02/10/2019
VALEU E VALE A PENA.
VALCI BARRETO.
ADVOGADO, JORNALISTA E CICLOATIVISTA BAIANO.
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A intenção dos meus posts, das minhas falas, não é tentar fazer a humanidade ou alguém mudar de comportamento. Sim , transmitir experiencias, encorajar pessoas a fazer o que eu acho bom e possível. É simplesmente dizer, fiz, gostei valeu a pena . E, se você tiver vontade mas não tiver coragem, não saber por onde começar, pode ser que um post como este ajude.
Muitas coisas que fazemos nos trazem sensações boas, economia, ajuda-nos a viver melhor . Muitas pessoas tomam a iniciativa de forma natural. Outras, e é um bom número, tem vontade , precisam de estímulos, às vezes somente de um empurrãozinho.
Está é a intenção do meu relato.
Outra intenção que me move transmitir minhas experiencias em bike em Salvador, como meio de transporte, é que com mais e mais pessoas andando de bike, com mais e mais pessoas fazendo seu uso como meio de transporte, haverá como consquência natural a criação de um sistema de respeito em relação a ela, inclusive a mudança de comportamento de um bom número de motoristas que insistem em agredir, tirar fino, muitas vezes de forma brutal, estúpida, contra quem está pedalando.
Mais gente pedalando será um instrumento a mais de luta contra o preconceito contra quem anda em bike, sobretudo pelos motoristas estúpidos.
Não transmito para ser santo, bondoso, educador , Não e não . É uma questão prática; gostaria de ver mais pessoas usando a bicicleta como meio de transporte ainda que para tarefas perto de casa. E se isto acontecer onde eu estiver morando, em qualquer lugar do mundo, criarão como consequências, facilidades para mim e para quem pretender fazer o mesmo.
Então vou contando. E quem se interessar vai-se aproveitando, como me aproveito de conhecimentos que outros me trouxeram.
INDO E VOLTANDO DO TRABALHO EM BIKE PELO CENTRO DE SALVADOR.
De paletó, gravata, sapato, meia, camisa manga comprida, como manda o ritual da advocacia, saí da Piedade empurrando minha dobrável, em direção à Fundação Cultural do Estado da Bahia, onde cumpriria algumas tarefas.
Terminadas as tarefas, pus o paletó e gravata no alfoge da bike, desci o Elevador Lacerda, acessei, pedalando, a ciclofaixa do Comercio, recém inaugurada, deixeI a bike com dois conhecidos guardadores de veículos, vesti paletó e gravata e entrei no prédio da Justiça do Trabalho onde concluiria as tarefas.
Terminada a “operação”, dentro do prédio da Justiça, sai do prédio, pus de novo paletó e gravata no alfoge e iniciei meu retorno para casa.
Subi com a bike o Elevador Lacerda, pedalei pela Rua Chile, Praça Castro Alves, Carlos Gomes, Corredor da Vitória e desci a Ladeira da Barra.
NO PORTE E FAROL DA BARRA O CENÁRIO INDESCRITIVEL DE SEMPRE AO POR DO SOL.
No porto da Barra encontrei um cenário maravilhoso, pedindo quero foto , quero foto, quero foto!
Jamais podendo deixar de atender a este tipo de pedido fiz algumas, com o meu celular, que estão no facebook e instagram .
Prossegui meu retorno : Posto Alameda, Perini, Mercado Sissi, onde comprei verduras e frutas que cabiam no alfoge e cheguei ao meu destino final na Sabino Silva.
Assim foi o meu feliz dia de trabalho, sendo conduzido por uma bike.
NO CAMINHO HAVIA UM MERCADINHO.
Um amigo me contou que uma pequena casa comercial, na equina da Diniz Gonçalves, mesma entrada da oficina Marcelo Bike, rua do Banco do Brasil e da Perini da Barra, vendia alguns produtos a granel por ótimos preços. Estas coisas , estas dicas, sempre me interessam. Nelas vejo arte ,economia, boas sensações , curiosidades que também me estimulam a repassar em meus textos facebookianos.
