Bnei Abraham, Rabi Meir Baal Hanes.

Bnei Abraham, Rabi Meir Baal Hanes. Este grupo agrega, amigos, pessoas, que estão caminhando, em direção ao Sinai. Uma Comunidade voltada a todas as pessoas, que se interessem pelo Judaísmo.

Voltando as suas origens e Raízes, é um grupo Judaico, que tratará de assuntos Israelitas.

É um Grupo Ligado a Sinagoga Beit Bnei Abraham, Uma comunidade, voltada a todo e qualquer Judeu, e aos Bnei Anoussitas. UMA COMUNIDADE INCLUSIVA, A CASA DE TODO JUDEU, QUE RESPEITA TODO TIPO DE VISÃO VERDADEIRAMENTE JUDAICA. A Sinagoga Beit Bnei Abraham, conhecida como Shil de Santos, Rabi Meyir Baal Hanes,

é composta em sua maioria por baalê teshuvá (retornados), que estudam e compartilham suas experiências com amor e respeito ao próximo, judeus "convencionais", judeus "bnei-anussim" e pessoas que não tem origem judaica e estudam e praticam Talmud Torá com amor e dedicação afim de conversão. Somos uma Sinagoga que está aberta a todos que desejam cumprir o judaísmo com amor e respeito; recebendo todo aquele que deseja se juntar à nossa grande família. Hilel disse: "Não faça aos outros o que você não gostaria que fizesse com você". Sejam bem-vindos! Bruchim Habaim!

 🕯️ 7 de Outubro de 2025 — Dois Anos do Terror que Ainda Não Teve um Fim 🕯️Por: 🖊️ נילסון דוד מוסקט 🖋️ Hoje, 7 de Outubr...
07/10/2025



🕯️ 7 de Outubro de 2025 — Dois Anos do Terror que Ainda Não Teve um Fim 🕯️
Por: 🖊️ נילסון דוד מוסקט 🖋️

Hoje, 7 de Outubro de 2025, completam-se dois anos desde o ataque terrorista mais brutal e covarde da história moderna de Israel.
Naquela manhã de Shabat e Simchat Torá, o dia que deveria ser de alegria e santidade transformou-se em um inferno.
O inimigo invadiu comunidades inteiras, assassinando, queimando, estuprando e sequestrando civis inocentes — crianças, idosos, mulheres e homens.
Famílias foram destruídas, lares se tornaram cinzas, e o chão sagrado de Israel foi manchado de sangue judeu.

Dois anos se passaram, e a dor permanece viva.
O eco do horror ainda ressoa nos corações de todo o Am Yisrael — o povo de Israel.
E o mais doloroso é saber que 48 reféns judeus ainda estão em cativeiro, nas mãos de terroristas em Gaza.
Dois anos de angústia, de silêncio, de orações que sobem aos céus.
Dois anos de um terror que ainda não teve um fim.

Mas mesmo nas cinzas, Israel permanece de pé.
Mesmo na escuridão, a fé judaica continua sendo uma chama que não se apaga.
Porque a alma de Israel é eterna, e o coração do povo judeu bate com força, com memória e com esperança.

“לֹא תַעֲמֹד עַל דַּם רֵעֶךָ”
Lo ta‘amod al dam re’echa

“Não fiques indiferente ao sangue do teu próximo.”
(Vayikrá / Levítico 19:16)

Este versículo é mais do que uma ordem moral é um grito da Torá contra a indiferença.
Não podemos nos calar diante da injustiça, da violência, do antissemitismo e do terror.
Cada vida sequestrada é uma vida de todo o povo judeu.
Cada refém é um filho, um irmão, um pedaço do nosso ser coletivo.
Por isso, não esquecemos, não silenciamos e não deixaremos de lutar por eles.

“שִׁיר הַמַּעֲלוֹת, מִמַּעֲמַקִּים קְרָאתִיךָ ה׳”
Shir HaMa‘alot, mimama‘akim keraticha Adonai

“Cântico dos degraus: Das profundezas clamo a Ti, ó Eterno.”
(Tehilim / Salmos 130:1)

Das profundezas da dor, Israel clama.
E mesmo quando o mundo tenta calar nossa voz, a nossa fé fala mais alto.
O povo judeu aprendeu, ao longo dos séculos, que das ruínas pode nascer a vida, e das lágrimas pode brotar a luz.
O salmista não clama em desespero, mas em confiança, porque o clamor de Israel é ouvido pelo Eterno.

“הִנֵּה לֹא יָנוּם וְלֹא יִישָׁן, שׁוֹמֵר יִשְׂרָאֵל”
Hiné lo yanum velo yishan, shomer Yisrael

“Eis que não dorme nem cochila o Guardião de Israel.”
(Tehilim / Salmos 121:4)

Mesmo quando o mundo parece adormecido diante da injustiça, Deus não dorme.
O Guardião de Israel vela por Seu povo, recolhe cada lágrima e transforma cada dor em força.
É essa fé que mantém Israel vivo — não uma fé ingênua, mas uma fé resiliente, nascida da dor e moldada pela esperança.

“עַם יִשְׂרָאֵל חַי”
Am Yisrael Chai
“O Povo de Israel Vive.”
🇮🇱🇮🇱🇮🇱🇮🇱🇮🇱🇮🇱🇮🇱

Apesar do terror, apesar das perdas, Israel vive.
Vive porque não se rende.
Vive porque cada judeu, em qualquer lugar do mundo, carrega em si a centelha da eternidade.
O inimigo tentou destruir corpos, mas não conseguiu quebrar o espírito.
Tentou apagar a luz, mas quanto mais escuro ficou, mais forte brilhou a chama de Israel.

