18/05/2025
2º dia da novena: a devoção de São Filipe
A chama interior de devoção em São Filipe era tão intensa que ele às vezes desmaiava por causa dela, ou se via forçado a meter-se na cama, como que adoentado pelo amor divino.
Quando era jovem, às vezes sentia esse divino fervor com tanta veemência que não podia conter-se, lançando-se no chão como que em agonia e clamando: “Basta, Senhor, basta!”.
O que São Paulo diz de si mesmo parece ter-se cumprido também em Filipe: “Estou cheio de consolação, inundado de alegria” (II Cor 7,4).
Embora gozasse tal co***lo, costumava dizer que queria servir a Deus não por interesse, isto é, porque lhe era prazeroso, mas por puro amor, ainda que não sentisse gratificação nenhuma em amá-lo.
Ainda leigo, comungava todas as manhãs. Já velho, tinha êxtases frequentes durante a Missa.
Por isso é costume ver gravuras de São Filipe portando seus paramentos vermelhos, para lembrar seu ardente desejo de derramar o próprio sangue por amor a Cristo.
Era tão devoto de seu Senhor e Salvador, que estava sempre a pronunciar o nome de Jesus com indizível doçura. Sentia também um prazer extraordinário em recitar o Credo, e tinha tanto carinho ao pai-nosso, que se detinha em cada pedido como se nunca fosse passar ao próximo.
Tinha uma tal devoção ao Santíssimo Sacramento, que, quando caía doente, não podia dormir antes de comungar.
Quando lia ou meditava sobre a Paixão, via-se-lhe o rosto empalidecer como cinzas e os olhos cheios de lágrimas.
Quando um dia caiu enfermo, trouxeram-lhe algo para beber. Ele pegou o copo, mas, ao aproximá-lo da boca, parou e começou a lamentar amargamente: “Oh! meu Cristo, Vós passastes sede na Cruz, mas não lhe deram de beber senão vinagre e fel! E eu, aqui na cama, com tantas comodidades à minha volta, e com tantas pessoas a me assistir”.
Seja como for, Filipe não fazia muito caso dessa sua delicadeza de sentimentos, pois dizia que emoção não é devoção, que lágrimas não significam que o homem está na graça de Deus e que não devemos supor que alguém é santo só porque chora quando fala de religião.
Filipe era tão devoto da Virgem Maria, que sempre lhe trazia o nome nos lábios. Ele rezava duas jaculatórias em honra dela. A primeira: “Virgem Maria, Mãe de Deus, rogai por mim a Jesus”; a outra: simplesmente “Virgem Mãe”, pois dizia que nestas duas palavras estão contidos todos os louvores possíveis a Maria.
Tinha também particular devoção a Santa Maria Madalena, em cuja vigília nasceu, e aos Apóstolos São Tiago e São Filipe; também por São Paulo Apóstolo e por Santo Tomás de Aquino, Doutor da Igreja.
ORAÇÃO
Filipe, meu glorioso padroeiro, obtende-me uma parte deste dom que tão abundantemente tivestes. Ai! O vosso coração ardia de amor, enquanto o meu é frio a Deus e vive apenas para as criaturas. Amo o mundo, o qual nunca me fará feliz; meu maior desejo é viver bem aqui embaixo! Ó meu Deus, quando hei de aprender a não amar nada senão a Vós? Alcançai-me, ó Filipe, um amor puro, um amor forte, um amor eficaz, de modo que, amando a Deus aqui na Terra, possa eu g***r para sempre no Céu de sua face, junto de vós e de todos os santos. Amém.