Paulo Silvestre - consultor de mídia,cultura e transformação digital

Paulo Silvestre - consultor de mídia,cultura e transformação digital Jornalismo, educação, tecnologia e as combinações disso tudo Foi gerente de produtos digitais na Editora Abril e no Estadão.

Paulo Silvestre é consultor e palestrante de mídia, transformação e cultura digital. É professor de cursos de pós-graduação da PUC de São Paulo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, da ESPM, da Universidade Metodista de São Paulo e da Digital House. Jornalista apaixonado por tecnologia, está online desde 1987 e trabalha com jornalismo digital desde 1995, quando criou o primeiro site da Folha d

e S.Paulo na Internet. Possui extensa e refinada experiência executiva, tendo integrado o grupo pioneiro do UOL (Universo Online), e ajudado a trazer a AOL (America Online) ao Brasil em 1999, onde foi gerente de produtos. Criou e dirigiu a unidade de negócios de conteúdo didático digital da Editora Saraiva, participou da criação de aplicativos editoriais da Microsoft Brasil e foi gerente de e-commerce da Samsung. Em dezembro de 2016, foi eleito um dos brasileiros mais influentes no LinkedIn, pelo prêmio LinkedIn Top Voices. Nessa rede, já possui mais de 780 mil seguidores, sendo um dos brasileiros com mais “fãs” na plataforma.
É jornalista pela Universidade Metodista de São Paulo e mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP. Possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Instituto de Administração. Site: paulosilvestre.com.br
Perfil online: linkedin.com/in/paulosilvestre
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Nesta quarta (20), a Folha de S.Paulo processou a OpenAI, acusando a criadora do ChatGPT de usar seu conteúdo para trein...
23/08/2025

Nesta quarta (20), a Folha de S.Paulo processou a OpenAI, acusando a criadora do ChatGPT de usar seu conteúdo para treinar a plataforma de inteligência artificial sem qualquer pagamento ou autorização. E isso é algo que deve interessar a todos nós.

O jornal afirma que é possível obter, pelo sistema, a íntegra de material exclusivo a assinantes no mesmo dia em que são publicados, o que contraria a afirmação das big techs de que os robôs apenas aprendem com os textos, sem reproduzi-los. Isso configuraria concorrência desleal e violação de direitos autorais.

A ação exige que a OpenAI pare de usar o conteúdo do veículo e pague indenização. A Folha também requer que a OpenAI destrua os modelos que usaram seu material protegido.

Em um repositório de funcionários da OpenAI na plataforma GitHub, a Folha, o UOL e o Globo aparecem entre os principais conjuntos de dados para treinamento do ChatGPT. Apenas em julho, GPT bots, cuja função é o treinamento de modelos da OpenAI, acessaram mais de 45 mil vezes o site da Folha.

O Estadão, concorrente direto da Folha, repercutiu o caso, conversando com a Folha e tentando falar (sem resposta) com a OpenAI. Mas o curioso foi “entrevistar” o próprio ChatGPT sobre a ação. A conclusão da plataforma desagradaria seus criadores: “o uso de conteúdo protegido por paywall é um ponto crítico contra a OpenAI porque mostra que não se trata apenas de ‘treinar modelos com dados públicos’, mas sim de usar material exclusivo e monetizado, o que enfraquece a defesa baseada em fair use e fortalece a alegação de concorrência desleal.”

A ação da Folha, que corre na Justiça de São Paulo, se parece à do The New York Times contra a OpenAI e a Microsoft, iniciada nos EUA em dezembro de 2023. O jornal americano afirma que a OpenAI deveria pagar bilhões de dólares em indenização, interromper a coleta de seu conteúdo e destruir os modelos criados com ele.

O problema é que, pela maneira como esses modelos são criados, não é possível extrair um conteúdo específico depois que ele foi usado no seu treinamento. Remover um conteúdo significaria destruir o modelo e recriá-lo do zero, sem aquela fonte.

Mais que uma contenda entre duas empresas, essa ação é mais uma que evidencia o desprezo das big techs por direitos autorais. Entendo que todos nós usamos o incrível poder da IA e que isso só é possível por ela ser treinada com quantidades insanas de informações, e isso não deve ser mudado.