“ה׳ עוֹז לְעַמּוֹ יִתֵּן, ה׳ יְבָרֵךְ אֶת עַמּוֹ בַּשָּׁלוֹם”
Adonai oz le’amo yiten, Adonai yevarech et amo bashalom

“O Eterno dá força ao Seu povo; o Eterno abençoa o Seu povo com paz.”
(Tehilim / Salmos 29:11)

Que o Eterno conceda força ao povo de Israel, libertação aos 48 reféns, co***lo aos enlutados, cura aos feridos, e sobretudo paz a todos os que amam a vida e a verdade.
Que a lembrança dos que foram assassinados seja uma bênção eterna, e que suas luzes iluminem o caminho da humanidade contra o ódio e a indiferença.

Hoje, recordamos, choramos e rezamos — mas também resistimos.
Porque lembrar é um ato de fé, orar é um ato de coragem, e viver é a resposta mais poderosa ao terror.

🇮🇱✡️
עם ישראל חי
Am Yisrael Chai
כי נר ה׳ נשמת אדם
Ki ner Adonai nishmat adam
“Porque a lâmpada do Eterno é a alma do ser humano.”
(Mishlê / Provérbios 20:27)

E enquanto houver uma alma judaica acesa no mundo, a luz de Deus jamais será apagada.

✒️✍🏻Nilson David Muszkat







 Chag Sucot Muitos Nomes, Muitas ReflexõesPor: 🖊️ נילסון דוד מוסקט 🖋️ Acabamos de passar dias intensos, dias em que noss...
07/10/2025


Chag Sucot
Muitos Nomes, Muitas Reflexões

Por: 🖊️ נילסון דוד מוסקט 🖋️

Acabamos de passar dias intensos, dias em que nossa alma se eleva, se questiona; dias em que o nosso lado espiritual se evidencia, e deixamos até mesmo de nutrir nossos corpos. Logo depois de tanta intensidade, somos instados a construir uma cabana - Sucá.

As instruções para a construção da Sucá são tão explícitas, que nos colocam novamente em contato com o trivial, o cotidiano — como se nos lembrassem de que o mundo em que vivemos é aqui e agora, no meio da comunidade, em meio à natureza, e não em algum retiro isolado ou desenraizado.

Sucot nos convida a compreender que a espiritualidade judaica é relacional: eu-eu, eu-Tu, eu-comunidade e eu-planeta.

Sucot é um dos três grandes festivais bíblicos (Shalosh Regalim), junto com Pessach e Shavuot, e nos oferece múltiplos significados simbólicos.

É também chamado de Chag Ha’Asif (חַג הָאָסִיף) — Festival da Colheita —, lembrando-nos do respeito à terra, às árvores e ao ciclo da natureza. Desde os tempos bíblicos, o judaísmo revela e enfatiza a santidade da criação e a responsabilidade humana pela sua conservação.

"וְחַג הָאָסִיף בְּצֵאת הַשָּׁנָה, בְּאָסְפְּךָ אֶת-מַעֲשֶׂיךָ מִן-הַשָּׂדֶה"
Ve’Chag ha’Asif b’tzêt ha’shaná, be’osfêcha et ma’asecha min ha’sadê.

“E celebrarás a Festa da Colheita ao fim do ano, quando recolheres do campo o fruto do teu trabalho.”
Shemot / Êxodo 23:16

Será que existe tema mais atual? Quão sábia é uma religião que ciclicamente nos chama a refletir sobre a ecologia e a interdependência entre homem e natureza!

A Sucá, com sua simplicidade, nos lembra também da vulnerabilidade humana. Durante oito dias, a família vive na precariedade de uma cabana, recordando tempos nômades e incertos — os quarenta anos no deserto — sustentados apenas pela fé e pela presença divina.

"בַּסֻּכֹּת תֵּשְׁבוּ שִׁבְעַת יָמִים ... לְמַעַן יֵדְעוּ דֹרוֹתֵיכֶם כִּי בַסֻּכּוֹת הוֹשַׁבְתִּי אֶת בְּנֵי יִשְׂרָאֵל"
BaSukkot teishvu shiv‘at yamim... lema‘an yed‘u doroteichem ki vaSukkot hoshavti et bnei Yisra’el.

“Em cabanas habitareis sete dias... para que as vossas gerações saibam que em cabanas fiz habitar os filhos de Israel.”
Vayikrá / Levítico 23:42–43

O Talmud (Suká 11b) debate se as “cabanas” eram físicas ou as “Nuvens de Glória” (Ananê HaKavod), que protegiam o povo no deserto. Assim, a Sucá simboliza a confiança no Divino mesmo em meio à impermanência.

Sucot é também tempo de solidariedade e inclusão. A Torá ordena:

"וְשָׂמַחְתָּ בְּחַגֶּךָ אַתָּה וּבִנְךָ וּבִתֶּךָ וְעַבְדְּךָ וַאֲמָתֶךָ וְהַלֵּוִי וְהַגֵּר וְהַיָּתוֹם וְהָאַלְמָנָה"
Vesamachta bechagecha atah uvincha uvitecha ve’avdecha va’amatecha vehalevi vehager vehayatóm veha’almaná.

“E te alegrarás em tua festa: tu, teu filho, tua filha, teu servo, tua serva, o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva.”
Devarim / Deuteronômio 16:14

Sucot nos ensina que a verdadeira simchá (alegria) é compartilhada — com amigos, com desconhecidos e com os necessitados.
A alegria que não inclui o outro é apenas uma sombra da verdadeira alegria que vem de Deus e da compaixão.

Talmud Torá – Trato de Sucá 27b:
"כָּל מִי שֶׁיֵּשׁ לוֹ סוּכָּה וְאֵין אוֹרְחִים בָּהּ – לֹא קִיֵּם מִצְוָה כְּתִיקוּנָה"
Kol mi sheyesh lo suká ve’ein orchim bah – lo kiyyem mitzvá ketikuná.

