25/07/2025
de 2 meses do Geração Senac!
E o terceiro tema de reflexão: créditos em trabalhos colaborativos. Quando falamos em coletivo o que vem à mente é que ninguém sabe bem o que cada um faz e o é o grupo quem cria, entrega e realiza. Viva a inteligência coletiva! Mas esse é um jeito simplista de pensar. A chave dessa complexidade está no conceito de comunidade. Nas culturas ancestrais o agrupamento é uma prática cultural, mas não é bagunça! Cada um tem sua função, posição, linhagem e propósito. Honra-se a ordem das coisas, os direitos da natureza, os mais velhos e mais experientes. Já na sociedade da performance tudo boia na superficialidade. A colaboração e o coletivo viram apagamento e silenciamento. Negam-se os créditos de quem, por mais experiência e por ser essa sua função e propósito, foi fundamental para determinada entrega. Repertórios, anos de dedicação, estudo, pesquisa e prática, se perdem no oba oba do “todo mundo fez igual!”. Ou num extremo oposto as hierarquias são impostas, os crachás são determinantes e o poder dos objetos de identif**ação e nomenclaturas das funções são esmagadores. Existe o caminho do meio. Em projetos culturais, do audiovisual e até da publicidade (!!) é comum que as obras, exposições, filmes, tenham seus créditos registrados. Quem fez o quê. É claro que essa prática pode ser facilmente cooptada pela sociedade da performance e os nomes que aparecem podem ser os nomes de mais poder e relacionamento. Nos eventos chamados “corporativos” isso f**a mais turvo. E pergunto: num mundo complexo como o que vivemos, será que as tipologias estão dando conta? Os festivais, as imersões, as exposições artísticas misturadas com ativações de marcas. De SXSW, a Burning Man, passamos pelo Complex Con (que eu AMO) e chegamos aos festivais de Wellness. A real é que o FAZER dos eventos se tornou complexo, assim como nosso mundo.As culturas originárias tiveram seus registros e histórias apagadas e silenciadas pelos colonizadores. Mas as vezes a gente segue nessa prática de não apontar quem realmente fez. Honrar e ouvir a experiência dos mais velhos. Celebrar e cultivar os outros caminhos dos que estão chegando. Nutrir comunidades ecossistêmicas. 🌳