13/01/2024
“Querida mãe de adolescente,
E, de repente, o seu filhinho(a) virou um adolescente. De uma hora para outra você, foi demitida do cargo de administradora da vida dele e está perdendo terreno para os amigos e as tecnologias.
De repente, você sente um aperto no peito porque os convites para sair são seguidos de sonoros: “Não quero, não vou, é chato”.
De repente, você sente medo. Muito medo. Porque foram anos de intensa dedicação ao seu filho que são colocados à prova e você não está segura se fez o suficiente.
De repente, você acorda e está sendo julgada: “Ah, não soube educar na infância”; “O filho está assim porque os pais não deram limites”; “Os adolescentes de hoje estão assim por culpa dos pais”.
De repente, você se culpa também: ”Fracassei”; “Não soube ser uma boa mãe”; “Meu filho está igual a mim, e agora?”; “Será que ainda dá tempo?”…
…E você, que parece uma panela de pressão por dentro, se segura para não explodir. Se segura para parecer que está tudo sob controle e que você, assim como todas as mães de adolescentes, sabe o que fazer…
Até o dia em que você transborda e chora. Ou chora todos os dias escondida. Ou reza todos os dias por um milagre. E no dia seguinte recomeça a vida e o ciclo de culpa, medo, frustração e solidão.
…Se você leu até aqui, obrigada. Eu também sou uma mãe em evolução. Erro, tenho medo e sinto culpa. Tem momentos que não sei o que fazer da minha vida e nem com a minha filha. Não gosto de me sentir vulnerável (na verdade, detesto com todas as minhas forças), eu me irrito e choro. Minha vida não é perfeita e, olhando para as minhas fotos, pode ser que você não veja tudo isso. Mas esse é o meu palco, lembra? O meu bastidor nem sempre é tão bonito e aceitar isso me fez mais forte, mais consciente e mais feliz.”
- Jackeline Vilela.
🧡
Trechos retirados do lindo texto de Jackeline Vilela.
Fonte: www.Jackelinevilela.com.br