos. A prática dos mandamentos não vale somente para judeus e cristãos, pois os mandamentos revelam o que é mais fundamental na vivência do caminho que leva para Deus.
| Na última semana, diferentes comunidades paroquiais, casas, instituições de longa permanência para idosos, hospitais e espaços que atendem crianças e adolescentes, receberam 53 seminaristas das casas formativas do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição – Propedêutico, Filosofia (etapa do Discipulado) e Teologia (Configuração) – para a Missão de Férias 2025.
| A 27ª Assembleia Geral Eletiva da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional) foi concluída na sexta-feira, 11, em Brasília (DF), com missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Arcebispo de Vitória (ES) e Presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispo do Brasil (CNBB).
Durante a missa, ocorreu a posse da nova diretoria da CRB Nacional para o período de 2025 a 2028. A presidente eleita é a Irmã Maria do Desterro Rocha Santos, 65, da Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria (Irmãs Cordimarianas). Ela sucede à Irmã Eliane Cordeiro de Souza.
A nova diretoria também é composta pelo Irmão Heládio Firmino Rodrigues, o Padre Francisco Sydney de Macêdo Gonçalves e as Irmãs Eurides Alves de Oliveira, Nilvete Soares Gomes, Vera Maria e Guaracema Siqueira Tupinambá.
| Na manhã desta terça-feira, 15 de julho, o Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa na capela da Estação dos Carabineiros de Castel Gandolfo, situada na histórica Vila dos Jesuítas e muito próxima do Palácio Apostólico. A celebração contou com a presença do ministro da Defesa da Itália, do comandante das Forças Armadas e de diversos membros da Arma dos Carabineiros, instituição que presta um serviço policial essencial à ordem pública italiana e à segurança do Estado.
Na homilia, Leão XIV, ao refletir sobre o Evangelho proposto pela liturgia, sublinhou o sentido profundo das palavras “irmão” e “irmã” à luz da vontade de Deus:
"Jesus, o Filho unigênito de Deus, explica o sentido dessas palavras em relação a si mesmo e ao seu Pai, revelando um vínculo mais forte que o do sangue, pois nos envolve a todos, unindo cada homem e cada mulher. Todos nós, de fato, somos verdadeiramente irmãos e irmãs de Jesus quando fazemos a vontade de Deus, isto é, quando vivemos amando uns aos outros, como Deus nos amou."
| “A esperança encontra, na Mãe de Deus, a sua testemunha mais elevada”, nos ensina o Papa Francisco. “Nela vemos como a esperança não seja um efêmero otimismo, mas dom de graça no realismo da vida” (SNC 24). Francisco supera, assim, uma visão ingênua ou idealista da esperança. Também o povo de Israel, em meio a todas as dificuldades, esperava a salvação, que se realiza com a vinda do Messias, e se confirma com a Páscoa de Jesus. Maria encarna a esperança de Israel, é o elo entre o Antigo e o Novo Testamento; é uma mulher simples, concreta e realista, como as mulheres do seu povo, mas espera a salvação com a mesma fé de Abraão. Para expressá-lo, o Papa indica duas passagens bíblicas que descrevem a esperança de Maria: ela teve que manter viva em seu coração a promessa de Simeão e alimentá-la até o final da vida de Jesus, quando, ao pé da cruz, confiou e esperou o cumprimento da promessa de Ressurreição.
“Como todas as mães, cada vez que olhava para o Filho, pensava no seu futuro, e certamente no coração trazia gravadas aquelas palavras que Simeão Lhe dirigira no templo: ‘Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma’ (Lc 2,34-35). E aos pés da cruz, enquanto via Jesus inocente sofrer e morrer, embora atravessada por terrível angústia, repetia o seu ‘sim’, sem perder a esperança e a confiança no Senhor” (SNC 24).