Mas, como esses produtos rendem bilhões de dólares às big techs, é mais que justo que elas paguem aos produtores pelo conteúdo hoje usurpado. Ou então que liberem gratuitamente as versões mais poderosas de seus produtos a todo mundo.

O que você acha dessa disputa?

Com o avanço da inteligência artificial, do e-commerce e das mais diversas iniciativas de transformação digital em todo ...
22/08/2025

Com o avanço da inteligência artificial, do e-commerce e das mais diversas iniciativas de transformação digital em todo o mercado, as carreiras ligadas a TI despontam há anos como as mais valorizadas. Dados do setor apontam que o Brasil tem um déficit de 100 mil desses profissionais a cada ano. Por outro lado, os EUA engataram agora a marcha-ré nesse mercado e trabalhadores de tecnologia estão incrivelmente tendo dificuldades de conseguir emprego.

Por lá, dizia-se que quem aprendesse a programar, trabalhasse duro e conseguisse um diploma de Ciência da Computação poderia começar com um salário anual de seis dígitos em dólar. Mas o que os recém-formados estão encontrando é um mercado retraído que os está forçando a trabalhar como atendentes em redes de fast food.

As boas promessas profissionais nos últimos 20 anos provocaram um forte aumento na educação em TI. Em 2024, mais de 170 mil jovens se formaram nessas carreiras nos EUA, mais do que o dobro de 2014. No Brasil, foram cerca de 50 mil formandos.

Mas a explosão de ferramentas de programação por IA e as demissões nas big techs estão achatando os empregos no setor. Entre jovens de 22 a 27 anos, os formados em Ciência da Computação e Engenharia de Computação estão enfrentando taxas de desemprego de 6,1% e 7,5% respectivamente, segundo o Federal Reserve Bank de Nova York, contra 3% entre os formados em Biologia e História da Arte.

Ao The New York Times, alguns desses jovens culparam a indústria de tecnologia, dizendo que foram “iludidos” sobre suas perspectivas de carreira. Outros descreveram suas experiências de procura de emprego como “sombrias,” “desanimadoras” ou “destruidoras de alma.”

É importante lembrar também que, durante a pandemia, as big techs contrataram um exército de pessoas para dar conta da demanda por serviços para quem estava fazendo tudo de casa. Com a volta ao normal, essas empresas demitiram centenas de milhares de pessoas nos últimos dois anos.

Será que essa tendência também chegará ao Brasil? A programação com IA poderá transformar nosso déficit de profissionais em falta de emprego no setor?

A inteligência artificial perdeu a decência?Recentes atualizações na Meta AI e no Grok fizeram com que as plataformas de...
21/08/2025

A inteligência artificial perdeu a decência?

Recentes atualizações na Meta AI e no Grok fizeram com que as plataformas de IA generativa da dona do Facebook, Instagram e WhatsApp e da xAI passassem a criar conteúdos sexualmente explícitos, inclusive deepnudes de celebridades e conversas de teor sexual focadas em crianças.

As empresas se retrataram, mas é assustador constatar que isso não foi um acidente, e sim resultado de desenvolvimentos conscientemente irresponsáveis. Devido a mudanças de seus valores empresariais no início do ano, as companhias definiram que seus produtos sejam menos “politicamente corretos”.

O caso da Meta escancara uma falha grave de moderação. Seu “Meta AI Studio”, que permite criar chatbots personalizados, foi usado para promover sexualização infantil. Robôs como “Safadinha” e “Minha novinha” simulavam diálogos eróticos com linguagem e aparência infantil, um absurdo que expõe crianças a riscos psíquicos reais. A Advocacia-Geral da União notificou a empresa, exigindo que remova os chatbots e adote mecanismos de verificação etária eficazes. O governo brasileiro argumenta que a prática viola a Constituição e pode configurar crime sexual contra vulnerável.

No Grok, além de legitimar conteúdos ofensivos, inclusive discursos antissemitas e nacionalistas brancos, seu gerador de imagens liberou um “modo picante”, que facilitava a criação de deepfakes sexualizados de celebridades, como Taylor Swift, sem consentimento e sem restrições claras para menores. Essa combinação de busca cega por engajamento e flexibilização de protocolos éticos expõe falhas estruturais de governança e controle de danos.

