23/05/2025
Sebastião Salgado (1944 – 2025): Um Olhar para a Humanidade
O mundo perdeu hoje, 23 de maio de 2025, uma de suas maiores vozes visuais: Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro reconhecido internacionalmente por sua obra humanista e ambiental, aos 81 anos. A causa da morte foi leucemia, decorrente de complicações de uma malária contraída em 2010 durante o projeto "Gênesis".
Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, Salgado formou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo e iniciou sua carreira profissional na Organização Internacional do Café. Foi durante uma missão na África que, munido de uma câmera emprestada por sua esposa, Lélia Wanick Salgado, descobriu a fotografia — paixão que o levaria a abandonar a economia e se tornar um dos maiores nomes do fotojornalismo mundial.
Seu trabalho é marcado por imagens em preto e branco de forte impacto emocional, retratando temas como pobreza, migração, trabalho e meio ambiente. Projetos como Trabalhadores, Êxodos e Gênesis são considerados marcos da fotografia documental. Em Amazônia, seu último grande projeto, Salgado registrou a floresta e os povos indígenas com um olhar de reverência e urgência ecológica.
Ao lado de Lélia, fundou o Instituto Terra, responsável por reflorestar mais de 2.000 hectares da Mata Atlântica no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. O casal transformou uma fazenda devastada em um símbolo global de restauração ambiental.
Salgado recebeu diversos prêmios, incluindo o Príncipe de Astúrias das Artes (1998), o Hasselblad Award (1989) e a Medalha do Centenário da Royal Photographic Society. Foi membro da Academia de Belas-Artes da França desde 2016.
Seu legado foi eternizado no documentário O Sal da Terra (2014), dirigido por Wim Wenders e por seu filho, Juliano Ribeiro Salgado, indicado ao Oscar de Melhor Documentário.
Sebastião Salgado deixa a esposa, dois filhos e netos. Mais do que imagens, deixa uma mensagem: a fotografia pode ser um instrumento de denúncia, empatia e transformação.
Como disse o presidente Lula, ao homenageá-lo hoje: “Seu olhar nos ensinou a ver a dor e a beleza do mundo com mais humanidade”.
Obrigado mestre Sebastião Salgado!