Ao longo de Sua vida pública, Jesus anunciou sua Morte e Ressurreição. Porém, os Apóstolos não foram capazes de compreender o que Jesus lhes dizia (cf. Mc 9,30-32). Maria foi provavelmente a primeira a entender este anúncio e esperar com confiança a Ressurreição do seu Filho. Conheço uma canção que diz, referindo-se a Maria: “Porque não foi necessário que visses o túmulo vazio para saber que teu Filho irrompia em um canto novo”.
| A Nigéria assistiu a dois acontecimentos significativos de sinal contraditório, que mostram a coragem e a resiliência da comunidade cristã ali presente: no dia 13 de junho, um massacre, no estado de Benue, em que 200 cristãos foram brutalmente assassinados. Em contrapartida, na sexta-feira, 4, quase mil adolescentes e adultos receberam o sacramento da Confirmação na Diocese de Enugu.
A celebração da Crisma demonstrou como a comunidade cristã continua pujante na Nigéria, apesar da enorme perseguição, sobretudo pela atuação do grupo terrorista Boko Haram, que deseja a instauração de um ‘califado’ no norte do país, e pelos pastores nômades fulani, cada vez mais radicalizados.
Na Catedral do Espírito Santo, Dom Ernest Obodo, Bispo de Enugu, referiu-se ao grande número de crismados como um sinal de que “Deus está trabalhando na diocese”, e que o “Espírito Santo é o maior consolador”.
“Ele tira-nos o coração de pedra e dá-nos um espírito novo, transformando-nos em novas criaturas. Mesmo que não o vejamos, sentimos o seu impacto. Como o vento e o fogo, o Espírito purifica-nos, santifica-nos e fortalece-nos”, exortou o Prelado.
Além do grande número de fiéis que busca os sacramentos, a promoção vocacional na Diocese tem colhido frutos abundantes: o Seminário Memorial Bigard é considerado o maior do mundo em número de candidatos ao sacerdócio: são mais de 700 seminaristas, sendo 548 diocesanos e os demais pertencentes a oito congregações diferentes, que confiam a esta casa a formação de seus religiosos.
Em seus 100 anos, destacou-se como um centro de excelência na formação de futuros sacerdotes. O seminário formou quatro cardeais, 14 arcebispos, 35 bispos e milhares de sacerdotes, não apenas para a Igreja na Nigéria, mas também para Serra Leoa e Camarões.
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Nossa missão é produzir e entregar o semanário arquidiocesano O SÃO PAULO a todas as comunidades e paróquias da Arquidiocese. Toda quarta-feira, ele sai repleto de fatos e fotos, com as reflexões, com as mensagens que fazem a vida e a caminhada da Igreja na cidade, no Brasil e no mundo.
Nossa responsabilidade é muito grande, sabemos disso. Cabe-nos concretizar os objetivos para os quais foi criado o jornal, o nosso jornal: estar a serviço da comunhão e da participação de todos na Igreja que está na cidade; contar os fatos ligados à missão evangelizadora da mesma Igreja que se propõe anunciar Jesus Cristo à cidade de São Paulo; ser porta-voz das pastorais, movimentos e associações; ler os acontecimentos que afetam a vida do povo sob a ótica do evangelho de Jesus; formar mentes e corações para que Jesus Cristo seja experimentado, seguido e amado por todos que vivem na cidade; fazer chegar a todos os fiéis a voz dos pastores da Igreja, o Papa, o arcebispo, os bispos auxiliares, os sacerdotes.
O jornal O SÃO PAULO tem uma linda história de mais de 60 anos e vem fazendo aquilo que seu fundador, o cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta prescreveu para ele na primeira edição, datada de 25 de janeiro de 1956: ser boa imprensa a serviço do apostolado, da evangelização, anunciando Jesus Cristo com o mesmo vigor e criatividade do apóstolo de quem o jornal emprestou o nome.
O SÃO PAULO, chegando agora a capital paulista, ao Brasil e ao mundo todo via internet entra numa fase nova de sua história. Nós, da equipe, vivemos, simultaneamente, dois sentimentos: alegria, porque chegaremos a mais e mais pessoas; e preocupação, porque somos desafiados a crescer na qualidade de nossa comunicação. Chegaremos lá, com certeza, evangelizando agora não apenas no papel, mas nos monitores de milhões de computadores e, quem sabe, nos inúmeros dispositivos móveis conectados à internet que surgem. Chegaremos lá muito mais rápido, porém, se pudermos contar com o apoio de todas as forças vivas da Arquidiocese: pastores, agentes de pastoral, pastorais, movimentos, associações.