24/07/2025
🚨AUDITORIA APONTA DÍVIDA DE R$ 57 MILHÕES E IRREGULARIDADES NA SANTA CASA DE SÃO GABRIEL.
A auditoria realizada na Santa Casa de Caridade de São Gabriel revelou um cenário alarmante: a instituição acumula uma dívida de R$ 57 milhões, além de registrar uma série de irregularidades administrativas, financeiras e contratuais. O relatório, elaborado pela empresa Vórtice Assessoria e Consultoria, foi apresentado na manhã de terça-feira (22/07) durante reunião realizada na Prefeitura Municipal.
Estiveram presentes representantes do SindSaúde RS, do SindSaúde de São Gabriel, da Secretaria Municipal de Saúde, da própria Santa Casa, do Conselho Municipal de Saúde e da Câmara de Vereadores; o relatório foi apresentado ao prefeito Lucas Menezes, que esteve acompanhado da procuradora-geral Michele Maciel e do secretário-geral de Governo Márllon Maciel. O Sindicato Médico não compareceu.
O relatório tem 107 páginas. Os auditores apontam que, mesmo com a venda de todos os bens da instituição, a dívida ainda não seria quitada — restariam cerca de R$ 20 milhões em pendências. Somente com empréstimos bancários, a Santa Casa acumula aproximadamente R$ 7 milhões. As ações trabalhistas somam cerca de R$ 4 milhões, enquanto os débitos com a Justiça Federal ultrapassam R$ 35 milhões. Os números foram informados pelo vereador Ladislê Teixeira, relator da CPI que investigou o uso de recursos públicos na Santa Casa, que participou da reunião com os auditores e teve acesso aos documentos.
Recursos públicos sem rastreio
Outro ponto crítico levantado é a ausência de uma conta específica para o convênio com a Prefeitura. Os repasses municipais são depositados na conta geral da Santa Casa, o que impossibilita a verificação da correta aplicação dos recursos públicos.
Teixeira destacou a gravidade da situação: “A auditoria apontou que não há como comprovar se o dinheiro do Município foi usado para os fins corretos. Isso é extremamente preocupante”, afirmou.
A auditoria também revelou que profissionais sem contrato formal e até pessoas fora da escala de trabalho receberam pagamentos normalmente. O mesmo aconteceu com fornecedores não contratados oficialmente. Outro dado alarmante foi a divergência nos valores de emendas parlamentares recebidas: em um ano, enquanto a Santa Casa declarou cerca de R$ 300 mil, os auditores identificaram o repasse de mais de R$ 1,3 milhão.
Encaminhamentos e providências
O prefeito Lucas Menezes informou que, após a emissão de parecer técnico, tornará o relatório público e o encaminhará oficialmente ao Ministério Público, reforçando o compromisso da gestão com a transparência e o fortalecimento do sistema de saúde.
Já os vereadores que integraram a CPI vão protocolar o documento junto ao Ministério Público, Tribunal de Contas e Polícia Federal, diante de indícios de uso irregular de recursos federais, o que configura possível crime federal.
Ladislê Teixeira também reiterou o pedido de afastamento do provedor e da atual administração da Santa Casa: “Está mais do que evidente que o problema é de má gestão. A mudança é urgente para salvar a instituição.”