Qualquer negócio é responsável pelos produtos que coloca no mercado. Se ele causa algum dano ao consumidor, deve responder por isso. Mais grave é quando a empresa deliberadamente lança algo que ameaça a integridade física ou mental das pessoas.

Muitas plataformas digitais sentem que podem estar acima da lei e da moral. Precisamos aproveitar os incríveis benefícios que a IA nos oferece, mas não podemos aceitar essa displicência em seu desenvolvimento.

Diante do vídeo “Adultização” do influenciador Felca (na foto, entrevistando a psicóloga Ana Beatriz Chamat), parlamenta...
20/08/2025

Diante do vídeo “Adultização” do influenciador Felca (na foto, entrevistando a psicóloga Ana Beatriz Chamat), parlamentares já apresentaram mais de 30 propostas para proteger crianças e adolescentes nas redes sociais. Mas passadas duas semanas, a Agência Lupa constatou que elas continuam promovendo conteúdos que erotizam crianças e atraem pedófilos.

Em julho, a agência já havia revelado que o Facebook e o Telegram permitem a venda de imagens criadas por inteligência artificial de influenciadoras nuas, incluindo menores de idade. Alguns anúncios prometem vídeos com “novinhas”, “incestos” e “conteúdo banido no Brasil”.

Em outubro de 2024, a organização americana Aliança para Combater o Crime Digital divulgou um relatório que conclui que a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, viola sistematicamente a Lei de Serviços Digitais europeia. Ela pede sanções contra a empresa.

Quando confrontadas com esses crimes, as big techs se defendem com um discurso padrão de que não toleram essas práticas e que removem esse tipo de conteúdo. Mas os fatos demonstram o contrário.

No dia 14, a Reuters analisou um documento interno da Meta que indica que sua IA mantém conversas teor sexual com crianças. A dona do Facebook admitiu a veracidade do documento, mas disse que retirou a permissão para essas conversas.

O cinismo das big techs e a inoperância dos parlamentares ampliam e perpetuam esse problema. Enquanto isso, vemos o governo americano atacando países que visam proteger sua população no meio digital, inclusive o Brasil.

No final, caímos no surrado debate de defesa da liberdade de expressão, usurpada para defender interesses inconfessáveis. Mecanismos que garantem outros direitos não ameaçam a liberdade de expressão, e sim criam uma sociedade segura, para uma vida pacífica e saudável. Posicionar-se contra isso demonstra uma profunda distorção cívica. O debate criado por Felca nos dá mais uma chance de fazermos o que é certo.

Para entender melhor o papel das redes sociais e dos políticos nesse problema, convido você a ler esse meu artigo: https://paulosilvestre.com.br/mais-que-criminosos-felca-denunciou-uma-sociedade-que-vive-de-barbaridades/

E depois deixe nos comentários suas ideias.

Felca prestou um serviço à nação com seu vídeo sobre a rede de pedofilia e de exploração de menores que ocupa as redes s...
19/08/2025

Felca prestou um serviço à nação com seu vídeo sobre a rede de pedofilia e de exploração de menores que ocupa as redes sociais há anos, sem ser incomodada. Seu movimento está promovendo incontáveis debates e gerando ações que há muito deveriam acontecer. Mas é inevitável pensar por que o Brasil só “acordou” para um problema amplamente noticiado e debatido agora, com a provocação do influenciador.

Abusos contra menores percorrem há anos relatórios de ONGs, pesquisas acadêmicas, pautas jornalísticas e audiências públicas. Mas a discussão ficava confinada a especialistas, ativistas, autoridades e consumidores de jornalismo.

Agora ela invadiu uma comunidade digital massiva, diversa e engajada. Felca falou com pessoas que não acompanham o noticiário ou estudos acadêmicos, usando uma linguagem próxima e códigos da Internet. Ao ganhar rostos e uma narrativa direta, a denúncia se tornou “compartilhável” e converteu indignação em pressão política instantânea.