Isso me foi contado há pouco tempo e queria conhecer aquele mercadinho.
Hoje foi o dia. Entrei na loja e vi uma boa quantidade de vinhos ,de várias marcas, e vários tipos de sementes , aveia, a granel. Comprei sementes ,aveia, e gostei demais dos preços e dos produtos.
O espaço é pequeno mas pela quantidade de gente comprando percebe-se que o motivo deve ser também o preço e bom atendimento no local. Mesmo comprando pouco, senti a presença dos dois.
Até aqui foi a parte boa.
PARTE RUIM DA HISTÓRIA.
A parte ruim é que há um certo desconforto na descida e montaria na bike com roupas comuns de trabalho: calça jeans/social , sapato, meia , camisa manga comprida, o suor e sua “pegação “ na roupa e o odor do suor. Mas este só incomoda aos outros. A mim nem um pouco.
Imagino alguém chegando perto de mim e dizendo, fique longe, não aguento este "mal cheiro"; Ou mesmo sem dizer nada ir se afastando tapando o nariz...
Mas quando eu somei tudo: exercício físico, economia de tempo e dinheiro, ter passando por tantos locais com tantas facilidade, parado onde me deu vontade, comprado o que eu precisava, no local que eu queria, eu não tenho dúvida: valeu e valera sempre a pena para mim.
NAPOLEÃO, JOSEVINA E CHOCOLATE ORÓJÓ NA HISTÓRIA.
Quanto ao suor, o desconforte é compensado pelo prazer , economia, boas outras sensações. E olhem que levei em consideração as cartas que Napoleão mandava para sua Josefina pedindo para ela não tomar banho, pelo menos 15 dias antes da sua chegada para que ele pudesse “sentir o seu verdadeiro perfume”.
Também não levo, nestas horas, em consideração esquentamento, esfriamento, degelo, camada de ozônio, mudanças climáticas na Terra. Não tenho nenhuma preocupação ecológica do tipo. Tenho com a limpeza que cada um deve fazer de seu espaço e outras questões , políticas, ecológicas, educativas , que não cabem aqui.
Protegi a natureza sem me preocupar nenhum pouquinho com os modismos que estão ai relacionados ao tema.
USO DE CARRO É CADA VEZ MAIS CARO NOS GRANDES CENTROS.
Quem tiver vontade , comece o mais breve que puder, pois, sair de carro nas cidades grandes, inclusive Salvador, ficará cada dia mais caro e com menos espaços para estacionar. E quanto mais civilizada for a cidade, menos carro particular circulará conduzindo uma ou duas pessoas apenas.
Não conto o tempo que gasto. O que sei e conto é que se eu fizesse o mesmo trajeto em ônibus seria muitas e muitas horas, não pararia nem me deixaria onde eu quisesse.
Se fosse de carro, além de todos os custos e incômodos, mesmo que eu pudesse parar onde parei , os custos com estacionamento não seria pouco, dentro da sua relatividade, além dos de combustível, manutenção , uso, desgaste e incômodos dos engarrafamentos.
A magrela me deixou em casa. Entrou coladinha comigo na garagem.
Ia esquecendo: o delicioso chocolate OROJÓ, DE CAMAMU/IPIAU, que aparece em uma das fotos entrou nas fotos do post do face sem ser convidado. Muito gostoso, comi, guardei a caixinha vazia , fotografei-a para guardar nome , endereço e recomendá-lo para amigos. A foto foi no automático do álbum para o FACEBOOk. Espertinho! Mas foi bem acolhido e ali ficará juntinho às do lindo por do sol do farol da Barra que se, se fosse em carro, jamais eu pararia para contemplá-lo e fotografá-lo naquele momento.
O MAIS, FICAM PARA OS POETAS, CANTORES.
Houveram sensações gostosas, coisas do coração, sentimentos que nos abordam nestes tempos e espaços em bike. Não conto porque não conseguiria. Mas se fizerem DE SABEREM, é só acionarem Caetano, Gil o Rei Roberto, Djavan, só prá começar:
“ amor é um grande laço,
Um paço pra uma armadilha”. (Djavan)
A bike me “pegou”