“Todo aquele que tem uma Sucá e não recebe nela convidados, não cumpriu a mitzvá em sua plenitude.”

No Judaísmo, o período das Grandes Festas é uma sucessão de experiências espirituais intensas: Rosh Hashaná, Yom Kipur e, logo em seguida, Sucot.

Depois de dialogar com os céus e com o Divino, a tradição nos convida a retornar à vida cotidiana e construir uma cabana com especificações muito precisas — uma estrutura que permita ver o céu e sentir as variações do clima.

Sob a luz das estrelas e o perfume da natureza, passamos sete dias na Sucá celebrando Zeman Simchateinu (זְמַן שִׂמְחָתֵנוּ) — “O Tempo de Nossa Alegria”.

Durante a existência do Templo de Jerusalém, Sucot era uma das Três Peregrinações (Shalosh Regalim) quando os israelitas subiam a Jerusalém para oferecer sacrifícios e agradecer pela colheita e pela vida.

Zohar (Parashat Emor 103a):
"כָּל יוֹמָא וְיוֹמָא עָאלִין אַבְּרָהָם וְחַבְרַיָּא וְאִתְיָשְׁבוּן עִם בְּנֵי מְהֵימְנוּתָא"
Kol yomá ve-yomá ‘ālin Avraham ve-chavrayá ve-it’yashvún im bné meheimonutá

“A cada dia, Avraham e seus companheiros descem e se assentam com os filhos da fé.”

Sucot, portanto, tem um duplo significado:

1. Agrícola – o encerramento do ciclo da colheita, conforme o Êxodo.

2. Espiritual – comemorar a travessia do deserto e a dependência do povo da vontade de Deus, conforme o Levítico.

Mas Sucot também possui um veio místico.

Nos sete dias da festa, recebemos os Ushpizin (אוּשְׁפִּיזִין) — os “convidados” celestiais descritos no Zohar, a obra fundamental da Kabbalah.

Esses sete visitantes espirituais são os pastores de Israel, os patriarcas e líderes que representam as sete Sefirot — atributos divinos que refletem a presença de Deus no mundo e em nosso próprio caráter:

1. Avraham – Chesed (חֶסֶד) → Amor e generosidade.
2. Itzchak – Guevurá (גְּבוּרָה) → Força e autodisciplina.
3. Yaakov – Tiféret (תִּפְאֶרֶת) → Harmonia e verdade.
4. Moshe – Netzach (נֵצַח) → Eternidade e liderança.
5. Aharon – Hod (הוֹד) → Empatia e humildade.
6. Yosef – Yesod (יְסוֹד) → Pureza e fundamento espiritual.
7. David – Malchut (מַלְכוּת) → Realeza e manifestação.

1. Avraham – Chesed (חֶסֶד)

•Sefirá: Chesed → Amor, bondade e generosidade ilimitada.

•Qualidade: Representa a abertura do coração, a capacidade de dar sem limites.

•Alma gêmea: Sara (שָׂרָה) → Compartilha o mesmo espírito de bondade e hospitalidade, refletindo a misericórdia divina.

2. Itzchak – Guevurá (גְּבוּרָה)

•Sefirá: Guevurá → Força, disciplina, autocontrole e restrição justa.

•Qualidade: Canaliza a energia de forma justa e equilibrada, garantindo limites e proteção.

•Alma gêmea: Rivcá (רִבְקָה) → Complementa Itzchak com determinação e firmeza, equilibrando Chesed e Guevurá.

3. Yaakov – Tiféret (תִּפְאֶרֶת)

•Sefirá: Tiféret → Harmonia, beleza, verdade e compaixão.

•Qualidade: Integra Chesed e Guevurá, promovendo equilíbrio e união.

•Alma gêmea: Rachel (רָחֵל)→ Representa a beleza da harmonia familiar e espiritual, refletindo a integração das energias divinas.
Na Kabbalah, Rachel é considerada a alma gêmea de Yaakov. Ela representa a pureza, o amor verdadeiro e a energia feminina correspondente a Tiféret, refletindo a harmonia espiritual central.

4. Moshe – Netzach (נֵצַח)

•Sefirá: Netzach → Eternidade, vitória, liderança e persistência.

•Qualidade: Determinação para realizar a missão divina e superar desafios.

•Alma gêmea: Tziporá (צִפּוֹרָה) → Suporte espiritual e emocional, ajudando Moshe a concretizar seu propósito eterno.

5. Aharon – Hod (הוֹד)

•Sefirá: Hod → Humildade, empatia, gratidão e reconhecimento.

•Qualidade: Harmoniza e traduz a força em serviço ao próximo, expressando devoção.

•Alma gêmea: Elisheva (אֱלִישֶׁבַע) → Complementa a humildade e a devoção de Aharon, apoiando sua energia espiritual.

6. Yosef – Yesod (יְסוֹד)

•Sefirá: Yesod → Fundamento, pureza, canalização de energia espiritual.

•Qualidade: Serve de ponte entre o mundo divino e o mundo material, transmitindo bênçãos.

•Alma gêmea: Asnat (אָסְנַת) → Reflete a pureza e a estabilidade espiritual, fortalecendo a conexão entre o céu e a terra.

7. David – Malchut (מַלְכוּת)

•Sefirá: Malchut → Realeza, manifestação, receptividade e liderança prática.

•Qualidade de Batsheva: Expressa a realeza espiritual no mundo físico, liderando com justiça e bondade. Sabedoria, equilíbrio e receptividade, permitindo que a liderança e realeza de David se expressem plenamente no mundo material.

