10/06/2025
🔎 E se Heleninha Roitman fosse uma mulher negra?
Heleninha Roitman, figura emblemática da teledramaturgia brasileira, é lembrada como uma mulher intensa, artista, alcoólatra assumida, e ainda assim… sempre foi tratada com um certo afeto pela narrativa.
Era a “problemática genial”. A mulher que, mesmo entre copos e crises, tinha seu talento reconhecido, sua dor compreendida, seu romance garantido.
Mas agora vamos inverter a lente:
E se Heleninha fosse uma mulher negra?
Será que:
🔸 Seus deslizes seriam tratados com compaixão?
🔸 Sua arte seria exaltada ou invisibilizada?
🔸 Seu sofrimento seria acolhido ou ridicularizado?
🔸 Ela teria o mesmo espaço nas galerias ou nas rodas afetivas da elite?
🔸 Ela emplacaria um romance ou seria vista como “carente demais”?
🔸 A bebida seria um traço de personalidade ou um estigma moral?
💭 A sociedade não mede com a mesma régua.
Uma mulher negra, artista, alcoólatra e vulnerável… dificilmente seria lida como “romântica e boêmia”. Provavelmente, seria chamada de “desestruturada”, “instável” ou “impossível de confiar”.
🌿 Essa crítica não é sobre “cancelar” Heleninha.
É sobre reconhecer o quanto o racismo estrutural molda o valor que damos aos mesmos comportamentos, dependendo de quem os pratica.
Quando uma mulher branca erra, muitas vezes, ganha poesia.
Quando uma mulher negra erra, muitas vezes, perde tudo.
📣 A reflexão é: quem pode ser frágil e ainda assim ser amada? Quem pode se perder e ainda ser acolhida?
Porque ser arte, amar e ser amada, também é um privilégio que nem todas podem acessar.