27/10/2025
O INEVITÁVEL ENCONTRO
Hoje o brasileiro acordou com as imagens do encontro pelo qual tanto se aguardou:
Trump e Lula finalmente se encontraram na Malásia, na manhã deste Domingo.
É óbvio que ali nada foi espontâneo e informal, muito pelo contrário,o que vimos foram adversários estudando-se mutuamente, com gestos comedidos e expressões tensas.
É óbvio também que os americanos conhecem muito bem e têm informações privilegiadas a respeito do interlocutor do dia, Luis Inácio, que é o único na foto com pose de bacana, como se estivesse num convescote, tentando transparecer uma segurança que não possuía, com a mão direita agitada mostrando claramente seu real desconforto na presença dos americanos e da plateia não controlada.
Para quem passou a semana falando grosso - à distancia - com o presidente americano, Lula mais parecia outra pessoa, com sorriso sem graça diante dos personagens que ataca com veemência diuturnamente com fins específicos de agradar sua plateia e angariar votos, encontrando-se no momento em plena campanha para as eleiçoes presidenciais de 26, mas percebe que a vida real impõe comedimentos farsescos, e calado permaneceu, sem as bravatas costumeiras tão nossas conhecidas.
Trump também caprichou na elegância e não desferiu nenhuma estocada mais que merecida pelo escroque latino-americano, limitando-se a palavras amenas e de certo modo frustrantes, admitamos, mas que fazem parte de um jogo maior e que ele confirma quando se volta para seus assessores presentes, Marco Rubio, sério e contido, Scott Bressent, Secretário do Tesouro e Jamieson Greer, enviado comercial e informa que serão eles a realizar as tramitações comerciais e políticas a respeito do Brasil.
É aí que a p***a torce o rabo.
Por mais que os jornais digam que o encontro foi um sucesso político de Lula, e por mais que gostássemos que Trump fosse mais petulante em relação ao nosso meliante de estimação, sabemos muito bem que os americanos possuem uma agenda em relação à América Latina que está visivelmente sendo colocada em prática no momento na Venezuela e Colômbia, e também aqui no Brasil com sanções pesadas caindo sobre o Supremo Tribunal do país, sendo que uma das cláusulas prioritárias do acordo passa por uma pressão para que as ações ditatoriais desse tribunal, que é hoje praticamente um tribunal de exceção que penalizou a Direita brasileira nos últimos seis anos, tentando colocá-la fora do jogo político, tenham um fim.
O jogo continua.
O encontro tem como objetivo adequar as relações comerciais entre EUA e Brasil que passa pelo atual realinhamento geopolítico do Brasil com os Brics e passa também pelas questões políticas de uma esquerda que tenta se impor através de ações autoritárias que encontram sua origem no famigerado Foro de São Paulo, fundado nada mais nada menos por Lula e Fidel.
Marco Rubio, de origem cubana, conhece muito bem essa história.
Não será um sorriso de Lula e sua fala manipulada de que deseja "extraordinárias" relações entre os dois países que irão convencer e demover Rubio de suas convicções.
São simples palavras, mas conhecemos muito bem suas reais intenções.
Deixemos, pois, os jornais militantes comemorarem à exaustão.
Será o tempo e a realidade a dar a última palavra nestes tempos sombrios que vivemos agora.
O meu desejo sincero é que possamos um dia viver em um país com democracia plena e em que Lula seja somente uma lembrança ruim de um tempo que felizmente ficou para trás.
Enquanto esse tempo não chega, é preciso manter a resiliência e coragem em alta.
Desanimar é permitido, desistir jamais.
Por: Silvia Gabas