•Alma gêmea: Batsheva (בַּתְשֶׁבַע)→ Complementa a liderança de David com sabedoria e diplomacia, manifestando a realeza no mundo material.
Batsheva é a mãe de Salomão, e na tradição mística ela representa a Malchut feminina, a receptividade que completa a manifestação espiritual de David.

Zohar, Emor 104a:
"זְמַן דְּיָתְבִין יִשְׂרָאֵל בְּסוּכָּה, אִתְיַישְׁבוּן עִמְהוֹן שִׁבְעָה רוּחִין קַדִּישִׁין"
Zman de-yatvín Yisra’el be-suká, it’yashvún imhón shiv‘á ruchín qadíshin

“Quando Israel habita na Sucá, sete espíritos sagrados habitam com ele.”

Assim, ao recebermos convidados em nossa Sucá, acolhemos também esses sete mestres espirituais, que nos alimentam com suas virtudes e nos inspiram a revelar a imagem divina (Tzelem Elohim) dentro de nós.

Depois dos sete dias de Sucot, vem o Sheminí Atzéret — o “Oitavo Dia da Conexão”.

O Midrash (Bamidbar Rabá 21:24) compara essa festa ao rei que, após um longo banquete com seus filhos, pede que fiquem mais um dia:
"בָּנַי, קָשָׁה עָלַי פְּרִידַתְכֶם; עִכְבוּ עִמִּי יוֹם אֶחָד"
Banái, kashá ‘alái pridátkhem; ikh’vu ímmi yom echád

“Meus filhos, é difícil para Mim separar-Me de vocês; permaneçam comigo mais um dia.”

Logo em seguida, celebramos Simchá Torá, a alegria da Torá. Nesse dia, dançamos com os rolos sagrados, concluímos a leitura de Devarim e começamos novamente em Beresh*t — simbolizando que o estudo é um ciclo eterno, e a revelação divina nunca cessa.

O que simboliza Sucot?
A fragilidade de uma simples cabana sem porta nos faz refletir sobre a efemeridade da vida material; mas, em contrapartida, nos ensina a alegria genuína da fé e a gratidão pela colheita — tanto a colheita da terra quanto a colheita espiritual de nossas ações.

Este ano, porém, essa alegria tem um sabor amargo, temperado pela dor e pela esperança: aguardamos a volta dos reféns e o fim da guerra, esperando que a paz volte a habitar nossas Sucot e nossos corações.

Que a jornada na simplicidade da Sucá, mas com a alegria da alma, seja renovadora, significativa e iluminada.

Pirkei Avot 4:1:
"אֵיזֶהוּ עָשִׁיר? הַשָּׂמֵחַ בְּחֶלְקוֹ"
Eizehú ashír? Hasaméach be-chelko

“Quem é rico? Aquele que se alegra com a sua parte.”

Zohar, Pinchás 221b:
"אַרְבָּעָה מִינֵי נָטָה הַתּוֹרָה, כְּנֶגֶד אַרְבַּעָה גּוּפִין דְּיִשְׂרָאֵל"
Arba‘á minei natá ha-Torá, k’neged arba‘á gufín de-Yisra’el

“Os quatro tipos ordenados pela Torá
Arbaat Habonim - (Etrog, Lulav, Hadás e Aravá) correspondem aos quatro tipos de pessoas em Israel.”

1. Etrog (אֶתְרוֹג) – Cidra

Fruto cítrico, aromático, sabor doce e agradável, com aparência bonita.

Representa a pessoa que possui boa aparência e bom caráter, ou seja, beleza externa e virtude interna.

Parte do corpo: Boca

A boca expressa a beleza da fala, gratidão, sabedoria e comunicação. Assim como o Etrog, que tem aroma e sabor, a boca transmite a essência interna.

Símbolo: Integra beleza e sabedoria, simbolizando perfeição física e espiritual.

2. Lulav (לוּלָב) – Palmeira ou Tamareira

Um ramo longo e reto de palmeira, com folhas unidas e resistentes.

Representa a pessoa que tem boas ações (maasim tovim) mas não necessariamente beleza física.

Parte do corpo: Espinha (Coluna Vertebral)

Representa a força e retidão do corpo. A coluna sustenta todo o corpo, assim como o Lulav simboliza firmeza, retidão e ação correta.

Símbolo: Atua como símbolo de força e retidão, mas sem destaque estético.

3. Hadás (הֲדַס) – Murta

Ramo com folhas pequenas, agrupadas em conjuntos de três, perfumadas e delicadas.

Representa a pessoa com bom caráter e boas ações, mas sem beleza física ou aparência marcante.

Parte do corpo: Olhos

Os olhos percebem a beleza do mundo e refletem sensibilidade e percepção. Assim como a murta tem folhas delicadas e agrupadas, os olhos representam atenção e cuidado com o ambiente e os outros.

Símbolo: Simboliza bondade e pureza interna, mesmo que não seja notada externamente.

4. Aravá (עֲרָבָה) – Salgueiro

Ramo longo, folhas finas, sem perfume nem sabor especial.

Representa a pessoa que não tem beleza nem destaque externo, mas cumpre as mitzvot.

Parte do corpo: Lábios ou braços/hands (dependendo da tradição)

Representa ação humilde, sem destaque externo, mas necessária. Assim como o salgueiro, que não tem cheiro nem sabor, os braços ou mãos realizam trabalho silencioso e serviço.

Símbolo: Simboliza trabalho humilde e devoção sincera, valorizando o interno sobre o externo.

Arbaat Haminim
Minim Parte do Corpo Qualidade

Etrog Boca Sabedoria, beleza interna e externa
Lulav Coluna vertebral Força, retidão e ação correta
Hadás Olhos Sensibilidade, percepção e bondade
Aravá Braços / mãos Trabalho humilde, devoção e serviço

Resumo simbólico:

Etrog: Beleza e boas ações → Aparência + virtude.