Já não basta que um problema seja grave, bem documentado e noticiado. Com a reconfiguração da sociedade pelas redes sociais, é preciso que ele ultrapasse a barreira da informação e se transforme em algo que mexe com a percepção, a conversa cotidiana e a sensação de urgência.

Essa mobilização embute, entretanto, riscos. Quando a atenção pública depende de influenciadores, a democracia se torna refém dos algoritmos. Assim, um problema só entra no radar político ou midiático se primeiro se tornar “trending topic”.

Além disso, se o influenciador perde credibilidade ou muda de interesse, o debate arrefece. A linguagem acessível, que facilita a viralização, pode também reduzir a complexidade do tema. Isso acontece porque influenciadores não seguem a ética e os protocolos de apuração de jornalistas ou de pesquisadores.

O ideal seria construir pontes entre jornalistas, pesquisadores e influenciadores, para que a pauta não dependa de seguidores, mas de um ecossistema estruturado. Juntos, esses agentes poderiam combinar uma mobilização rápida com uma sustentação de longo prazo.

Temo que essas fragilidades prejudiquem o movimento do Felca. Passadas duas semanas, o assunto começa a ser fagocitado por interesses políticos e iniciativas performáticas.

Reações emocionais como as que ele criou são necessárias para tirar a sociedade da letargia. Mas uma continuidade racional leva a ações verdadeiramente efetivas.

Quem está oferecendo esse suporte são os veículos jornalísticos, que ironicamente debatem esse problema desde sempre, mas sem gerar mobilização. Espero que as redações não abandonem a pauta quando o oportunismo dos políticos esfrie ou um novo escândalo brote das redes sociais.

Seria um pecado ver essa energia movida por Felca se dissipar tão melancolicamente. Essa montanha não pode parir só um rato!

18/08/2025

Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
O que sobrou para dizer sobre a rede de pedofilia online denunciada por Felca? Por exemplo, mostrar os responsáveis indiretos por essa tragédia social.

O Brasil está em polvorosa desde que ele denunciou a pedofilia nas redes sociais em seu vídeo “Adultização”. Mais do que bem-vindo, o movimento é essencial para resgatarmos uma sociedade civilizada, que proteja crianças e adolescentes. Mas corremos o risco de que o problema seja tratado de maneira superficial e –pior ainda– que acabe em uma escandalosa pizza.

O influenciador apontou os responsáveis mais evidentes, como personalidades digitais que exploram a erotização de crianças, os pedófilos que inundam as redes sociais e até pais e mães que, por ação, omissão ou ignorância, colocam os próprios filhos em risco. Mas essa situação também resulta de uma sociedade que, nos últimos 15 anos, se acostumou com todo tipo de barbaridade e até se beneficia delas.

O maior exemplo é a classe política. Apesar desses abusos contra os mais jovens serem conhecidos e debatidos há anos, bastou a comoção criada por Felca para o surgimento de dezenas de projetos de lei para combater esse delito. Porém mais grave ainda são os parlamentares que querem impedir que uma solução avance.

É o caso também das plataformas digitais, que apresentam um discurso de proteção a crianças e adolescentes, mas que se beneficiam largamente dessas práticas criminosas, que acontecem de maneira explícita em suas páginas, em perfis com milhões de seguidores. Em vez de combaterem a prática, elas desmantelaram suas próprias estruturas de moderação de conteúdo e de proteção. Em seu lugar, montaram poderosos esforços de lobby para convencer políticos a defenderem seus interesses. Não satisfeitas, associaram-se ao presidente americano, Donald Trump, para usar o poder dos EUA para achacar países que buscam soluções.

Além de combater os criminosos óbvios, a sociedade precisa, portanto, enquadrar aqueles que sustentam a estrutura para essas atrocidades.

Que sugestões você propõe? Nesse vídeo, indico alguns caminhos.

Imagine como seria se o Google Maps e o ChatGPT se unissem e gerassem um “filhote” capaz de responder a qualquer pergunt...
16/08/2025

Imagine como seria se o Google Maps e o ChatGPT se unissem e gerassem um “filhote” capaz de responder a qualquer pergunta sobre a Terra. É o que promete o AlphaEarth Foundations (AEF), anunciado nesta semana em um trabalho científico publicado pelo Google e que pode transformar nossa compreensão sobre o planeta.

