16/07/2025
Investigação histórica. Acredite, se quiser. História da estação ferroviária de Gramacho, do tempo da Abolição da Escravatura: 1888! 137 anos de História do Gramacho e Arredores. Textão.
Inauguração da parada ferroviária
O ano de 1888 foi de grande agitação para o Império do Brasil: em 13 de maio havia sido decretada a Abolição da Escravatura, o que gerou grande descontentamento em fazendeiros e proprietários rurais que dependiam da mão de obra de escravizados para a sustentabilidade de seus negócios que entravam em crise. No ano seguinte, sem o apoio dos produtores rurais – que sentiram-se traídos com a abolição – o Império seria derrubado, sem consulta à população, por um golpe militar que instauraria a República.
Naquele mesmo ano, a Estrada de Ferro do Norte (que depois viria a ser a Leopoldina Ralway) inaugurava, em 01.11.1888, no que é hoje o bairro de Gramacho e adjacências a parada ferroviária que tinha o nome original de “Sarapuí”, em homenagem ao rio próximo.
Era um momento econômico crítico, as fazendas próximas – Vassoura, Gramacho, Iguaçu e Pantanal – estavam em situação de decadência, pouco produtivas devido ao assoreamento dos rios e às epidemias de febre amarela, agravada com a perspectiva da crise com a abolição, o que inviabilizava aqueles empreendimentos rurais, e estavam ultimamente focadas em produção de carvão, lenha e artefatos de olarias. Pouca produção e poucas pessoas envolvidas nas atividades. Pouco movimento, simples parada ferroviária para carga e descarga, que não justificaria uma estação por décadas.
Por que parada e não estação?
Por quê? “As paradas ferroviárias eram os pontos intermediários entre as estações, com apenas uma plataforma, podendo até ter outra para embarques e desembarques”, relata o pesquisador Wilson PS, que acrescenta: “Consta como estação, aquela construção equipada com todo o aparato necessário, o prédio principal para o abrigo da equipe de tráfego e tração (movimento), e instalações de turmas de Vp, socorro, ou outras, caso necessário”. Portanto, não havia movimento que justificasse uma estação no seu sentido pleno.
Por Roberto Aires