Lulav: Boas ações, sem destaque → Força e retidão.

Hadás: Bondade interna, sem aparência → Pureza e caráter.

Aravá: Devoção simples → Humildade e sinceridade.

Sucot é, portanto, o lembrete de que a alegria está na unidade, na fé e na simplicidade.
Quando o corpo se recolhe sob o teto frágil da Sucá, a alma se expande sob o teto eterno dos céus.

חַג שָׂמֵחַ וּמוֹעֲדִים לְשִׂמְחָה
Chag Sameach u’Moadim LeSimchá!
(Feliz Festa e Tempos de Alegria!)

✒️✍🏻Nilson David Muszkat
"Ensinar é acender a luz da alma; Sucot é o abrigo onde essa luz se compartilha."

 “O Lugar Certo”Por: 🖊️ נילסון דוד מוסקט 🖋️No dia de ontem tinha preparado esta mensagem, porém não publiquei e nem envi...
06/10/2025


“O Lugar Certo”
Por: 🖊️ נילסון דוד מוסקט 🖋️

No dia de ontem tinha preparado esta mensagem, porém não publiquei e nem enviei devido ao falecimento de Maria de Lourdes Souza z”l, tia do amigo Celso, o mesmo veio direto da Bahia para o sepultamento na cidade de São Vicente.
Fui apoiar o querido amigo neste momento difícil de sua vida e dedico hoje esta meditação para a elevação de sua Alma.

Aos amigos e familiares, desejo de todo o coração que a Alma da Dona Maria de Lourdes Souza (ע״ה) seja fonte de Bênçãos.

> יהי זכרה ברוך
Ihiê Zichrá Baruch
“Que sua lembrança seja uma bênção.”

Há momentos em que sentimos que não somos vistos, ou que o valor do que oferecemos é pouco reconhecido.
Mas lembre-se: até a pipoca muda de valor conforme o ambiente.
Não é o grão que muda, é o lugar que revela o valor.

E é assim também conosco.
Há ambientes que abafam o brilho e outros que o fazem expandir.
Há lugares que limitam o propósito e outros que o despertam.
Não se trata de mudar quem somos, mas de reconhecer onde o Criador deseja que estejamos.

Na Torá aprendemos:

> וַיִּקַּח אַבְרָם אֶת־שָׂרַי אִשְׁתּוֹ וְאֶת־לוֹט בֶּן־אָחִיו... וַיֵּצְאוּ לָלֶכֶת אַרְצָה כְּנַעַן וַיָּבֹאוּ אַרְצָה כְּנָעַן.
Vayikach Avram et-Sarai ishtó ve’et-Lot ben-achiv... vayétseu laléchet artzá Kena’an vayavôu artzá Kena’an.

“E Avram tomou Sarai, sua esposa, e Lot, filho de seu irmão... e saíram para ir à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã.”
(Beresh*t / Gênesis 12:5)

Avram não se tornou Avraham Avinu enquanto estava em Haran — ele precisou sair de onde estava para que sua essência brilhasse.
O valor dele não mudou; apenas se revelou no lugar certo.

Existem momentos que o cosmos dá sinais, sutis ou claros, de que precisamos nos mover; de que nosso tempo naquele lugar terminou e que um novo ciclo começa.
O movimento não é fuga, é resposta ao chamado divino, que desperta quando o Eterno nos convida a encontrar nosso verdadeiro Makom (מָקוֹם — lugar espiritual).

O Talmud ensina:

> הַכֹּל בִּידֵי שָׁמַיִם חוּץ מִיִּרְאַת שָׁמַיִם
(Berachot 33b)
Hakol bidei Shamáyim chutz miyir’at Shamáyim.

“Tudo está nas mãos do Céu, exceto o temor (ou consciência) do Céu.”

Ou seja, o Eterno conduz os caminhos — mas nós escolhemos a consciência com que caminhamos e o lugar onde colocamos nossa alma.
A vida é feita de escolhas espirituais — de perceber onde nossa luz é chamada a servir.

Na Kabbalah, cada pessoa tem um Makom (מָקוֹם — lugar espiritual) que corresponde à sua energia, missão e essência.
Quando alguém vive no lugar errado — físico, emocional ou espiritual —, a Luz que carrega não encontra onde se manifestar.
Mas quando se está no Makom Náchon (מָקוֹם נָכוֹן — lugar certo), a alma floresce, o coração se expande e o valor interior é reconhecido.

Não é o lugar que nos dá valor — é o lugar certo que revela o valor que já existe em nós.
E esse lugar pode ser uma cidade, uma missão, uma amizade, um vínculo espiritual, ou até uma nova fase da vida.
O importante é estar onde a alma vibra em harmonia com o propósito divino.

Você não precisa mudar quem é — apenas precisa estar onde sua essência é percebida como sagrada.

> בַּמָּקוֹם שֶׁבַּעֲלֵי תְשׁוּבָה עוֹמְדִים, אֵין צַדִּיקִים גְּמוּרִים יְכוֹלִים לַעֲמוֹד.
(Berachot 34b)
Bamakom sheba’alê teshuvá omdim, ein tzadikim gemurim yecholim la’amod.

“No lugar onde estão aqueles que retornaram (Baalê Teshuvá), nem mesmo os justos plenos podem permanecer.”

Cada alma tem um lugar único onde seu valor é revelado — e é ali que o Eterno manifesta Seu propósito através de nós.
Quando encontramos esse lugar, não há necessidade de provar nada; a própria luz fala por si.

Não mude sua essência. Mude o cenário.
A mesma pipoca que vale R$ 5 na praça, vale R$ 50 no cinema — porque está no ambiente que reconhece seu aroma, sua luz e seu propósito.
Nota: Não estamos falando de grãos, de pipoca!
Estamos falando de você, da sua alma, da sua energia e do seu dom.

