29/08/2025
Muito tem se falado em adultização desde que o influenciador Felipe Bressanim, o Felca, fez um vídeo-denúncia sobre a exploração de menores nas redes sociais.
O tema, porém, já está em discussão há algum tempo no congresso como parte da regulamentação das redes sociais, uma forma de frear, entre outros problemas, o uso da imagem de crianças para fins se***is.
A juíza Paula Afoncina Barros Ramalho explica no site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (tjdft.jus.br), que a “adultização infantil é a exposição de crianças e adolescentes a responsabilidades, comportamentos, conteúdos e hábitos inapropriados para a idade”.
E tudo isso compromete o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes, levando a problemas como baixa autoestima, distorção da autoimagem, além de problemas emocionais como ansiedade, depressão, transtornos de humor e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Tudo isso f**a ainda mais sério quando a criança é exposta a exploração sexual ou vazamento de imagens e vídeos, situação que pode levar à dificuldade de socialização e à automutilação (quando o agressor obriga a criança ou o adolescente a se machucar para não ter a imagem divulgada).
Nós, como sociedade, temos a obrigação de agir para prevenir a violação dos direitos da criança e do adolescente e, dentro de casa, atuar para evitar que elas entrem em contato com a adultização.
Criança tem que ser criança e isso envolve respeito ao corpo, ter tempo para brincar, evitar uso excessivo de eletrônicos, acesso à educação, saúde, segurança e um mundo livre de exploração e violência.
Vale lembrar que a adultização não acontece só na internet. Ela está na pergunta para as meninas sobre os “namoradinhos”, na obrigação de cuidar dos irmãos e da casa, no incentivo à reprodução de padrões estéticos, em termos como “mocinha” e “mocinho”.
A adultização é um problema que acontece o tempo todo com nossas crianças. E está nas nossas mãos evitar que isso continue.