Não se trata apenas das já conhecidas imagens de satélite. O AEF organizará incontáveis camadas de informação coletadas entre 2017 e 2024, como relevo, tipos de solo, vegetação, clima, ventos, chuvas, dados agrícolas e até mudanças temporais de cada ponto do globo. Os dados vêm de fontes tão diversas quanto sensores ópticos, radares, satélites, índices de evapotranspiração e emissão de luz do solo.

O AEF divide a superfície terrestre em áreas de 10 metros quadrados. Cada uma guarda todas as fotos e essas informações ao longo do tempo, como variações climáticas, os sinais do uso do solo e as marcas da ação humana. Isso pode revelar, por exemplo, o desmatamento na Amazônia ao longo dos anos, a expansão de cidades e até a transformação da sua rua.

É como ter um registro vivo da Terra, pronto para responder a perguntas com a fluidez de uma IA conversacional. Quer saber quando começou uma plantação em determinado ponto? Ou como mudou o regime de chuvas em uma região? Ou qual era o cenário antes de um desastre natural? O modelo tem todas essas respostas.

O AEF será disponibilizado inicialmente para cientistas que estudam a Terra. Mas não é difícil imaginar que uma versão simplificada logo chegue aos nossos celulares, transformando a forma como interagimos com o mundo.

Esse avanço abre inúmeras possibilidades, de pesquisas acadêmicas à gestão ambiental, passando por monitoramento climático e planejamento urbano. Mas também levanta questões éticas, como quem controlará o acesso a esse poder, quais usos serão permitidos e como evitar que essa base gigantesca de informações seja explorada de maneira predatória.

Estamos diante de um registro pulsante da Terra. Você acredita que isso poderá ser usado para proteger o planeta ou para explorar ainda mais seus recursos?

e

Há uma velha anedota que diz que um especialista foi contratado por uma empresa para consertar uma máquina de US$ 1 milh...
15/08/2025

Há uma velha anedota que diz que um especialista foi contratado por uma empresa para consertar uma máquina de US$ 1 milhão. Depois de analisar detidamente o equipamento por duas horas, apertou meia volta em um parafuso, e ela voltou a funcionar. Por isso, cobrou R$ 50 mil. O dono da empresa protestou contra o valor tão alto para "apenas apertar um parafuso", e pediu uma discriminação do serviço. O especialista respondeu: "apertar o parafuso custou R$ 1; saber qual parafuso apertar e quanto apertar custou R$ 49.999".

Há alguns dias me perguntaram o que eu vendo, afinal. A resposta é inteligência, conhecimento e a capacidade de transformar pessoas e negócios com eles.

Isso não vem do nada. Resulta de muitos anos de estudo duro em algumas das melhores universidades do país e de uma carreira de mais de três décadas em empresas de ponta nacionais e estrangeiras.

Observe que coloco, lado a lado, a formação acadêmica e a experiência profissional.

Há anos, venho observando um movimento de desvalorização velada da educação (especialmente a pós-graduação), ao enaltecer o valor dos aprendizados na “escola da vida”. Esse é um caminho perigoso!

Os anos de trabalho em empresas são obviamente importantes para desenvolver habilidades práticas e um foco em resultados mais imediatos. Mas a criação de conhecimento verdadeiramente novo, essencial para o progresso dos indivíduos, dos negócios e de todo o país, floresce com muito mais força na universidade. E quanto mais avançado for esse estudo, melhor!

Por isso, eu me sinto muito à vontade para dizer que entrego qualidade a meus clientes dentro daquilo que aprendi nesses dois terrenos de aprendizado. E é por isso que nunca paro de estudar, e me desenvolvo feliz agora no meu doutorado em inteligência artificial, na PUC-SP.

Portanto, devemos buscar as duas formas de conhecimento para sempre melhorarmos. Na anedota acima, saber qual era o parafuso certo provavelmente veio da experiência acadêmica, mas saber que isso vale R$ 50 mil deve ter vindo da experiência prática. Ter apenas um dos lados cria um profissional que não desenvolve mais do que metade de suas potencialidades.