Quando você está no lugar certo, o mundo reconhece a sua vibração e responde a ela.
As portas se abrem, os caminhos se alinham e a providência divina se manifesta.
E o que antes parecia “pequeno”, mostra-se precioso aos olhos do Criador.

> בַּמָּקוֹם הַנָּכוֹן, הָאוֹר שֶׁלְּךָ זוֹהֵר בְּעָצְמָה.
Bamakom hanachón, ha’or shelchá zoher be’atzmá.

“No lugar certo, a tua luz brilha com força.”

Que cada um de nós encontre o seu Makom Náchon — o espaço onde corpo, mente e alma dançam em harmonia com o propósito divino.
E que possamos reconhecer, com humildade e coragem, quando é hora de permanecer e quando é hora de partir.

Pois o Eterno sempre reserva um novo lugar onde nossa luz será plenamente vista, reconhecida e valorizada.
Porque, no fim, o “lugar certo” não é apenas onde estamos — é onde Deus nos quer.

Shavua Tov Umevorách
✒️✍🏻 Nilson David Muszkat

 Por: 🖋️ נילסון דוד מוסקט 🖊️Passamos por Rosh HaShaná, os dias do julgamento.Passamos por Yom Kipur, o dia do perdão e d...
03/10/2025


Por: 🖋️ נילסון דוד מוסקט 🖊️

Passamos por Rosh HaShaná, os dias do julgamento.
Passamos por Yom Kipur, o dia do perdão e da expiação.
Agora, estamos às portas de Shabat Haazínu, um Shabat que abre o coração para a canção final de Moshê Rabeinu, preparando-nos para o abraço de Sucot, a festa da alegria e da confiança em HaShem.

Em São Paulo e na Baixada Santista, as velas de Shabat Haazínu são acesas hoje às 17h47 e a Havdalá será realizada amanhã, 04/10/2025, às 18h41.

Haazínu: O Cântico da Vida

A Parashá Haazínu (הַאֲזִינוּ) é um cântico-testemunho que Moshê entoa antes de sua despedida do povo. O Talmud (Sanhedrin 21b) nos ensina que este cântico deve ser aprendido por cada judeu, pois contém toda a essência da nossa história e da nossa relação com o Eterno.

הַאֲזִינוּ הַשָּׁמַיִם וַאֲדַבֵּרָה וְתִשְׁמַע הָאָרֶץ אִמְרֵי־פִי
Haazínu haShamayim va’adabêrah, vetishmá haAretz imrê fi.

“Ouçam, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca.” (Devarim / Deuteronômio 32:1)

Aqui aprendemos que o Céu e a Terra são testemunhas vivas da nossa aliança com Deus. O homem não caminha sozinho – sua vida ressoa entre os mundos superiores (Shamayim) e os mundos inferiores (Aretz).

A Kabbalah ensina que Haazínu é dividido em seis estrofes principais, refletindo as seis sefirot emocionais (Chessed, Guevurá, Tiferet, Netzach, Hod e Yesod). Isso revela que o cântico é mais do que poesia: é um mapa espiritual da alma humana.

O Zohar (Haazínu, 285a) comenta:
כָּל דִּבּוּרָא דְּאִית בְּהַאי שִׁירָא אִיהוּ מִשִּׁירָא דִּלְעֵילָא
Kol diburá de’it behaí shirah ihu mi’shirah dile’ila.

“Cada palavra contida neste cântico é reflexo de um cântico superior.”

Ou seja, quando cantamos Haazínu, estamos sintonizando nossa vida ao cântico eterno que vibra nos mundos superiores.

Entre Yom Kipur e Sucot, o que sustenta o povo judeu é a Emuná – a fé ativa e confiante. Não apenas acreditar, mas viver com confiança de que HaShem é nosso refúgio e proteção.

Está escrito em Tehilim 118:8:

טוֹב לַחֲסוֹת בַּה' מִבְּטֹחַ בָּאָדָם
Tov lachasot ba’HaShem mibtoach ba’adam.

“Melhor é refugiar-se em HaShem do que confiar no homem.”

Por isso, imediatamente após Yom Kipur, corremos a construir a Sucá. A cabana frágil nos ensina que segurança não está no concreto, mas na Presença Divina que nos envolve.

O Talmud Torá nos diz (Suká 2a) que a sucá é chamada de Tzel HaEmuná – “a sombra da fé”. Sentar na sucá é viver sob a confiança absoluta de que HaShem é quem sustenta a vida.

Shabat Haazínu nos recorda que a vida é um cântico escrito entre Céus e Terra.
Sucot, que se aproxima, nos lembra que a alegria nasce da confiança.
E a Kabbalah nos mostra que cada palavra da Torá é uma nota da canção cósmica da criação.

Que neste Shabat possamos cantar com a alma, reforçar nossa Emuná, e entrar em Sucot com alegria verdadeira.

שַׁבָּת שָׁלוֹם וּמוֹעֵד שָׂמֵחַ
Shabat Shalom u’Moed Sameach
“Um Shabat de paz e uma festa alegre para todos.”

✒️✍🏻 Nilson David Muszkat

 בְּרָכַת הַבָּנִיםBrachát HaBanímA Bênção dos Filhos na Véspera de Yom KipurPor: 🖊️ נילסון דוד מוסקט 🖋️ Na véspera de Y...
01/10/2025


בְּרָכַת הַבָּנִים
Brachát HaBaním

A Bênção dos Filhos na Véspera de Yom Kipur

Por: 🖊️ נילסון דוד מוסקט 🖋️

Na véspera de Yom Kipur, antes do início do jejum e do solene Kol Nidrei, existe um costume que atravessa gerações: os pais colocam as mãos sobre a cabeça de seus filhos e filhas e os abençoam.
É um momento de amor, fé e entrega, no qual a família se conecta à eternidade e cada lar se torna um pequeno santuário.

