16/12/2025
Campeonato 2025: Gerações em Jogo
Minha câmera não tem time. Ela não veste camisa, não grita gol e não toma partido. Meu papel, durante semanas neste ginásio, foi ser o olho imparcial, o cronista visual de uma batalha que envolveu uma cidade inteira. O Citadino 2025 não foi apenas um torneio; foi uma maratona de emoções que tive o privilégio de congelar no tempo.
Pela minha lente, vi o ciclo completo do futsal. Vi a energia bruta e a correria incansável dos garotos do Sub-15 e Sub-17, onde cada drible é um sonho em construção. Testemunhei a guerra de trincheiras nas Séries Bronze e Prata, onde a vontade de vencer superava qualquer técnica. Foquei na elegância e na força do Feminino, que provou, clique após clique, o altíssimo nível de suas atletas. Registrei a sabedoria e a malandragem sadia do Veterano, e senti o piso tremer com a intensidade da elite na Série Ouro.
Capturei de tudo. O voo dos goleiros, os voleios acrobáticos, os corpos exaustos caídos no chão frio após o apito final. Mas o que mais marcou não foi apenas a ação. Foi a humanidade. O pedido de silêncio tenso para a torcida, a dor do atleta lesionado sendo atendido, o abraço fraterno entre adversários que sabem que a rivalidade dura apenas 40 minutos. Vi a torcida pendurada nas redes, transformando o ginásio em um caldeirão.
No entanto, depois de milhares de disparos, depois de todo o barulho, confete e suor, a imagem que para mim define o que foi o Campeonato Citadino 2025 é silenciosa.
É a última foto. É o Tauá. O camisa 10 da equipe "Zé Bakana". O jogo ao redor dele está desfocado, a multidão é apenas um borrão. Ele está em um momento só dele. O olhar sereno, o dedo apontado para o alto. Ali não há soberba, apenas gratidão e fé.
Ele representa o menino do Sub-15 que sonha em chegar à Ouro e carrega o respeito pelo Veterano que um dia será. Como fotógrafo, que viu todas as categorias, vejo nesse gesto simples a síntese de tudo: o respeito pela jornada e a promessa silenciosa de que o futuro do nosso esporte está em boas mãos, pronto para brilhar ainda mais.
Muchas Gracias.
Até 2026 🙌🏻
Crônica por Pablo Javier Silva - Fotos © Pablo Javier Silva |