O que você acha dessa combinação de aprendizados?

O que precisamos fazer para que o Brasil avance mais?Esse foi o eixo da conversa que tive na noite desta quarta com o Ec...
14/08/2025

O que precisamos fazer para que o Brasil avance mais?

Esse foi o eixo da conversa que tive na noite desta quarta com o Economista Bruno Mota. Durante uma hora falamos sobre crises na educação, falta de continuidade de políticas públicas, desindustrialização, a diferença entre protecionismo paternalista e incentivo consciente, e muito mais.

Abordamos também muitos aspectos de nossa cultura, como a intolerância ao erro, que mata a iniciativa, as dificuldades de empreender e as linhas de crédito desestimulantes.

Participe dessa conversa propositiva sobre como podemos melhorar, destacando nossos acertos, corrigindo nossas falhas e aprendendo com bons modelos mundo afora. Basta clicar em https://www.youtube.com/watch?v=XrLV3ZGzS1g

E para você, o que precisamos fazer para que o Brasil avance mais?

Nesta live com Paulo Fernando Silvestre Jr., serão discutidos os desafios da inovação no Brasil em 2025, focando em como o país pode se posicionar diante da ...

Você assinaria um plano de Internet discada hoje? Pois acredite: tem muita gente que ainda assina nos EUA!Muitos que est...
14/08/2025

Você assinaria um plano de Internet discada hoje? Pois acredite: tem muita gente que ainda assina nos EUA!

Muitos que estão lendo esse post talvez nem saibam o que é isso. Quem tem menos de 30 anos de idade cresceu achando que a Internet é algo que está sempre disponível no computador, depois nos smartphones e finalmente em tudo na casa, por WiFi. Mas pelo menos até 2005, acessar a Internet exigia um ritual de conectar o computador à rede por uma linha telefônica. E se pagava por minuto online!

Hoje não é difícil ter conexões de 500 Mbps em casa. Mas, naquela época, o máximo era 56 Kbps. Isso na teoria, pois na prática raramente passava de 40 Kbps, algo como 0,01% das velocidades domésticas atuais.

Diante de tanta precariedade, é inacreditável que milhares de pessoas nos EUA ainda paguem por isso! Mas, segundo o censo americano de 2019, 265 mil pessoas usavam essa modalidade de conexão.

A AOL (America Online) é uma das poucas empresas que ainda oferecem o serviço. Mas agora isso vai acabar: nesta semana, a empresa anunciou que encerrará a oferta no dia 30 de setembro. Seus milhares de renitentes usuários terão que encontrar uma alternativa.

Quando eu entrei na AOL em 1999 (na foto, estou na minha mesa na sede em Washington DC), a empresa tinha incríveis 35 milhões de assinantes de conexão discada, um número de respeito para qualquer produto, mesmo hoje. Mas isso ficou no passado. Um dos motivos para a AOL ter perdido sua coroa do mundo digital foi justamente ter demorado para criar ofertas de conexão de banda larga.

Mas essa derrocada é assunto para outro texto...

Quantos QR Codes, como aqueles para acessar o cardápio de um restaurante, você escaneou com seu smartphone nos últimos d...
13/08/2025

Quantos QR Codes, como aqueles para acessar o cardápio de um restaurante, você escaneou com seu smartphone nos últimos dez dias? E quantas vezes você se questionou se o site onde você cairia era realmente seguro?

Se você respondeu “muitos” para a primeira pergunta e “nenhuma” para a segunda, você faz parte da imensa maioria da população.

Não se culpe, mas você está se expondo a riscos consideráveis. E isso se agrava porque, apesar de cerca de 85% das pessoas terem um software antivírus em seus computadores, apenas 30% têm um em seus smartphones (valores estimados).

Na semana passada, conversei sobre cibersegurança com Oscar Isaka, diretor sênior do Gartner (à direita, na foto). Ele explicou que esse descuido resulta diretamente de termos uma cultura muito pobre sobre o assunto.