Para os meninos:

יְשִׂמְךָ אֱלֹהִים כְּאֶפְרַיִם וְכִמְנַשֶּׁה
Yesimchá Elohim ke’Efráim ve’chiMenashe
“Que Deus te faça como Efraim e Menashé.” (Beresh*t/Gênesis 48:20)

Para as meninas:

יְשִׂמֵךְ אֱלֹהִים כְּשָׂרָה רִבְקָה רָחֵל וְלֵאָה
Yesiméch Elohim keSará, Rivká, Rachél veLeá
“Que Deus te faça como Sara, Rebeca, Raquel e Lea.”

Em seguida, acrescenta-se a Bênção Sacerdotal (Birkat Kohanim):

יְבָרֶכְךָ ה׳ וְיִשְׁמְרֶךָ׃
יָאֵר ה׳ פָּנָיו אֵלֶיךָ וִיחֻנֶּךָּ׃
יִשָּׂא ה׳ פָּנָיו אֵלֶיךָ וְיָשֵׂם לְךָ שָׁלוֹם׃

Yevarech’cha HaShem veYishmerecha.
Ya’er HaShem panav elecha vi’chuneka.
Yisá HaShem panav elecha veYasem lecha Shalom.

“Que o Eterno te abençoe e te guarde.
Que o Eterno faça resplandecer Seu rosto sobre ti e te conceda graça.
Que o Eterno eleve Seu rosto sobre ti e te conceda a paz.” (Bamidbar/Números 6:24-26)

1. Por que nesta noite?
Yom Kipur é chamado יוֹם הַדִּין – Yom HaDin (Dia do Juízo). Os pais, conscientes da grandeza desse momento, pedem a HaShem que seus filhos sejam inscritos no Livro da Vida:
זָכְרֵנוּ לְחַיִּים מֶלֶךְ חָפֵץ בַּחַיִּים
Zochrénu lechaim Melech chafetz bachaim
“Lembra-nos para a vida, ó Rei que deseja a vida.”

2. Por que Efraim e Menashé?
Eles cresceram no Egito, longe da Terra de Israel, mas permaneceram fiéis à sua identidade espiritual. A bênção reflete o desejo de que os filhos mantenham sua fé e valores mesmo em ambientes desafiadores.

3. Por que Sara, Rivká, Raquel e Lea?
As quatro matriarcas representam fé, coragem e bondade. A bênção às meninas pede que elas sejam herdeiras das virtudes dessas mulheres que fundaram a Casa de Israel.

4. Ligação com Birkat Kohanim
A Guemará (Sotá 38a) ensina que a bênção sacerdotal é um canal de shefa – abundância espiritual e material. Ao recitá-la, os pais tornam-se mensageiros da própria luz divina sobre seus filhos.

5. Dimensão Cabalística
O Arizal ensina que em Yom Kipur as sefirot se alinham e os mundos espirituais se abrem. Nesse momento, a bênção paterna/materna canaliza a energia de Yesod (vida, continuidade) para Malchut (o mundo terreno), selando proteção e luz sobre a nova etapa do ano.

1. Coloque a mão direita sobre a cabeça do filho ou filha.
2. Recite a bênção lentamente, palavra por palavra, com kavaná (intenção profunda).
3. Finalize com um beijo carinhoso, selando a bênção com amor eterno.

Esse instante é mais do que tradição.
É a herança espiritual que passa de geração em geração.
É o pedido silencioso de que os filhos cresçam com vida, paz, sabedoria, saúde e propósito.
É a certeza de que, em Yom Kipur, quando o mundo se reveste de pureza, o amor de um pai e de uma mãe encontra eco direto no coração do Criador.

Com bênçãos de luz e vida,
Nilson David Muszkat ✒️✍🏻

  Iom Kipur 5786 Dia da Expiação O Dia do PerdãoPor: 🖋️ נילסון דוד מוסקט 🖊️Iom Kipur – יום הכיפורים – Yom HaKipurim é o ...
01/10/2025


Iom Kipur 5786
Dia da Expiação
O Dia do Perdão

Por: 🖋️ נילסון דוד מוסקט 🖊️

Iom Kipur – יום הכיפורים – Yom HaKipurim é o dia mais sagrado do ano.
A Torá declara:

"כִּי בַּיּוֹם הַזֶּה יְכַפֵּר עֲלֵיכֶם לְטַהֵר אֶתְכֶם מִכָּל חַטֹּאתֵיכֶם לִפְנֵי ה' תִּטְהָרוּ" (Vayikrá 16:30)
Ki va’yom hazeh yechaper aleichem letaher etchem mikol chatoteichem, lifnei HaShem tit’haru.

“Pois neste dia será feita expiação por vós, para purificar-vos; de todos os vossos pecados, diante do Eterno sereis purificados.”

📍 Hoje 01/10/2025 ao pôr-do-sol às 17h46 até às18h40 do dia 02/10/2025 (horário de São Paulo e Baixada Santista), entramos num estado de suspensão espiritual: sem comida, sem água, apenas oração, introspecção, arrependimento e busca do perdão divino.
São quase 26 horas de jejum, nas quais pedimos para sermos inscritos no Livro da Àrvore da Vida – ספר החיים – Sefer HaChaim.

Desejo a todos: "צום קל" – Tzom Kal – Um bom e leve jejum!

Quem deve jejuar e quem está isento?

A Halachá é clara: a preservação da vida é a prioridade máxima.

Doentes, gestantes, lactantes e pessoas que precisam de medicação diária não devem jejuar se houver risco à saúde.

