16/09/2025
O farejar do cheiro rançoso da censura maldita — e ele está no ar. “Nada apodrece mais rápido que um país contaminado pela censura.”
O Ministério Público Federal pede agora o cancelamento das concessões da Jovem Pan, sob a alegação de “abusos graves” e “risco ao regime democrático”. A acusação? Microfones abertos, vozes dissonantes, opiniões incômodas. Nenhuma arma, nenhuma bomba, nenhum motim. Apenas palavras.
Não se trata de defesa cega de emissora alguma. O que se julga aqui não é a qualidade do jornalismo, mas o direito de existir dele. Quando o Estado se arroga o poder de decidir quem pode falar, a democracia já começa a ruir. Hoje é a Jovem Pan. Amanhã, qualquer veículo que ouse contrariar o governo.
E enquanto uma emissora é arrastada ao cadafalso, outras se banham em verbas públicas — gordas campanhas de propaganda institucional, contratos de “mídia técnica” que, na prática, funcionam como prêmio para a docilidade. O dinheiro do contribuinte vira afago a quem se mantém submisso, enquanto a faca do silêncio recai sobre quem desafia.
O roteiro não é novo. Governos autoritários, de Moscou a Havana , Coreia do Norte , China, Venezuela sempre usaram a retórica da “defesa da democracia” para sufocar a própria democracia. Trocam-se bandeiras e slogans, mas a lógica é a mesma: calar para controlar. É o velho manual de regimes que se dizem populares, mas que temem a pluralidade como o diabo teme a cruz.
Quando um país passa a medir liberdade com régua estatal, já não importa se o pretexto é “combate à desinformação” ou “manutenção da ordem”. O resultado é um só: imprensa domesticada, cidadãos amordaçados, opinião pública pasteurizada.
Primeiro, criminaliza-se a palavra. Depois, premia-se a submissão. Por fim, naturaliza-se a ideia de que a liberdade é concessão do poder. A história mostra onde esse caminho leva — a um lugar de fome , miséria e submissão.
Eis o ponto final que não admite reticências: quem se cala agora assina, de próprio punho, a sentença de sua própria mudez.
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