Isso acaba impactando também o mundo do trabalho, onde funcionários podem, com o mesmo descuido, inserir dados sensíveis da empresa em sites não seguros ou em plataformas de IA.

Essa falta de cultura torna as pessoas o elo mais fraco da segurança de sistemas. E elas podem ver programas de proteção como um obstáculo em seu cotidiano, procurando formas de contorná-los para “fazer seu trabalho mais rápido”. Segundo o Gartner, apenas 14% das empresas conseguem equilibrar a segurança e a agilidade para inovar e crescer.

Com tudo isso, ninguém pode dizer que está seguro. O desafio das empresas é que, quando (e não “se”) ataques ocorrerem, elas não sejam pegas de surpresa. Os incidentes são inevitáveis, mas podem ter impactos minimizados com preparo e reação rápida.

Para entender melhor os mais recentes movimentos na proteção digital de pessoas e empresas, convido você a ler esse meu artigo. Confira em https://paulosilvestre.com.br/euforia-pela-ia-ajuda-a-transformar-ciberseguranca-em-pilar-estrategico-dos-negocios/

Depois compartilhe conosco que cuidados você toma nessa área.

Especialistas defendem que a proteção de dados e sistemas deve ser tratada como um problema de negócio, com métricas atreladas à performance de executivos

Com os criminosos reforçando seus ataques digitais, as empresas investem pequenas fortunas em sistemas de proteção, crip...
12/08/2025

Com os criminosos reforçando seus ataques digitais, as empresas investem pequenas fortunas em sistemas de proteção, criptografia e inteligência artificial. Mas essa busca incessante por uma solução tecnológica quase mágica pode criar uma perigosa miopia que ignora o fator humano. E nessa era de transformação digital exponencial, tal deslize pode custar milhões.

Combine isso com uma dramática falta de mão de obra especializada e com profissionais exaustos e estressados, e chega-se a uma “tempestade perfeita” na cibersegurança. Segundo a consultoria Gartner, 83% dos profissionais de TI admitem ter cometido um erro por esgotamento que levou a uma violação de segurança.

O número foi revelado durante a conferência de Segurança e Gestão de Risco do Gartner, que aconteceu em São Paulo nos dias 5 e 6 de agosto. Segundo Oscar Isaka, diretor-sênior da consultoria, há um déficit global de quase 4 milhões de profissionais de segurança.

Essa fragilidade não se restringe aos especialistas, refletindo uma falha cultural profunda. O executivo explica que o mesmo indivíduo que protege a senha do banco com rigor fornece, sem hesitar, seu CPF por um desconto na farmácia.

Não se trata de culpar os usuários, mas de reconhecer que as pessoas se tornaram o elo mais frágil da segurança e, portanto, precisam receber a mesma atenção dedicada aos sistemas.

Isaka afirma que as três causas principais para o esgotamento nas equipes de segurança são surpresas indesejadas, falta de autonomia e tarefas repetitivas e entediantes. Para ele, a solução passa por criar previsibilidade para reduzir a ansiedade, dar autonomia para os profissionais participarem de decisões, e usar a IA para absorver o trabalho mecânico, liberando as pessoas para atividades mais estratégicas.

Para complicar ainda mais esse quadro, agora nem todo “funcionário” é de carne e osso. A explosão de APIs, agentes de IA e dispositivos conectados criou “identidades não-humanas”. Diversas delas operam com acessos privilegiados a sistemas, que também podem ser sequestrados ou explorados.

Muitas empresas não aplicam a essas entidades o mesmo rigor que dedicam a usuários humanos. Isso é um grande erro estratégico, pois essas “personas digitais” podem operar comprometidas 24 horas por dia, sem levantar suspeitas, até causar danos graves.

Portanto, além de investir em tecnologia, é preciso cuidar das pessoas para que não sucumbam ao burnout. Elas também precisam ser educadas para perceber riscos, proteger credenciais e integrar equipes para unir segurança e usabilidade.

Temos que entender e aceitar que seremos atacados. A questão é saber se estaremos prontos. Nesse jogo, quem une tecnologia, processos e, acima de tudo, pessoas preparadas e engajadas para defender o que importa tem mais chance de ganhar.

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