Crianças pequenas estão isentas, mas a partir dos 9 anos devem ser incentivadas a jejuns parciais, conforme maturidade.

Adultos saudáveis são obrigados ao jejum completo.

Talmud (Yomá 85b):
"וחי בהם – ולא שימות בהם"
Vechai bahem – velo she’yamut bahem.

“E vivereis por meio deles – e não morrereis por causa deles.”

Ou seja: a Torá foi dada para a vida, e não para o perigo.

Quando um doente precisa comer ou beber, a Halachá orienta a fazê-lo em pequenas quantidades.

O Talmud (Yomá 80a) define o limite:
"מלא לוגמיו – כדי שיראה מבחוץ מלא לוגמיו"
Melô Lugmav – kedê she’yerê mi’bahutz melô lugmav.

“Melô Lugmav é a quantidade de líquido que enche uma das bochechas a ponto de se notar por fora.”

Em média, 35 a 40 ml. O paciente deve ingerir esta medida a cada 9 minutos.
Para alimentos sólidos, cerca de 30 gramas (um terço de um copo pequeno), também a cada 9 minutos.

Se mesmo assim não for suficiente, a pessoa pode comer normalmente – pois a vida está acima de tudo.

As Proibições de Iom Kipur

Durante o jejum, abstemo-nos de:

1. Comer e beber.
2. Usar sapatos de couro ou adornos de couro.
3. Banhar-se, maquiar-se ou aplicar loções/óleos.
4. Relações conjugais, carícias e beijos.
5. Uso de joias luxuosas (somente relógios simples e modestos são permitidos).

Estas restrições nos lembram de nos desapegar do superficial para focarmos no essencial: a alma e o vínculo com Deus.

Preparação Espiritual

Mikvê: é costume purificar-se na véspera de Iom Kipur.

Visitar o cemitério (Kever Avot): pedir mérito aos antepassados.

Seudá Mafseket (última refeição): comer de forma moderada, evitando excessos e alimentos diuréticos.

Talmud (Yomá 81b):
"כל האוכל ושותה בתשיעי – מעלה עליו הכתוב כאילו התענה תשיעי ועשירי"
Kol ha’ochêl ve’shotê ba’teshi’i – ma’alê alav hakatuv ke’ilu hit’anê teshi’i va’asiri.

“Todo aquele que come e bebe no nono dia é considerado como se tivesse jejuado tanto no nono quanto no décimo.”

O Talit em Iom Kipur

O Talit deve ser colocado ainda hoje até às 18h, com bênção.
Após o Arvit (Kol Nidrei), não se deve dobrá-lo e guardá-lo – exceto se houver risco de segurança. Ou se você reza numa sinagoga e no outro dia vai na outra.
No dia seguinte, ao recolocá-lo, não se recita a brachá novamente, a menos que tenha sido guardado.

Na tradição cabalística e sefaradita, o Talit branco com listras brancas é preferível, simbolizando pureza.

As Roupas de Iom Kipur

Homens: Kipá branca; de preferência usar o Kittel (costume ashkenazi).

Homens e mulheres: vestir roupas brancas, símbolo de pureza.

Talit branco (segundo a tradição sefaradi e cabalística).

Os Cinco Serviços Religiosos

Iom Kipur é o único dia com cinco orações completas:

1. Kol Nidrei – כל נדרי: anulação de votos e abertura espiritual.
Feita por três vezes e com a saída de todos os Sifrei Torá da arca, os mesmos sendo segurados por pessoas honradas da Comunidade.
2. Shacharit: oração da manhã.
Com acréscimo de Yizkor
3. Musaf: recordação do serviço do Cohen Gadol no Templo.
4. Minchá: leitura do livro de Yoná, símbolo do arrependimento universal.
5. Ne’ilá – נעילה: oração do fechamento dos portões celestiais, clímax de Iom Kipur.

A Kabbalah ensina que as cinco tefilot correspondem aos cinco níveis da alma:

• Nefesh (vida física).
• Ruach (espírito).
• Neshamá (alma racional).
• Chaiá (vida superior).
• Yechidá (unidade com Deus).

O Zohar (Vayikrá 102a) afirma:
"ביומא דכיפורים אתכסיא וגליא יחידא עילאה"
Be’yoma de’kipurim itkasia ve’galia yechidá ila’á.

“No dia de Kipur, se revela e se cobre a Yechidá Suprema.”

Yizkor – Memória Eterna

Em Iom Kipur, recitamos o Yizkor, lembrando nossos entes queridos falecidos:

"יזכור אלוהים את נשמת..."
Yizkor Elohim et nishmat...
“Que Deus se lembre da alma de...”

Assim, elevamos suas almas e renovamos nossa conexão com as gerações.

No término do jejum, fazemos a Havdalá, diferente da semanal:

Não há besamim (especiarias).

Utiliza-se apenas vela e vinho.

Rabi Eliyahu Dessler escreveu:
“Em Iom Kipur, o poder da inclinação ao mal é silenciado. A alma desperta e retorna ao seu propósito, e assim merecemos o perdão divino.”

Este é o dia em que nos elevamos acima do material e nos conectamos ao Eterno em sua essência.

Horários Importantes – São Paulo/Baixada Santista

🕯️ Acendimento das velas: 17h46
🕍 Início do jejum: ao pôr-do-sol (01/10/2025)
17h46
🌅 Término do jejum: 18h40 (02/10/2025)

גמר חתימה טובה
Gmar Chatimá Tová!

“Sejamos todos selados no Livro da Vida para um ano de bênçãos.”

חתימנו לחיים
Chatimeinu Lechaim!

“Que sejamos inscritos para a vida!”

✒️✍🏻 Nilson David Muszkat

Endereço

São Paulo, SP

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