31/10/2025
RE-FORMA
A Reforma do século XVI não foi apenas um evento histórico, mas uma profunda redescoberta teológica. Martinho Lutero, ao afirmar a justificação pela fé, resgatou a centralidade de Romanos 1:17: “O justo viverá pela fé”. Para ele, a justiça de Deus não era um peso condenatório, mas um dom gratuito concedido em Cristo.
João Calvino, por sua vez, sistematizou essa redescoberta em uma teologia robusta, enfatizando a soberania absoluta de Deus e a dependência total do ser humano da graça divina. Sua obra Institutas da Religião Cristã consolidou a visão de que toda a vida deve ser vivida coram Deo — diante da face de Deus.
Teólogos posteriores, como Karl Barth, interpretaram a Reforma como um “sim” radical à Palavra de Deus e um “não” a qualquer absolutização da religião humana. Para Barth, a Reforma não foi apenas um retorno ao passado, mas um chamado contínuo para que a Igreja se submeta à voz viva das Escrituras.
Assim, a Reforma pode ser resumida nos seus cinco pilares:
* Sola Scriptura – a Bíblia como única regra de fé e prática.
* Sola Fide – a fé como único meio de justificação.
* Sola Gratia – a salvação como dom gratuito de Deus.
* Solus Christus – Cristo como único mediador.
* Soli Deo Gloria – toda a glória pertence somente a Deus.
A Reforma não terminou em 1517. Ela permanece como um chamado constante à Igreja: voltar-se sempre à Palavra, confiar somente em Cristo e viver para a glória de Deus.
Como disse Lutero, “a Igreja está sempre se reformando” (ecclesia semper reformanda).